O sonho
Fortes estrondos na porta trancada. Harry os ouvia de longe. Estava concentrado na sala da AD conversando com os seus amigos. Todos checavam a hora. Harry foi para a porta e cada membro que passava lhe desejou feliz natal.
Harry olhou para Cho. "Ela estava tão linda..."
Cho despensou a amiga. Esta passou pela porta sem desejar feliz natal a Harry. Rony e Hermione também se levantaram. Cochichavam algo que Harry não ouviu. Passaram por ele e Hermione lançou-lhe um sorrisinho rebelde. Ou foi essa a impressão que Harry tivera.
Só faltava Cho sair. Ela se demorou para levantar. Ajeitou a longa trança e se levantou de costas. Harry que a observava sentiu seu estômago revirar e seu rosto corar. Harry encarou o chão. Estava feliz com o progresso da AD e só queria desejar um feliz natal para Cho.
Sentiu-na caminhar até ele. Seu coração batia forte. Levantou a cabeça e encontrou uma Cho em lágrimas. Não sabia o que fazer... Ela falava com as lágrimas descendo em seu rosto. Foi se aproximando dele...
"Ela é linda até chorando"- Pensou Harry- Ela foi se aproximando mais... Harry podia sentir sua respiração... O brilho de seus olhos...
- MULEQUE ABRA ESSA PORTA !!! - Harry acordou assustado-.
Já não estava na sala da AD e muito menos com Cho.
- Desculpe tio! Eu estava dormindo! -Harry estava com uma imensa raiva do tio. Mas não conseguiu encontrar uma palavra suficientemente boa para xingá-lo, já que este recomeçou a urrar.
- ESCUTA AQUI MULEQUE! ESTEJA LÁ EMBAIXO EM 5 MINUTOS OU VOU PASSAR MEU DIA ESCOLHENDO O MELHOR CASTIGO PARA VOCÊ! - Tio Válter estremeceu as escadas, descendo com força aborrecido-
"Qual o problema dele afinal?" - resmungou Harry trocando o pijama -. Então vltou sua mente para o sonho. Por que sonhara com Cho? Já não sentia nada por ela... ou sentia? "Não posso pensar nisso agora, em época de Guerra" - Harry balançou a cabeça como se para esquecer os pensamentos e desceu alisando os cabelos sempre espetados-.
Chegando na sala, tio Válter estava sentado no sofá lendo jornal e surpreendentemente a Sra.Figg estava acomodada ao lado de tio Válter. Harry sentiu despertar uma alegria dentro de si. Mas não podia revelá-la ou seu tio seria capaz de fazer qualquer coisa para estragá-la.
- Bom dia - falou Harry forçando uma cara de desentendido-
- Aleluia muleque! Escuta aqui, eu, sua tia Petúnia e seu primo vamos sair e pra você não explodir a casa -falou em tom de desdém- vai passar o dia com a Sra.Figg.
- Com a Sra.Figg??? -sussurou Harrys e fazendo de incrédulo-.
- Sim, eu tenho muito o que agradecer a ela, por ficar com você, muleque. Por isso trate de não explodir uma única xícara!
- Sim senhor!
- Vá tomar café antes que eu mude de idéia e te tranque no porão - a Sra. Figg pigarreou, tio Válter se conteve a ler seu jornal novamente-
Harry foi para a cozinha já mais animado. A presença da senhora Figg significava se reentegrar com o mundo dos bruxos. Então saberia com detalhes sobre tudo que estava acontecendo e, tinha uma ponta de esperança de rever alguns membros da Ordem, como Lupin, Tonks, Moody e Siri...
Harry parou. Fizera de tudo para esquecer a morte do padrinho mas, nos últimos dias ficara inevitável. A saudade e a falta que sentia de Sirius ainda se fundiam numa ferida profunda, que Harry não queria mexer. Não queria culpar a si mesmo como nos primeiros dias das férias de verão.
Tentando apagar Sirius da cabeça, Harry tomou um copo de leite e voltou para seu quarto para arrumar o que levaria para a casa da Sra.Figg. Pegou uns livros de magia, pena, tinteiro e as cartas dos amigos para responder. Jogou tudo na mochila para o tio não ver e saiu sorrateiro de casa ao lado da velha.
- Então, Dumbledore te mandou notícias?? - Perguntou Harry esperançoso-
(continua)
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