Dementadores ao redor



No dia seguinte, Rony o acordou animado, pedindo para ele pegar a firebolt, pois iam treinar, e ainda mais ele próprio que deveria treinar suas abilidades de goleiro. Harry resolveu que era melhor não contar isso para Rony... não sabia por que, mas queria guardar esse acontecimento só para si mesmo... correu para pegá-la e eles foram para o campo no topo do morro. Harry deu um forte impulso com os pés, sentindo o vento bater em seus cabelos, e ele se sentia vivo de novo. Voou rapidamente pelo céu azul e sentiu uma felicidade invadi-lo novamente, que sensação maravilhosa. Ali ele não tinha medo, incertezas, tristesas, quando ouviu uma pequena discussão lá em baixo.
-RONY, EU JÁ ESTOU CRESCIDA!! SEI CUIDAR DE MIM!
-Mas para voar não Gina!
-OLHA AQUI, SE VOCÊ NÃO SABE EU TENHO VOADO UM POUCO TODOS OS DIAS.
-Ok! Faça o que quiser.
E Gina ,um tanto quanto carrancuda, subiu na vassoura e deu um forte impulso, chegando mais alto que Harry. Ele olhou impressionado. A menina estava vermelha de raiva e voava rapidamente ,cortando o ar e sentindo o vento frio da manhã, bater eu seu rosto, a acalmando.
-Rony, er, -disse Harry- que tal eu e Gina jogarmos a bola para você agarrar?
-Boa, o gol são aquelas árvores, mas infelizmente Fred e Jorge já foram para a loja, para infeitiçar duas outras para serem o balaço –disse Rony.
-Deixa comigo –disse Gina, descendo rapidamente e fazendo um pouso gracioso. Chegou perto das duas bolas e apontando a varinha, murmurou algumas coisas, e os balaços saíram vivos como nunca. Harry trocou um olhar entrigado com Rony, mas os dois fingiram que nada havia acontecido. Ficaram a manhã inteira treinando Rony, que apresentava dificuldades em pegar as bolas rápidas de Gina. Harry estava pensando que ela daria uma boa artilheira, quando Rony alegou cansaço e voltou para a casa.
-Ei Harry, que tal um jogo?
-Pode ser.
-Uma corrida até a floresta? –ela desafiou.
-Por que não? –disse Harry entrando na pilha, mesmo vendo que a floresta ficava um pouco longe.
-Quando eu disser já, e não se ache o melhor, pois tem muitos obstáculos. Um, dois.... três, JÁ!
E os dois saíram que nem foguetes em direção à floresta. O vento batia cortante no rosto de Harry e quando olhou para o lado, surpreendentemente Gina estava exatamente ao seu lado. Como assim? Ele tinha uma firebolt! Os dois iam rapidamente ao encontro da floresta quando Harry viu algo se mexendo em meio as árvores, e as coisas aconteceram ao mesmo instante. De repente fazia muito frio, frio de mais, e no mínimo haviam uns 50 dementadores saindo da floresta. A menina olhou aterrorizada para Harry, quando ele começou a ouvir sua mãe gritando, e dessa vez não era só ela. Sirius também gritava. Se sentiu tonto, mas pegou sua varinha primeiro.
-Expecto, patronum! –Apenas algumas faíscas saíram. Imaginou fortemente Sirius vindo ao seu encontro, isso era uma coisa feliz –EXPECTO PATRONUM!!!!!!
E um cervo saiu galopando com toda força da ponta de sua varinha e foi de encontro aos dementadores, mas a voz de Sirius agora ecoava em sua mente, a voz dele na batalha, antes de morrer. Olhou tonto para Gina que estava murmurando algo, cansadamente, e sua visão foi sumindo. Mas não podia desmaiar ali, não.... não podia.

Abriu os olhos calmamente com fortes raios solares em seus olhos. Tentou identificar onde estava quando olhando à sua volta e vendo apenas floresta, lembrou-se dos dementadores. Será que haviam o capiturado? Será que tinha algo a ver com Voldemort? O que dementadores faziam ali. E gina?!?!
-Gina?! –ele disse ainda um pouco inconciente, procurando-a.
-Calma, tô aqui. –ela disse suavemente. Estava atrás dele. O menino ainda tonto olhou para trás e viu a imagem da garota desfocada. Estava no colo dela! Sentia uma paz inexplicável... olhou nos olhos dela e acordou na hora.- Toma seu óculos.
Ele pegou um tanto quanto confuso. Estava realmente numa floresta.
-O que houve? Eram dementadores? Onde estamos.
-Calma. Eram dementadores, mas você convocou um patrono, repremindo-os. Mas eram muitos, e você desmaiou. Tive que te segurar, mas montei na firebolt, que é muito melhor que a minha comet, e te trouxe para um lugar seguro.
-Mas você... teve que fugir dos dementadores?
-Ahã, mas você já tinha os atrasado, eu só tive que correr.
Olhou confuso. Como ela estava tão calma? E como estava tão segura? Havia acontecido algo.
-Vamos voltar para a toca, já deve ser meio dia –disse ele sentando-se.
-Ainda não é seguro.
-E o que você espera que façamos?? Não quero morrer de fome, e não sei por que está tão calma.
-Calma Harry, estou improvisando algo para comermos.
-Mas a sua família deve estar preocupada, vamos!
-Harry, não dá! Você quer o que? Ser pego por eles de novo? Que coisa!
-OK –disse acalmando-se e profundamente irritado com a calma da garota- E o que vamos fazer? Quando vamos voltar? E novamente.... AONDE ESTAMOS?
-Olha aqui, se você quiser voltar agora, vá em frente, mas eu vou esperar o anoitecer, e estamos no meio da floresta, como eu vou saber aonde estamos?!
-Eu que não fico nessa floresta desconhecida até o anoitecer pois é mais perigoso. Estou indo, se quiser, venha comigo.
-Não, obrigada. Vou ficar aqui.
-OLHA, VOCÊ TEM ALGUM PROBLEMA? NÃO PODE FICAR AQUI, TEMOS QUE IR. NÃO POSSO TE DEIXAR AQUI SOZINHA, ENTÃO DÁ PARA COMEÇAR A SE PREOCUPAR E LEMBRAR QUE SUA FAMÍLIA DEVE ESTAR MORRENDO DE PREOCUPAÇÃO?! –como ela podia estar calma? Harry já estava rubro.
-Nossa, meu irmão está certo sobre suas explosões momentâneas. Eu já chequei e vi que eles estão cercando a floresta, não dá para sair.
-Pois é, por isso devemos ficar NO MEIO de uma floresta cercada por dementadores? –disse ele irritado- Existe uma coisa chamada voar. De noite vai ser pior.
-Eu já vi que você não vai desistir, não é? Então tá, você venceu, mas vai se responsabilizar por TUDO. Que estresse! –Ela juntou irritadamente suas coisas e montou na vassouras.- Vamos?!!
-Ainda bem! –ele disse com a varinha em punho e impulsionou com a vassoura, indo além das copas das árvores. –Siga-me e nunca saia do meu lado, mas se eu for pego, continue e busque ajuda.
-Tenho alguma escolha?
-Realmente não –disse ele irritado acelerando, e cortando o ar com sua firebolt. Gina ficava em seu encalço. A floresta esva acabando quando Harry localizou. Haviam centenas deles. Se concentrou em coisas felizes e voou mais rápido e subiu muito mais, Gina sempre atrás. Os dementadores repararam a presença deles e tentaram ir atrás, mas os dois foram mais rápidos, e com um suspiro de alívio os deixaram para trás. Em pouco tempo chegaram de volta na toca, encontrando a família Weasley aflita.
-Gráças à Deus!! –exclamou Sra. Weasley dando um abraço um tanto quanto apertado em Gina e logo após em Harry. –O que houve??? Aonde vocês estavam?!!
Até os Gêmeos estavam ali pois foram chamados após o sumisso dos dois. Gina contou toda a história, menos sobre sua discução de Harry e depois de um abraço aliviado de Rony, Gina subiu para seu quarto alegando cansasso. Harry ficou lá em baixo contando detalhes para os imãos Weasleys, e acalmando Rony.
-só não sei o que dementadores estão fazendo aqui –acabou Harry.
-É um pouco lógico –disse Fred- estão à solta, depois da descoberta da volta de Voldemort. Em todos os lugares e há um pouco de vida mágica, eles estão presentes.
-Faz sentindo –disse Harry observando Rony engolir à seco.
-Mas todo o cuidado é pouco –disse Sra. Weasley- E vocês, nada de se afastarem de casa, ok Harry? E os treinos de Quadribol não acontecerão mais!
Ninguém protestou, pois sabiam que Molly estava certa. A cabeça de Harry estava à mil e ele queria apenas descansar, mas sentia muita fome. Percebendo isso a mãe de Rony colocou um gostoso prato de salsichas com purê e risoto para Harry e subiu para levar um para Gina. Harry comeu com gosto, enquanto os gêmeos se arrumavam para voltar ao trabalho e Rony conversava com ele sobre os dementadores. Harry lhe contara que agora ouvira a voz de Sirius também.
-Poxa Harry, deve ser horrível, quer dizer, nunca senti isso antes, mas... também ninguém da minha família, você entende..... morreu.
-E você deve ser considerar um felizardo. Falando em família. E Percy?
-Ah, pediu perdão para meus pais. Depois de um bom tempo da descoberta do ministro. Mas papai e mamãe ainda estão muito magoados e ele sabe disso. Mas acho que daqui a alguns dias ele já volta para casa. Mas Harry, Gina ficou muito assustada? Pois estranhamente, ela me pareceu calma.
-Eu sei. Totalmente estranho –disse Harry- ela queria ficar até de noite para pensar em sair, e estava absolutamente calma.
-É, eu acho que Gina amadureceu –disse Rony.
Passaram a tarde quase toda conversando e jogando xadrez, quando jantaram e já estava na hora de dormir. Harry ainda um tanto quanto confuso reparou o silêncio de Gina no jantar, mas resolveu parar de tentar descobrir, afinal, a vida era dela. Novamente não conseguia dormir. Além da lembrança que tivera hoje sobre Sirius, ouvia um choro vindo de algum cômodo da casa. Levantou-se e ao investigar um pouco, viu que vinha do quarto de Gina. Parou em frente à porta entreaberta, e viu a menina encolhida num canto com algo em seus braços, chorando baixinho. Ora, ele seria um coração de pedra se não se comovesse com aquilo. Mas antes que pudesse sair ela falou.
-Harry, pode ir, não se preocupe- como ela sabia que ele estava ali se nem havia levantado a cabeça?
-Ah, desculpe. –disse ele sem graça.- Hum, e desculpe também por hoje de tarde, eu estava nervoso.
-Eu sei, não fiquei chateada.
-Er, que bom. Mas eu posso te ajudar em alguma coisa?
-Ah, que ironia do destino –ela disse sarcasticamente.
-Por que?
-Esquece, nada de mais. Não, mas eu não preciso de nada, só de tempo mesmo.
-Sabe –disse ele entrando no quarto, surpreendendo até a si mesmo –Há fases muito difíceis na vida, mas eu pelo menos aprendi que devemos nos ligar às coisas boas, por que estas valem mais a pena.
-Obrigada. Alías, você deve ser experiente nisso. –disse ela rindo, enxugando as lágrimas.
-Pois é. E olha, você tem toda a sua família aqui. Se eu tivesse minha família, pode saber que eu estaria bem mais feliz.
-Eu sei harry, mas você não faz idéia do que é ser a irmã cassula. Eu saí com duas pessoas ano passado e quase me mataram por isso. E o pior é que.... esquece.
-Gina, se você não quiser dizer, tudo bem.
-Por que não? É que eu não gostava de nenhum dos dois, por que a pessoa que eu gosto não está ao meu alcance.
-Ah.... –disse ele sem graça. Será que era ele? –Bom, mas nunca se sabe o que está por vir. De repente você começa a gostar de outro que dá certo.
-Você não entende. Deixa para lá. Aliás, está tarde.
-Pois é –disse ele olhando o relógio e entendendo a indireta – Vou indo. Durma bem.
E disendo isso ele saiu. O que estava havendo com ele? Por que ele se sentiu tão solto para falar com Gina? Era estranho. Mas antes que arranjasse mais um problema, dormiu.

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