Capítulo 6



Aquela noite se arrastou por longas horas, com elfos sentados nos tapetes, Narcisa rindo ao se lembrar de certas coisas com Remus, porém, apesar de um sorriso elegante em seus lábios, a exaustão e a tristeza brilhavam em seu rosto, Draco deixou bem claro que, agora que Lucius estava morto, nada mais segurava-os junto das leis de Voldemort, com a promessa de Moody e os demais de que iriam proteger Narcisa, e Guinevere, apesar desta insistir que não necessitava de proteção, ele se juntou na luta contra o Lorde das Trevas, substituindo o papel de agente duplo que pertencia a Snape, por desconfiar de tudo e todos, Moody fez diversos testes com Draco, Narcisa e Guinevere, entre eles, o teste da verdade, usando a poção verisaterum.
Draco e Ginny declararam que estavam namorando, e ele pediu-a em noivado para os pais dela e para seus cinco irmãos, com exceção, claro, de Percy, que nunca mais foi aceito entre eles. Demorou bastante tempo até que eles dissessem sim, Draco teve de servir de cobaia de diversas coisas de Fred e Jorge, algumas das quais o deixaram com uma cabeça de elefante, ou um corpo de formiga o que fazia Ginny querer mata-los, mas ao fim de diversos experimentos não sugeridos e perigosos, e Arthur presenciar os testes com verisaterum, Draco se tornou o genro que eles pediram a Melin, sendo, tanto ele quanto Narcisa, muito bem aceitos no círculo dos Weasley. Já Guinevere e Harry pareciam que nunca mais iriam se aproximar, os novos gêmeos Weasley, Elizabeth e Jack, pareceram simpatizar com ela, e passavam longas horas a ouvindo ao piano da Mansão Black, sendo a música uma das tantas virtudes de Guinevere, nunca mais os bisbilhoscópios na mesa de Harry tornaram a disparar, e nunca mais a Sra. Black tornou a gritar, sentindo-se satisfeita ao ver a filha legitima de um Black com uma Malfoy, ou uma Black com um Malfoy. Mas Harry nunca mais conseguiu falar com ela, viam-se algumas noites que ela passava na casa dos Black observando-a ao piano, ou indo pegar um copo com água, observava-a passar direto por sua mesa do Quartel-General para entregar os relatórios para Moody, perdia a noção do tempo enquanto a via almoçar junto deles, e sentia uma fera rugir em seu interior ao vê-la conversando com algum homem, seja no Ministério, na danceteria que ela freqüentava, ou mesmo se ele sabia que havia um homem naquele pequeno espelho de bolso, mas ela não parecia se importar. Cumpria seu papel com precisão, juntava informações e as passava para Moody, evitava conversar com Harry, evitava até mesmo olha-lo.
E foi graças as informações que eles passavam para a Ordem que haviam evoluído, mais da metade do exército de Voldemort estava atrás das grades, centauros vigiavam as celas, e dragão aquático cercava a ilha de Azkaban. Mesmo enfraquecido, Voldemort insistia, e eles devolviam seus ataques, até que eles se viram no meio da escura rua do Largo Grimmauld, Harry com a varinha há cerca de três metros de sua mão, e Voldemort com a sua encostada na testa do rapaz.
Draco atacou-o, mas ele apenas gargalhou, erguendo-o no ar e o lançando com força contra uma das casas, os trouxas lá dentro gritavam desesperados quando viram a porta de sua sala cair, com um rapaz inconsciente caindo por cima dela. Narcisa estava em sua casa, porém abandonou a segurança de seu lar ao ver o filho caído, correu até ele, mas antes que o alcançasse, Voldemort a atingiu. Narcisa caiu no chão urrando de dor, se contorcia horrivelmente como há cerca de cinco anos Harry vira Neville, que neste momento havia acabado de abater três comensais, enquanto Luna o fotografava.
- Vamos lá, sr. Harry Potter – disse o Lorde das Trevas, um sorriso malicioso em seus lábios, e o mesmo tom em sua voz, enquanto seus olhos vermelhos como o sangue estavam alucinadamente fixos em Harry.
- Vão aonde? – gritou Guinevere, soltando um lampejo de sua varinha que lançou Voldemort longe de Harry, que agarrou sua varinha, e colocou-se em posição de batalha.
Harry olhou para ela, e sorriu, mas neste instante ele a viu ser lançada com um lampejo verde contra a porta, empalideceu, ela havia morrido! Ignorando o que estava acontecendo, ele correu até ela...Seu peito ainda se mexia, ela respirava.
- Gui...Gui...Acorda, pelo amor de Merlim, acorda... – ele a balançava, e dava leves tapas em seu rosto, o grito de Narcisa ainda soava quando ela abriu os olhos.
- Você resistiu a o Avada Kedavra! – disse ele, como se houvessem vencido a batalha.
- Não...Não resisti – murmurou ela, e Harry estranhou. – é uma armadilha...Não era o Avada Kedavra...Era uma armadilha...HARRY! – ela o empurrou com força, e se jogou diante dele.
Não, de novo não! Não podia ver outra pessoa morrendo no lugar dele, mas o lampejo verde não a alcançou.
- Que ridículo – disse uma voz fria ao fim da rua. – Morrer pelo Potter? Há pessoas melhores para você fazer isso.
Snape saia da escuridão, a varinha esticada apontava diretamente para ela, e Harry notou um escudo transparente que flutuava diante de Guinevere, que tinha os olhos arregalados, o suor escorrendo por sua testa, e mal acreditava no que havia acabado de acontecer.
- Que bom que essa sua contra-maldição experimental funcionou, Severus – disse uma voz descontraída que Harry não ouvia há muito tempo – Ia ser muito chato perder a minha filha logo agora.
Harry não acreditava no que seus olhos viam, logo ao lado de Snape um homem bem mais alto que ele sorria, sua barba estava por fazer, e os cabelos negros e lisos caiam elegantemente sobe o rosto sorridente.
- Sirius... – murmurou Harry, sem acreditar.
- Não pode ser... – disse Guinevere, lágrimas escorriam de seus olhos assustados. – Não pode ser...Ele...Ele havia se ido...Havia se ido sem se lembrar de mim...Não pode ser...Não consigo acreditar.
Sirius sorriu para eles, otimista.
- Ora essa! Claro que pode, eu estou aqui! Agora, que espécie de Black é essa? Se levante, garota!
Um pequeno sorriso substituiu as lágrimas no rosto dela, e ela se ergueu, segurando firmemente a varinha, os dois concordaram com a cabeça, e, em um só ataque, partiram para cima de Voldemort, ele repeliu o feitiço de Guinevere, que atingiu um de seus próprio comensais, que agora sangrava no rosto e no peito, já o feitiço de Sirius o atingiu, e ele caiu ao chão, tossindo lesmas, Harry ergueu a sobrancelhas sem acreditar.
- O que foi? Os feitiços mais simples são os mais eficazes – justificou ele.
Mas em poucos segundos Voldemort já estava em pé, sem nenhuma lesma em sua boca, ele atingiu ambos os Black que caíram desmaiados no chão, e, quando Harry ia avançar, Voldemort começou a ofegar, ele puxava o ar com dificuldade, e caiu de joelhos.
- A...r! A...r!
Snape não sorria, mas parecia satisfeito com a situação, a varinha em punho apontada para Voldemort, em seguida Remus chutou a varinha do homem, e prendeu-o com pequenos cordas que se assemelhavam a linhas de pescaria que saiam de sua varinha, Harry olhou surpreso para Snape, mas ele não mudou sua expressão. Os comensais estavam todos no chão, e Moody havia desfeito o cruciatus em Narcisa, e acordado Sirius, Guinevere e Draco.
- Uau! – disse Sirius, batendo amigavelmente no ombro de Snape, que o olhou friamente – Grande Severus!
- Será que eu resgatei o Black certo? – indagou ele, rispidamente, se livrando da mão de Sirius, que continuava sorrindo.
- Você nunca mudou.
- Nem vo-! – Snape não conseguiu terminar a frase, havia caído de joelhos, vomitando sangue, as mãos agarravam a própria garganta, enforcando-se, e seus olhos estavam em órbita, a guerra ainda não havia acabado.
Voldemort o olhava fixamente, os olhos vermelhos se alargavam conforme Snape perdia sangue, e ele sorria maliciosamente, Harry se voltou irritado para o homem, seus olhos estavam recheados de fúria, não que ele gostasse de Snape, mas o que quer que tenha trazido Sirius de volta era graças a ele.
- Um dos dois deverá morrer na mão do outro, pois nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver – disse Harry, como se fosse um texto decorado. – Avada Kedavra!
Mas não fora apenas a sua voz que soou, Snape com o sangue transbordando pela boca, escorrendo de seus olhos, tinha a varinha erguida no ar, sendo segurado por Sirius e Remus.
- Muito mal, Potter, muito mal – disse ele, vomitando mais sangue – Menos 10 pontos para a Grifinória.
Snape desmaiou nos braços de Sirius e Remus, só voltando a acordar dali a três semanas.
Sirius recebeu as honras por seus atos a favor da sociedade bruxa, e também uma indenização pelas injustiças acometidas contra ele, e ficou isento de pagar a multa por ser um animago ilegal, Narcisa e Draco foram inocentados, e Draco passou a trabalhar no Ministério da Magia, tendo como objetivo se tornar um dos conselheiros, assim como seu pai. Snape e Narcisa seriam os padrinhos de seu casamento, e, mesmo ainda distante disto, eles já haviam decidido que Harry e Guinevere seriam os padrinhos de seu primeiro filho, e, como dizia Draco, teriam de procurar muitos casais, pois ele pretendia seguir uma das tradições dos Weasley.
Eles mandaram Snape para o Hospital St. Mungus para doenças e acidentes mágicos, foi lá que Narcisa e ele decidiram se casar, e lá que Sirius conheceu sua atual namorada, uma antiga colega de escola que agora era uma renomada médica no mundo bruxo, Guinevere não gostava muito dela, mas era mais ciúmes do que qualquer outra coisa. Mas, depois de tudo, Harry ainda não conseguia falar com ela.
Foi em uma noite qualquer, todos sentados nos escuros sofás da sala dos Black, Narcisa e Snape abraçados na poltrona, por mais que ele não gostasse de ficar assim na frente dos outros, Draco e Ginny deitados no sofá, Remus e Ninfadora em pé na porta, Hermione e Rony sentados no chão, contendo seus filho, Sirius e Amélia, sua namorada, sentados num canto junto da lareira, Harry encostado no sofá, sentado no chão, e Guinevere ao piano, que uma dúvida surgiu na cabeça de Harry, mas quem a fez fora outra pessoa.
- Sr. Snape – chamou Hermione, ele lhe lançou os mesmos olhares gélidos que lançava na época da escola.
- O que foi, Weasley? – ele pareceu achar estranho chamá-la daquela forma, mas não poderia chamá-la de Granger.
- Como o senhor trouxe o Sirius de volta?
- É verdade – comentou Guinevere, deixando de tocar uma bela melodia, e se virando para vê-lo. – Ele não havia caído pelo véu da morte?
- O véu da morte tem um par, – disse ele, friamente. – são como os armários que Draco usou para que os comensais invadissem Hogwarts há quase quatro anos, eu apenas precisei encontrar o par e guiar o idiota para fora, o que, digamos, foi o mais difícil.
Diversas risadas encheram a sala, e Sirius o olhou mal-humorado.
- E onde esta esse tal par? – indagou Harry.
- Sempre fazendo perguntas que não lhe dizem respeito, não é, Potter?
- Você podia parar de me tratar assim! Vamos lá, eu matei Voldemort.
- E não devia tê-lo feito – respondeu Snape, ríspido.
- E porque não?
- Porque Dumbledore ficaria irritado se estivesse aqui.
Harry se calou, ele tinha razão, Dumbledore teria ficado furioso ao saber que Harry se tornara um assassino, abaixou a cabeça olhando para suas mãos quando viu Guinevere se levantar e se retirar.
- Deixa de ser frouxo, Potter – disse Draco, um sorriso zombeteiro.
- Cala a boca, Malfoy. – respondeu, se levantando e indo atrás de Guinevere.
Ela estava sentada na cozinha, uma xícara de chocolate quente diante de si, ele a olhou pesaroso, apesar de todas as vitória,s ela nunca mais havia lhe dirigido a palavra, e mesmo que há um mês atrás ela tenha salvo sua vida, ele ainda não havia lhe dito nada, sentou-se do outro lado, ficando de frente para ela, seus olhos esmeralda corriam por toda a cozinha, que agora estava bem iluminada e limpa.
- Narcisa diz que agora esta casa parece com o que era – disse Harry, mas Guinevere não disse nada, apenas tomou um gole de sua bebida.
- Obrigado. – disse ele, suas bochechas esquentaram mais ele a olhou, firme, os olhos de Guinevere eram negros e misteriosos, e ela não teve nenhuma reação.
- Demorou – disse ela, tomando um gole de seu chocolate, Harry ficara irritado, precisou juntar tanta coragem para falar com ela, encara-la, se aproximar dela depois de tudo aquilo, e ela não diz nada? Ele se ergueu, e arrancou a xícara da mão dela – Hey! – exclamou ela, ficando em pé.
- Vem pegar – disse Harry. Guinevere sorriu, e saltou por cima da mesa de madeira, ele correu ao redor da mesma, sendo seguido por ela.
Guinevere se jogou sobre ele, e ambos caíram, a xícara escapou de sua mão, e, derrubando o líquido marrom e quente no assoalho da sala, ela ficou por cima dele, parte de seu corpo na cozinha, parte na sala. Seus olhos negros fitaram os esmeralda de Harry, eles se encaram por alguns minutos, até que ela sorriu.
- Que saudade – disse, simplesmente, se aproximando e, com os olhos fechados, Guinevere e Harry selaram um beijo apaixonado.

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