"Vovô Foi Pro Céu"



Duas Semanas depois.


Felizmente, a morte de Carl Washington não afetara as vendas dos celulares DEVON. Embora primeiro-ministro britânico tenha dado uma semana de luto pela morte do grande empresário, o comércio não podia parar.

Harry pedira para Hermione remarcar os testes para o setor de Comunicação. Foi acertado que eles começariam na semana que vem ás 9:30. Já adiaram uma vez e precisavam de alguém, já que Cho não trabalhava mais no setor.

- O presidente da LG gostaria de marcar uma reunião com o senhor. - disse Cho para Harry. Ela estava sentada na sala do chefe, fazendo as últimas anotações na agenda.

- Para quê? - perguntou Harry, sarcástico. Por mais que respeitasse a LG, acreditava que os coreanos queriam ir muito mais longe que todos, com sua tecnologia de ponta.

- Bom, talvez seja para fazer uma parceria. - Cho encolheu os ombros.

- Ou para nos comprar. Eles que vão sonhando.

- Ora, mas para que ele vai querer nos comprar?

- Oras Cho!- disse Harry como se fosse óbvio. - Empresas poderosas sempre querem comprar empresas que estão em alta, como nós.

- Harry... - Cho tinha uma expressão curiosa. - Posso saber por que não gosta dos coreanos?

- Não é que eu não goste. É que eles querem competir de igual para igual com a gente. Eles deviam eram competir com os asiáticos e não com nós... - parou de falar ao encarar Cho. Era verdade que Cho era uma autêntica oriental. Nascida em Hong Kong, China, mudara-se para a Inglaterra aos quatro anos de idade, mas os traços orientais permaneceriam para o resto da vida. Falava chinês como ninguém e muitas vezes já foi intérprete de Carl Washington quando este fazia negócios com empresários chineses. - Desculpe, Cho, eu... - Harry se sentiu envergonhado.

- Tudo bem, Harry. Eu entendo. E tem razão ao dizer que asiáticos deviam competir entre si, como os europeus, os americanos... Enfim. Mas nós sabemos que não é assim.

- É verdade. - concordou Harry.

- E então? Posso marcar a reunião?

- Pode. - assentiu. - Marque para daqui a três semanas. Vamos ver o que eles querem. Se bem que eu já estou desconfiado de que assunto eles querem tratar.

- E que assunto é esse?

- O nosso novo modelo de celular. Lembra que você falou sobre eles fazerem igual? - Cho assentiu. - Então, talvez eles queiram negociar para desenvolverem o celular.

- Será?

- Eu não sei. Mas que o assunto será o novo celular, isso eu tenho certeza.

- Certo. - Cho marcou na agenda. - Vai precisar de um intérprete coreano.

- Eu não conheço ninguém. Conhece algum?

- Conheço sim.

- E quem é?

- Uma colega de faculdade, Ziyi. Ela fez intercâmbio na Coréia e fala a língua fluentemente.

- Certo. Entre em contato com ela.

- Sim, senhor.

Batem na porta. Harry pede para entrar. Era Hermione.

- Estou atrapalhando alguma coisa? - perguntou ao fechar a porta.

- Claro que não, Hermione. Já estamos quase terminando. - disse Harry. - Cho, quero que me faça outro favor.

- Pode pedir, senhor.

- Quero que você oriente as pessoas que participarão dos testes de Comunicação. Quero que você dê todas as coordenadas. Tem carta branca para decidir quem será apto para trabalhar no seu lugar. Você será a responsável pelos testes.

- Está falando sério, Harry? - Cho não estava acreditando na confiança que Harry estava lhe dando.

- É claro que estou. Afinal, nada mais justo do que você, que conhece bem o funcionamento do Setor. E acredito que selecionará muito bem.

- Se é assim... tudo bem, então.

- E tem mais: a pessoa encarregada já terá um grande trabalho pela frente. Terá que verificar se poderemos instalar uma filial da DEVON no Brasil.

- Oras, mas por quê, Harry? - perguntou Hermione.

- Terá que ver se há antenas e linhas para nossos aparelhos. Caso, contrário, será inútil. Mas olha... - olhou para as duas mulheres. - Não digam isso a ninguém, até a pessoa ser selecionada.

- Pode contar comigo, Harry. - disse Cho se levantando. - Até mais, Hermione. - e saiu da sala, contente pela oportunidade que Harry lhe dera.

Harry juntou alguns papéis e colocou-os na gaveta ao lado.

- Sente-se Hermione. - apontou a cadeira à sua frente. - Então... em que posso ajudá-la?

- Bom, eu... - começou Hermione. Estava com vergonha de falar aquilo, mas achava que não falaria nada demais. - Eu queria saber... como está a... Dona Gloria?

Harry suspirou e passou a mão pelos cabelos.

- Está na mesma. Depressiva. Não come, não fala com ninguém. Fica sentada o dia inteiro na poltrona de seu quarto olhando pela janela, para o vazio. Patrícia está fazendo de tudo para tirá-la daquele estado, mas está sendo inútil.

- Coitada... Acha que ela superará a morte de Carl?

- Pode ser que sim, mas vai demorar.

- Por que não leva a Sarah para ela se alegrar um pouco? - Harry negou com a cabeça.

- Não vai dar. Sarah não sabe o que o avô morreu. Acha que ele está viajando. Se ela ver a avó sofrendo, vai sofrer junto. Conheço a minha filha.

- Harry, por mais a Sarah seja criança, eu acho que ela devia saber a verdade. Porque, um dia, ela vai desconfiar que o avô esteja demorando a voltar de viagem. E ela vai perguntar pelo avô.

- E o que você quer que eu diga? Que "O vovô foi para o céu"? - perguntou irônico, mas não esperava que Hermione concordasse.

- Isso mesmo! Que o vovô foi para o céu! Essa é a maneira mais fácil de dizer para uma criança sobre a morte de alguém querido.

- Fala isso como se fosse fácil.

- Harry... por favor, converse com Patrícia sobre isso. Tenho certeza que ela concordará que essa é a melhor maneira.

Harry pensou alguns instantes. Cortava o coração ver a sogra naquele estado. Quem sabe a presença da neta não a alegrasse um pouco, como Hermione estava sugerindo.

- Está bem. Eu vou falar com a Patrícia e veremos o que podemos fazer.

- Isso mesmo, Harry. - Hermione sorriu.

- Mas deixemos os problemas de lado. Vamos trabalhar.

- Ok. - Hermione pediu licença e se retirou da sala.

Harry virou-se e olhou pela janela ampla. O movimento nas ruas de Londres estava como todos os dias: agitado. Pensou no que Hermione falara e concluíra que ela tinha razão. Não podiam esconder de Sarah a morte do avô por muito tempo. Não pensou duas vezes, pegou o telefone e ligou para a sua mulher.

**********

- Por favor, mamãe! A senhora não come nada há dias! Desse jeito vai ficar doente! Anda, coma alguma coisa! - era evidente a preocupação de Patrícia com a mãe, que se encontrava num estado lamentável desde que o marido morrera.

Dona Gloria virou-se para a filha, com os olhos vermelhos e inchados. Não fazia outra coisa, além de chorar.

- Não, obrigada, filha. Eu não quero nada... - disse num sussurro triste.

- Mas, pelo menos, toma um copo de leite. - Patrícia pegou o copo na bandeja que a empregada segurava e ofereceu para a mãe, que recusou.

- Não quero, Patrícia. Não consigo comer e nem tomar nada. - e virou-se novamente para a janela.

Com um suspiro, Patrícia colocou o copo de leite de volta na bandeja e dispensou a empregada, que deu um aceno com a cabeça e saiu.

- Mamãe, por favor, me escuta! - Patrícia colocou as mãos no ombro da velha senhora e a fez virar-se para si. - A senhora não pode ficar assim! Tem que ser forte! - Patrícia estava tirando forças de lugares desconhecidos para não desabar como a mãe.

- Não me resta mais nada, minha filha. O seu pai morreu. A minha vida não faz mais sentido...

Aquilo fora a gota d'água para Patrícia. Apertou os ombros da mãe com força, como se o que a mãe falara era a coisa mais absurda do mundo.

- Eu não vou deixar que a senhora definhe facilmente, está me entendendo?? - estava tremendo e o rosto avermelhado. - Eu quero a minha mãe, aquela mulher forte que supera a tudo e a todos!! A senhora não vai se entregar desse jeito, está me ouvindo?? Eu preciso da senhora!!! - deixou que algumas lágrimas escorressem pelo seu rosto, aliviando um pouco a dor que sentia há semanas por ver a mãe daquela maneira, tão depressiva.

Dona Gloria ficou estupefata. Levou uma mão ao rosto da filha, acariciando. Era tão corajosa, tão sua filha! Sabia que a coragem era uma herança sua e de Carl. Herança que permaneceria para o resto da vida.

- Filha, eu... - mas Patrícia não agüentou mais e começou a chorar sentidamente, abraçando a mãe com força. Ela embalou a filha maternalmente, acariciando os seus cabelos. - Me desculpe... eu não queria que você sofresse como eu estou sofrendo. É que está sendo demais para mim.

- E você acha que não está sendo difícil para mim também? - perguntou a mulher num tom abafado. - Acha que eu não sofrendo pela morte do papai? Pois eu estou sofrendo e muito! Mas eu não posso me entregar assim! Eu tenho uma vida, uma filha para criar! Como acha que ela se sentiria ao ver a mãe desse jeito? Ela sofreria junto! - dona Gloria balançou a cabeça, sentindo-se culpada.

- Eu sei, eu sei! Por favor, me perdoa! Eu estou sendo egoísta, apenas pensando no meu sofrimento! - Patrícia afastou-se para encarar a mãe.

- Mas não pode continuar sofrendo desse jeito, mamãe. Pense bem, o papai, aonde quer que ele esteja não gostará nada de ver a mulher que amava, se entregando desse jeito. Você é forte, vai superar. - apertou a mão da mãe com força.

- Eu vou tentar. Eu prometo. - a velha senhora deu um sorriso conciliador. Patrícia sorriu de volta.

- Promete mesmo?

- Eu prometo. - disse sincera, colocando a mão no coração. As duas se abraçam.

O celular de Patrícia toca. Ela levanta-se para pegá-lo e vê que é Harry. Dá um pequeno sorriso e atende.

- Oi amor. Tudo bem?

- Tudo, e com você? - a voz de Harry se fez ouvir do outro lado da linha.

- Na mesma. - Patrícia suspirou.

- Como está a Dona Gloria? - perguntou num tom preocupado.

- Daquele jeito. Não come, não dorme. Agora, consegui fazê-la ficar um pouco melhor. - deu uma olhada para mãe.

- Mande um beijo para o meu genro. - pediu ela.

- Ela está mandando um beijo.

- Outro para ela.

- Outro para a senhora. - a velha senhora sorriu.

- Mas, Patty, eu queria conversar com você sobre um outro assunto... - a senhora Potter percebeu a hesitação do marido.

- Aconteceu alguma coisa, Harry? - perguntou preocupada.

Harry contou à conversa que teve com Hermione e como concordava com ela. Patrícia escutou tudo atenciosamente e deu um suspiro.

- Eu não sei, Harry... a Sarah ainda é muito criança para saber da morte do avô. Ela não vai entender.

- Mas, Patty, pense bem, Sarah vai estranhar a demora do avô e começará a fazer perguntas. Não podemos esconder isso por muito tempo. Se ela não souber por nós, vai saber por outras pessoas. Afinal, ninguém é adivinha para saber que Sarah não sabe da morte do avô.

Patrícia pensou um pouco. Harry tinha razão. Devia contar a verdade para a filha.

- Certo, você tem razão. Mas como faremos isso?

- De uma maneira que ela entenda. Hermione sugeriu que usássemos o termo "Vovô foi para o céu" para ela entender melhor.

- Esse termo já está meio batido. - Patrícia deu uma risadinha fraca.

- É verdade, mas ainda é o melhor. Com certeza, ela vai entender. E você já contou para ela que as pessoas vão para o céu um dia.

- Eu sei, porém, a pessoa em questão agora é o avô.

- Sarah vai sofrer sim, mas depois passa. Sempre passa.

- Pois é, sempre passa... - deu um suspiro. - Tudo bem, Harry, eu vou falar com a Sarah.

- Ótimo. Agora, tenho que trabalhar. Beijo, te amo.

- Beijo. Também te amo. Tchau. - e desligou o celular.

- O que ele queria? - perguntou dona Gloria, que estava atenta à conversa.

- Disse que era melhor contar a Sarah sobre a morte do avô.

- Ah, não! Nada disso! - disse dona Glória de supetão. - Por favor, poupem a minha netinha do sofrimento!

- Mas mamãe, pensa bem... Sarah vai estranhar ao ver que o avô está demorando de viajem.

- Oras, diz que é uma viagem que demorará meses, anos! - Patrícia balançou a cabeça.

- Certo, meses e anos. Daí o tempo vai passando, Sarah vai perguntando, estranhando que o avô não manda nenhuma cartinha.

- Ora, eu faço cartas falsas para ela não desconfiar...

- Mamãe! - Patrícia olhou para a velha senhora como se aquilo fosse o absurdo dos absurdos. - A senhora está louca? Mentir para esconder a morte do papai???

- Mas é tudo para não fazer a minha neta não saber de nada.. Por favor, filha, não conte a ela. - suplicou dona Gloria.

- Mamãe, não adianta. Será mais fácil contar a verdade do que manter uma mentira por tempo indeterminado.

Dona Gloria suspirou derrotada. Porém, sabia que no fundo, se sentiria mal ao mentir para a neta que tanto amava.

- Está bem, você venceu! Não podemos esconder dela isso por muito tempo. Mas olha... - apontou o dedo para a filha. - Conte para ela de uma maneira que ela possa entender.

- É claro. Harry sugeriu que dissesse que o avô foi para o céu.

- Mas é o que todos dizem.

- E é a melhor maneira de se dizer para uma criança. Lembra que você disse isso quando o vovô morreu?

- Lembro. E você entendeu, felizmente.

- E eu era só um ano mais nova do que Sarah. Acha que ela não irá entender?

- Você está certa. Conte a ela tudo.

As duas mulheres se encararam compreensivas e se abraçaram.

**********

- Deseja mais alguma coisa, senhorita? - perguntou a balconista surpresa pela quantidade de livros que a jovem estava levando.

- Não, obrigada. Acho que não posso mais desejar nada, por enquanto. - a balconista registrou os livros no computador e entregou o recibo para Gina. Entregaria os livros daqui a três semanas.

Gina estava se perguntando como levaria todos aqueles livros. Cada um tinha no máximo mil páginas e eram muito pesados. Estava levando dez livros. O que fazia uma monografia!

Como se houvesse lido os pensamentos da moça, a balconista sugeriu:

- Não quer ajuda para levar todos esses livros?

Gina pensou que não era uma má idéia. Mas não queria incomodar.

- Não, obrigada pela gentileza. Poderia colocá-los em sacolas?

- Sim, pois não. - a balconista pegou dois sacos de papel e colocou os livros dentro.

- Obrigada. Tenha uma boa tarde. - Gina pegou as duas sacolas e saiu da biblioteca.

Os sacos estavam pesados e Gina teve que segurá-los com as duas mãos, tampando a visão. Estava andando com medo de trombar em alguém quando...

- Pá!!! - não deu outra, Gina trombou com alguém e caiu no chão junto com as sacolas que rasgaram.

"Droga, mil vezes droga." Gina amaldiçoou-se recolhendo os livros, sem ver em quem trombara.

- Perdão, senhorita. Deixe-me ajudá-la. - era um homem.

- Não, que é isso. Sou eu que tenho que me desculpar. Eu não vi o senhor. - Gina se sentiu extremamente envergonhada por bater em alguém.

- Acho melhor ajudá-la com esses livros. - foi quando Gina levantou-os olhos para ver em quem tropeçara. Sentiu que o coração sairia pela garganta. Conhecia aquele rosto perfeitamente. Das revistas, dos jornais, da TV. Gina estava olhando para Harry Potter, o todo-poderoso da DEVON.

- Eu... eu... - Gina não sabia o que dizer. "E se ele me processar por trombar nele?" Gina ficou aflita. "Calma, Gina. Não pense no pior. Ele não pode fazer isso. Afinal, foi só um esbarrão." respirou fundo. - Por favor, senhor, não se incomode. Pode deixar que eu cuido disso. - com as mãos tremendo, tentou pegar todos os livros, mas era impossível.

- Não vai conseguir pegar todos eles. Por favor, me deixe ajudar. - pediu Harry gentilmente e Gina não teve outra alternativa senão aceitar. Ele pegou oito livros com facilidade e ela pegou os outros dois. Harry deu a mão para Gina levantar, que aceitou hesitante.

- Eu não sei como te agradecer, senhor. - se estava envergonhada em bater em alguém, imagina agora que batera em alguém importava. Batera na pessoa cuja empresa queria trabalhar.

- Imagina, é um prazer ajudá-la. E onde eu levo esses livros? - Gina não estava acreditando em toda aquela gentileza.

- Não, não precisa... deixe que eu levo sozinha.

- Está de carro? - perguntou Harry ignorando a moça.

- Ele está no estacionamento, logo ali, mas o senhor não precisa se incomodar e... - mas Harry a fez calar com a mão.

- Não conseguirá levar tudo isso sozinha, mesmo o carro estando perto. Vamos. - Gina abriu a bocar para protestar novamente, mas Harry se virou e saiu andando.

Se Gina contasse a alguém, ninguém acreditaria. Nem Hermione, que trabalhava para Harry. As pessoas da rua olhavam intrigados aquela cena e Gina não sabia aonde enfiar a cara. Torcia para que não tivesse nenhum paparazzi por perto. Não queria uma manchete intitulada: "Harry Potter, o diretor da DEVON, ajuda garota que trombou nele". Sabia que aquilo era ridículo, mas sabia que essas pessoas andavam na cola das pessoas famosas, sejam artistas, empresários, etc.

- Não acha que é muito livro. - perguntou Harry.

- Na verdade, é para a minha tese.

- Tese de faculdade? E que curso você faz? - perguntou curioso.

- Comunicação.

Gina e Harry chegaram no estacionamento. Ela abriu a porta traseira do carro e o homem depositou os livros lá.

- Mais uma vez obrigada. E me desculpe, eu não estava conseguindo ver nada...

- Também, com aquela montanha de livros, não enxergaria nada mesmo. - disse Harry divertido e Gina corou. - Até mais, senhorita... - estendeu a mão.

- Weasley. Gina Weasley. - completou, apertando a mão dele.

- Senhorita Weasley. - Harry teve a impressão que já tinha ouvido aquele nome em algum lugar, só não lembrava onde. Me chamo Harry. Harry Potter. "'É, eu sei", pensou ela. - Até mais e boa sorte com a sua tese. - deu um sorriso e se afastou.

- Até mais. E obrigada. - Gina viu Harry se afastar. Ainda não estava acreditando que o homem mais famoso de toda a Inglaterra a ajudara com os livros. “Bom, pelo menos, ele é gentil”. Pensou, entrando no carro e dando a partia.

Lógico que não tivera coragem que seria uma das pessoas que faria o teste para trabalhar na empresa dele. Afinal, não tinha intimidade para tocar naquele assunto.. Será que ele a reconheceria quando fosse fazer os testes? No fundo, Gina estava torcendo para que sim, mas também estava torcendo para que ele não a encontrasse e achasse que estava na empresa por ele ter ajudado-a.

"Gina, não pensa besteira. Ele nem se lembrará de mim".

Não sabia por que, mas sentiu um aperto no peito. Ignorando o fato, Gina rumou para a casa para continuar sua tese.

**********

- Mamãe chegou! Mamãe chegou! - disse Sarah contente, ao ver o carro da mãe se aproximando da garagem. Foi correndo para a sala receber a mãe.

- Sarah, vai devagar. Olha os degraus. - pediu Katherina a seguindo. Em instantes, a empregada abriu a porta e Patrícia entrou.

- Mãe!!! - a garotinha correu para os braços da mãe, que a levantou.

- Oi, minha querida. Como você está?

- Bem. Como tá a vovó?

- Ela está bem. - deu um sorriso amarelo.

- Ela tá brava comigo? - Sarah fez bico.

- Não. E porque estaria. - Patrícia não havia entendido a pergunta da filha.

- Claro que não, por quê?

- Porque ela não vem aqui mais me visitar desde que o vovô viajou. - Patrícia sentiu um aperto no coração. Harry tinha razão. Sarah estava sentindo muita falta dos avós.

- É que sua avó está com muitos problemas. - trocou um olhar com a empregada. Respirou fundo. - Filha, a gente precisa conversar.

- Sobre o quê?

- Vamos lá pra sala. Pode vir Katherina. - as três se dirigiram para a sala e sentara no sofá.

Naquele momento, Patrícia percebeu o quão era difícil contar à filha o que precisava. Não queria que a filha sofresse, mas era a melhor que ela soubesse a verdade logo antes que fosse de outra pessoa.

- Filha, quero te falar do vovô.

- O vovô Carl?

- Isso. O vovô Carl... Sarah, o seu avô... ele... bom, ele foi embora...

- Embora... mas pra onde? Podemos ir visitar ele - os olhos da menina demonstravam confusão e Patrícia não pode votar atrás. Abanou a cabeça.

- Infelizmente não. Ele foi embora para muito longe. Ele foi embora para o céu. Seu avô foi morar com o papai do céu. Junto com os anjos. - encarou a filha, que não esboçava nenhuma reação.

- Ele... ele foi pro céu? - perguntou com a voz chorosa.

- Sim, querida, ele foi para o céu. Mas não se preocupe, ele estará aqui ó... - apontou para o peito da filha. - No seu coração.

Sarah deixou que algumas lágrimas escorressem pelo seu rosto e Patrícia a apertou nos braços.

- Ô, filha, não chora. - estava fazendo um enorme esforço para não chorar também. - O seu avô estava dodói e o papai do céu o chamou.

- Mas e a vovó, também foi?

- Não, a vovó não foi.

- Ela tá muito triste? - afastou-se para encarar a mãe.

- Está muito triste. E precisa de você.

- Vai me levar lá? - Sarah parecia estar se acalmando.

- Claro. Amanhã mesmo s gente vai lá visitar ela.

- Promete? - Patrícia sorriu e enxugou as lágrimas da filha.

- Prometo. - Sarah a abraçou. Patrícia tinha certeza que a visita da neta faria dona Gloria sorriu novamente.

**********

Uma Semana depois. O dia dos testes chega.

Gina estava mais nervosa do que nunca. Pensou que era mais fácil dar uma palestra. Estava ansiosa, suas mãos suavam no volante.

O telefone tocou. Gina pegou para atender.

- Alô?

- Gina? É a Hermione. Onde você está? - a voz da amiga se fez ouvir do outro lado da linha,

- Estou chegando. Estou muito atrasada?

- Não, ainda falta uma hora para começar. A Cho está organizando tudo ainda.

- Ok, chego aí em quinze minutos.

- Ok. Tchau.

- Tchau. - E desligou o telefone.

Na verdade, Gina tentou não ficar nervosa durante a semana inteira. Tentou ocupar a cabeça com o teste, mas foi impossível. Não conseguiu dormir a noite passada e temia que aquilo a prejudicasse. Entrar na DEVON era uma oportunidade de ouro e Gina nem acreditava que aquilo estava acontecendo com ela. Faria aqueles testes com todo o desempenho possível, já que o seu maior sonho era entrar para a DEVON, uma das empresas mais famosas de toda a Inglaterra.

Era 8:30 quando Gina chegou no prédio principal da DEVON. O local era constituído por quatro prédios de mármore de 24 andares. Chegou no portão, saiu do carro, apertou o interfone e esperou. Cinco segundos depois uma voz robótica se fez ouvir.

- Pois não? - Gina respirou fundo e falou:

- Bom dia. Eu vim para o teste de Comunicação.

- Ah, sim. Qual é o seu nome?

- Virgínia. Virgínia Weasley.

- Um momento, por favor. - e Gina retornou ao carro.

Pausa. Um minuto depois:

- Pode entrar. - o portão automático abriu para que Gina pudesse entrar.

Acelerou o carro e entrou. Suas mãos ainda suavam.

"Vamos lá, Gina. Chegou a hora".

Continua...

N/A: Pessoas, tenho uma boa e uma má notícia. A má notícia é que eu tô viva e não, esse capítulo não foi escrito do além direto para cá. E a boa é: escrevi mais um capítulo dessa UA, que finalmente, vai começar a pegar no tranco.
Sim, pessoas, agora vai. E espero que vocês continuem acompanhando essa fic que terá romances e dramas.
Bom, sobre o diálogo infantil entre Patrícia e Sarah... entenda. Não há melhor forma de dizer para uma criança que o "vovô foi para o céu" do que "vovô morreu". Concordam?
Se o momento entre Harry e Gina vai causar alguns acontecimentos no futuro? Não sei. ahahahahah (morre*)
Agora, eu vou escrever o cap. 16 da PA2 e depois eu retorno com a fic. Talvez antes das aulas começarem, dia 5, vou tentar, ok?

Enquanto isso, comentem.

Beijos e um Feliz Ano-Novo atrasado.

Jubs.

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