Maureen Robbins
CAPITAL INICIAL - OLHOS VERMELHOS
Música: Olhos Vermelhos – Capital Inicial
Desceu do carro com toda elegância que uma mulher poderia possuir. Os óculos grandes de sol e os cabelos louros escuros cacheados moldavam seu rosto com perfeição e o corpo era de alguém que se cuidava.
Essa era Maureen Robbins. Uma das modelos mais lindas da Inglaterra e o Mundo Fashion. Só perdia mesmo para Gisele Büdchen.
Chamou a atenção das pessoas que circulavam pelo estacionamento com seu andar elegante. Sorriu para o segurança, que abriu a porta como um perfeito cavalheiro. Foi em direção à recepcionista.
- Bom dia. O senhor Harry Potter, por favor.
Dessa vez
Com o mundo nas costas
E a cidade nos pés
- O Iphone é o novo celular com Ipod embutido. Foi lançado pela Apple há pouco tempo. Foi uma revolução no mercado e que passou a LG dos produtos mais vendidos. – Luna mostrava o novo modelo de celular nos slides.
- Um modelo e tanto. – observou Tracey, do setor de tecnologia de ponta. – Podemos lançá-lo.
- Não. – disse Harry. – Fazer um modelo igual seria cópia e a Apple reagiria se fizéssemos.
- Eu andei pesquisando sobre a velocidade de comunicação do Iphone. – comunicou Gina mexendo nos seus papéis. - A tecnologia é bem avançada, de última geração e sua interface parece ser muito boa.
- Poderíamos lançar um parecido. Mas não igual. Obrigado Luna. – Harry inclinou-se. – Recebi um telefonema da Família Real. – agora ele tinha total atenção do chefe. – Eles querem um celular com GPS para facilitar a comunicação dentro do Palácio de Buckinghan e facilitar seqüestro e ameaça de terrorismo.
- Parece bom. O que disse a eles?
- Que pego o projeto. Mas precisamos saber se temos um bom sinal para GPS. – olhou para Gina.
- Vou estudar sobre isso. O GPS é muito eficiente e temos que trabalhar apenas os circuitos e os sinais que o Palácio pode oferecer.
- Perfeito. Quando estiver tudo pronto, faremos outra reunião. Estão dispensados. – um a um saiu pela porta no exato momento que a subsecretária,
- Chefe, tem uma pessoa querendo falar com você.
- E quem é?
- Ela se chama Maureen Robbins, senhor.
Harry esperou que a sala se esvaziasse.
- Mande ela me esperar na minha sala.
- Sim, senhor. – e se retirou.
Pra que correr, se nunca me vejo de frente
Gina estava em sua sala pesquisando mais sobre o IPhone quando a porta se abriu. Era Hermione.
- Vamos almoçar?
- Espere um pouco. – Gina digitou alguma coisa no computador.
- Hoje o chefe tem visita. – a ruiva ergueu os olhos da tela.
- Quem?
- Aquela mulher que ligou para ele outro dia. – Gina sentiu seu estômago despencar. – Qual é mesmo o nome dela? Ah, Robbins, Maureen Robbins.
- A modelo?
- Exatamente.
- O que ela quer com o Harry?
- Bom, pelo que eu saiba. – Hermione fechou a porta e sussurrou para a Gina. – parece que os dois estão ficando, entende? E que vão almoçar juntos.
- Ah... – foi somente isso que Gina conseguiu dizer, escondendo nas profundezas de seu íntimo o ciúme e a sensação ruim que sentiu quando Hermione pronunciou aquelas palavras.
- Os homens babam por ela. Também, linda do jeito que é. – Hermione girou os olhos.
- Admiração? – a outra fez um gesto com a mão.
- Que nada. O que ela tem de linda, tem de antipática. Não gostei muito dela não.
- Hermione... você não tem que gosta dela. E sim, o senhor Potter.
- Verdade... Vamos então?
- Vamos. – Gina desligou seu computador e pegou sua bolsa. A sensação ruim continuava lá. E continuaria por algum tempo.
Harry abriu a porta do carro para exuberante modelo e entrou. Trocaram um beijo longo e apaixonado sem saber que uma ruiva olhava para o vidro escuro tentando conter as lágrimas e que torcia para não encontra-los no almoço.
Nada como um dia após dia
Uma noite, um mês
Os velhos olhos vermelhos voltaram de vez
Dias depois
Famoso empresário assume namoro com modelo
O diretor-geral da DEVON, Harry Potter, 32, assumiu recentemente o namoro com a top-model Maureen Robbins, 29, os dois foram visto juntos almoçando num restaurante chique de Londres.
Harry e Maureen se conheceram durante uma festa beneficente que incluía atores, empresários e modelos. Foram apresentados por um amigo em comum.
“Harry está apaixonado e feliz. Espero que dê certo.” contou o amigo. Harry, porém, evita falar sobre sua vida pessoal.
Harry ficou viúvo há um ano quando sua mulher morreu num trágico acidente de carro. Ele tem uma filha, Sarah, de 6 anos.
- Recentemente, a modelo fez um editorial para a revista Vogue e desfilará na SPFW, no Brasil. Blá, blá, blá. – Hermione jogou o jornal longe. – Que falta do que fazer! – bufou. – Vai levar tudo isso de casaco??
Gina estava arrumando as malas para viajar e uma já estava quase abarrotada de roupa de frio.
- O tempo de lá é maluco. Nunca se sabe quando vai chover, esfriar, esquentar...
- Estou com inveja de você. Vai para Paris, descansar. – Gina fechou a mala com estrondo.
- Não vou descansar, Hermione! Vou à trabalho!
- Ok. – Por mais que negasse, Hermione percebera como Gina estava mudada ou tentava disfarçar desde que Harry assumira seu namoro com Maureen. A ruiva evitava falar do assunto. Alegava que não era da conta dela. - Quando eu receber um prêmio, vou para Paris. - Hermione comentou.
- Ah, você vai sim. Com certeza! – Gina sorriu.
Hermione esperasse que a ruiva desabafasse, colocasse tudo para fora, chorar no seu ombro, mas aquela Gina era dura e fria como mármore. Nunca tinha trabalhado com tanto afinco como estava trabalhando para elaborar o GPS para a Família Real. Gina entrava no trabalho no horário normal e saia quase às onze horas. Às vezes, abdicava horário do almoço, para voltar ao batente. Quantas vezes Hermione viu o entregador de comida entrar e sair da sala de Gina?
- Maureen queria também ir. – desta vez, Gina estancou, mas não olhou para a amiga. – Mas ela tem um editorial para fazer e ela só poderá ir para Paris quando for fotografar lá. – Gina sentiu um certo alívio.
- Depois ela poderá ir. E quem sabe... levar o senhor Potter junto. – deu de ombros. Hermione suspirou.
Aquela viagem seria constrangedora para Gina. Passar uns dias na cidade mais romântica do mundo sem poder se dar uma chance, ser feliz pelo pouco tempo que fosse... Gina parecia aceitar aquilo. E não reclamava.
O namoro de Harry e Maureen fez com que Gina perdesse as esperanças e se convenceu de que sua relação com Harry seria sempre formal, nada mais. Gina teria que esquecê-lo. E se ele se casasse? "Não é problema meu". Outra paixão engavetada no fundinho,
bem no fundo de seu coração.
Sem querer
Parecem claros, frios, distantes
Não têm nada a perder
O namoro de Harry tinha autos e baixos. Adorava Maureen, era inteligente, divertida, determinada. Adorava o tempo que passava com ela. E ela também parecia curtir cada momento ao lado dele.
Porém, nem tudo eram flores. Harry jamais suspeitara que sua filha, Sarah, não gostasse nem um pouco da “madrasta” e que ela se recusava em sair com eles ou ficar na casa quando a modelo ia almoçar lá. Era de praxe. Quando Harry avisava que Maureen almoçaria com ele, bastava Harry dar as costas para Sarah ligar e pedir que a avó a buscasse. Tem dias que ela passava o final de semana inteiro com dona Glória, quando Harry propunha programas para o final de semana junto com Maureen.
E as desculpas... era uma atrás da outra. No começo, Harry acreditava na filha, mas passou a desconfiar quando viu a pequena conversando com alguém. Mas para não magoar a filha, preferiu deixar quieto. Mas concluiu que Sarah teria que aceitar Maureen e não cairia mais nas desculpas da filha.
E outra que não estava gostando desse namoro, era dona Glória, mas evitou entrar em confronto com o genro. Gostava de Harry como um filho e queria que ele fosse feliz com alguém digno. Foi só colocar os olhos em Maureen para se decepcionar.
- Ela quer alguma coisa dele, tenho certeza. – comentou um dia com a amiga no Instituto.
Dona Glória ainda mantinha esperanças de que Harry e Gina pudesse ter alguma coisa, embora a paixão de Harry por Maureen era bastante evidente. Temia por Sarah que não gostava da "madrasta" e parecia que não gostaria jamais. Se por acaso, Harry se casasse? Maureen não tinha cara de quem gostava de criança e provavelmente não ligaria para Sarah, mesmo que a moça tentasse chamar a atenção dela. Harry saberia e escolheria a filha, caso Maureen não aceitasse Sarah e dona Glória agradeceu por Harry amar tanto a filha.
Harry teve que pedir para dona Glória ficar na casa dele para cuidar da filha enquanto estivesse em Paris. Maureen se ofereceu visita-la e Harry não teve como dizer não.
- Deixa ela, Harry. É apenas uma criança. Ela vai me aceitar, você vai ver. – Maureen se aconchegou nos braços do homem que passava a mão nos cabelos dela.
- Espero que sim. Mas Sarah já está me irritando com essa teimosia! – sentou-se na cama. Maureen o acompanhou e pousou a mão no ombro dele.
- Não a force. Será pior. Não quero que briguem por minha causa. Senão vou me sentir muito culpada. – Harry encarou aqueles olhos amendoados e suspirou.
- Pode deixar, mas ela terá que te aceitar. – acariciou o rosto dela.
- Ela vai me aceitar, prometo. – Harry sorriu e a beijou. – Vai me ligar quando chegar a Paris?
- Pode deixar. – deitou-a na cama. Lá fora, a noite estava nublada.
Por que chorar, se amanhã tudo muda de novo
Gina conferiu pela segunda vez se tinha pegado tudo. As malas já estavam prontas e fechadas sobre a cama. O táxi viria daqui alguns minutos. Hermione prometera tomar conta da casa.
Os dias que se seguiram à viagem foram cruciantes. Não por ir com Harry, mas ter que ignorar as pessoas que a olhavam como se fosse destruir o namoro do chefe.
- Se eu fosse a Maureen, eu iria junto. Nunca se sabe. Paris, cidade romântica... – Gina ouviu esse comentário entre os funcionários enquanto andava pelo corredor. Torcia que não chegasse aos ouvidos de Harry.
- Não liga Gi, as pessoas são maldosas mesmo. – Luna garantiu. Ela e Hermione defendiam Gina quando alguém falava que ela roubaria Harry de Maureen.
Na reunião sobre o GPS, Gina mostrou que o aparelho já estava quase pronto e que Luna estava trabalhando avidamente nele. Harry aprovou as duas funcionárias e prometeu uma promoção, caso obtessem sucesso.
O interfone tocou, avisando que o táxi já estava lá embaixo. Gina respirou fundo e empurrou sua bagagem para fora do apartamento. Fechou a porta.
Era onze e meia da manhã quando chegou ao aeroporto. Encontrou Hermione na entrada e as suas foram diretos para a sala de embarque. Entraram e encontraram Sarah, Katherina, dona Glória, Harry e... Maureen.
- Gina! – Sarah correu ao encontro da ruiva, que abraçou alegre. Não perceberam o olhar mortal que Maureen lançara
- Oi, minha querida. Por que não foi me visitar mais?
- Ela não almoça mais comigo. – respondeu Harry. Aquela atenção de Sarah dispensada a Gina o incomodava muito. Era do tamanho do desprezo que a filha tinha por Maureen.
- Ele só almoça com ela. – apontou para Maureen e mostrou a língua para ela.
- Sarah! – Harry se adiantou e apertou os braços da filha. – Pede desculpas!
- Não peço!
- Sarah! – Harry apertou-a ainda mais. A garota sentia seus braços formigarem. – Peça! Agora!
- NÃO!
PAF!!
Tudo aconteceu muito rápido. Harry estava com o rosto púrpura. Maureen sorria disfarçadamente. Gina mantinha a cabeça abaixada. Sarah tinha lágrimas nos olhos. O pai acabara de lhe dar um tapa.
- Eu quero que você saiba, mocinha, que você vai ter que aceitar Maureen de uma vez por todas, porque é com ela que vou formar uma família! ENTÃO, TRATE DE ACEITÁ-LA, ANTES QUE EU A MANDE PARA SUIÇA!!!
- EU TE ODEIO!! – Sarah saiu correndo da sala. Dona Glória e Katherina foram atrás dela.
- Não devia ter feito isso, Harry. É só uma criança... – murmurou a velha senhora antes de sais
- Ela está me irritando...
Gina baixou o olhar e se sentou no fundo. Maureen tentava consolar Harry. Hermione sentara ao seu lado.
- Ele não devia tratar Sarah assim. Ameaçá-la mandar para Suíça por causa disso? – Gina não se conformava com as palavras do chefe.
- Ele está cego. Cego de paixão. Será que ele não percebe que Maureen não quer nem saber da Sarah? - Hermione não se conformava.
- Como assim? - Gina encarou a amiga.
- Maureen também não gosta da Sarah. E ela é bem capaz de mandá-la para Suiça.
- Ela não pode fazer isso! Não é nada dela!
- Futura madrasta, pelo que Harry quis dizer.
As duas estavam falando baixinho. Harry estava arrependido de ter falado com Sarah daquele jeito.
- Mandar Sarah para Suiça, amor? Não é pra tanto... - Na verdade, Maureen estava adorando aquela idéia.
- Eu sei, foi de repente. É claro que não farei nada disso!
Maureen continuava massageando os ombros do namorado. Um sorriso maldoso pairava dos seus lábios.
“Você não, querido, mas eu...”
Nada como um dia após dia
Uma noite, um mês
Os velhos olhos vermelhos voltaram de vez
Dez minutos depois, o auto-falante anunciou o embarque de Harry e Gina. A ruiva não quis encarar Harry. Não depois do ocorrido. Ainda mais que Sarah pediu para ir embora e não quis se despedir do pai. Ficariam brigados até ele chegar. Sentiu dó da menina e de Harry também. Ele não estava medindo as conseqüências dos seus atos.
Despediram-se de todos e se encaminharam até a plataforma. Não falaram nada até estarem acomodados nos seus devidos lugares.
- Gina... sobre agora pouco. Quero me desculpar sobre o meu comportamento com a minha filha. Ultimamente, ela está me tirando do sério.
- Você não devia tratá-la assim, Harry. – Gina o encarou. – Tá, eu sei que não tenho nada a ver com isso, mas... tenha paciência com sua filha. Se ela ver que você está feliz, ela vai aceitar. – falou aquelas palavras com uma certa pontada de tristeza.
- Sabe o que eu queria? Que ela gostasse da Maureen como gosta de você. – a ruiva enrubesceu. – Será que você... – inclinou-se. – Será que você podia conversar com ela quando voltarmos. Eu queria tanto que minha filha e Maureen se dessem bem.
Aquela era a última coisa que Gina queria que Harry pedisse. Convencer Sarah de que outra mulher... que Maureen seria bom para ele era ir além de suas forças.
- Eu não sei Harry. Eu acho que... não devo me meter.
Harry compreendeu. Ele também não queria pedir aquilo para ninguém. Fizera duas tentativas com dona Glória e Katherina, mas aquelas duas pareciam estar ao lado da filha.
- Eu sei... desculpe. Prometo não tocar mais nesse assunto.
- E vai prometer ligar para a sua filha quando chegarmos a Paris. Não vai querer ficar brigado com sua filha por algum tempo, ou vai?
Harry não tinha pensado naquilo. Ele odiava brigar com a filha e estaria a quilômetros de distância para uma reconciliação.
- Eu vou ligar. Quando eu pisar em terra, vai ser a primeira coisa que farei.
Nada como um dia após dia
Uma noite, um mês
Os velhos olhos vermelhos voltaram de vez
Dirigindo pela estrada, Maureen vibrava.
Estava tudo dando certo. Harry caíra na sua rede. Estava brigando com a filha por sua causa. Perfeito.
Só faltava uma coisa para coroar e ela não perderia tempo.
Agora tinha um assunto importante: Sarah. Aquela pirralha seria capaz de atrapalhar seus planos. Harry havia dado uma idéia. Até que mandá-la para Suiça não seria uma boa idéia.
"Aquela pestinha vai ver que eu sou capaz".
Como era do meio conhecido, Maureen conhecia bastante gente e já fizera várias coisas. Ela ria até hoje porque ainda não descobriram como seu ex-namorado fora assassinado. O rapaz foi encontrado morto numa mata abandonada.
Outra coisa: Gina. Maureen observara-a e percebeu que ela era bonita o suficiente para os homens babarem por ela. E Harry estaria ä quilômetros de distância com ela. Controlaria ele de onde estava. Gina não tomaria seu lugar, não ia mesmo.
"Se tomar, acabo com ela."
O celular tocou.
- Fala.
- Ele já foi?
- Acabou de embarcar.
- Está vindo para cá?
- Estou chegando.
- Não demora, hein? Estou te esperando.
- Pode deixar. Tchau. Beijo.
Desligou o telefone e foi direto para o local marcado. Deixaria o caso Gina e Sarah para depois.
Uma coisa ela poderia garantir: Elas e Harry estavam marcados por ela.
Os velhos olhos vermelhos...
Continua...
Não me matem! Precisava apimentar a fic e coloquei a Mal... Maureen, que vai dar o que falar. Nem precisa adivinhar o que ela está planejando, né?
Obrigada pelas reviews. Bjos da Juh.
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