Intérprete



Capítulo Cinco – Intérprete

Cemitério Soltz

Harry e Sarah estavam em pé ao lado do jazigo da família Washington. O cemitério estava vazio e com a calmaria que só aquele lugar tinha. Um enterro acabara de acontecer e as pessoas haviam se retirado.

- Sinto saudades, mamãe. – Sarah enxugou uma lágrima. Depositou uma rosa no túmulo da mãe. – Eu queria que você me visse na escola, me visse ler e escrever. Eu vou escrever uma carta para você e vou ler aqui.

Harry olhava aquilo com lágrimas nos olhos. Como gostaria que Patrícia estivesse aqui para ver a filha crescer e progredir. Sabia que a mulher estava orgulhosa com tudo aquilo estava acontecendo com a filha.

- Vamos embora, filha. Já está quase na hora de você ir para a escola.

- Tá. – mandou um beijo para a foto da mãe e foi embora de mãos dadas com o pai.

- Até logo, meu amor. – murmurou Harry se afastando do túmulo.

DEVON

Gina estava estudando um projeto para uma filial na Austrália e Nova Zelândia. Seu objetivo era atingir as ilhas mais remotas da Oceania com essas filiais.

- Gina! – Hermione entrou na sala da amiga. Parecia desesperada. – Amiga, você tem que me ajudar!

- O que foi que aconteceu? – Gina ficou preocupada com estado da amiga. – Sente-se.

Hermione sentou-se e começou a explicar.

Flashback*

- A reunião com os franceses está marcada para o mês que vem, em Paris. – confirmou Hermione para Harry.

- Ótimo. Agora, eu preciso de um intérprete. Meu francês é péssimo. – completou Harry.

- Vou arranjar alguém para o senhor. – prometeu Hermione.

Já fazia uma semana que Hermione procurava o intérprete e não achava. Muitos estavam contratados ou estavam na Bélgica fazendo intercâmbio.

- È isso. Já faz uma semana que eu não consigo ninguém... Harry vai me matar! – Hermione estava visivelmente nervosa.

- Calma, Hermione. Você encontrará alguém. – deu um copo d’água para a amiga.

- Você não entendeu, Gina. Você é a minha única saída. – Gina temeu o que viria a seguir. – Quero que você seja a intérprete.

- Eu?? Ah, Hermione...

- Gina, você fez dois anos de intercâmbio na França. Fala fluentemente, o que custa? Olha, eu não queria falar com você antes para não levantar suspeitas, mas acho que eu não tenho mais saída.

- Ah, Hermione, não sei...

- Gina, serão apenas alguns dias. Harry precisa fechar esse contrato. Por favor... – o olhar da amiga era de súplica e Gina não teve como recusar.

- Ok, eu aceito ser intérprete. Mas... com o aval do Senhor Potter. – Gina não queria que Harry ficasse surpreso com a proposta de Hermione.

- Claro que vou falar com ele, Gina. Obrigada! Com certeza, ele aceitará. – saiu da sala. Gina balançou a cabeça e voltou para seu projeto, tentando manter seus pensamentos longe dela e de Harry em Paris.

Instituição Patrícia Potter

Glória estava vendo o trabalho que Louise, irmã de Katherina, estava fazendo no instituto. Realmente, a garota de apenas 23 anos tinha jeito com crianças. E eles a adoravam.

Norah, uma amiga e confidente de longa data da senhora, aproximou-se. Ela se uniu ao Instituto pelo mesmo propósito da amiga e depois que perdera o marido vítima de um acidente aéreo.

- Vejo que está mais contente. O que há?

- Ontem, eu fui na DEVON e conheci a novata que entrara no lugar de Cho Chang. O nome dela é Gina Weasley.

- Sim?

- Foi engraçado... eu mal a conheci e tive vontade de me abrir com ela. Estranho... eu gostei dela. E eu senti que... ah, bobagem.

- Ah, não. Fale.

- Ela me lembrou muito a minha filha. O jeito de ser... – suspirou. – Pensei nela como namorada do meu genro. – sorriu sem-graça. – Meio bobo, não?

- Talvez essa garota tenha algo em especial. – Norah afirmou enquanto ela e dona Glória observavam as crianças brincando no pátio.

Dois dias depois na DEVON

Hermione entra na sala de Harry.

- Harry, consegui o intérprete! – Hermione estava feliz. – Ou melhor, a intérprete!

- Ótimo. E quem é?

- A Gina.

- A Gina?

- É, ela estudou dois anos em Paris e fala muito bem. Ela é de confiança. – pausa. – Então, vai aceitá-la ou não?

- Bem, não tem porque não aceita-la, certo? Gina é de confiança. Peça para ela vim falar comigo.

- Ok. – Hermione estava radiante.

Ficaram algum tempo em silêncio resolvendo alguns assuntos. Harry pára e diz.

- Hermione?

- Sim?

- Acha que um dia eu serei feliz novamente? Sabe... encontrar alguém para casar ter filhos, talvez?

- Se eu acho isso? Harry, você tem todo o direito de refazer sua vida. Você é jovem, bem de vida. Com certeza, vai encontrar alguém que te mereça.

Harry sorriu. Resolveu não falar sobre o sonho que tivera na noite anterior.

Do lado de fora, Gina se afastou com o coração aos pulos. Estava ansiosa para saber se Harry a aceitaria com intérprete, mas não esperava ouvir aquele tipo de conversa. Só de imaginar Harry com outra mulher...

“Oras, Gina Weasley! Harry pode muito bem refazer a sua vida com outra mulher. Quem é você para impedir??” Sua mente repreendeu-a.

Uma figura pequena de lançou sobre ela, fazendo seus pensamentos envaporarem-se.

Sarah Potter estava abraçada a Gina Weasley.

- Oi pequena. – sorriu para a garota. – Não precisa nem dizer, veio ver o seu pai.

- É. E vim ver você também.

- Fico feliz que não tenha se esquecido de mim.

- As pessoas nunca se esquecem daqueles que salvam nossas vidas. – Gina ficou emocionada com aquelas palavras.

Harry e Hermione saem da sala e estacam ao ver Gina com Sarah no colo.

- Papai! – Sarah sai do colo da ruiva e corre para abraçar o pai que a ergue. – Estou com fome, vamos comer!

- Claro que sim! Garotas, eu vou almoçar com a minha filha e já volto!

- Hã... pai?

- Sim.

- A Gina pode ir com a gente?

A face de Gina se tornou rubra e trocou um olhar com Hermione, que a olhou divertida.

Harry, porém, percebera que a filha gostou de Gina desde aquele dia que a ruiva a salvara.

- Claro... quer dizer, se a Gina quiser?

- Quer ir, Gina? – Sarah pediu de um jeitinho que era impossível recusar.

- Não quero incomodar.

- Não é incomodo nenhum, Gina. Minha filha e eu estamos a convidando, certo?

- Certo! – disse a garotinha contente.

- Hã... ok, eu aceito, então. – Gina não sabia se sentia-se feliz ou envergonhada. A menina era espontânea.

Foi com Harry e Sarah almoçar num restaurante de massas, o preferido de Sarah. Conversavam amenidades e a a ruiva sentia que a afinidade com a menina estava aumentando e Harry percebera isso.

Num restaurante não longe dali...

- Sarah gostou mesmo da Gina, hein? – comentou Luna para Hermione.

- As crianças percebem quando as pessoas são boas ou ruins. Elas têm essa percepção. – observou Hermione. Luna concordou com um aceno de cabeça.

- Então... já arranjou uma intérprete?

- Sim.

- E quem é?

- A Gina. – Luna abafou uma tossida.

- A Gina?

- È, ela estudou dois anos na França e fala muito bem. Pelo menos, será alguém de confiança.

- Hermione... você demorou uma semana procurando um intérprete para falar com a Gina? – Hermione ficou atrapalhada.

- Sabe... eu não queria que ninguém achasse que eu estava beneficiando ao chamar a Gina logo de cara. Claro que eu queria sugeri-la antes, mas diria que era só porque éramos amigas. Como não tive mais saída...

- Chamou a Gina.

- Exatamente.

- Ora, Hermione. Nós sabemos que vocês duas são melhores amigas e que vocês seguem a política da DEVON: do prédio para dentro, as relações são extremamente profissionais. Então, se você demorou para chamar a Gina estava cumprindo as regras.

- Sim.

Continuraram conversando amenidades. Luna comentou que viu na London Magazine que Harry era o víuvo mais cobiçado do país. Hermione riu.

- Até ele achar alguém para se casar novamente.

- O que eu acho que vai demorar.

- Acho que não. – Luna a olhou integrada.

- O que quer dizer?

Hermione logo se arrependeu do que dissera. Luna, embora fosse espontânea e divertida, era engraçada e sincera. E alguém de confiança.

- Promete guardar segredo?

- Claro. Pode falar.

- Hoje eu fui falar sobre a Gina para ser intérprete e ele me perguntou se será feliz novamente algum dia.

- E o que você respondeu?

- Falei que sim, que ele era jovem e que poderia refazer sua vida. Mas com alguém de confiança.

- O duro é achar “alguém de confiança”?

- Verdade. Mas Harry é inteligente. Vai encontrar. – Hermione não tentou pensar em Gina.

O telefone de Hermione toca. Ela atende.

- Alô? Olá, Cedrico, como vai? O quê? – Hermione arregalou os olhos. – Nasceu?? E a Cho está bem? – sorriu radiante. – Parabéns, manda um beijo para a Cho! Tchau. – desligou. – a filha de Cho nasceu. – Luna deixou escapar um gritinho de alegria.

- Puxa, que bom! E como vai se chamar a menina?

- Cho disse que se colocará o nome de Lynn.

- Lynn... nome bonito...

- Um brinde à filha de Cho. – Hermione ergueu seu copo.

- Um brinde. – Luna ergueu seu copo e bateu com o de Hermione.

DEVON – dia seguinte

Gina estava na sala de Harry conversando sobre a viagem. Gina ficara feliz por Harry confiar nela, mas pensar numa viagem para um lugar rômantico como Paris com Harry tirava seu sono.

- Seu passaporte está em dia?

- Sim. Eu sempre confiro para alguma viagem repentina.

- Excelente. Semana que vem eu providenciarei as passagens e a entregarei pessoalmente, ok? Nos ausentaremos por uma semana. Será o suficiente para fechar o contrato.[

- Obrigada pela confuança, senhor Potter.

- Eu que a agradeço por aceitar essa tarefa. Receberá um taxa extra.

- O senhor não precisa...

- Faço questão.

- Ok. Obrigada novamente. – Gina sai da sala e vê Hermione a olhando contente. Gina fica corada. Sabia exatamente o que a amiga estava pensando.

Agora... viajar a sós com Harry era um sonho distante que se tornara realidade antes do previsto.

“É apenas uma viagem a trabalho, nada mais.”

Casa do Harry.

- Katherina, cuide de tudo durante minha ausênsia, principalmente de Sarah. Dona Glória ficará aqui por alguns dias para lhe ajudar.

- Pode, deixar senhor.

Era sete e meia e os três estavam jantando. Sarah contara todas as novidades da escola para o pai quando, de repente, perguntou:

- Pai, você gosta da Gina? – Harry a olhou surpreso e Katherina; desconfiada.

- Claro que gosto dela. È uma excelente funcionária. – Harry tentou ignorar que Sarah havia perguntado do outro tipo de gostar. Com Katherina não foi diferente. Ela tinha um sorriso nos lábios.

- Não, pai. Eu queria saber se a você gosta dela como... namorada. – Harry engasgou-se com a comida e Katherina abafou uma risada.

- Oras, filha, que idéia... claro que não! – Sarah deu de ombros.

- È que eu gostaria que você namorasse com ela. – a garota falou simplesmente. Harry olhou para a babá totalmente desconcertado.

- Claro que não filha. A Gina é apenas minha funcionária. Só isso.

Depois do jantar, Harry ajudou a filha na lição e colocou-a para dormir. Foi para seu quarto ainda admirado pelas palavras da filha.

Casa da Gina

“Paris: uma cidade romântica e cheia de atrativos. Os casais apaixonados vão amar a cidade, os museus. Ninguém fica solteiro aqui...”

- Chega! – Gina jogou a revista de turismo longe. Ainda estava perturbada pela viagem que faria junto com Harry e aquela revista não estava ajudando em nada.

Ligou a televisão no canal de noticiários. Estava passando uma notícia de um acidente de carro, onde duas pessoas foram mortas. Gina olhou com desinteresse, mas engasgou ao ver a foto de uma das vítimas.

Era seu ex-namorado, Dino Thomas.

Continua...

N/A: H/G em breve. Aguardem...

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