O Casamento



Harry acordou na manhã seguinte disposto a pensar em tudo, menos em Hermione e no beijo. Achou melhor tentar conversar com ela normalmente como se nada tivesse acontecido. Mas será que seria fácil? Isso ele sabia que não seria.

- Harry! Que bom que você acordou! – viera uma voz ao canto, Rony, aparentemente acordara mais cedo e já estava vestido.

- Bom dia pra você também Rony! – disse Harry ainda um pouco sonolento.

- Não pra mim... mamãe me acordou cedo pra ajudar na arrumação do casamento.

- E por que não me acordaram também? – perguntou Harry um pouco indignado.

- Mamãe disse que você precisava descansar. Disse que você tinha feito uma longa viajem ontem... você sabe como ela é super protetora com você...

- Ah... mas eu queria estar acordado desde cedo ajudando a arrumar tudo. Falando em cedo, quantas horas são?!

- Agora?! Bem, eu acho que deve ser mais ou menos 11 horas.

- Acho que dormi de mais – disse Harry um pouco sem jeito.

- Não muito. Em todo caso, mamãe pediu pra você descer pra tomar café. Ela fez umas panquecas que estão dos Deuses... – disse Rony passando a mão na barriga indicando que estavam realmente apetitosas.

- Tudo bem, diga a ela que já estou descendo...

Harry se levantou, arrumou sua cama e foi para o banheiro lavar o rosto e escovar os dentes. Feito isso, desceu. Quando Harry entra na cozinha ficou espantado com a quantidade de comida que estava sobre a mesa, todos os tipos de tortas, doces e carnes.

“Esse casamento promete...” – pensou Harry rindo-se.

- Ah! Harry, querido! Dormiu bem eu espero?! – perguntou a Sra. Weasley.

- Sim, obrigado.

- Bem, venha tomar café. Pode tirar o quanto quiser... – disse Sra. Weasley apontando a mesa.

- Obrigado. – disse Harry servindo-se de um delicioso empadão.

- Ei! Você não me deixou comer o quanto quisesse! – reclamou Rony enfurecido.

O dia se passou lentamente. E quando chegou o fim de tarde todos já estavam cansados e prontos para o casamento. Gui estava em seu quarto com seu pai. Fleur, com sua mãe, sua irmã, Gabrielle, a Sra. Weasley, Gina e Hermione, estavam no quarto da Sra. Weasley. Harry e Rony estavam indo se arrumar e passaram pela porta do quarto de Gui quando ouvem a voz do Sr. Weasley...

- Meu filho, eu tenho medo do que possa vir a acontecer em seu casamento. – disse em tom sério.

- Medo papai?! Medo de que?! – perguntou Gui parecendo despreocupado.

- Medo de que Você-Sabe-Quem venha com os Comensais para um ataque! – disse o Sr. Weasley – Eu sei que eu não deveria falar isso com você bem no dia do seu casamento, mas é que...

- Ah, relaxa papai, porque Você-Sabe-Quem viria atacar no meu casamento? – perguntou Gui.

- Por que, meu filho? Bom, é um bom número de bruxos reunidos. Ele sabe que nós fazemos parte da Ordem e que conseqüentemente virá somente bruxos que está no nosso lado.

- Por Mérlin papai! – começou Gui – Você não acha que ele pode querer vir atrás da arma, acha?!

- Para ser sincero, eu acho que sim. Sabe, desde que Dumbledore morreu ele sabe que a arma perdeu uma grande proteção, sabe também, que agora carregamos a arma para todos os lados.

- Sim, eu sei.

Harry e Rony apuraram os ouvidos para escutar melhor. Não queriam perder nem um pedaço da conversa. Sabiam que não deveriam estar escutando, mas agora sabiam também que deveriam estar preparado para um possível ataque de Voldemort.

- Então, vamos descer? Acho que daqui a pouco os convidados já devem estar chegando. – falou o Sr. Weasley quebrando o silêncio finalmente.

- Sim, vamos. – respondeu Gui – Deixe-me só acabar de colocar a gravata.

Harry e Rony subiram sorrateiramente as escadas. Ainda estavam abismados com a conversa que acabaram de ouvir. Ao chegarem ao quarto de Rony ficaram quietos, pensado em todas as informações que acabaram de obter, foi Rony quem quebrou o silêncio.

- Você acha mesmo que pode haver um ataque de Você-Sabe-Quem?

- Sinceramente... eu não sei mais o que pensar... – disse Harry analisando as possibilidades.

- Ainda não consigo acreditar que não nos contam o que é a arma! Nós já atingimos a maioridade e nem nos deixaram integrar na Ordem!
- Você sabe o que nos disseram. Só pra quem já se formou... Com exceção de Fred e Jorge, que desistiram da escola.

- Sim, Harry, eu sei. Mas poderiam ao menos nos dizer o que é a arma, além de nos deixar curiosos, ficamos sem saber de um passo que Aquele-Que-Não-Se-Deve-Nomear dá. Eu fico indignado que nem mesmo Fred e Jorge têm nos contado... Eles eram nossos cúmplices! – Falou Rony infeliz com tanta falta de informação.

- É, eu também. Sirius nos contaria...

- Ah! Vamos parar de nos preocupar por enquanto e vamos tomar banho. – Rony disse pondo um fim no princípio de tristeza de Harry.

- Você toma primeiro. Eu ainda tenho que passar as minhas vestes à rigor.

- Não me fale em vestes á rigor, só de lembrar das minhas do quarto ano eu ainda entro em estado de depressão.

- Você vai usar a mesma?

- Não, Fred e Jorge me compraram novas. Santos! Não me deixariam pagar aquele King-Kong no casamento do meu irmão!

- É, eu acho que não... – disse Harry observando Rony entrar dentro do banheiro.

Na hora do casamento todos já estavam prontos e esperando os convidados chegarem.

As vestes novas de Rony eram realmente legais. Pretas com golas azul-claro-metálica, uma blusa branca por baixo e gravata borboleta preta.

Harry, também adquirira vestes novas. Esta toda azul marinho, blusa preta e gravata prata. “Essas gravatas darão um tom especial aos seus olhos!”, dissera a Sra. Weasley na Madame Malkin.

Hermione estava simplesmente... maravilhosa! Pensava Harry quando a olhava. Trajava um vestido longo em tom salmão com pequenas flores bordadas à mão em lantejoulas rosa. Seu cabelo estava solto com grandes cachos perfeitamente iguais... seu rosto esbanjava um sorriso tão intenso, tão espontâneo... e seus lábios, “ah que lábios!” –pensou Harry-, estavam rosados...

Gina também estava muito bonita. Seu vestido preto dava um toque especial a seu cabelo vermelho berrante preso em um coque.




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Rony estava de vestes novas, veste que Hermione nunca vira. Eram realmente bonitas, pretas com golas azul-claro-metálico. Seus cabelos pareciam mais intensos com aquelas vestes.

Harry, como já era do conhecimento de Hermione, tinha ido a Madame Malkin comprar vestes novas. E como dissera a Sra. Weasley, aquela gravata prateada dava um tom especial aos seus olhos. “Nossa! Como ele está lindo!” – pensou.

Hermione caprichara no visual, não sabia o porquê, mas ela tinha a impressão de que algo especial iria acontecer hoje. Então comprou um lindo vestido salmão com flores bordadas com lantejoulas rosa. E fizera ela mesmo cachos em seus cabelos. E agora olhava para Harry esperando a hora do casamento.

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Harry virou-se para olhar para Hermione, e seus olhares se encontraram por alguns instantes. Eles ficaram ali, olhando um para o outro um bom tempo, até que Rony, veio interromper.

- Embaça! – Falou Harry indignado.

- O que disse Harry? – perguntou Rony que não ouvira direito.

- Nada, perguntei o que você estava falando... – despistou.

- Só disse que já vai começar a cerimônia.

- Ah...

Já chegara todos os convidados. Harry nunca tinha ido a um casamento bruxo e estava realmente ansioso pra saber como funcionava.

- Ouvi dizer que o casamento bruxo não é muito diferente de um casamento trouxa... – disse Hermione que chegara a seu lado.

- Sabe, às vezes eu acho que você pratica Oclumência em mim diariamente. – disse Harry com um sorriso vacilante – Eu estava pensando exatamente em como é um casamento bruxo...

- Eu nunca pratiquei Oclumência não, mas eu acho que é uma boa idéia! – respondeu Mione com um sorrisinho cínico.

Quando a cerimônia começou Harry percebeu que tinha algumas semelhanças com o casamento trouxa, mas não eram muitas. Não tinha padre, não tinha testemunhas, mas o noivo entrava com a mãe e a noiva com o pai. No caso de Fleur, com o Sr. Weasley já que seu pai falecera. Mas era só isso. Tinha um Auror que lança um feitiço de união e um escrivão do Departamento de Casamentos e Uniões Mágicas que registrava as pessoas que estavam se unindo.

Ao término da cerimônia todos já estavam se esbanjando na festa, Harry ainda não se acostumara a ser um bruxo maior de idade. E estava bebendo mais do que deveria. Wisky de Malte, Cerveja Amanteigada, Licor de Algas, Vinho de Urtigas... Sabia que não deveria beber de mais, e já estava ficando tonto quando uma voz o chamou a razão.

- Harry, chega! Pare de beber. Amanhã voltamos a Hogwarts e você não deve beber de mais. – disse Hermione pegando o copo de vinho de urtigas de sua mão.

- Ah pára Mione! Eu nem estou bebendo de mais... – disse Harry tentando pegar o copo de volta.

- Não Harry, chega! – disse Hermione colocando um ponto final na história.

- Ta bem... mas só se... – Começou Harry...

- Só se?

- Se... –disse Harry dando um beijo na boca de Hermione.

Hermione ficou sem reação. Como Harry pudera beija-la bem ao lado de Rony?! Tudo bem, Rony estava aos amassos com Parvarti Patil, amiga da sua ex Lilá Brown. Bem, e Gina?! Mas era um beijo tão bom, tão...

- Harry, pára! Chega Harry! Eu falei que você não deveria beber...

- Ah, conta outra vai! Eu bebi sim, mas eu nem estou tonto. Se eu te beijei, beijei porque eu quis, não por ação de bebida.

- Mas olha o Rony, Gina, todos viram!

- Gina viu sim, mas o Rony. Eu duvido que ele tenha prestado atenção em alguma coisa...

- É verdade... – disse Hermione dando uma olhada pra Rony e Parvarti.

- Vamos Mione, eu não consigo mais ficar longe de você. E devido a intensidade deste beijo, eu acho que você também quer muito ficar comigo.

- Sim Harry, eu quero. Mas Rony e Gina vão achar que nós somos traíras.

- Achariam se apenas um de nós quisesse. Mas nós dois queremos Mione, nós dois. Vai conversar com Rony. E deixa que eu converso com Gina.

Harry foi conversar com Gina e tentar explicar toda a situação. Achou-a a um canto pensativa.

- Gina, queria falar com você sobre... – começou Harry.

- Tudo bem Harry, não se preocupe, eu entendo... Acabou. Você pode ficar com quem você quiser. Inclusive a Mione. Eu sei que vocês se gostam... Além do mais, eu já estou com outra pessoa.

- Sério? Você não liga mesmo?

- Não Harry, nem um pouquinho.

- Que bom, estava realmente com medo de te magoar. – disse Harry dando um beijo e sua bochecha e saindo. – Gina, quem é o garoto com quem você está ficando?

- Isso Harry, é uma coisa que só com o tempo você vai poder saber.

- Mas Gina, você vai esconder isso de um amigo?

- A questão Harry, não é esconder, é vocês aceitarem... – disse ela dando as costas.



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- Ron! Ron! – Chamou Hermione sabendo que estava interrompendo.

- O que é Mione? – disse ele indicando impaciência.

- Quero falar com você. Quero não, preciso!

- Tá, fala logo!

- Sozinhos!

- Tudo bem, já entendi que estou atrapalhando. – disse Parvarti saindo - Mas Hermione, por favor, não demore com ele não, eu não quero ficar sem esses deliciosos beijos ruivos.

- Tudo bem, prometo ser bem rápida...

- Vai, fala logo. Você não viu que você me interrompeu em algo importante?

- Ah, francamente né Rony! Bem, o caso é o seguinte...

- Você e o Harry estão ficando! Se for isso, eu já sabia.

- Já? Mas como, você não se importa?

- Bem, o Harry delirou com você a noite inteira. Eu tiver que agüentar ele sonhado com beijos seus... e sim, de começo eu me importei sim, mas agora eu não ligo mais. Sabe, eu acho que eu estou realmente gostando da Parvarti.

- Gostando? Rony é a primeira vez que você fica com ela! – disse Mione rindo.

- Sim, é a primeira vez, mas a Poção do Beijo é tão fascinante que...

- Mione, aonde você vai?!

- Falar com o Harry...

Harry vinha em sua direção, parecendo que tinha sido atacado por um feitiço do riso.

- Mione, Gina falou que tudo bem. Que podemos ficar juntos sem problemas! – disse Harry abraçando-a.

- O Rony disse a mesma coisa. Disse até que já sabia... Parece que você andou sonhando com os meus beijos Sr. Potter!

- Sonhei mesmo, mas não sabia que andava falando durante os sonhos. – disse tomando Hermione em mais um beijo. Só que desta vez mais caloroso e intenso do que da ultima.

“Agora nada poderia os impedir de ficar juntos. Nada. Não tinha a interferência de ninguém...” - pensava Harry durante o beijo. Mas é melhor não pensar, simplesmente beijar. Não sabiam quanto tempo tinha durado aquele beijo, quando ouviram uma enorme explosão vinda de algum lugar perto da pista de dança.

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