Um Presente Especial
Depois disso, Harry, Rony, Luna e Hermione rumaram para a sala comunal, e em seguida as garotas foram para o dormitório feminino, deixando Harry e Rony sozinhos.
- E então? Vai abrir o jogo para mim, ou não? – perguntou Rony.
- Que jogo? Não tô escondendo nada de você! – respondeu Harry.
- Eu tô falando da Hermione, cara! Você tá afim dela mesmo?
- Tô...- respondeu Harry.
- E o que que você vai fazer? Vai contar pra ela? – perguntou Rony.
- Não! Eu não posso contar pra ela!
- Por que não, Harry? Como é que você vai fazer pra ficar com ela?
- Eu não vou ficar com ela, Rony! O meu maior erro foi me apaixonar por ela! Justo pela minha melhor amiga? Eu posso perder a amizade dela! – falou Harry.
- E você vai ficar aí, parado? Você tem noção que ela pode estar gostando de você?
- Não, ela não gosta de mim! Rony, o Duelo Final se aproxima cada vez mais, e se eu morrer? Como é que eu vou fazer?
- Mas, Harry, você tem a herança dos seus pais!
- Eu sei, mas se Voldemort souber que eu tenho o frasco que garante vida imortal a quem usa, ele vai fazer de tudo para destruí-lo! E se ele conseguir, eu não vou poder fazer nada! Se ele lançar a Maldição Da Morte em mim, eu vou morrer, Rony! – falou Harry – e se eu ficar com ela, ela vai sofrer se eu morrer!
- Harry, você ficando ou não com ela, ela vai sofrer do mesmo jeito! – falou Rony.
- Ah, não sei, mas eu não posso dizer a ela! E você também não vai dizer a ela, OK?
- Tá, O.k. ... mas Harry ela gosta de você! – implicou Rony.
- Como você tem tanta certeza? – perguntou Harry.
- Porque ela fica estranha quando você tá por perto! – replicou Rony.
- Rony, isso não é motivo! – falou Harry.
- É sim! Você vai esconder esse sentimento até quando?
- Até, quando eu morrer! – falou Harry.
- Aha! Quer dizer então que você vai ficar sofrendo por isso! Eu sei o que é isso, Harry, você tá com vergonha de dizer a ela! Você quer que eu diga?
- Não, Rony! Eu não quero!
- Tá... mas eu vou poder contar pra ela algum dia? – perguntou Rony.
- Vai... só se eu morrer duelando contra Voldemort! E você só vai dizer se ela não estiver tão mal assim!
- Ah, tá bom.... até parece que ela não vai ficar mal... – sussurrou Rony para si mesmo.
Enquanto os dois discutiam na sala comunal, Luna e Hermione conversavam no dormitório feminino.
- Então você gosta dele? – perguntou Luna – do Harry?
- É acho que sim! – respondeu Hermione.
- E por que você não conta pra ele?
- Porque ele não gosta de mim, e eu vou pagar o maior mico!
- Como você sabe que ele não gosta de você?
- Não sei... mas com certeza não é de mim que ele gosta!
- Ah, eu não teria tanta certeza!
- Como assim?
- Você já reparou que o Harry fica te olhando quando você não percebe? – falou Luna.
- Não, não reparei! – falou Hermione.
- Pois deveria reparar... e se ele estiver gostando de você e não está com coragem para te contar?
- Bom, aí, eu não sei...
- Então... se os dois estiverem apaixonados um pelo outro, e nenhum de vocês está com coragem de contar, os dois vão sofrer!
- Ah, não pode ser, Luna... não pode... eu não posso dizer ao Harry! – respondeu Hermione - e nem você vai contar, OK?
- OK.... mas pensa no que eu te disse!
Amanheceu frio aquele dia. Harry acordou com um pensamento na cabeça. Ele daria a correntinha que seus pais lhe deram, para Hermione. Seu coração lhe dizia que isso era o certo. Pelo menos, se ele não sobrevivesse, Hermione o guardaria na lembrança. Decidiu também, que escreveria uma carta a ela e outra a Rony, para no caso de tudo dar errado. Faria isso a noite, enquanto Rony estivesse dormindo.
Harry levantou, trocou de roupa e desceu para o café, onde não encontrou Hermione.
- Onde a Hermione está, Luna? Perguntou Harry.
- Não sei, acho que ela já tomou café, e deve estar na biblioteca! – respondeu Luna.
- Hum, O.k., obrigada! – respondeu Harry.
A primeira aula daquele dia era Feitiços. Harry terminou o café, e seguiu sozinho para a sala de Flitwick.
Hermione chegou atrasada.
- Onde é que você estava? – perguntou Harry enquanto ela sentava-se ao seu lado.
- Ah, eu fui na biblioteca fazer uma pesquisa!
Harry não estranhou a visita cedo de Hermione a biblioteca, já era uma coisa normal.
As aulas não foram tão ruins. Eles tiveram um tempo de Feitiços, seguido por dois de Poções. Após o almoço, tiveram mais dois tempos de Transfiguração e um de defesa Contra as Artes das Trevas. Harry, ao contrário de Rony, estava dedicando toda a atenção as aulas. Estava usando os períodos livres para terminar os deveres e estudava a noite, junto com Hermione e Rony, que estava tentando fazer alguma coisa.
- Rony, não me atrapalha! – bradou Hermione – já falei que você não vai copiar!
- Ah, Mione, por favor! Eu não sei fazer isso! Por favor! –implorava Rony.
- Tá vendo, é isso que dá não prestar atenção nas aulas! Olha só o Harry! Ele só tira notas altas! Porque? Porque ao contrário de você, Rony, ele presta atenção nas aulas! – falou Hermione.
- Ah, pára de falar do Harry! Você só fala do Harry! Mal sabe você que o Harry... – Harry interrompeu Rony com um olhar furioso, fazendo-o calar a boca.
- Termina, Rony! O Harry o que? – falou Hermione.
- É, o Harry... o Harry...- Rony estava pensando – o Harry... é que mal sabe você que o Harry me deixa copiar os deveres depois!
Harry respirou aliviado. Não era verdade, por que Harry também não deixava Rony copiar, coisa que este dizia que Harry estava afetado por Hermione.
Hermione não falou nada, para o espanto dos dois. No mínimo ela iria brigar com Harry por passar os deveres, mas nada disso aconteceu.
A semana se passou rápido, e como Hermione mesmo havia dito, Harry se saíra muito bem nos últimos exames.
Então, estava mesmo decidido a entregar a corrente de ouro puro a Hermione. e faria isso na noite de Sexta- Feira.
- Mione, eu posso falar com você hoje a noite? – perguntou Harry na Sexta feira ao sair da aula de Poções.
- Claro, Harry! – respondeu ela.
- Então, me encontra na sala comunal, as 8h, que eu tenho uma coisa pra te dar, OK?
- OK. – respondeu Hermione que parecia confusa.
A garota ficou imaginando o que Harry queria falar com ela. Achara aquilo muito estranho. E o que será que ele queria lhe entregar?
Como combinado, Hermione esperou Harry na sala comunal as 8h. A garota estava um pouco ansiosa, por isso foi esperar Harry as 7:30h.
As 8h, Harry desceu e encontrou Hermione.
- Acho melhor a gente sair daqui! Tem muita gente! – falou Harry constatando que ali não daria para entregar a corrente a Hermione.
- É, também acho – concordou a garota – vamos para o jardim, o que você acha?
- Tá...- respondeu Harry.
Os dois rumaram em direção ao jardim, e ficaram contemplando o lago. Hermione parecia muito ansiosa e resolveu quebrar o silêncio.
- Então, Harry... o que você quer me entregar?
- Ah, sim... espera num pouco... – falou Harry, e em seguida enfiou a mão no bolso, e retirou a pequena caixinha.
Harry abriu-a cuidadosamente e retirou a correntinha, deixando apenas o frasco cor de rosa na caixa.
- Harry, o que é isso?- perguntou Hermione ansiosa.
- Isso, Hermione, é a correntinha que meus pais me deixaram! – respondeu Harry.
- Aquela que estava junto com o frasco cor de rosa? – perguntou ela.
- É, é essa mesmo!
- Mas, o que é que você vai me entregar, então? – perguntou ela.
- Hum, isso, Mione! – Harry apontou para a correntinha.
- Mas, Harry, isso é seu, não... eu não posso aceitar! – falou ela parecendo comovida com o gesto de Harry.
- Você pode sim! É um presente meu! Um presente pra você, Mione! – falou Harry.
- Mas, Harry por que é que você está me dando isso? – perguntou ela analisando a correntinha nas mãos de Harry.
- Bem, porque, é um presente....e porque se eu morrer duelando com Voldemort, é pra você se lembrar de mim! – falou Harry, colocando a correntinha em Hermione.
- Ah, Harry, mas eu nunca vou esquecer de você! – respondeu ela com os olhos úmidos.
E de repente, a garota se jogou nos braços de Harry, dando-lhe um forte abraço. Como aquilo era difícil. Abraçar Hermione estava ficando mais difícil do que enfrentar um dragão no Torneio Tribruxo.
E num movimento repentino, Hermione beijou Harry. Ele gostaria de ficar ali pra sempre, junto de Hermione, mas a garota os separou.
- Ah, Harry, desculpa, não era pra eu Ter feito isso!! – falou ela ficando ligeiramente corada.
- Não, Mione, não precisa se desculpar! Eu ... eu preciso de contar uma coisa...
- Fala Harry! – pediu ela.
- É... que eu...
- Harry! Hermione! Como vocês estão? – Hagrid vinha caminhando na direção deles.
Harry queria matar Hagrid. Por que ele tinha que aparecer justa na hora em que ele ia se declarar para Hermione? Pela expressão no rosto, Hermione parecia pensar as mesmas coisas.
- Ah, olá, Hagrid! – responderam os dois juntos.
- O que é que vocês estão fazendo aqui, a essa hora? – perguntou Hagrid.
- Ah, nós... só estávamos dando uma volta! – respondeu Harry gaguejando.
- Hum.. entendi – respondeu Hagrid parecendo entender realmente o que eles estavam fazendo – bom, então, acho melhor vocês voltarem para seus dormitórios porque já esta ficando tarde, e se a professora McGonagall pega vocês aqui, vocês estão perdidos!
Dizendo isso, Hagrid virou-lhes as costas e seguiu para a cabana, deixando novamente Harry e Hermione sozinhos.
Harry já não tinha mais coragem para dizer a Hermione o que sentia. Ela também, parecia não conseguir dizer nada.
Os dois voltaram em silêncio para a sala comunal. Rony ainda estava com Luna na poltrona aos beijos. Antes de caminhar para o dormitório, Hermione chamou Harry.
- Harry!
- Oi, Mione! – respondeu Harry parando no primeiro degrau da escada.
- Ah, é.... só queria agradecer pelo presente! Eu não vou me esquecer de você, OK? – ela tinha lágrimas nos olhos.
Harry desceu o degrau parando na frente de Hermione. os dois estavam tão próximos que um podia sentir a respiração do outro. Então Harry sorriu, e abraçou-a.
- Não precisa chorar, tá? Não vai acontecer nada! – sussurrou no ouvido dela.
Em seguida a soltou e rumou para o dormitório.
Harry deitou na cama e ficou observando o teto. Pensou em cada detalhe do que acabara de acontecer. Esse era o segundo beijo que dava em Hermione. Mal sabia que no dormitório feminino Hermione pensava a mesma coisa que ele.
Acordara no dia seguinte, lembrando da seqüência de sonhos em que Krum o perseguia com um bastão de Quadribol.
Desceu como sempre para tomar café da manhã, e desta vez Hermione encontrava-se lendo assiduamente o seu livro de Poções.
A garota pareceu ligeiramente corada quando viu que Harry sentava-se ao seu lado. O correio coruja chegara. Dentre muitas corujas de igreja, apenas uma se destacava. Sem dúvida nenhuma aquela não era Edwiges.
Harry nunca mais esperou o correio coruja, desde o seu 5º ano, com a morte do padrinho: Sirius, a pessoa que sempre se correspondia com Harry.
O garoto continuou concentrado no seu mingau. Ao levantar a cabeça levemente reparou que a coruja que se destacava entre as outras estava, sem dúvida nenhuma, parada na frente de Harry. Harry olhou para os lados para Ter certeza de que a correspondência que a coruja trazia era para ele. Enfim, ao chegar a conclusão que era pra ele, puxou a carta destinada a ele da perna da coruja.
Não era uma coruja de igreja normal. Ela tinha as penas escuras, que estavam viradas ao avesso, devido ao frio lá fora.
Abriu a carta, e se assustou ao ver que esta era escrita com a cor vermelho sangue. Harry tinha uma opinião sobre o que seria aquilo, mas gostaria imensamente que estivesse errado.
Ao seu lado, Hermione parou repentinamente de ler, encarando a coruja. Harry acreditou que a garota também gostaria de estar errada.
Harry leu lentamente a carta. Não era comprida, mas fazia um arrepio subir a espinha a cada palavra citada.
Harry Potter,
Finalmente vamos nos ver novamente. Estou ansioso para fazer o que estou tentando a 17 anos.
Eu tive várias chances, mas você escapou por sorte.
Mas desta vez, creio que vai ser diferente, não acha?
Pensa que eu não sei que você vai trazer alguns “colegas” para brincar também?
Pois pode avisá-los que os meus Comensais estão se coçando de tanta vontade de encontrá-los. E matá-los.
Com “colegas” ou não, espero você as 9h da noite de amanhã, em frente a Borgin & Burkes, na Travessa do Tranco, em Hogsmeade. Espero que seja pontual, agora que está sozinho.
Lord Voldemort
Harry encarou a coruja. Sua opinião estava certa. Passou por sua cabeça, em resolver ir sozinho. Não avisar Hermione e nem Rony. Mas tudo apagou da sua mente. Só tinha pensamentos na carta.
Olhou para Hermione e assentiu com a cabeça, fazendo a garota entender que o que ela estava pensando estava certo.
A garota não disse nada, mas Harry pode ver seus olhos se encherem de lágrimas. Repentinamente, ela saiu correndo do Salão Principal, atraindo olhares de curiosos.
- Que é que aconteceu com ela? – perguntou Rony ocupando o lugar de Hermione – que é isso? – perguntou apontando para a carta que Harry ainda segurava.
Harry fitou Rony, esperando que o garoto compreendesse o que estava acontecendo. Uma tentativa sem sucesso.
- Não! Você disse pra ela que gosta dela? – perguntou Rony falando baixo o suficiente para apenas ele e Harry entenderem.
Harry fez uma cara feia para Rony, ameaçando bater nele. Mas não disse nada. Ele apenas estendeu a carta para Rony, e saiu apressado para procurar Hermione. Atraindo, como ela, muitos olhares.
O primeiro lugar em que Harry pensou em procurar Hermione foi na biblioteca.
Entrou apressado, fazendo Madame Pince, a bibliotecária lançar-lhe um olhar feio.
Procurou em todas as mesas, e quando estava quase concluindo que Hermione não se encontrava ali, ouviu um soluço vindo de trás de uma prateleira.
Seguiu até esta, e ao passar atrás da estante de livros, deparou com Hermione sentada entre alguns livros, chorando. Caminhou até a menina e sentou-se ao lado dela.
- Ei, o que foi? – perguntou Harry, enquanto afastava as mãos dela, que cobriam o rosto.
- Nada, Harry... – respondeu ela.
- Ei, você sabia que uma hora Voldemort ia me procurar! Hermione, você não precisa ir! Eu até prefiro que você não vá! – falou Harry.
- Não, Harry! Eu sabia que ele ia te procurar, mas por que justo hoje? Eu vou lutar com você até o fim! Não quero saber! – respondeu ela.
- OK, Mione! Por que justamente hoje? Porque tinha que acontecer algum dia, e ele escolheu que isso aconteceria hoje! Escuta aqui! Não se preocupa, OK? Eu tenho o frasco que me dá vida imortal, então Voldemort não pode fazer nada comigo! – falou Harry, não se sentindo seguro ao dizer isso.
- Mas, Harry e se ele destruir o frasco? – perguntou ela, enquanto o fluxo de choro diminuía lentamente.
- Não vamos pensar nisso, OK? – falou Harry não encontrando resposta para a pergunta da amiga.
Em seguida a abraçou. Harry só conseguiu tirá-la de lá depois de um tempo, falando que eles precisavam ir para as aulas. Ainda assim, chegaram atrasados na aula de Defesa Contra as Artes das Trevas. Lupin fitou Harry e Hermione, ao entrarem. O rosto inchado da menina não significava boa coisa.
Os dois sentaram-se na mesma bancada. E Harry viu de relance o rosto pálido de Rony. Soube, então, que Hermione não era a única traumatizada com a notícia.
- Harry, você não pode mais entrar atrasado na minha aula! A não ser que tenham um motivo – falou Lupin parando Harry e Hermione na saída.
- E tem.. – respondeu Harry.
- O que? Que que aconteceu? – perguntou o professor.
- Voldemort! – respondeu Harry olhando a expressão de Lupin – Voldemort marcou a data do duelo Final!
- Ele... o que? Não, Harry! Não é possível! Como ele fez isso? – perguntou Lupin aterrorizado.
- Mandou uma coruja hoje de manhã! É por isso que nos atrasamos... Hermione estava... Hum.. – Harry tentou dizer, mas não conseguiu – ele quer o Duelo amanhã em Hogsmeade!
- Puxa! Mas tão rápido assim? Então Harry, comunique todos os que vão lutar com você para uma reunião hoje a noite na minha sala, OK? – comunicou o professor.
Harry afirmou com a cabeça, e em seguida ele e Hermione seguiram para a aula de Poções.
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