O Maior Erro De Rony



Harry continuou observando a amiga por um bom tempo, e então percebendo a hora, acariciou os cabelos da amiga e beijou-lhe a testa, em seguida deitou na cama ao lado da de Hermione, e ainda fitando-a adormeceu.
- Potter! Potter! – gritava uma voz fina.
Harry acordou assustado, levantou-se depressa e viu que quem o chamava era a professora McGonagall.
- Aconteceu alguma coisa, Professora? – perguntou ele, e olhando para a cama viu que Hermione já estava acordada. A garota tinha um ar assustado, e não conseguia esconder a teimosa lágrima que escorria pelo seu rosto.
- Ah, acho que o Sr. Tem que ir para as aulas, não é? – falou a professora calmamente, caminhando até Hermione – Não se preocupe, minha querida, vai ficar tudo bem!
- Mas, professora, e a Mione? – perguntou Harry observando Hermione chorar. No mínimo a garota ainda não tinha se conformado.
- Não se preocupe com a Srta. Granger. Ainda acho que ela não está boa para freqüentar as aulas, mas Madame Pomfrey cuidará dela – falou a professora- agora anda logo, porque a sua primeira aula já vai começar!
Harry assentiu com a cabeça para a professora e caminhou até a beira da cama de Hermione.
- Como você está se sentindo? Olha Mione, eu sei como é que você deve estar se sentindo, por que eu já passei por isso. Mas você mesmo me disse que algumas pessoas morrem para que a vida de outras tenham sentido. Você não pode parar sua vida por causa disso, entendeu? Cadê aquela menina linda, inteligente, corajosa e brincalhona que eu conheço, hein? – falou Harry segurando as mãos da amiga.
A menina não disse nada apenas tentou sorrir, numa tentativa frustrada.
- Olha, eu vou para as aulas agora, mas na hora do almoço eu volto pra te ver, OK? A propósito, hoje a 1ª aula é Defesa Contra as Artes das Trevas, depois eu te conto quem é o nosso novo professor! Bom, agora eu tenho que ir, porque já estou atrasado, mas vai ficar tudo bem, tá? – completou ele beijando a testa da menina.
Harry saiu correndo da ala hospitalar, e derrapando pelos corredores, ele chegou a sala de aula. E para sua surpresa o seu novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas era ninguém menos do que Remo Lupin. Harry pediu licença para entrar e o professor entendeu o porque dele Ter se atrasado e apenas sorriu para o garoto assentindo com a cabeça. Harry sentou-se ao lado de Rony, que estava concentradíssimo e não reparou que Harry chegara. Após alguns minutos, o garoto finalmente pareceu perceber Harry e se assustou.
- Cara, onde é que você estava? Não te vi desde ontem, na aula de Poções! – perguntou ele incrédulo.
- Eu estava com a Hermione! – respondeu Harry com tristeza na voz.
- Hum... com a Hermione, é? Porque você não me contou que você estava ficando com ela? – Rony começou a rir, para o aborrecimento de Harry.
- O quê? – perguntou Harry irritado – eu não estou ficando com a Hermione, Rony! O caso é muito mais sério!
- Ah, não sabia que você já estava namorando, me desculpe! – falou Rony abafando risadinhas.
- Rony, dá pra você calar a boca pra eu te contar a situação? – falou Harry, perdendo o controle.
- Ah, desculpa, dá sim! – respondeu Rony.
- Rony... ontem houve mais um ataque de Comensais da Morte, e dessa vez eles resolveram atacar a casa dos pais de Hermione, procurando ela para oferecer-lhes informações sobre o meu paradeiro! – Harry falou sério – e a Hermione não estava, porque já estava aqui, em Hogwarts, mas, acontece que os Comensais não acreditaram muito nessa idéia, e....
- E.... fala logo, Harry!
- Os pais dela estão.... estão mortos! – terminou Harry.
- O quê? Como assim? Ah.. e como é que ela tá? – perguntou Rony parecendo assustado.
- Ela chorou o dia todo ontem e até teve um acesso, ela está na ala hospitalar, e hoje de manhã, na hora que eu saí da enfermaria ela tava chorando de novo. – falou Harry meio preocupado – depois, dá uma passada lá pra ver ela, Rony! Acho que nesse momento ela precisa da gente.
- Ah, Harry, não sei se vai dar não! – falou Rony.
- Por que?
- Porque, eu vou me encontrar com a Luna! – Rony corou - sabe agora, eu tô vivendo a melhor fase da minha vida, Harry...
- Rony! Eu não acredito que você não vai visitar a Hermione! Tudo por causa da Luna? Você tem ela o dia todo, agora pra fazer uma visita pra sua amiga que acabou de perder os pais, você não tem 5 minutinhos? – gritou Harry, agora a sala toda o escutava.
- Não é isso, Harry! É que eu amo a Luna! E se eu falar pra ela que eu vou ver a Mione, ela vai achar que eu tô afim da Hermione. – falou Rony.
- Ah, Rony! Eu não pensei que você fosse tão estúpido! Mas, é claro, você nunca perdeu ninguém, não é? Você não sabe como é! É nessas horas que a gente descobre os verdadeiros amigos! Isso, Rony Weasley, foi o seu maior erro, quando as pessoas precisam de você, você nunca está! – gritou Harry – com licença, professor Lupin. Harry saiu tão rápido da sala, que nem deixou o professor Lupin responder.
Ele estava inconformado com a atitude de Rony. Ele não podia fazer uma visita para Hermione porque ia se encontrar com a Luna? Pensava Harry enquanto andava rapidamente pelo jardim. Como que ele consegue ser tão idiota? Como uma pessoa pode ser tão insensível dessa maneira?
- Harry? – chamou uma voz.
Harry se virou assustado e viu o professor Lupin caminhando em sua direção.
O professor sentou-se ao lado de Harry e olhou para o nada, exatamente como Harry estava fazendo.
- Harry? O que houve hoje na minha aula? – perguntou ele.
- Nada, professor..- começou Harry – eu só não entendo, como uma pessoa pode ser tão egoísta daquele jeito?
- Daquele jeito como, Harry? – perguntou Lupin.
- A pessoa se recusa a visitar uma pessoa que acabou de perder os pais, porque vai encontrar a namorada? Isso é realmente insensível. Nunca pensei que o Rony fosse fazer uma coisa dessas! – respondeu Harry.
- Acho que você tem razão, Harry! Mas, as vezes ele se recusa a visitar Hermione por uma outra causa! – falou o professor muito mais calmo do que o normal.
- Que causa? Ele me disse que esse é o momento mais feliz da vida dele, e por isso ele não pode ir visitar a Hermione, porque ele acha que a Luna vai pensar que ele tá afim dela! – respondeu Harry com voz alta.
- Ah, eu não acredito que o Rony disse isso! – falou o professor – mas, Harry, porque você não vai visitar a Hermione, enquanto você fica aqui perdendo tempo com o Rony?
- Eu até iria, mas tenho que seguir para a aula de Poções agora! Sabe, estou louco pra contar pra Mione, que você é o nosso novo professor de DCAT! Ela vai adorar! – falou Harry, encarando o professor pela 1ª vez.
- É, acho que isso vai animá-la um pouco! Bem, agora eu tenho aula com o 6º ano, já estou atrasado, e Harry, vê se não fica perdendo tempo com o Rony, hein? Vou Ter uma conversinha com aquele rapaz! Não se preocupa, e faça tudo pra animar a Hermione, OK? Mais tarde dou uma passadinha lá pra vê-la. – falou Lupin se levantando.
- Ah, tudo bem professor, eu vou sentar bem longe do Rony! – falou Harry.
- Ah, Harry! Você foi realmente corajoso ao defender a Hermione daquele jeito! Isso o faz lembrar muito o seu pai. – ele sorriu e caminhou direto para o castelo.
Harry ficou pensando no que o professor lhe disse, e caminhou apressadamente para a masmorra, sentando-se bem longe de Rony.
Quando entrou o garoto o fitou por um instante, mas logo voltou sua atenção para Luna.
A garota por sua vez, deixou Rony sozinho, e caminhou até a mesa de Harry, sentando-se ao lado deste.
- Oi, Harry! – falou Luna.
- Oi – respondeu Harry de má vontade.
- Como é que a Hermione tá? – perguntou ela ignorando a má vontade de Harry.
- Como você imagina? – respondeu secamente.
- Ah, Harry não fique bravo comigo por causa do Rony!
- Tudo bem Luna, me desculpe! Ela tá péssima! Chora o dia todo, anda tendo acessos! E só consegue dormir com a poção do sono! – falou Harry com tristeza.
- Ah, meu deus! Coitada dela! Soube que você está passando a noite com ela, é verdade?
- É, é sim, Luna! Ela tá pedindo pra eu ficar com ela. As vezes eu tento animá-la, mas não adianta muito. A gente conversa bastante, mas ela não consegue segurar as lágrimas, sabe? – contou Harry.
- Coitada, hoje a noite eu vou vê-la – falou Luna.
- Ah, acho que ela vai gostar de te ver! – falou Harry com sinceridade.
- Beleza, então! Eu passo lá pra dizer um oi! Tchau Harry! – falou ela.
- Tchau Luna. – respondeu o garoto.
O dia passou rápido, considerando que Harry conseguira prestar atenção nas aulas. Na hora do almoço ele foi visitar Hermione.
- Harry, cadê o Rony? – perguntou ela.
- Bem, ele... – Harry resolveu não continuar.
- Acho que já sei, vocês brigaram, não é? – perguntou ela deixando uma lágrima escorrer-lhe o rosto.
- É, brigamos, Mione! – respondeu Harry.
- Mas porque, Harry?
- Porque eu disse pra ele vir aqui pra te ver, e ele disse que não dava, porque... – começou Harry – Ah, Mione, deixa pra lá!
- Não, Harry continua! Porque... – pediu ela.
- Porque ele ia se encontrar com a Luna! – falou Harry – Mas, Mione! Deixa ele, viu? Não liga, porque ele é um idiota!
A garota não disse nada, mas Harry percebeu pelo seu rosto que ela não ficou feliz em saber disso. Mas, o garoto tratou de mudar logo o assunto.
- E o Krum, Hermione? – perguntou Harry sorrindo.
- Sabe, Harry, eu escrevi uma carta pra ele hoje. Contando o que aconteceu, mas não sei, acho que eu não vou conseguir agüentar esse namoro a distância!- falou ela tristemente.
- Ah, Mione! Você sabe que se duas pessoas se amam, a distância não pode interferir! Mas, acho que o probleminha da carta está resolvido! – Harry apontou para uma das janelas da ala hospitalar, e ali estava parada uma coruja de igreja.
Harry foi até ela e puxou a carta destinada a Hermione. A garota agarrou a carta das mãos de Harry e começou a ler esta.
- Ele vem pra cá! – falou depois de um tempo.
- O que? – perguntou Harry.
- É, ele vem pra cá me visitar! – disse ela.
- E eu posso saber porque que a Srta. não está feliz? – perguntou Harry encarando-a.
- Acho que tenho que tomar uma decisão difícil! – falou ela, com os olhos úmidos.
- Mione, que decisão? Não estou entendendo! – perguntou Harry.
- Eu vou terminar com o Krum, Harry! Não posso mais. Acho que agora mais do que nunca eu preciso ficar sozinha! – falou ela fitando a carta em suas mãos.
Harry se levantou da cadeira e falou:
- Bom, acho que isso serve pra mim também! – falou ele se virando.
- Harry! É claro que não! Não foi nesse sentido que eu quis dizer!- gritou ela – eu quis dizer que eu preciso ficar sozinha, sem namorado!
- Ah, bom, pensei que você estivesse cansado de mim! Acho que você deve pensar que eu sou um chato de galocha e um intrometido! – disse ele rindo.
- Não, eu ainda não cansei de você! Mas eu nunca vou cansar do meu melhor amigo! E também não acho você um chato de galocha e um intrometido! – falou ela.
- Ah, é? Que bom, então! – falou ele rindo.
Naquela hora, Harry conseguiu uma coisa, que ninguém conseguiria, conseguira fazer Hermione sorrir! Havia dias que não via um sorriso no rosto dela. Isso o deixou mais tranqüilo.
- Mas, e você, Harry? – perguntou ela interessada.
- Eu o que?
- Você, deve estar namorando... com certeza você deve Ter uma namorada! – falou ela.
- Não... não tenho, Mione! Ninguém tá me querendo ultimamente! – falou ele fazendo cara de cachorro perdido e carente.
- Pois elas não sabem o que estão perdendo!
- Verdade?- perguntou Harry corando.
- Ninguém tem um amigo mais prestativo do que eu! Toda garota deveria dar tudo pra estar no meu lugar! – disse ela sorrindo – todas as meninas, Harry, gostam de homens carinhosos e prestativos. O que elas querem é uma pessoa que cuide delas. Uma pessoa que na hora que estiver frio, que as aqueça. Uma pessoa que quando estiver triste, que dêem um ombro pra consolar. E uma pessoa que principalmente as faça feliz – dizendo isso a garota não conseguiu segurar e então chorou.
- Ah, Mione! Não fique assim! Você não sabe o quanto me dói te ver assim! Mas, eu estou aqui, tá? – falou Harry abraçando a garota.
Ele nunca havia ouvido palavras tão doces da boca de uma menina. Seu coração começou a bater mais forte. Nunca esteve tão perto de uma garota antes. Mas, não tinha nada de mais. Afinal, Hermione era sua melhor amiga. Não estava acontecendo nada com ele, estava apenas fragilizado pelas palavras ouvidas de Hermione.
Harry seguiu para as próximas aulas, deixando uma Hermione chorosa para trás. Do mesmo jeito, sentou-se longe de Rony. Harry passou um bom tempo da aula de Feitiços pensando nas palavras que Hermione lhe dissera.
No jantar, Harry comeu o mais rápido que pode e correu para a ala hospitalar. Quando entrou, deparou com Hermione e Krum conversando, os dois não haviam notado que ele entrara. Harry fechou a porta silenciosamente e sentou-se no meio do corredor, esperando que Krum saísse e ele voltasse a ficar com Hermione.
Após alguns minutos, Harry acordou com uma batida de porta. Então viu Krum sair, e em seguida virar o corredor. Harry entrou rapidamente e sentou-se ao lado de Hermione. Ele havia trazido os deveres para fazer ali, enquanto Hermione dormia, mas resolveu conversar com a amiga antes.
- E então, Mione? Vi o Krum sair daqui...
- Ah, eu fiz o que precisava fazer, Harry! Terminei com o Krum, mas ele não achou ruim, ele entendeu. – disse ela meio triste.
- Ah, melhor assim, não é? – perguntou Harry
- Acho que sim. – a menina ia continuar, mas a porta da enfermaria se abriu e por ela entrou Gina e Luna, seguida por Rony.
Harry amarrou a cara na hora que viu Rony entrar.
- Ah, como vai, Mione? – perguntou Gina.
- Ah, sim, estou melhor, graças ao Harry! – falou Hermione sorrindo para o garoto.
- Porque graças ao Harry, Mione? – perguntou Luna.
- Por ele Ter me agüentado esses dias! Por Ter me feito companhia – falou Hermione.
Rony fez uma cara de quem não queria ouvir.
- Sabe, Rony, você não é obrigado a vir me visitar! – falou Hermione – você pode usar o seu precioso tempo com a Luna!
- Rony, eu não acredito que hoje é a 1ª vez que você vem ver a Mione! – bradou Gina.
- Não é isso... eu estava ocupado! – falou Rony, tentando se explicar.
- Ocupado? Fazendo o que, Ronald Weasley? Se todos os dias eu te encontrei jogando xadrez de bruxo com o Dino? – perguntou Gina furiosa.
- Sabe, Rony, eu não me importo que você não venha me ver, tá? Eu realmente achei que você era meu amigo! Você não precisa vir aqui só porque a Luna veio! E você não me faz tanta falta, por que eu sei reconhecer os verdadeiros amigos. Você deixou tudo para o Harry, não é? – falou ela com os olhos lacrimosos.
- Mione, deixa pra lá, OK? Eu não tô reclamando de Ter de ficar aqui com você! Aliás, é bem melhor do que estar no meu dormitório! – falou Harry fitando Rony.
- Ronald Weasley! Ela é sua amiga! Como você pode fazer isso com ela? Sabe de uma coisa, a Mione tem razão, ela não precisa de você, ela tem a mim, a Luna e ao Harry, OK? – bradou Gina.
A porta da enfermaria se abriu e Madame Pomfrey entrou.
- Mas, o que é que está acontecendo aqui? É uma festa particular? Aqui precisa-se de silêncio! – bradou ela – Ah, Srta. Granger você terá alta amanhã, e vê se não fica deprimida, OK?
Foi como se Madame Pomfrey pedisse para ela chorar. Hermione soluçava descontroladamente.
- Mione, não! Por favor, não chore! – pedia Harry - está tudo bem, eu estou aqui com você!
Madame Pomfrey expulsou Luna, Gina e Rony dali e voltou resmungando para sua sala.
Foi uma noite difícil. Mais uma vez Hermione teve de tomar a poção do sono para dormir. Enquanto Harry passou a noite acordado terminando os deveres.

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