A Melhor Surpresa Que Eu Já Ti
Uma estranha névoa gelada cobria a cidade naquele dia. As 7h da manhã um garoto acorda assustado com um grito de sua tia, na Rua dos Alfeneiros, n.º 4.
Harry trocou de roupa e desceu as escadas em direção a cozinha, onde encontrou a família Dursley postada em volta da mesa.
- Quantas vezes eu já lhe disse, que quero o senhor acordado antes das 6h? Acostumaram-te muito mal naquela escola! – falou Tio Válter com uma expressão de desgosto no rosto – A partir de amanhã, se o senhor não estiver acordado as 6h, você será expulso desta casa!
- Mas, Tio Válter – começou Harry com muita paciência – o Sr. só acorda depois das 7h e além disso, hoje é o meu aniversário!
- E o que eu tenho a ver com isso? Eu não quero saber se hoje é ou não o seu aniversário, e se eu acordo depois das 7h o problema é meu! Você vai fazer o que eu mandar se não você está fora da minha casa!
- Tá bem, Tio Válter! Agora será que eu posso voltar para o meu quarto? – perguntou Harry.
- Não! Sente-se para tomar o seu café, por que hoje eu, Petúnia e o Duda vamos sair para almoçar fora! E você não vai! Está proibido de comer qualquer coisa e de tocar em qualquer cômodo da minha casa!
- Tá bem, Tio Válter... – respondeu Harry sentando-se na mesa, e começando a comer o seu ¼ de grapefruit.
Tia Petúnia insistia na dieta do filho, Duda, mas mal sabia ela, que enquanto ela assistia às novelas na TV e o tio Válter lia o jornal, Duda contrabandeava doces para o seu quarto. É claro que ele continuava gordo como um porco, e até tinha engordado mais, mas tia Petúnia vivia dizendo que ele tinha emagrecido. “Não sei aonde” pensou Harry enquanto comia.
Antes de se retirar da mesa, Harry ainda teve que ouvir mais uns 2 ou 3 sermões do tio, mas logo depois, se dirigiu para o seu quarto.
Sentou-se na beira da cama e deu uma olhada rápida no quarto. Era o quarto mais desorganizado que Harry já vira. Em cima da escrivaninha, havia alguns jornais antigos, um rolo de pergaminho e algumas penas espalhadas sobre os jornais. Ao lado, havia uma coruja. Ela era muito branca. Ao observá-la, Harry teve certeza de que a ave estava tão infeliz quanto ele, afinal, tio Válter havia proibido que a coruja saísse do quarto. A ave estava trancada a quase três semanas e tinha um aspecto doentio.
Agora, o garoto se via olhando para o retrato da mãe e do pai, que tinha em cima da cabeceira. “Como eu queria que vocês estivessem aqui, seria tudo diferente! Eu não precisaria morar com os meus tios, e não passaria o meu aniversário trancado num quarto sem comer”. Harry ficou imaginando onde passaria o seu aniversário com os pais. Mas logo acordou com um forte baque na janela. Estava parada no parapeito da janela, três corujas e cada uma trazia um pacote e um bilhete amarrados nas pernas.
Seguiu até a janela, abriu-a, e desamarrou o bilhete e o pacote da 1ª coruja.
O bilhete, não era grande, mas haviam palavras que deixaram Harry mais feliz.
Caro Harry,
Pensou que eu ia esquecer do aniversário do meu melhor amigo??
Estou te mandando algumas coisas que a mamãe fez para você, espero que goste.
Não ando te enviando cartas porque estou na Austrália. Harry, aqui é d+!
Tem cangurus, e tudo mais... não agüento mais esperar para nos ver novamente. Quero te contar os detalhes da viagem.
Ah, FELIZ ANIVERSÁRIO!
Abraços
Rony
Logo que terminou de ler, Harry ficou imaginando como seria a Austrália. Mas se lembrou do pacote e abriu-o, ficou maravilhado com o que acabara de ver, tinha de tudo o que ele podia imaginar: sapos de chocolates, bombas de creme, um bolo de cenoura, feijoesinhos de todos os sabores, e mais um monte de guloseimas. Harry pensou que se o tio pegasse ele com aquelas maravilhas, ele seria expulso de casa. Então tratou de guardá-las embaixo do assoalho. Em seguida, apanhou a 2ª coruja e desamarrou o bilhete e o pacote. Mais uma carta não muito comprida.
Harry,
Feliz Aniversário!
Estou morrendo de saudades de você!
Estou louca para voltar a Hogwarts, e te contar tudo o que aconteceu.
Mas, creio que nos encontraremos antes mesmo que você possa imaginar.
Sei que este está sendo um aniversário difícil para você, por isso estou te mandando uma foto e alguns alimentos.
Beijos
Hermione
Harry estranhou ao ler a carta de Hermione, 1º porque ficou lendo a mesma frase para ver se estava certo. “Creio que nos encontraremos antes mesmo que você possa imaginar.” E 2º porque Hermione nunca escrevera “beijos” para alguém antes.
Abriu o pacote que a amiga lhe enviara, e ficou observando a foto por alguns longos minutos. Aquela não podia ser Hermione. Na foto, estava uma garota de cabelos castanhos sentada sobre uma cadeira, com algo que Harry reconheceu, Bichento no colo. Realmente aquela não poderia ser Hermione. A menina da foto tinha crescido bastante, e estava simplesmente linda. Como Harry não havia reparado nela antes? Logo eles que passaram 6 anos juntos e terminariam o 7º esse ano? Pra ele, ela ainda era a garotinha que entrou na cabine dele, no 1º ano, procurando pelo sapo de Neville.
É, Harry realmente não estava acreditando, teria que ter reparado nas mudanças da amiga. Mas, isso não importava, ele só tinha pensamentos apenas em uma garota: Gina.
Ele não a tinha esquecido, sabia que estava certo em terminar com ela por causa de Voldemort, mas a imagem de Gina rindo com ele, não lhe saía da memória. Abriu cuidadosamente o pacote que Hermione lhe enviara e quase desmaiou de tanta felicidade. Hermione lhe presenteara com um monte de comida. “Tenho comida, se bobear, até o ano que vem” pensou ele.
Depois de alguns minutos, voltou seus pensamentos a 3ª e última coruja. Não sabia de quem seria. Um ar de curiosidade tomou conta do corpo de Harry. Abriu rapidamente o bilhete, que estava amarrado a perna da coruja.
Caro Harry,
Como você está?
Estou seriamente preocupado com você!
Estou te mandando uma carta para pôr você a par de tudo!
Quero que fique atento, pois estão acontecendo fatos estranhos no mundo trouxa.
Os Comensais da Morte estão matando trouxas, por que estão atrás de você, Harry.
Fique sempre atento na vizinhança. Qualquer coisa anormal envie uma carta rapidamente para mim. Estou no Largo Grimmauld, nº12.
Abraços
PS: Antes que eu me esqueça, Harry, FELIZ ANIVERSÁRIO!
Remo Lupin
Harry nem imaginara que Lupin lhe escreveria. Mas ficou feliz por isso, afinal ele gostava muito do antigo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. Abriu o pacote e quase teve um ataque cardíaco: mais comida. E também continha um pequeno relógio de pulso. Harry agradeceu o presente, pois não comprara outro relógio depois que o seu parou de funcionar, em uma das tarefas do Torneio Tribruxo.
Passou o resto da manhã comendo feijoesinhos de todos os sabores. E só parou ao ouvir passou acelerados subindo a escada. Harry escondeu rapidamente os alimentos embaixo do assoalho, no momento em que tio Válter apareceu na porta do quarto.
- Eu e sua tia estamos saindo! – vociferou ele – já sabe... se tocar em alguma coisa....morto – passou o dedo indicador lentamente pelo pescoço.
- Ah, OK! – respondeu Harry de má vontade.
E algum tempo depois, ouviu um bater de portas e concluiu que tio Válter não estava em casa.
Continuou a comer os doces mandados por Rony, Hermione e Lupin e parou. Ouviu um barulho estranho na cozinha da casa dos Dursley. Desceu, pé ante pé, entrou na cozinha armado pela varinha, com medo de que o prof. Lupin estivesse com razão e que os Comensais haviam invadido a casa atrás dele. E então levou um grande susto.
- SURPRESA!
Rony, Gina, Hermione, Fred, Jorge e o Prof. Lupin estavam parados ao lado da geladeira dos Dursley.
- Você realmente achou que íamos deixar o seu aniversário passar em branco? – falou Hermione, correndo para abraçar Harry e beijando-lhe a bochecha.
Todos cumprimentaram Harry, e agora que estava mais calmo, conseguia falar.
- Mas, peraí! Rony, Gina, Fred e Jorge, vocês não estavam na Austrália?
- Estávamos! Voltamos hoje. – respondeu Jorge.
- Hummm... Entendi! Mas, gente, olha, eu estou proibido d comer alguma coisa... e eu também não posso oferecer nada a vocês! – falou Harry desanimado.
- Isso realmente é uma injustiça! Que isso? Deixar uma pessoa sem comer? – falou Hermione.
- Mas, não se preocupa Harry! A gente trouxe tudo o que precisa... e fizemos uma coisinha para os seus tios não apareceram aqui tão cedo! – falou Fred.
Nesse instante, umas duas mesas, iguais a do tio Válter apareceram diante de Harry, cheias de comidas e doces. Eles se sentaram na mesa e começaram um delicioso banquete.
Até que no final do banquete, Hermione chamou Harry para conversar. Os dois caminharam até o jardim, e Hermione começou:
- Sabe, Harry...
- Que foi, Mione? – perguntou ele.
- Durante esse verão.... algumas coisas mudaram... – continuou ela.
- Que tipo de coisas?
- Hum, eu não sei se o Rony te contou, mas o Vítor Krum me procurou nos últimos quinze dias.
- Não o Rony não me contou! – falou Harry – e ai?? Ele te procurou... e??
- Ele...é...ele...Hum....- Hermione não conseguia falar.
- Fala logo, Mione! Eu não sou seu amigo??? –apressou Harry.
- Ele me pediu em namoro! – disse Ela abaixando a cabeça e corando.
- Ele... te ....o que? – falou Harry assustado – e você?
- Eu... bem.... eu aceitei! –a garota se sentia ligeiramente envergonhada e não conseguiu encarar o garoto nos olhos.
- Mas isso é ótimo! – falou Harry que sentiu seu estômago revirar – você e Vítor Krum, namorando? Isso é super bom, não é?
- É...acho que sim – respondeu ela com voz baixa.
- Mione, a Gina...você sabe...ela.. –gaguejou Harry.
- Não, Harry! Ela não tá namorando! Mas, Harry....
- O que? – agora quem se via corando era ele.
- Você tem certeza que você fez a coisa certa ao terminar com a Gina? – perguntou ela.
- Claro, Mione! Eu não posso pôr ela em risco!
- Mas, Harry, vocês se amam!
- Não, Mione, por mais que seja difícil, eu não vou voltar atrás.
E os dois rumaram de volta a casa.
- Harry, você sabia que o Rony tá namorando?? – perguntou Fred.
- Namorando? – perguntou Harry olhando para Rony que estava corado - ele não me disse nada!
- É claro que não! Eu ia contar pra você, mas dois imbecis fizeram o favor de estragar tudo! – respondeu Rony fuzilando Fred e Jorge.
- Hum... e quem é, Rony? – perguntou Harry dando um grande sorriso para Fred e Jorge.
- É....é a Luna, Harry! – respondeu ele.
- A Di Lua? Luna Lovegood? – perguntou Harry não acreditando.
- É, Harry – respondeu Rony.
- Então quer dizer que todo mundo ta namorando e o único solteiro aqui sou eu? – perguntou Harry.
- Não! A Gina também não está namoran... – Rony parara de falar, pois Hermione lançou-lhe um olhar de censura.
Todos comeram e beberam muito depois, até que todos se despediram e foram embora.
Harry ficou pensativo, Rony namorando a Luna? Hermione namorando o Krum?
Aquela fora uma noite intranqüila. Harry não conseguiu dormir.
No dia seguinte encontrou todo mundo ao entrar no Expresso de Hogwarts. Achou uma cabine vazia para ele, Hermione, Rony e Luna.
A viagem fora muito divertida. Rony não parava de chamar Hermione de “krumzinha” e quando não estava falando nada, estava aos beijos com Luna. Mas Harry e Hermione não ligaram nesses momentos, eles simplesmente começaram uma conversa particular.
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