Péssimas Notícias
Péssimas Notícias
O Natal passou, levando com ele a paz que seus dias antecessores tinham trazido. Sirius, especialmente, estava acometido de um péssimo humor, provavelmente porque a casa ficaria vazia novamente em poucos dias. Seu estado de espírito contaminou a todos durante os últimos dias de férias, inclusive Hermione, que também tinha outros motivos para não estar em seu melhor humor; ela estava ainda chocada com a visão dos pais de Neville e a relação que fizera entre eles e seus próprios pais. Como presente de Natal, eles tinham lhe enviado um livro de literatura de um escritor trouxa, junto com um cartão que não dizia muito. Como sempre lhe davam livros de bruxos, ela imaginou que este ano eles tinham tido a intenção de relembrá-la de suas raízes e aumentar seu sentimento de culpa.
Na véspera do retorno a Hogwarts, Harry também teve seu motivo para ficar mal humorado. Naquela noite, Snape esteve na sede da Ordem da Fênix apenas para falar com ele, que contou depois que o assunto do professor de Poções era combinar um horário para dar a ele lições de Oclumência.
— Oclu-o-quê? — Rony perguntou, exasperado.
— Oclumência — Hermione corrigiu. — Não me lembro exatamente o que é.
— Snape disse — informou Harry sem emoção — que é a defesa mágica da mente contra penetração externa.
— Só pode ser mentira dele! — saltou Rony. — Ele quer é fragilizar a sua mente para a penetração externa, é isso o que ele quer.
— Ele disse que foi Dumbledore quem mandou.
— Bem, — Hermione ponderou — Dumbledore obviamente quer que você pare de ter esses sonhos sobre Voldemort. E você não acharia isso ruim, não é?
— Eu preferiria os pesadelos a aulas extras com Snape — disse Rony.
Embora tivesse quase certeza de que ele não preferiria, na prática, ela resolveu não discutir. Sabia o quanto Snape podia ser cruel e injusto, mas acreditava cegamente no julgamento de Dumbledore.
Mas se a visita de Snape fora uma surpresa desagradável para Harry, aquela noite de sábado ainda guardava outra surpresa, esta bem melhor: o retorno do sr, Weasley, totalmente curado. No momento em que ele chegou, Snape ainda estava na cozinha, ele e Sirius apontavam as varinhas um para o outro com Harry no meio, tentando separá-los. Com o confronto interrompido, Snape se recompôs e deixou a casa.
Na manhã seguinte, após o café da manhã, Hermione, Rony, Harry, Gina, Fred e Jorge deixaram o largo Grimmauld com seus malões, escoltados por Lupin e Tonks. Antes de sair, Hermione ouviu Monstro resmungar:
— Já vai tarde, sangue ruim.
Ela sentiu-se chateada, evidentemente, mas não culpava o elfo. Como o fiel servo que era, ele apenas reforçava as idéias da família para a qual trabalhava, compartilhava-as como se fossem as suas. Ela sabia que, no fundo, a criaturinha tinha um bom coração. Harry não concordava. O garoto afirmava que desde que Sirius o tinha encontrado, o elfo parecia mais satisfeito do que o normal, como se algo tivesse acontecido para alegrá-lo naquele período em que estivera desaparecido.
Lupin e Tonks chamaram para levá-los de volta à escola o Nôitibus Andante, que em plena luz do dia tinha cadeiras ao invés das camas. O ônibus estava tão cheio que não havia lugar para todos juntos; Hermione sentou-se com Tonks bem à frente no terceiro andar do veículo, e lá atrás ficaram Rony e Harry. Lupin, Gina, Fred e Jorge tinham ficado lá embaixo, no primeiro andar. Tonks ficou excepcionalmente quieta durante toda a viagem, tão mergulhada nos próprios pensamentos que nem percebeu quando Pichitinho apareceu de repente para pousar no ombro de Hermione.
Na chegada à escola, depois que Lupin e Tonks se despediram e se foram no Nôitibus, depois do almoço no salão principal e depois de guardar todas as suas coisas em seus lugares no dormitório, Hermione escreveu uma carta aos pais. Pedia perdão por não ter passado o Natal com eles, nem as férias, dizia que sentia muito pela negligência, dizia que os amava e que queria que tivessem certeza disso, disse tudo o que estivera sentindo em relação a isso naqueles últimos dias, apenas sem revelar detalhes que pudessem preocupá-los, como qualquer menção ao hospital dos bruxos, ao ataque ao sr. Weasley ou a Voldemort.
Na segunda-feira, embora Harry fosse evidentemente o mais nervoso, ela e Rony dividiram com ele a ansiedade pela aula de Oclumência com Snape. Às seis horas, então, enquanto Harry separou-se deles para ir às masmorras, eles foram à biblioteca fazer os deveres que Umbridge passara.
— Nós vamos precisar ver uma coisa em um livro que não pode sair de lá, pois é a única edição que a escola possui — Hermione informou, justificando o motivo de precisarem ir à biblioteca ao invés de ir à sala comunal como faziam normalmente.
— Que crueldade com o Harry... — Rony comentou, mortificado. — Será que essas aulas não serão ainda piores do que as detenções com Umbridge?
— Claro que não! As duas coisas são completamente diferentes. Com Snape ele terá aulas, a mando de Dumbledore. Ele obviamente quer que Harry aprenda a defender a mente do feitiço de Legilimência.
— Legili... O quê?
— Legilimência, Rony. É o que no mundo trouxa chamamos de “ler mentes”.
— Trouxas podem ler mentes?
— Claro que não! Na verdade, a Legilimência é ter acesso à mente de alguém, aos seus pensamentos, lembranças e sentimentos.
O final da frase ela disse em sussurros, pois já tinham entrado na biblioteca. Acomodaram-se em uma mesa e ela foi à prateleira procurar o livro que queria. Rony foi junto, e ficou a observá-la procurando entre os livros.
— Como é que você sabe tudo isso? — ele perguntou.
Com um sorriso, ela apontou a prateleira cheia de livros. Depois os dois voltaram com o grosso volume que ela tirara da estante para a mesa e ficaram a trabalhar por um longo período. Já escurecera quase totalmente quando Harry apareceu, um tanto pálido, e sentou-se à frente deles. Preocupada, Hermione perguntou:
— E então, como foi? Você está bem?
— Estou bem... Não sei... — foi a resposta vaga do garoto. — Olhem... Acabei de perceber uma coisa.
Hermione e Rony trocaram um olhar, de cenhos franzidos, e voltaram a encarar Harry. — Há meses eu venho sonhando com um corredor que termina em uma porta preta, trancada. Durante a aula de Oclumência eu vi o corredor outra vez e me lembrei que já passei por lá, no dia da audiência, esse corredor fica no ministério e a porta preta é a porta do departamento de mistérios. O corredor é o mesmo em que o sr. Weasley estava quando foi mordido pela cobra. Acho que Voldemort quer algo que está dentro do departamento de mistérios!
Conforme Harry falava, aos sussurros, a emoção do que dizia ia trazendo sua cor de volta ao rosto e os olhos brilhavam de excitação.
— Então você está dizendo — sussurrou Rony — que a arma, aquela coisa que Você-Sabe-Quem quer, está no ministério da magia?
— No departamento de mistérios, só pode ser.
Hermione estava pensando, lembrando-se da nota no jornal que lera já havia algum tempo sobre a prisão de Estúrgio Podmore.
— Claro... — deixou escapar com um suspiro.
— Claro o quê? — Rony perguntou.
— Rony, pense... Estúrgio Podmore estava tentando passar por uma porta no ministério... Deve ser essa, é muita coincidência!
— Mas por que ele estaria tentando entrar se está do nosso lado?
— Bem, eu não sei... É meio estranho...
— Mas o que tem no departamento de mistérios? — Harry perguntou, dirigindo-se a Rony. — Seu pai já mencionou alguma coisa, alguma vez?
— Na verdade, eu só sei que eles chamam as pessoas que trabalham lá de “inomináveis”. Parece que ninguém sabe direito o que eles fazem por lá. Lugar estranho para esconder uma arma.
— Não é estranho, faz todo o sentido — Hermione retrucou. — Pode ser uma coisa ultra secreta que o ministério está desenvolvendo.
Pouco depois, os três foram para a torre da Grifinória. Harry contou no caminho que durante a aula Snape tinha dito a ele para tentar resistir ao feitiço Legilimens e que ele não conseguira muito bem. Ele apenas revira suas próprias lembranças, e Snape provavelmente as vira também. Já na sala comunal, Hermione admirou-se com um chapéu inventado pelos gêmeos Weasley que fazia a cabeça de quem o colocava desaparecer. Teve vontade de perguntar a eles que encantamentos tinham usado, mas imaginou que, se o fizesse, eles pensariam que ela estava incentivando as “gemialidades”.
Na manhã seguinte, quando Hermione cruzou com Rony na sala comunal, ele estava tão ansioso para lhe contar uma coisa que nem lhe desejou um bom dia.
— Ontem à noite — disse ele — Harry sentiu a cicatriz doer e disse que era porque Você-Sabe-Quem estava feliz, muito feliz.
Ela franziu o cenho.
— O que pode ter acontecido?
— Acho que é esta a pergunta, não é mesmo?
Harry apareceu no instante seguinte e os três desceram juntos para o café da manhã, ansiosos pela chegada do Profeta Diário, que certamente noticiaria alguma coisa que tivesse acontecido. Quando a coruja entregou o jornal a Hermione, ela o abriu depressa e deu de cara com dez fotos em preto e branco. Eram todos bruxos que ela não conhecia, exceto por uma mulher que ela reconheceu no mesmo instante: Belatriz Lestrange. Seu coração deu um solavanco e um gritinho lhe escapou da garganta, pois a manchete dizia:
MINISTÉRIO TEME QUE BLACK SEJA O “PONTO DE REUNIÃO”
PARA ANTIGOS COMENSAIS DA MORTE
— Quê? — perguntaram Rony e Harry.
Ela estendeu o jornal para eles e os três leram juntos a matéria, que contava sobre a fuga dos dez ex-comensais da morte e sobre a crença de Cornélio Fudge de que Sirius Black poderia tê-los ajudado a fugir. O ministro afirmava que o possível seria feito para recapturá-los, que já entrara em contato com o primeiro ministro dos trouxas e ainda recomendava à comunidade bruxa que tomasse cuidado com os fugitivos.
Havia ainda outra matéria preocupante: a notícia da morte de Broderico Bode, um dos pacientes que os três e Gina tinham visto na mesma enfermaria em que estavam Lockhart e os pais de Neville. Bode morrera estrangulado por uma planta que recebera de presente de Natal e que, ninguém reconhecera, mas era visgo-do-diabo. Ao ler aquilo, Hermione teve uma sensação terrível de que não havia mais segurança alguma no mundo dos bruxos, e no dos trouxas por conseqüência.
Afinal, em um mesmo jornal havia as notícias de que dez presos de segurança máxima tinham fugido da prisão dos bruxos, da qual somente uma pessoa conseguira escapar antes, e de que um homem fora assassinado dentro de um hospital. Sim, porque para Hermione não havia dúvida de que tratava-se de um atentado, especialmente depois que Rony comentou que já ouvira seu pai falar sobre Bode, dizendo que ele trabalhava no departamento de mistérios. Lembrava-se de ter visto a enfermeira trazendo a planta, um presente de Natal anônimo, uma planta de aparência comum que não parecia perigosa de maneira alguma.
Naquele momento Hermione pareceu perder a consciência do salão ao seu redor, de tão mergulhada que ficou em seus pensamentos. Aquelas duas notícias diziam muito mais do que o que estava escrito: elas demonstravam a vulnerabilidade do mundo dos bruxos, mas em especial a vulnerabilidade do ministério. Se dez comensais da morte tinham fugido de Azkaban, então isso podia significar que os dementadores os tinham deixado escapar, que podiam estar já agindo a mando de Voldemort. Ela podia imaginar as notícias ruins pipocando no jornal nos próximos meses, pois agora Voldemort tinha dez ajudantes a mais, e em contraste a seu fortalecimento estava o visível enfraquecimento do ministério.
Hermione desejou que houvesse uma maneira de divulgar a história verdadeira sobre o retorno de Voldemort, para que todas as pessoas pudessem tomar conhecimento dela e se proteger. A fraqueza maior era a ignorância, e eram poucos os que sabiam e acreditavam no retorno de Voldemort. Por outro lado, talvez algumas pessoas pudessem começar a desconfiar, depois do que acontecera, que o ministério não estava tão certo assim a respeito de Harry, Dumbledore e sua história.
Lembrou-se subitamente de Rita Skeeter. A jornalista, que era um animago ilegal, estava inativa em sua profissão desde que Hermione descobrira seu segredo e ameaçara denunciá-la. Lembrou-se que podia pedir a ela o favor que quisesse, o que poderia incluir uma matéria sensacionalista, bem ao seu estilo, com todos os detalhes sobre o retorno de Voldemort. Ela pegou de volta o jornal que estivera com Harry e Rony, olhou mais uma vez para a primeira página e pensou com desgosto que não havia chance de publicarem uma matéria nesses moldes. Mas O Pasquim publicaria, foi a idéia que lhe surgiu de repente.
Quando percebeu, estava em pé. Rony a olhava com perplexidade.
— Aonde você vai?
— Mandar uma carta — ela respondeu, pendurando a mochila no ombro. — Não sei se... Mas vale a pena tentar. E sou a única que pode.
E ela correu para fora do salão principal, já pensando nas linhas que escreveria para Rita Skeeter. Era claro que não poderia dizer seu intuito em uma carta, por conta do perigo de a coruja ser interceptada, mas podia muito bem dizer à jornalista que a encontrasse em Hogsmeade na próxima visita da escola, no dia catorze de fevereiro.
Quando ia saindo do corujal, depois de já ter enviado a carta, encontrou Luna Lovegood. Não poderia haver indicação melhor de que sua idéia daria certo, ela pensou, do que encontrar a filha do diretor do Pasquim.
— Bom dia, Hermione.
— Bom dia, Luna. Será que posso conversar um pouco com você?
— Claro, eu só preciso enviar esta carta.
Hermione acompanhou a garota de volta ao corujal.
— Bem... Seu pai é o editor do Pasquim, você já disse, e acho que, como você, ele provavelmente acredita na história de Harry e Dumbledore a respeito do retorno de Voldemort, não é?
— E ele deveria acreditar em Fudge, por acaso?
— Eu quero saber se ele estaria interessado em publicar uma matéria contando a história toda, em detalhes. A visão de Harry, é claro.
— Como assim? Quem iria escrevê-la?
— Você já ouviu falar de Rita Skeeter?
Luna arregalou os olhos, que finalmente pareceram perder aquele ar sonhador que sempre tinham, dando lugar a uma expressão de incredulidade total.
— Encontramos Hagrid mais cedo — disse Rony, sentado ao lado de Hermione no salão principal, na hora do almoço.
— Como ele está? — ela quis saber.
A expressão de Rony se contraiu, e Hermione soube que não era boa coisa o que ele ia lhe dizer. Quando ele falou, ela deixou o garfo cair com estrépito no chão:
— Ele está em observação.
— Aquela maldita da Umbridge! — ela exclamou, abaixando-se para juntar o talher. — Mas ela vai ver só, ela...
— Hagrid não vai ser mandado embora... — Rony tentou consolá-la, mas era claro que mal tinha convicção no que dizia para si mesmo. — Dumbledore não vai deixar.
Sentindo um nó na garganta, Hermione decidiu não contar aos garotos sobre sua idéia envolvendo Rita Skeeter. Afinal, se algo saísse errado, eles não ficariam decepcionados. Do jeito que as coisas iam indo mal, ela não se surpreenderia se sua idéia também falhasse.
Depois do jantar, Hermione, Rony e Harry foram visitar Hagrid. Durante o tempo que passaram lá, ele parecia que queria mantê-los afastados. Quando estavam indo embora, ele os proibiu de voltarem à sua cabana à noite.
— Se ela pegar vocês, os nossos pescoços serão cortados. — disse Hagrid.
E nas semanas que se seguiram ele os evitou, o que para Hermione só podia ser medo de prejudicá-los. Além disso, cada aula de Trato das Criaturas Mágicas era um teste difícil de autocontrole para ela, tendo que agüentar Umbridge a um canto, fazendo anotações, e Malfoy e seus companheiros radiantes com a perspectiva de Hagrid ser mandado embora.
Harry, por sua vez, não estava fazendo progressos nas aulas de Oclumência. Agora queixava-se mais do que nunca de dores na cicatriz, dizia sentir ainda mais intensamente as manifestações de humor de Voldemort e sonhava todas as noites com o corredor que levava até a porta do departamento de mistérios, no ministério da magia. Hermione suspeitava que podia ser normal os “sintomas” piorarem antes de melhorarem, ou então que Harry não estava se esforçando o suficiente. De maneira nenhuma concordava com Rony, que achava que Snape estava tentando sabotar Harry.
Por outro lado, depois da fuga de dez comensais da morte de Azkaban, os alunos da escola em geral tiveram uma mudança de comportamento considerável. Além de este ser o assunto que mais se ouvia nos corredores, eles pareciam agora não achar tão absurda a história de Harry e Dumbledore, e alguns pareciam até acreditar nela.
A reação de Umbridge à história foi divulgar mais um de seus decretos, agora o de número vinte e seis, que proibia os professores de darem aos alunos qualquer informação que não estivesse estritamente relacionada com suas disciplinas, provavelmente na intenção de impedir quaisquer comentários ou explicações sobre o que pudesse estar acontecendo.
Já na AD, a repercussão da fuga dos comensais deu-se em forma de um esforço maior por parte dos membros durante as reuniões. Neville não comentou em momento algum o encontro no hospital St. Mungus e nem a fuga da torturadora de seus pais, Belatriz Lestrange, mas seu esforço e os resultados que obteve em conseqüência falavam por si sós.
No mais, durante todo aquele resto de janeiro e início de fevereiro, Hermione esperou por uma resposta de Rita Skeeter que não chegava. Ficou acordada até tarde no dia treze, a véspera da visita a Hogsmeade, esperando que uma coruja aparecesse a qualquer momento. Harry já fora se deitar, mas Rony ficou sentado perto dela, fazendo seus deveres, e ela via pelo canto do olho que ele lhe lançava olhares furtivos. Em um determinado momento, ele pareceu incapaz de segurar-se mais e perguntou:
— Você está esperando alguma coisa?
Ela virou-se para ele, fingindo estar mais espantada com a pergunta do que realmente estava.
— O que você quer dizer?
— Você está sentada aqui até tão tarde, sem deveres para fazer, olhando para os lados, para as janelas... Está esperando alguma coisa? Como, por exemplo... Uma coruja?
— E se eu estiver?
— Por acaso tem alguma coisa a ver com o dia dos namorados, amanhã? O Vitinho vai vir encontrá-la em Hogsmeade?
— Controle-se, Ronald! É claro que Vítor não vem, ele está em plena temporada de quadribol na Bulgária.
Rony fez uma careta de nojo que chegou a causar pena em Hermione. Logo em seguida, porém, ele assumiu um ar casual para informar, sem tirar os olhos do que escrevia em seu pergaminho:
— Eu não vou poder ir a Hogsmeade amanhã.
— Por quê? — foi a reação abrupta e automática de Hermione, já imaginando uma infinidade de compromissos que poderiam impedir Rony de ir a Hogsmeade.
— E por que você iria querer saber? — ele perguntou, com um sorrisinho de pura satisfação.
— Curiosidade, ora. — ela retrucou, lutando para voltar ao tom de desinteresse. — Aposto como são os deveres que atrasaram de novo e você vai ter que ficar aqui, fazendo.
— Eu não deixaria de ir a Hogsmeade por causa de deveres — Rony disse, visivelmente divertindo-se em provocá-la.
Antes que Hermione pudesse pensar em uma resposta, Angelina veio cruzando a sala comunal, falando com os jogadores do time de quadribol da Grifinória que encontrava pelo caminho. A todos dizia a mesma coisa, a Rony inclusive:
— Não se esqueça, hein? Nada de Hogsmeade amanhã; treinaremos o dia todo.
Hermione sorriu e Rony ficou vermelho de vergonha.
— Parece que não vou ter que esperar a sua boa vontade de me contar sobre os seus compromissos, não é? — ela disse em tom de vitória, levantando-se para deixar a sala comunal e ir se deitar.
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