Para Combinar Com os Distintiv



— CAPÍTULO SEIS —
Para Combinar Com os Distintivos




Os últimos dias de férias passaram tão rápido que Hermione mal acreditou quando acordou certo dia e percebeu que era a véspera do retorno a Hogwarts. Era uma manhã ensolarada e ela podia ouvir muitos pássaros cantando do lado de fora. O sol invadia o quarto sem cerimônias e ela ficou ali deitada, a observar o teto, por um longo tempo. Gina acordou em seguida, e choramingando resmungou:
— Último dia, mas que droga!
A garota se levantou, bocejando, e acenou para Hermione. Depois apontou a janela, perguntando se ela se importava que a abrisse, e ela não fez objeção. Gina abriu bem a janela e se apoiou ao parapeito. Alguns minutos depois, porém, recuou repentinamente perante à chegada de duas corujas. Uma entregou-lhe uma carta e a outra pousou sobre a barriga de Hermione. Ainda deitada, ela pegou a carta para que a coruja pudesse partir e reconheceu logo o selo de Hogwarts.
— Eles demoraram mesmo para mandar as listas de material, hein! — Gina comentou, já lendo sua carta. — Vou descer e avisar a mamãe, depois você entrega a sua lista a ela também para que ela compre as suas coisas.
Gina saiu e Hermione sentou-se na cama. Enquanto tentava abrir a carta com uma das mãos, a outra tateava ao lado da cama à procura da mochila, de onde tiraria dinheiro de trouxa para entregar à sra. Weasley. Como acabou não conseguindo abrir a carta com uma mão só, abandonou a mochila novamente no chão e dedicou a outra mão à tarefa. Tão logo abriu o envelope, alguma coisa pequena e pesada caiu dele em seu colo. Quando pegou, viu que era um distintivo nas cores da Grifinória. À frente do leão, símbolo da casa, havia uma letra “M”. Ficou trêmula de repente, e apressou-se em ler a carta. Havia além da lista um outro pedaço de pergaminho a parabenizando por ter sido escolhida como monitora da Grifinória.
Como esquecera? Era no quinto ano que os alunos eram escolhidos para serem monitores de suas casas, e ela fora escolhida como monitora da Grifinória! Seus pais ficariam tão orgulhosos quando contasse a eles... Pediria a coruja de Harry emprestada. Pegou na mochila o dinheiro que daria à sra. Weasley e começou a se vestir para ir ao quarto dos garotos. Aliás... Quem seria o monitor? Havia sempre um garoto e uma garota; será que Harry ou Rony teriam sido escolhidos?
Imaginou como seria interessante se Rony fosse o monitor a seu lado, pois seriam obrigados a ficarem sozinhos, trabalhando juntos. Talvez fosse uma boa oportunidade para... Não. Era óbvio que Rony não tinha sido escolhido; o que ele tinha feito para tal? Tinha sido um aluno com notas médias e algumas detenções acumuladas ao longo da vida escolar. Não havia chance alguma para ele, mas para Harry sim: embora não fosse melhor aluno que Rony nem menos desrespeitador de regras (ela mesma também o era, se fosse considerar que estava sempre junto com os dois quando as ignoravam), mas ele sempre se destacara não apenas na Grifinória como na escola inteira.
Mesmo antes de começar a estudar em Hogwarts ou até mesmo de saber que era um bruxo, Harry já era conhecido no mundo mágico por ter sido a única pessoa que já tinha sobrevivido a um ataque de Voldemort. Depois disso, ele só se tornara mais popular ainda ao entrar para o time de quadribol da Grifinória logo no primeiro ano e revelar-se um jogador talentosíssimo. Além disso, havia as ocasiões em que enfrentara Voldemort, o torneio Tribruxo, que vencera, entre outros fatos. Obviamente Harry teria sido o garoto escolhido para ser monitor ao lado dela.
Também seria divertido ser monitora ao lado de Harry, seu grande amigo. Aliás, não estava acreditando muito ainda no que acabara de ler. Monitora? Não pôde evitar sentir orgulho de si mesma. Pensou de repente que não seria tão divertido se o monitor não fosse Harry. Se fosse Simas Finnigan, por exemplo, com quem ela não tinha muito contato, perderia grande parte da graça. Já vestida, deixou o quarto correndo, com a carta na mão, e subiu até o quarto de Harry e Rony.
— Vocês receberam? — perguntou, entrando e vendo além dos dois também Fred e Jorge. Reparou logo que Harry segurava um distintivo igual ao dela. Soltou um gritinho de alegria; não teria que ser monitora ao lado de Simas Finnigan, pois seu parceiro era seu amigo Harry. — Eu sabia! Eu também, Harry! Eu também!
— Não, — disse Harry — o distintivo é de Rony.
Ela julgou não ter ouvido direito.
— É... O quê?
— Rony é o monitor, e não eu.
— Rony? — como era possível? Ela estava absolutamente chocada, e mal podia esconder. — Mas... Tem certeza? Quero dizer...
Olhou para Rony e ele lhe dirigia um olhar de mágoa e desafio que a fez sentir-se a pior pessoa do mundo, além de corar furiosamente.
— É meu nome na carta — disse ele, com frieza.
Era inacreditável, ela continuava achando, mas afinal era o que quisera realmente que acontecesse; Rony e ela, os novos monitores. Estava tão ansiosa em mostrar a ele seu contentamento que demorou a conseguir articular as palavras.
— Eu... Ah... Nossa... Parabéns, Rony! É realmente...
— Inesperado — completou Jorge.
Era o que quisera dizer, mas não estava mais agüentando aquele olhar frio e raivoso que Rony lhe estava dirigindo; que afinal ela julgava que merecia, pois realmente pensara que ele não tinha chances de ser escolhido. Odiou-se por isso. Ele era uma ótima pessoa, por que mereceria menos a monitoria do que Harry ou qualquer outro garoto?
— Não — disse, ansiosa em defendê-lo e sentindo o rosto corar ainda mais. — Não é inesperado, não, ele... Ele é...
Estivera a ponto de dizer todas as qualidades que julgava que Rony tinha, mas a sra. Weasley salvou-a entrando pela porta naquele instante.
— Gina me falou que as listas chegaram — disse ela, caminhando com uma pilha enorme de vestes dobradas. — Me dêem e eu comprarei tudo enquanto terminam de arrumar as malas. Rony precisa de pijamas novos, estão todos curtos, não posso acreditar na rapidez com que está crescendo! Que cor você quer, querido?
— Que tal um vermelho, para combinar com o distintivo? — disse Jorge, com um sorriso forçado.
— Combinar com o quê? — a sra. Weasley perguntou, distraída, ainda prestando a maior parte de sua atenção às roupas que guardava.
— O distintivo de monitor dele — disse Fred, em tom azedo.
— Distintivo de...? Mas ele...?
A sra. Weasley finalmente deixou as roupas de lado, olhando para Rony com a boca levemente aberta. O garoto mostrou o distintivo, e ela soltou um grito de alegria. — Não acredito! Não acredito! Monitor! Rony, é maravilhoso! No meio de tanta preocupação uma notícia dessas... Oh, Roninho! Estou tremendo!
Ela abraçou o filho pelo pescoço e beijou-o por todo o rosto. Hermione desejou não corar enquanto pensava que tinha vontade de fazer a mesma coisa.
— Mamãe, não... — reclamou Rony. — Me solte...
— E então, o que vai ser? Percy ganhou uma coruja, mas você já tem uma.
— C-como assim? — ele não parecia estar acreditando.
— Ora, você tem que ser recompensado por isso! O que gostaria de ganhar?
— Mãe... — disse Rony, depois de refletir um pouco, um sorriso esperançoso no rosto. — Posso ter uma vassoura nova?
A expressão da sra. Weasley murchou levemente, afinal, vassouras não eram nem um pouco baratas. — Não precisa ser muito boa — Rony apressou-se em acrescentar. — Só queria uma nova, para variar...
— Claro, querido — disse a sra. Weasley, voltando a sorrir e saindo do quarto logo depois de beijar o filho pela última vez. — Estou tão feliz! Roniquinho, monitor!
— Você não se importa se não o beijarmos, não é, Rony? — Fred perguntou.
— Podemos reverenciá-lo, se quiser — disse Jorge, desgostoso.
— Ah, calem a boca! — disse Rony.
— Ou o quê? Vai nos dar uma detenção? — disse Fred, irônico.
— Gostaria de vê-lo tentar — disse Jorge.
— E ele poderia, — disse Hermione irritada. — se não se comportarem.
Os gêmeos gargalharam. Rony disse, desanimado:
— Deixa pra lá, Hermione.
— Vamos ter que nos cuidar com esses dois atrás de nós... — disse Fred, em meio às risadas. A seguir, ele e o irmão gêmeo desaparataram.
— Esses dois! — exclamou Hermione, ainda irritada. — Não ligue para eles, Rony. Só estão com inveja!
— Não sei, não. Eles sempre disseram que monitoria era coisa para idiotas... Mas por outro lado, nunca ganharam vassouras novas! — Rony agora sorria alegremente. — É claro que mamãe não compraria uma Nimbus, mas tem a nova Cleansweep, que é bem boa... Acho que vou lá dizer a ela que eu gostaria da Cleansweep...
Ele deixou o quarto, radiante. Hermione olhou para Harry e percebeu que ele evitava seu olhar. Parecia desapontado com alguma coisa.
— Harry?
— Legal, Mione. Monitora, genial. — disse o garoto, sem se dar o trabalho de olhá-la, enquanto guardava uma pilha de roupas em seu malão.
Hermione pensou que talvez Harry quisesse ter sido o escolhido para a monitoria, o que na realidade ela não julgava justo. No ano anterior, Rony e ele tinham se desentendido justamente porque Harry fora escolhido para disputar o torneio Tribruxo, e na ocasião Harry dissera a ela que não fazia questão da atenção que recebia, e que trocaria de lugar com Rony quando o amigo quisesse.
Pela primeira vez, agora, Harry tinha sido superado por Rony em alguma coisa, e sua reação não era nada condizente com o que afirmara. Ela irritou-se com mais essa demonstração de injustiça e egoísmo, depois das afirmações dele de que sempre enfrentara todos os perigos sozinho. Decidiu não dizer nada, no entanto.
— Posso pegar Edwiges emprestada para mandar uma carta aos meus pais? — perguntou. — Acho que eles vão ficar felizes.
— Claro, pode levar! — respondeu o garoto, mas forçadamente.
Ela andou até o armário, em cima do qual Edwiges estava, a chamou para acompanhá-la e saiu do quarto dirigindo a Harry um último olhar desapontado. Edwiges voava atrás dela no corredor conforme ela se dirigia para as escadas, e Rony vinha subindo quando as alcançou. Embora ele ainda estivesse visivelmente alegre, ela pôde perceber uma nota de tristeza no olhar que ele lhe dirigia.
— Rony... — disse, e o garoto parou onde estava. — Você não ficou chateado comigo, ficou? Quero dizer, eu nunca quis dizer que não achava você capaz de ser escolhido como monitor, eu simplesmente pensei que seria natural se Harry fosse o escolhido, você sabe, ele sempre é escolhido para as coisas... E quando entrei no quarto e o vi segurando o distintivo, não tive dúvidas. — Ele encarava os próprios pés, e não disse nada. Ela prosseguiu. — Achei maravilhoso que você foi escolhido, acho que você irá desempenhar o papel de monitor muito bem...
— Contanto que você esteja junto para me lembrar das regras — murmurou ele, com um ar alegre. — Ah, mamãe está esperando a sua lista de material lá embaixo.
Ela ignorou o último comentário, mais concentrada em provar a ele seu contentamento por ele ter sido escolhido monitor ao lado dela.
— Fiquei muito feliz, — disse — e também muito orgulhosa.
Agora ele levantou os olhos para encará-la, o rosto muito vermelho, assim como o dela devia estar pelo calor repentino que sentia nas bochechas. Ambos sorriram.
— Também pensei que seria Harry. — disse Rony, encabulado — Eu tinha certeza... E sabia que a garota seria você. Quem mais poderia ser? — ele fez uma pausa, os dois ainda sorrindo. — De qualquer maneira, parabéns.
— Parabéns! — ela exclamou, à beira das lágrimas, abraçando-o com força.
— Ah... Mione... — ele murmurou, quase inaudivelmente. — Parece a minha mãe...
— Bem lembrado! — ela se afastou, levantando o dedo para dizer: — Você vai ter que brigar menos comigo, afinal, teremos que dar o exemplo.
Eu, brigar menos com você? Só pode estar brincando.
— Bem, preciso ir mandar a carta aos meus pais e falar com a sua mãe. — ela continuou descendo as escadas, seguida por Edwiges, que esperara pacientemente o final de seu diálogo com Rony.

Estavam os seis reunidos no quarto de Rony e Harry no início da noite quando a sra. Weasley voltou do Beco Diagonal com as compras que fizera, incluindo um pacote comprido para Rony.
— Desçam logo, pois teremos visitas para o jantar — disse ela, muito animada.
Rony abriu ansiosamente o pacote e analisou minuciosamente sua nova vassoura, um sorriso costurado ao rosto. Fred e Jorge continuavam a demonstrar irritação, mas não fizeram comentários. Hermione estava feliz por ver Rony tão satisfeito, e quando trocou um olhar com Harry, percebeu que o amigo se sentia da mesma maneira. Gina ainda terminava de arrumar seu malão para a viagem do dia seguinte, tão nervosa que falava consigo mesma.
— O que falta? Ah, sim. — e então corria para fora do quarto, voltava minutos depois. — Como não me lembrei? Também precisava pegar outra coisa! — e tornava a sair.
Quando desceram para jantar, viram uma faixa grande que dizia:

PARABÉNS
RONY E HERMIONE
OS NOVOS MONITORES

— Pensei em fazermos uma festinha para comemorar ao invés de um jantar comum — comentou a sra. Weasley.
Hermione ficou comovida com a homenagem. A mesa estava repleta de pratos deliciosos e garrafas de bebida, e as pessoas serviam-se e comiam em pé, conversando umas com as outras. Além de Sirius, Quim Shacklebolt, Lupin e Tonks, que já estavam ali, chegou Olho-Tonto Moody e mais tarde chegaram Gui e o sr. Weasley, que disse:
— Façamos um brinde... A Rony e Hermione, novos monitores da Grifinória!
Todos beberam e aplaudiram, e Hermione sentiu os olhos marejarem. Rony, a seu lado, estava mais vermelho do que os cabelos de Tonks, que naquela noite estavam cor de tomate. Mais tarde, enquanto ele contava a todos os detalhes sobre sua nova vassoura, ela discutia com Lupin sobre os direitos dos elfos domésticos.
A festa se estendeu. Aos poucos, as pessoas foram indo embora ou subindo para deitar, mas Hermione e Gina continuavam a conversar alegremente, muito dessa animação devendo-se à grande quantidade de cerveja amanteigada que ambas haviam bebido. A todo momento, Hermione procurava Rony com os olhos e o via conversando com uma pessoa diferente. Em um determinado momento, ele juntou-se a ela e a sua irmã.
— Melhor irmos dormir — disse ele. — Amanhã temos que voltar para Hogwarts.
E o garoto saiu, assim, simplesmente. Hermione soltou os braços ao lado do corpo, desanimada. Esperara a noite inteira por algo que nem mesmo tinha certeza do que era, e tudo o que Rony viera lhe dizer era “melhor irmos dormir”. Para ela, a festa acabou naquele exato momento, e não restava nada que pudesse fazer além de subir para o quarto.
A manhã chegou como se tivessem se passado apenas cinco minutos desde que Hermione se deitara para dormir. Qualquer vestígio de sono ou cansaço, porém, acabou sendo totalmente neutralizado pela agitação que tomava conta da sede da Ordem da Fênix. Freneticamente, foram providenciadas as arrumações finais e o recolhimento de toda a bagagem por Moody, e no meio de tanta atividade Fred e Jorge provocaram um acidente envolvendo seus malões, a escada e Gina, que por sorte não se machucou muito.
Também em meio àquilo tudo, a coruja branca de Harry retornou da casa de Hermione com a resposta de seus pais.
— Obrigada, Edwiges — ela agradeceu, acariciando a coruja pousada em seu ombro. Ansiosamente, abriu e leu a carta.

“Querida Mione
Estamos felicíssimos com a notícia de que você se tornou monitora da escola, temos certeza de que foi escolhida pelo seu desempenho incrível, sua inteligência acima da média e seu exemplo de comportamento. Temos certeza de que cumprirá com suas tarefas devidamente, honrando a confiança em você depositada.
Amamos você e a cada dia nos sentimos mais orgulhosos em sermos seus pais. Saudades,
Joseph e Helena Granger”


Ela comprimiu os lábios, com um nó na garganta, e releu a carta várias vezes. Como que percebendo sua comoção, Bichento veio aninhar-se em seus braços.
Na hora de partir, todos dividiram-se em pequenos grupos para irem a pé para a estação King’s Cross. Hermione foi com Rony e o sr. Weasley, e conforme andavam ela servia de “guia do mundo trouxa”.
— ...e aquilo ali são antenas de telefone celular.
Feletone o quê? — perguntou Rony.
Celular. É um telefone que se leva para qualquer lugar.
— Você tem uma coisa dessas?
— Claro que não, ele não funcionaria em Hogwarts, e é lá que eu passo a maior parte do tempo, não é?
— Que incrível! — comentou o sr. Weasley, um brilho sonhador em seus olhos. — É como ter uma coruja que se leva para todo o lugar...
— Mas uma coruja se leva para todo o lugar — corrigiu Rony.
Os três pararam no meio-fio para esperar o momento de atravessar a rua. A luz vermelha do semáforo acendeu e os carros pararam.
— O que os fez parar assim, de repente? — Rony perguntou, espantado.
— O sinal vermelho... — disse Hermione.
— E quando é que eles vão andar outra vez?
— Quando voltar a ficar verde, ora.
— E se todas ficarem verdes ao mesmo tempo? Eles não vão se bater uns contra os outros?
Ela suspirou, impaciente.
— Isso não acontece. E quando há algum problema com os semáforos, há guardas para controlar o trânsito.
Quando chegaram à estação, Harry já estava lá com Tonks e a sra. Weasley. Hermione ficou preocupada ao ver que, ao lado deles, estava Sirius em sua forma de cão, ignorando as instruções de Dumbledore de permanecer em casa enquanto sua cabeça valia uma recompensa. Gina chegou com Lupin e os gêmeos em seguida.
Depois de despedirem-se de todos e embarcarem no trem, Hermione e Rony separaram-se de Harry para irem até o vagão dos monitores, conforme tinha sido solicitado nas cartas que tinham recebido de Hogwarts. As primeiras pessoas que Hermione viu lá dentro, porém, foram as últimas que imaginara encontrar: Draco Malfoy e Pansy Parkinson.

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