O retorno a mansão de Voldemor



- Bela, Bela... se fosse outra pessoa seria terrivelmente castigada!

- Perdão, Milorde - disse a mulher, que tentava manter a calma. - Prometo que isso não acontecerá outra vez.

Mas Voldemort continuou como se a mulher não tivesse dito nada:

- Como sou um Lorde muito generoso, não farei nada com você. Sabe, estou muito feliz. O encontro com minha filha me deixou assim.

Ele caminhava pelo escritório, enquanto Bela o observava temerosa. De fato, Voldemort parecia muito feliz, uma felicidade irreprimível que tomava suas feições ainda menos humanas.

- Por falar nela, acho que a veremos em breve. Um triste acidente, Bela - ele sorriu ao ver a expressão intrigada da mulher. - Imagine só, um dos maiores hotéis de Londres, desabar daquela maneira. – balançou a cabeça, como se o fato o fizesse sentir pesar. – Ah, esses trouxas, não servem nem para construir prédios.

Ele se aproximou mais da mulher e voltou a falar, assumindo novamente o tom normal de voz:

-Não aceitarei outra falha, nem mesmo vinda da sua parte! Júlia retomará a esta casa daqui a pouco, e espero que cumpra o combinado. Agora vá, não quero que Severo a encontre aqui.

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Snape e Júlia retomaram o caminho que levava à mansão de Voldemort. Ele andava tão rápido que a garota tinha que fazer um grande esforço para acompanhar seus passos.

- Pare! – disse a menina ofegante, segurando o braço do homem.

Ele a encarou e ergueu a sobrancelha intrigado.

- Não vou voltar para lá – continuou ela, encarando os olhos negros de Snape. – Vou procurar outro hotel e não quero...

- Preciso te levar – interrompeu Snape. – Recebi ordens claras de seu pai para protegê-la, e é isso que vou fazer!

- Proteger de quê? – perguntou a garota com um tom de irritação na voz. - Não vem com essa história de que estamos em tempos difíceis e esse blá blá blá todo. Desde que cheguei aqui só recebi notícias bombásticas, no entanto, ninguém me deu uma explicação decente. Depois vou para o hotel e tudo vai aos ares! Não morremos por pouco, será que não percebeu!?

- Pode ter sido apenas coincidência – tentou argumentar Snape, mas foi em vão.

- Acontece, senhor Severo Snape, que NÃO acredito em coincidência! Tem algo muito estranho acontecendo, posso sentir.

- E eu, SENHORITA Júlia, não acredito em premonições tolas! – falou Snape, encarando a menina com uma expressão ameaçadora. - Se acha que corre perigo, o melhor a fazer é me acompanhar, ao invés de ficar batendo boca no meio de uma estrada deserta a esta hora da noite.

A maneira como ele falou irritou a garota profundamente, mas ela não retrucou, afinal, tinha razão. Ali não era hora nem lugar para ficar discutindo. E por pior que fosse a idéia de voltar para a casa de seu pai, no momento era o mais seguro a fazer.

- Então, vai ficar parada aqui? – perguntou Snape que estava começando a se divertir com a situação.

Sem responder, Júlia voltou a caminhar, desta vez tão rápido que deixou o homem para trás. Ele se manteve a alguns passos de distância, pensando como estava bonita irritada. Por ele, ficariam horas ali, nem que fosse só discutindo. O fato de estar tão próximo a ela o confortava de uma maneira inexplicável. Mas tinha que se conter. Devia se contentar apenas em olhá-la. E como era bom admirá-la caminhar a luz do luar.

Antes de entrarem novamente no atual esconderijo do Lorde das Trevas, Snape voltou a falar, mas desta vez com um quê de preocupação na voz:

- É melhor ir direto para o seu quarto, você precisa descansar um pouco. - ele desviou o olhar, antes que demonstrasse que sentia mais do que preocupação. – Entendo que está cheia de dúvidas e prometo que farei de tudo para esclarecê-las. Mas, por hora, o importante é que saiba que não deve falar com ninguém sobre o que viu. Para todos os efeitos, quando chegamos o hotel já estava no chão. Você precisa confiar em mim, Júlia.

- E por que eu confiaria em você? – perguntou a garota com petulância.

- Porque não tem escolha, ME-NI-NA!

Antes que ela respondesse, Snape entrou e foi em direção ao escritório de Voldemort, deixando a garota parada na porta, sem reação.

- Idiota, arrogante, prepotente – disse Júlia para si mesma. - Quem ele pensa que é? Menina, oras! Ele vai ver só quem é a menina!

Ela subiu para o quarto amaldiçoando aquele homem. Sentia tanta raiva de estar de volta àquele lugar, da maneira como Snape falou com ela, tratando-a como uma garotinha de 15 anos. – Idiota!

Seu desejo era ir até Snape, agarrá-lo pelas vestes, dizer um monte de verdades e depois beijá-lo e...beijá-lo? – “Credo! Acho que estou enlouquecendo...é sono, só pode!” – pensou.

Quando entrou no quarto, encontrou tudo arrumado, como se esperassem seu retorno. Havia até uma camisola em cima da cama. Mas a garota estava tão cansada, e principalmente perturbada com o pensamento que lhe ocorreu, que trocou de roupa sem desconfiar de nada e adormeceu.

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