Sonserina versus Grifinória
Capítulo 12 – Sonserina versus Grifinória
Moira passou correndo pelo Salão Principal, ignorando o café da manhã delicioso que a esperava. Em vez disso, enrolou descuidadamente um cachecol pelo pescoço e saiu do castelo para o pátio coberto de neve. Tinha em mãos uma carta e queria compartilhá-la com James, porém, como sempre ele estava treinando então teve que avançar até o campo de Quadribol no frio, o que não ajudou para a melhoria de seu humor. Para piorar, James não estava sozinho.
- Jamie cuidado com o Balaço! À sua direita! Direita! – gritava um de seus primos e também capitão do time da Grifinória, de quem Moira esquecera o nome, todos os Weasley pareciam iguais para ela.
- Jamie é a mãe! – James gritou de sua vassoura no alto, ignorando os conselhos.
- Que é sua tia! Olha o balaço, Merlin!
E, claro, o balaço quase o atingiu. Só escapou por pura sorte. Moira revirou os olhos, ele sempre teve uma sorte absurda. Bateu no ombro do Weasley número 15 e este a encarou com desgosto.
- O que quer, Malfoy? Estamos no meio de um treino e se vai espionar, pelo menos tenha a decência de se esconder!
- Espionar? Merlin, você e sua família obcecada por Quadribol. O mundo não gira em torno de um Pomo de Ouro, sabia?
- Sei sei... Quer falar com o Jamie, certo?
- Aham.
- Imaginei. – retrucou seco, voltando-se para James. – EI JAMIE... A princesa da Sonserina quer falar com você!
James suspirou, para a irritação dela, mas desceu a vassoura devagar. O primo Weasley saiu de perto, finalmente os deixando às sós.
- Moira... Eu tô no meio do treino. O que foi agora?
- Ah desculpa, Sr. Rei do Quadribol. Quer dizer que não quer saber sobre sua mãe?
- O que tem ela? – perguntou, preocupado e na defensiva.
- Me mandou uma carta... E sabe o que diz?
- Merlin, fala logo!
Moira abriu um enorme sorriso de satisfação.
- Está combinado!
Pela expressão de James, ele estava surpreso, mas aliviado. Ela passou a carta para as mãos dele e enquanto ele lia, andou de um lado para outro, ansiosa para que terminasse.
- Eu... Não acredito. Você é um gênio, Moira! – riu, abraçando-a tão forte que a levantou do chão.
- Ei ei! Me põe no chão – ela reclamou da proximidade, ficando vermelha nas bochechas. – Então, semana que vem, já sabe...
- Não se preocupe, eu cuido do seu pai...
- E eu da sua mãe.
Muito mais feliz, James guardou seu equipamento de Quadribol e os dois juntos voltaram para o castelo.
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Gina estava com um livro no colo e um cobertor a aquecendo, quase fechando os olhos, quando a lareira da sala tomou vida, labaredas esverdeadas anunciando a chegada do filho pródigo. James saiu com dificuldade carregando seu malão junto de si, mas Gina não tomou nota, feliz demais para se segurar. Levantou bruscamente, deixando cair o livro e o cobertor, e correndo para abraçá-lo, ignorando o fato que só atrapalhou a chegada dele.
- Mãe... Posso pelo menos chegar em casa? – reclamou, mas ela sabia que ele estava contente em revê-la – O malão é pesado sabe...
- Ah James, deixa disso... É só levitar...
- Eu não posso usar magia fora da escola senão sou expulso...
Gina revirou os olhos, levitando o malão para ele.
- Você sabe bem que isso é ladainha da sua tia Hermione... Ninguém tem como saber quem usou ou não magia em uma casa de bruxos.
- Mas é contra as regras!
Gina riu dando um beijo na bochecha do filho. Seguiram até a cozinha onde Gina de imediato preparou um café da manhã para ele, apesar das reclamações de que não estava com fome.
- Comi em Hogwarts sério...
Ela o ignorou, lhe servindo mesmo assim. Depois se sentou à frente dele, ansiosa para ouvir suas histórias. Conversavam por cartas, claro, mas ele não escrevia tanto quanto Gina gostaria, no entanto isso já era de se esperar de um menino hiper-ativo que tinha mais coisa a fazer do que escrever para a mãe.
- E então... Como foi a última partida? Fiquei a semana inteira pensando nisso!
James revirou os olhos, mas sorriu do mesmo jeito, tão animado quanto ela sobre o esporte favorito da família.
- Ganhamos por 160 a 150, mãe! E o gol que garantiu a vitória, advinha de quem foi?
Gina riu, lhe servindo mais panquecas.
- Imagino... Seu!
Os dois riram. Era o primeiro ano de James e ele conseguira a proeza de Harry, entrando no time da Grifinória como artilheiro, seguindo a afinidade dela pela posição. Observou o filho com orgulho enquanto ele contava em detalhes minuciosos cada lance da partida. Quatro meses e ele já parecia ter crescido e amadurecido tanto e sozinho! Longe dela, ele estava vivendo aventuras, enfrentando suas próprias dúvidas e problemas. Era um pouco triste, mas imensamente gratificante vê-lo se tornar uma pessoa capaz e talentosa sem que ela tivesse que segurar sua mão por todo o caminho.
- Está ouvindo? – ele a tirou de seus devaneios de repente. – Se quiser que eu não conte...
- Claro que quero ouvir! Só fiquei imaginando a cena e a cara do goleiro!
James continuou a contar suas experiências em Hogwarts, muitas das quais Gina já lera nas cartas, mas que não se importava em ouvir mais uma vez. A matéria favorita dele era Defesa Contra as Artes das Trevas, claro, mas ele se dava melhor com Feitiços e Quadribol. Odiava Poções (mas quem não odiava?) e nem mesmo Neville o conseguia ajudar a melhorar as notas em Herbologia. Já na primeira semana fizera muitos amigos, mas era óbvio que era muito fácil fazer amizades quando metade da Torre da Grifinória estava habitada por primos Weasley. Porém, sua melhor amiga continuava sendo Moira que, mesmo na Sonserina, passava a maior parte do tempo na companhia de James. Pelo que ele contara, ela não era muito popular em sua própria Casa e Gina, por mais que fosse cruel, achava que isso era um bom sinal. Afinal, os tempos mudam, mas os sonserinos continuam ruins.
Tirando dois.
De qualquer forma, acabou se lembrando da carta que recebera dela alguns dias atrás.
- E a Moira? – se viu perguntar, interrompendo o relato dele sobre mais uma visita a cabana de Hagrid.
James fez uma careta, revirando os olhos e colocando a mão no queixo.
- Que tem ela?
- James...
- Mãe! Eu não tenho culpa, ok? Tentei continuar amigo dela, juro, mas ela é muito chata. Ninguém gosta dela, nem mesmo os da Lufa-Lufa!
- Uma semana atrás faziam tudo junto e de repente ela é chata? – questionou, levantando uma sobrancelha.
Nunca passou por sua mente que James era do tipo que seguia a opinião da maioria, mas talvez a pressão dos amigos tivesse sido grande demais? Pobre Moira, não podia exatamente forçar o filho a continuar amigo dela.
- Ela espalhou um rumor sobre a Lisa Caslow só porque ela é Apanhadora do time da Grifinória.
- Só por isso? Não faz sentido.
- Certo. A Lisa falou mal dela primeiro, mas mesmo assim!
- James... Ela me mandou uma carta e pareceu muito chateada. Vocês sempre foram amigos, não custa tentar conversar e...
- Não!
Gina suspirou.
- Tarde demais! Ela pediu para vir aqui no Natal para se desculpar com você e eu deixei.
James soltou um resmungo, mas não discutiu mais. A conversa seguiu então para as novidades d’a Toca e a mais nova engenhoca trouxa dos avós dele. Gina, é claro, não mencionou que a visita de Moira também era motivo de estresse para ela, porém, por motivos totalmente diferentes. Secretamente estava torcendo para que Draco acompanhasse a filha.
Moira pulou da lareira sem hesitação, o gato branco em seus braços e suas malas levitando atrás. Draco a esperava na sala e logo que o viu, foi correndo lhe abraçar, deixando o gato livre para sumir por entre os móveis, como de costume.
- Até que enfim resolveu mostrar sinal de vida para o pai! – ele resmungou, fingindo estar irritado com ela.
- Ora, não foi tão ruim assim, esses meses! E eu mandei umas cartas...
- Uma carta, informando que tinha chegado ao castelo.
- Ah não fique bravo! – ela riu, apertando ainda mais o abraço. – E me ajude a desfazer as malas!
- Desfaça-as você mesma. Afinal não é uma mulher independente agora? Não precisa mais de mim, nem para me mandar uma carta!
Ela fez bico, também fingindo estar ofendida.
- Mas você sabe que não posso usar magia fora da escola.
Draco riu.
- Como se isso tivesse te impedido antes! Eu lembro nitidamente de todas as vezes que se trancou no quarto.
Ela o pegou pelo braço e os dois subiam as escadas enquanto discutiam, indo a direção ao quarto de Moira.
- Pelo menos teve a decência de me informar que entrou para a Sonserina. Assim não preciso te deserdar tão cedo.
- Não é que tinha muito que falar, te juro! Hogwarts é tão chata. Tirando a comida. A maioria das aulas é de assuntos que eu já sei ou fico sabendo bem rápido. O resto dos alunos só pensa em Quadribol. Não tinha nada para escrever, a menos que você queria saber a lista de livros que peguei na biblioteca.
- Biblioteca? Merlin Moira, isso é lugar de Corvinal.
- Tenho que me distrair de algum jeito, oras! – ela argumentou, ofendida pela insinuação.
Já estavam dentro do quarto, Moira abrindo as malas e levitando suas roupas para dentro do armário. Draco a olhava trabalhar da porta.
- Que tal Quadribol para se distrair?
- Hmpf, não obrigada! Já me basta James idolatrando esse jogo idiota como se fosse uma religião.
Draco sorriu, balançando a cabeça em decepção.
- Sua mãe vai ficar contente em saber que você não que tem interesse em voar.
- Já ficou – Moira riu, guardando o último vestido. – Falei para ela na última carta.
- Como é?! Ultima carta? Foi mais de uma?
- Papai, claro que sim! – retrucou com naturalidade.
- O que aconteceu com “Hogwarts é chata”?
- Chata para você. Quer dizer, quer saber sobre o garoto do quarto ano que é uma gracinha? – o provocou. – Ah e ele não é da Sonserina.
- Como é?! – repetiu, apavorado. – Quem?
- Viu. Você não quer saber dessas coisas femininas, de damas!
- Damas... Moira, quarto ano? Nem por cima do meu cadáver!
Moira riu baixinho.
- Pai, eu tenho 12 anos! 14 não é bom para mim – o assegurou, como se fosse óbvio.
Respirou aliviado, quase a ponto de enfartar.
- E de qualquer forma, a única notícia que tenho que vai te interessar é que vou visitar Gina e James no Natal – ela continuou, seu tom sutil, porém, não resistindo observá-lo para pelo canto dos olhos.
Draco percebeu a atitude e forçou se a parecer perfeitamente desinteressado pela menção do nome.
- Acho que o seu tempo seria mais bem aproveitado aqui, com seu querido pai, ao invés de com aqueles dois.
Moira revirou os olhos, talvez irritada com a resposta arrogante, talvez não caindo em sua atuação.
- E eu acho que você deveria acompanhar sua querida filha, então. Para não perder um único momento em minha adorável companhia.
Era inegável que Moira era o orgulho do pai, mas às vezes ela era sonserina demais para o gosto dele, tentando tão avidamente manipulá-lo a ir a um encontro que não desejava comparecer.
- Não fui convidado, portanto, seria má educação de minha parte aparecer.
Moira fechou sua mala, agora vazia, e suspirou, deixando metade da atuação para trás.
- James quer que você vá. Diz que precisa conversar com você. Algo que se recusa a falar comigo!
Levantou uma sobrancelha, estranhando o comentário.
- E por que ele não falou comigo sobre isso? Por que não foi ele que me convidou? Ou por que não é ele vindo para cá?
- Oras, pergunte pra ele! E eu vou saber? Só sei que veio se despedir de mim no Salão Principal com esse pedido.
- Moira...
- O quê? É a mais pura e clara verdade. Se for mentira é só ir embora e me deixar sozinha com eles.
Draco, mesmo adorando a filha, não estava acima de duvidar de suas intenções, porém, ao menos não chegaria à casa dela sem uma razão, uma desculpa. Não seria a primeira vez que o filho cabeção dela procurava conselho no “amigo” distante da mãe, que estava afastado o suficiente para não representar o mesmo perigo que seus tios, que eram considerados por James muito próximos e suscetíveis as pressões de Gina em contar os segredos do sobrinho.
Moira sabia, é claro, que o silêncio do pai significava o sucesso de seus desejos e a maior possibilidade do sucesso de seus planos.
Dias depois, na manhã de Natal, Draco se viu parado como um pato tonto na sala da infame Toca, de pé e impaciente. Moira, sentada em uma cadeira próxima, sorria e parecia mais contente em estar ali do que com seu conjunto novo de poções, presente dado na noite anterior.
Após alguns minutos dolorosos de espera, ela apareceu, vinda da cozinha com James, carregando uma bandeja cheia de biscoitos natalinos. Enquanto o filho, que parecia ter o dobro do tamanho em apenas quatro meses de separação, estava sorrindo de ponta a ponta (perigosamente tão contente quanto Moira), Gina parecia ter amanhecido de uma noite de muita bebida.
Não que diminuísse... Balançou a cabeça, irritado consigo mesmo. A aparência dela era, inegavelmente, terrível. Com certeza fruto da noite de festividades com o restante da corja Weasley.
Sentaram-se os quatro, Moira aceitando os biscoitos e sem nenhuma vergonha pegou dois ao mesmo tempo. Draco os negou simplesmente, esperando ter se expressado com nojo o suficiente. Assuntos de pouca importância e nenhum real interesse foram abordados, apenas para fingir ainda que os Weasley(-Potter) e os Malfoy tinham ainda algo em comum,tirando a amizade entre Moira e James.
Após a conclusão das falsidades, James tomou a iniciativa de pedir que Draco o acompanhasse para a cozinha. Seguiu o menino, apenas com um breve olhar para Moira, incidentalmente também capturou a expressão de surpresa que Gina deixou escapar.
- Então, o que quer falar comigo? – começou, não querendo passar nem mais um minuto naquela casa.
James agora parecia bem menos confiante do que na sala e demorou um pouco até juntar coragem para finalmente falar o que queria.
- Moira... disse algumas semanas atrás que você não está mais saindo com aquela mulher... Astoria.
A reação de Draco foi de pânico. Moira falava demais! Não se fofocava sobre a vida pessoal do pai para qualquer um, muito menos James Potter! Queria primeiro desmentir, mas racionalmente não tinha motivo para fazê-lo, então tentou a segunda melhor opção: desviar.
- Verdade? Ela fala demais. E sabe de menos. Agora, o que você realmente quer, James? Algum problema com o time? Não vou dar dicas para alunos da Grifinória, você sabe disso...
- O que eu quero. Realmente, quero. É que você fale com a minha mãe.
- Falar? Acabei de falar com ela. Merlin, até acho que já não temos mais nada para conversar.
James o encarou de forma tão séria que Draco quase questionou se ele realmente tinha 11 anos.
- Eu ainda acho, mas não por muito mais tempo, que você ainda é capaz de fazê-la parar de chorar.
Draco virou o rosto, focando na pia da cozinha como se fosse a coisa mais perfeita e interessante no mundo.
- Eu não sei de onde você tirou essa idéia, mas você está errado – disse logo depois lhe dando as costas e voltando para a sala.
Gina tentou prestar atenção no que Moira dizia, mas era incapaz de distanciar sua mente da cozinha, onde James estava conversando sobre um assunto misterioso com Draco. Nada fazia sentido depois da atitude que seu filho tomou. Moira e ele pareciam estar muito bem obrigado, a amizade deles estranhamente inalterada por qualquer sinal de brigas. O que ele queria falar com Draco que não poderia ser resolvido com a própria mãe?
O tempo, que pareceu tão lento antes, acelerou quando Draco voltou da cozinha, apressado e irritado. James não estava junto.
- Vamos, Moira.
- Pra onde? Mal cheguei – ela protestou, mais um biscoito em mãos.
- Não quero saber.
- Draco, Moira tem algo para resolver com... – Gina juntou-se a menina, irritada com o tom dele.
- Não. Não tem.
Ofendida, Gina se levantou, ficando cara a cara com ele. Sentindo como se tivesse voltado àquele dia tão distante em , quando brigaram e ela convencera Moira a passear no Beco Diagonal, Gina estava pronta para mais uma vez impedi-lo de levar Moira.
- Ela pediu para vir aqui porque quer fazer as pazes com James. Ela fica até os dois conversarem.
Draco estava claramente confuso com a notícia e encarou a filha, mais irritado ainda.
- Você brigou com o cabeção? Quando?
Moira, em vez de respondê-lo, levantou e deu de ombros, preferindo ir para a cozinha a agüentar o humor do pai.
- Que raios está acontecendo aqui? – ele urrou, frustrado. – Primeiro o seu filho me perguntando sobre Astoria, o que você saber dela agora? Depois falando...
Mas Gina o interrompeu, irritada com a insinuação de que ela teria tentado, através do filho, indiretamente descobrir a vida particular dele.
- Eu? Não me interessa saber nada sobre ela. Aliás, quem insistia em mencionar ela na minha frente sempre foi você. Como se eu me importasse com quem você passa seu tempo!
Sua indignação tornou-se clara pelas bochechas e orelhas vermelhas de nervoso.
- Realmente, você não tem interesse algum no que eu faço – replicou, amargo.
O coração de Gina deu um salto sem ordem. Qual seria a razão da amargura se não algum tipo sentimento ainda restante? Sentindo um pouco de amargura também, não resistiu em deixar suas emoções escaparem.
- Não fui eu quem desistiu.
Draco balançou a cabeça em negativa e com um suspiro colocou suas mãos em cada braço dela, tocando-a com delicadeza, mas firme do mesmo jeito.
- Nem por um momento, mesmo com minha sanidade dependendo disso, eu desisti.
Gina riu amarga, virando o rosto dele.
- E quanto à famosa Sra. Greengrass? Não me parece a atitude de alguém que não desistiu.
- Astoria, pobre coitada, não passou de uma tentativa desesperada de provocar ciúmes em você! E de que me adiantou? Nada... Como sempre – ele fez uma pausa, tentando analisar o rosto dela. – Ou estou errado?
O coração acelerando ainda mais, obrigou-a a encará-lo novamente.
- E quanto a sua frieza? A demora em responder minhas cartas... A distância que criou entre nós?
- Weasley, sua mulher infernal, está realmente colocando a culpa em mim? Quando você é a única criminosa aqui? Quem me recusou de novo, e de novo? Escapou e amarelou tantas vezes? Não, eu acho que pelo menos desse crime eu mereço ser inocente.
- Malfoy...
Sentia a garganta seca e um frio pela espinha. Tão estúpida tinha sido... E agora lá estava sua última chance de corrigir todos os erros tolos.
- Sim? – a voz dele segurava mil e um sentimentos, cautela ainda forte.
- Pode me perdoar por ser uma teimosa idiota?
Em resposta ele apenas sorriu, beijando-a delicadamente. Os dois demoraram o máximo que podiam, com o intuito de saborear a realidade com a qual tanto sonharam durante anos. Porém, não demorou e o beijo, antes casto, tornou-se bem mais fervoroso, agora compensando pelo tempo perdido por covardia, incerteza e cautela de ambos.
Alguém limpando a garganta interrompeu a descida de mãos e proximidade de corpos. James e Moira os observavam da porta da cozinha, a menina batendo palmas devagar e James com um sorriso, porém, também vermelho como um tomate.
- Até que enfim – Moira suspirou. – Achamos que nunca ia acontecer.
Draco franziu a testa, não acreditando na audácia da filha em se meter em assuntos de adultos. Gina sorriu confusa, mas feliz demais para se importar com mais nada. Sentiu a mão dele sob a sua e de repente tudo estava certo com o mundo.
Não importava que ao longe pareciam a família mais estranha do mundo. Afinal, Weasley e Malfoy jamais aconteceram antes na história bruxa. No começo, as fofocas e rumores especularam tudo que era humanamente possível, desde a cor dos guardanapos do casamento, até o nome da quarta geração daquela união. Teriam filhos? Quantos? Olhos cinza ou azul? E quanto às sardas? Quem seriam os padrinhos? Estaria Potter se revirando no tumulo? Onde estava a mãe da menina Malfoy?
Felizmente, com o tempo, a curiosidade morreu. James já podia tomar seu café da manhã em paz sem mais cartas oferecendo adoção e Moira voltara a ser ignorada por seus rivais de casa. Sr. Malfoy e Sra. Weasley Malfoy- podiam andar em segurança por Hogsmeade e o Beco Diagonal, sem correr o risco de virarem manchete d’O Profeta.
Os Weasley protestaram de inicio, mas após dezenas de argumentos ignorados, resolveram que o melhor a fazer era ignorar o assunto.
Nada importou no final. Moira e James estavam mais felizes do que nunca, contentes em tomar sorvete nas férias e brigar em Hogwarts, desde que no final do ano Sonserina ganhasse a taça das casas e Grifinória ficasse com o troféu da Copa de Quadribol. E seus pais não se beijassem muito na frente deles.
Estes insistiam em fazer tudo o possível para passarem cada minuto do dia juntos (Para compensar pelo tempo perdido, explicavam). Isso incluía banho , aulas de cozinha, partidas de Quadribol por beijos, visita aos Weasley (para a infelicidade de Draco), compras de Natal, chocolate quente perto da lareira, crises de ciúmes e brigas bobas pelo cobertor.
No verão, os quatro visitavam a praia na França e tomavam sorvete de almoço e jantar. No inverno, liam histórias de terror na cama, debaixo dos cobertores a luz de varinha.
No final, o que importava era que eram uma família.
FIM
N/A: Desculpem a demora, sinceramente o bloqueio foi grande. Mas esses dias precisei de uma dose de fluffr e calhou de conseguir terminar a fic! Espero que gostem! Sei que não é um final perfeito ou épico, mas senti que era o que mais combinava com o que queria transmitir com essa fic. Obrigada por ler, desculpem qualquer decepção! Pelo menos a jornada até aqui valeu a pena, né?
MUUUITOOO obrigada a todos que leram e mandaram reviews! Mil desculpas pela demora mais uma vez.
Comentários (1)
Nossa!Eu adorei sua fic!Não consegui parar de ler até chegar ao final *-*Como eu adorei a Moira ( bem Malfoy ) e nosso querido James ( Bem Weasley-Potter )Acho taaaaaao lindo D/G *o*Voce os descreveu de forma perfeita e eu adorei cada pedaço da fic.Tambem gostei do modo como escreve, muito bom.BeijosJôh
2012-07-15