Rudigier Binns
Capitulo 26 – Rudigier Binns
Harry deixou Gina e Cho na ala hospitalar, ignorando por completo as ordens de Madame Pomfrey de ficar parado para a melhor cicatrização do ferimento.
–Mas eu não prometo nada, talvez ainda fiquem algumas marcas. –disse ela, calmamente, depois de terminar o curativo.
Harry mentira, dizendo a ela que aqueles ferimentos foram causados por um enxame de besouros-de-carne, que o atacara durante um passeio pela estufa oito. Ela parecera não ter acreditado, comentado algo como “já vi esses ferimentos antes...”, mas não fez mais perguntas.
Ele estava agora seguindo pelo corredor onde estavam acomodadas as gárgulas que davam acesso a sala da prof ª Minerva. Parou em frente as duas feras de pedra, observando-as atentamente.
–Gato Listrado. –disse ele, fazendo com que as gárgulas lhe abrissem caminho.
Ele subiu os três primeiros degraus da escadaria circular e deixou-se ser guiado pela magia que o conduziria ate a sala da diretora. A porta surgia aos poucos logo acima de sua cabeça, sendo logo em seguida escondida pelo pilar central da escada.
Ergueu sua mão para bater na porta, mas algo o fez parar, talvez fosse a urgência na voz que ouvira lá dentro:
–Minerva, eu já não estou agüentando... Você viu o que me aconteceu na ultima crise.
–Eu sei, Rudgier, mas você deve ser paciente, temos metade do St. Mungus pesquisando uma cura para sua doença. –era a voz da prof ª Minerva, ela parecia tão preocupada quanto o outro.
–Não creio que de para esperar mais do que dois meses, Minerva.
–Tenho absoluta certeza que em dois meses teremos a cura.
–Certeza... Não posso mais confiar apenas em sua certeza, Minerva.
–Entendo, mas aguarde mais um pouco, Rudigier, não faça nenhuma besteira.
Houve um longo silencio, em que Harry pode jurar ter escutado o som de uma gaveta sendo aberta e um leve choque entre metais.
–Isso... A pior besteira que já fiz. –disse o homem. –Pena ele não ter sobrevivido.
–Você errou a poção, Rudigier, ela não deveria matar em menos de um mês, e não deveria ser possível sentir os sintomas. –comentou a professora.
–Não me lembre Minerva, eu fui a causa da morte dele.
–Não se culpe você não imaginava que ele iria atrás disso.
–É... Mas e o garoto, ele ainda está atrás disso?
–Creio que não, ele parece acreditar que quem o encontrou irá destruí-lo.
–Se eu fosse capaz... Talvez o fizesse.
Pelo que estava ouvindo, Harry só foi capaz de chegar a uma conclusão: estavam falando do medalhão de Slyhtherin. Não foi capaz de resistir por mais tempo, abriu a porta sem nem mesmo bater e deparou com a cena mais esperada que já via. A professora Minerva sentada em sua mesa, segurando o medalhão que ele vira nas memórias que Dumbleodore lhe mostrara e um rapaz alto e jovem, não muito mais velho que ele, cabelos negros e bagunçados, olhos de um azul profundo... Sentiu seu coração parar. Meu pai.
Tanto o rapaz quanto a prof ª Minerva pareceram se assustar com a entrada repentina de Harry, e se embaraçar com sua reação. Os três ficaram em silencio por algum tempo, ate que os lábios de Harry recuperaram a sua capacidade de se mover:
–Esse não é... Não pode ser... –balbuciou ele.
–Não, Potter, esse não é seu pai. –disse a prof ª Minerva com firmeza.
–É que ele é tão parecido...
–Muitos já me disseram isso... –disse o rapaz, com um meio sorriso. –Mas não creio chegar aos pés dele.
–Os olhos... O cabelo... –Harry não podia conter a emoção.
–O nome desse garoto é Rudigier Ambevster Binns. –informou a prof ª Minerva.
Harry arregalou os olhos, não podia acreditar no que acabara de ouvir, era muita coincidência para dez minutos.
–Binns? –perguntou Harry. –Você está me dizendo Binns como o professor Binns?
–Ele é meu avô. –disse o garoto, caindo logo após em uma crise de tosse.
Avô? Pensou Harry. É claro! Binns está morto agora,mas em algum ponto ele deve ter vivido.
–Vocês não se parecem. –comentou o garoto, cordialmente.
–É que eu... Puxei a... Família da minha... Mãe. –disse o rapaz, em meio a tossidos.
–Ah...
O rapaz limpou a boca na manga da capa e sorriu para Harry.
–Você talvez a conheça, ela se chamava... –começou ele.
–Não, Rudigier! –exclamou a prof ª Minerva, mas fora tarde demais:
–Letícia Potter, irmã de seu pai.
Harry sentiu como se alguém tivesse lhe dado um forte soco no estomago. Irmã de seu pai. Não sabia que seu pai tivera uma irmã, para ser mais exato, nunca se interessara pela família de seu pai. Tinha medo de encontrar uma versão bruxa dos Dursley. Se sentiu péssimo, como eu pude ser tão egoísta? Eles provavelmente gostariam de me conhecer.
–Rudigier! –ralhou a prof ª Minerva.
Harry ergueu uma mão e estalou os dedos, ao seu lado surgiu uma cadeira, ligeiramente precária, mas forte o bastante para agüenta-lo por algum tempo.
–Sua mãe... Como ela é? –perguntou Harry, tentando manter o fio da meada, mas sabia que não o conseguiria por muito tempo, estava perturbado demais.
–Era. –disse o rapaz, tristemente.
–Era?
–Ela morreu quando eu tinha apenas sete anos.
–Morreu?
–Sim, foi assassinada.
–Assassinada? –Harry se perguntou por quanto tempo mais conseguiria manter a conversa dizendo uma palavra por minuto.
–Exatamente.
–E quem a assassinou?
–Severo Snape.
Ao ouvir aquele nome toda a perturbação do choque sumiu de Harry, dando lugar para um ódio incontrolável, toda vez que se lembrava do que aquele maldito fez, seu sangue fervia.
–Controle-se, Potter. –pediu a prof ª Minerva, segurando um castiçal que começara a se erguer.
Harry respirou fundo. Tentava se controlar, mas era quase impossível, toda vez que se lembrava de Snape e do que ele fizera se sentia fora de controle.
–Desculpe... –murmurou ele, encabulado.
–Tudo bem... Sente-se um pouco.
Harry se sentou, não sentia cansaço, mas precisava daquilo.
–O que foi isso em sua mão? –perguntou Rudigier, curioso.
Harry olhou para a própria mão, apesar da perturbação que sentia, ocasionada pela raiva, ele fez questão absoluta de se concentrar ao máximo em sua legilimência, para que não descobrissem que estava mentindo:
–Um acidente nos jardins... Besouros de carne.
–É... Bichos chatos, esses. –comentou o rapaz, passando a mão pelo braço, num sinal claro de que estava arrepiado.
Mas Harry já não prestava muita atenção no que o rapaz falava, sua atenção estava detida numa corrente dourada que a prof ª Minerva tinha em mãos, um medalhão que outrora pertencera a Salazar Slytherin.
–Isso é o que eu acho que é? –perguntou ele, já sabendo a resposta.
–Creio que sim, Potter, esse parece ser o medalhão de Slytherin que você e Alvo procuraram ao fim do ultimo semestre. –respondeu a professora.
–E... E por acaso foi ele quem achou? –Harry apontou para Rudigier.
–Exatamente.
–E estava mergulhado naquela poção?
Ela concordou com a cabeça.
–Então, para pegar o medalhão, ele teve que beber a poção, certo?
–Potter, pare de enrolação e vá logo ao âmago da questão! –ordenou a diretora.
–Como ele conseguiu sobreviver àquela poção e Dumbleodore não? Quero dizer, eu peguei um pouco dela e pesquisei tudo o que pude e só consegui descobrir uma coisa: quem a bebesse não duraria um dia! Não há antídoto!
Os olhos de Harry estavam saltados, já cheio de lagrimas. Por um segundo sentiu ódio daquele rapaz, ele tirara dele o que mais perto de um pai Harry tivera depois de Sirius... por que sempre tiram tudo de mim?!
–Creio que você saiba o porque saiba disso, Potter. –disse a professora, séria. –E se concentre, não quero ser capaz de fazer isso novamente.
–Tudo bem... Me desculpe… –pediu Harry, apertando os olhos com a mão.
Os três ficaram em silencio, Harry ainda com os olhos fechados, tentando controlar sua raiva e, ao mesmo tempo, se concentrar em sua legilimência.
–Eu posso? –pediu ele, de repente, olhando para o medalhão que a professora segurava.
–Claro, Potter. –concordou a professora. –E acho que devia levar ao local seguro onde guardou as demais Horcruxes, também.
Tanto Harry quanto Rudigier olharam espantados para a professora.
–Mas Minerva… –começou rudigier.
–Sem mas, Rudigier, Potter é a melhor pessoa para guardar isso.
–Tudo bem que ele é bem poderoso para a idade, mas mesmo assim... Meu tio Tiago também era! –argumentou o rapaz.
–Harry e Tiago são diferente, Rudigier. –Disse a professora seria. –Muito diferentes.
–Diferentes como, Minerva?! Por acaso ele é o melhor amigo de uma trouxa, ou coisa assim?
–Exatamente.
O rapaz ficou mudo por mio segundo, olhando para Harry.
–Lílian também era trouxa e Tiago se casou com ela… –o rapaz parecia extremamente contrariado.
–Mas durante cinco anos ele a odiou. –argumentou a professora
–E o sentimento era recíproco.
Harry sentiu um outro baque, meu pai odiava minha mãe?
–Seu pai vinha de uma família extremamente tradicionalista, Harry, os Potter que, apesar de não serem bruxos das trevas, eram extremamente contra a entrada de trouxas em Hogwarts, seu pai também já foi assim, assim como Sirius.
Que sirius não gostava de sua mãe no começo Harry já sabia, seu padrinho já lhe contara isso, mas seu pai. Isso lhe fez se perguntar se seu pai era mesmo o herói que todos diziam que ele era.
–O que importa não é isso, Harry, o que importa é que seu pai, quando se viu apaixonado por Lílian, desafiou toda a sua família pelo amor da garota, desafiando ate mesmo o ódio que ela nutria por ele.
–Tanto que foi deserdado. –comentou rudigier.
–Meu pai…Deserdado? –perguntou Harry.
–Exatamente.
–Mas e todo aquele ouro no Gringotes? –perguntou o garoto, assombrado. –Não era a herança da família.
–Seus pais eram inomináveis, Potter, a profissão mais perigosa no mundo da magia. –explicou a professora. –E também muito bem remunerada, em dez anos ele fez uma fortuna maior que toda a família Potter em trezentos.
–Eu percebi…–balbuciou Harry.
A professora se levantou e seguiu ate uma armário ao lado de sua mesa, abrindo ela e ajeitando o retrato de Dumbleodore.
–Eu... Vou embora... –disse Harry, se levantando.
–Tudo bem Potter. –disse a professora. –Volte mais tarde, precisamos conversar um pouco mais.
O garoto concordou com a cabeça. Já ia saindo quando viu uma mesa a um canto da sala, onde, no ano passado, Dumbleodore guardara... O anel de Gaunt! Harry sentiu seu estomago afundar.
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