Conversa a Três



Capitulo 22 – Conversa a Três

–Harry, nós precisamos conversar. –Hermione tentava encurralar o garoto pela sétima vez desde o inicio da reunião.
Harry se virou, Hermione tinha a expressão mais seria que já vira no rosto da amiga e estava acompanha por um Rony muito menos amigável. Se sentiu obrigado a aceitar o convite.
–Continuem tentando ate conseguirem. –disse Harry, para os demais garotos, que tentavam usar um feitiço convocatório não-verbal.
Hermione e Rony conduziram o garoto ate um canto mais afastado do salão, Hermione literalmente o jogou na parede.
–Muito bem, explique-se. –disse ela, simplesmente.
Harry não entendeu de imediato. Piscou duas vezes e olhou para a amiga.
–Explicar o que? –perguntou ele.
–Tudo! –Exclamaram Rony e Mione, em uníssono.
Ele respirou fundo. Tudo, né? Sacou sua varinha e a sacudiu, apontando para o chão, onde apareceu uma cadeira. Olhou para os amigos, e então conjurou mais duas cadeiras.
–Sentem-se, acho que vai demorar um pouco. –disse ele, olhando para os membros da Armada. –Temos algum tempo.
Os amigos se sentaram, Hermione parecia um tanto desconfortável, mas Rony não parecia ligar, sua curiosidade era maior.
–O que exatamente vocês querem saber? –perguntou Harry, tentando limitar ao máximo o assunto.
–Primeiro, psicotransporte. –disse Hermione, se arqueando para mais perto de Harry.
–Bem, isso... –começou Harry. –Antes de tudo tenho que pedir uma coisa à vocês.
–O que? –perguntaram os dois em uníssono.
–Aparatem.
–Mas...
–A sala está livre, vocês podem aparatar.
–Certeza? –perguntou Hermione.
–Absoluta.
Hermione se ergueu, Rony a imitou. Eles se entreolharam, como se se perguntassem o que era que Harry queria com aquilo. Harry sorriu. Os dois giraram nos calcanhares e... Nada, continuaram no mesmo lugar, nenhum estalo, nem nada.
Os olhos de Hermione se arregalaram. Rony parecia confuso demais para ter qualquer reação. Tudo bem que ele não passara no teste de aparatação, mas passara o verão inteiro treinando e agora já tinha habilidade mais que suficiente.
–O... O que aconteceu? –balbuciou Hermione.
–É impossível aparatar na presença de Voldemort. –explicou Harry, com um sorriso bobo.
Hermione meditou sobre as palavras de Harry.
–Mas você não é Voldemort. –argumentou ela.
–Mais uma coisa que aprendi na mente dele.
–Mas como? Como você pode inibir a magia dos outros?
–Não dá pra inibir a sua magia, mas posso impedir que vocês a redirecionem, criando uma nevoa mágica.
–Mas então também da pra impedir que os outros façam feitiços! –exclamou Rony.
Harry riu pelo nariz, a conclusão de Rony não era de todo idiota, na verdade seriam poucos os que conseguiriam a chegar na conclusão correta.
–Não, Rony, é exatamente por causa disso que usamos as varinhas. –explicou Hermione, séria. –Elas catalisam nossa magia.
–Ah... Tá. –Rony parecia um tanto decepcionado consigo mesmo.
Harry não pôde deixar de sentir pena do rapaz, desde que voltaram das férias o garoto vinha se esforçando ao máximo para mostrar que não era o trasgo que uma pessoa achava que ele era.
–Mas, Harry, se você é capaz de criar essa tal nevoa, –Hermione continuava matutando sobre o assunto –também deve ser capaz de pelo menos diminuir a intensidade dos feitiços.
–Não é bem assim, Mione, a magia da aparatação é diferente da magia usada nos feitiços.
–Diferente? –perguntaram Rony e Mione em uníssono.
–Quando você usa um feitiço, a magia usada vem de dentro pra fora.
–Como se você estivesse se motivando? –perguntou Rony.
Hermione olhou para Rony, não conseguindo esconder uma certa admiração pelas novas atitudes do rapaz.
–Exatamente Rony. Mas quando aparatamos usamos a magia que está a nossa volta, a absorvemos e redirecionamos para o ponto no qual estamos concentrados.
–Então a nevoa que você cria deixa a magia muito densa para ser absorvida. –concluiu Rony, mais rápido ate que Hermione.
–Isso mesmo Rony! –exclamou Harry, com um largo sorriso. –Se cuida Mione, o Rony aqui está ficando bem esperto.
–Acho que ele sempre foi, só não sabia a hora de mostrar. –disse Mione, com um sorriso débil.
–Como? –perguntaram Harry e Rony, em uníssono.
–O Ronald sempre jogou xadrez melhor do que qualquer um que já vimos, isso mostra que ele não era burro de tudo.
–Sinceramente espero que isso tenha sido um elogio. –disse Rony, com uma careta estranha.
–O que você acha?
–Prefiro não achar nada.
–Han..? Posso continuar? –perguntou Harry.
Os dois coraram violentamente.
–Então, Harry, foi por isso que você aprendeu o Psicotransporte? –perguntou Mione, se repondo.
–Isso, não que tivesse sido muito útil contra Voldemort, eu e ele só nos encontramos duas vezes, durante esse tempo.
“Apesar disso, também houve horas em que me foi bastante útil em outras ocasiões. Existem muitos lugares pela Grã-Bretanha em que não é possível aparatar, como o tumulo dos Fundadores e a administração do Gringotes.”
–Mas... Para que você foi a esses lugares? –perguntou Mione.
–No Gringotes ele foi para fazer aquele acordo da Gina, –explicou Rony, Hermione fez uma careta –alias, precisamos conversar sobre aquilo também, mas não entendi nada sobre o tumulo dos Fundadores.
–Eu fui atrás da ultima Horcruxe. –explicou Harry.
–Horcruxe? –Hermione ainda se lembrava de tudo o que Harry lhe contara sobre os Horcruxes. –É verdade, você não nos disse se encontrou alguma.
–Como eu disse fui atrás da ultima, portanto encontrei todas.
Rony e Mione se entreolharam, com leves sorrisos.
–Então, Voldemort já é mortal? –perguntou Mione.
–Quase, ainda não destruí as Horcruxes.
–Por que? –perguntaram em uníssono.
–Porque ainda falta uma.
–R.A.B. –disse rony, baixinho.
–O Colar de Slytherin ainda está desaparecido. –completou Harry.
–Mas se esse tal R.A.B. pegou o colar, ele provavelmente o destruiu. –disse Rony.
–Vamos esperar que sim.
Houve um pequeno silencio, em que Rony fez quase uma centena de estranhas caretas. Finalmente falou:
–Mas você não disse como aprendeu Aquele negocio.
–Ah, é verdade! –concordou Mione.
–Foi bem simples, só é necessário inverter o processo de aparatação. –explicou Harry.
Rony e Mione se entreolharam por alguns segundos. A frase que veio a seguir era digna de ser gravada, pois nunca mais seria ouvida, não dos lábios de Hermione:
–Não entendi.
–Quando você aparata você usa a magia ao seu redor, certo? –perguntou Harry.
Os dois concordaram.
–Quando você se Psicotransporta, você usa a sua própria energia, por isso é tão estafante.
–Deixa-me ver se entendi, você se concentra em só mover e não em ser movido? –perguntou Mione.
–Exatamente, Mione! –exclamou Harry. –Você deve esquecer que existe uma outra forma de se mover.
–Peraí, então é fácil! –exclamou Rony. –É só usar nossa energia.
–Mas usar sua própria energia não é tão fácil, Rony. Lembra dos patronos? –lembrou-o Harry. –Concentrar toda a sua felicidade num feitiço é bem complicado, imagina toda a sua magia.
–Mas você conseguiu! –exclamou Rony, fazendo parecer que se Harry conseguisse, qualquer um seria capaz.
–Depois de muito treino árduo e de dezenas de litros de sangue de dragão.
Rony ficou em silencio. Hermione riu pelo nariz.
–Mas você vai nos ensinar, não é? –perguntou ela, inocentemente.
–Claro que vou. –afirmou Harry. –Alias, vou ensinar a todos da ordem. Para vocês vai ser bem mais fácil, pois vão ter alguém que conhecer a magia para lhes mostrar onde estão errando.
–Isso! –exclamou Mione baixinho, mas não o suficiente para que Harry e Rony não a escutassem.
Os três ficaram em silencio por alguns segundo, ate que Rony, que parecia não ser mais capaz de se conter virou para Harry e falou, com seus olhos injetados:
–Harry, que historia é essa de Virginia Potter?
Harry ficou meio sem graça. Sentindo seu rosto corara tentou explicar para o amigo:
–Não tive a intenção, só que, para que eu passasse o cofre para o nome de uma outra pessoa ela teria que estar na arvore genealógica da minha família e...
–Você mentiu para os duendes dizendo que era casado com Gina? –questionou Rony.
–Não! Nem de longe faria isso, eu simplesmente disse que tinha a intenção... Acho que foi o bastante pra eles.
–E você realmente tem essa intenção? –Rony parecia um pia raivoso interrogando o novo namorado da filha.
–Tinha. –disse Harry, tristemente.
–Tinha? Por que tinha?
Harry suspirou.
–Eu não posso impedir vocês de correrem perigo comigo, vocês estão dispostos a isso e me matariam antes de Voldemort se eu tentasse impedir que fizessem isso por mim, mas ela eu posso, Rony, eu posso impedir ela de sofrer ou ser ferida por estar ao meu lado... Alem do mais, quando ela está perto de mim eu fico fraco... Minha Legilimência e minha Oclumência falham... Eu estou completamente vulnerável...
Rony não disse nada, parecia entender pelo que harry estava passando. Passou as mãos pelo ombro de Harry e sorriu para o amigo:
–Cara, se depender de mim você e minha irmãzinha vão me dar time de quadribol de sobrinhos pra treinar, pois a gente vai acabar com a raça de Voldemort.
Harry sorriu com gosto, pela primeira vez em muito tempo. E sentia orgulho, Rony finalmente abandonara seu medo do nome de Voldemort. Durante as férias tentara se convencer de que fizera o melhor deixando os amigos para trás, mas agora sabia que cometera o erro mais infeliz de sua vida, estaria muito mais forte e preparado se pudesse contar com aquela força que estava recebendo agora.
–Não sei quanto aos sobrinhos, Rony, mas com certeza nós vamos acabar com a raça do cara de cobra! –exclamou Harry, pondo seu braço também sobre o ombro de Rony.
Hermione só pode sorrir. Meu Deus, eu devo ter perdido muita coisa... Eles já são homens e eu nem havia notado... Principalmente você, Ronald... ou será que eu devia te chamar de Rony?
Enquanto isso do outro lado da sala, um garoto ouvia tudo em silencio. As orelhas extensíveis dos gêmeos lhe foram bem úteis.

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