Me namora



Capitulo 20 – Me namora

–Harry, o pomo! –gritou Rony das balizas.
Harry piscou duas vezes e avistou o pomo cerca de trezentos metros a sua frente, se arrumou na vassoura e disparou o mais rápido que pode sobre a Cleansweep 7.
Aquela já era a quarta vez naquele treino que Rony tinha que lembrar Harry do que ele estava fazendo, o garoto parecia muito entretido em olhar para o nada. Mais especificamente para o nada que rotineiramente era ocupado por um borrão ruivo montado em uma Firebolt.
O pomo era muito mais rápido que a vassoura de Harry, mas a manha ensinara o garoto que era muito mais simples cortar caminho, já que o pomo fazia curvas fechadas para impedir os apanhadores de segui-lo por muito tempo, era só observar para que lado a bolinha de ouro iria se esquivar. Foi numa dessas curvas que Harry teve de parar abruptamente. Alguém entrara em sua frente.
–Você tá muito lento! –exclamou Gina, enfiando um dedo na cara do garoto.
Harry não disse nada, apenas olhou para os demais jogadores do time, todos concordavam com Gina com a cabeça, o mais enfático era Dino, que ainda por cima sorria. Rony, que tinha a goles embaixo do braço voou rapidamente na direção deles.
–Ela ta certa, Harry, assim não vamos ganhar nunca! –explicou o amigo.
–Eu sei, Rony, já encomendei uma vassoura nova! –desculpou-se Harry.
Gina e Rony se encaram por um segundo.
–Não é a vassoura, Harry, é você. –disse Rony, em tom sepulcral.
Harry sentiu seu estomago afundar. Eu estou muito lento?, perguntou-se, logo eu? Arrumou-se em cima de sua vassoura, tentando parecer um pouco mais firme.
–Não entendi. –disse ele, olhando de Rony para Gina e vice-versa.
–Harry, você está muito fora do ar, não está prestando atenção em nada do que acontece no campo e...
–Desculpa... Eu juro que não vai mais acontecer.
–E não vai mesmo. –disse Gina, num tom extremamente autoritário, Harry sentiu-se tentado a pergunta-la se era a capitã do time. Ela voltou-se para Rony: –Rony eu quero tentar a vaga de apanhador.
Rony ficou sem reação, olhando de Gina para Harry. Harry lembrou-se de quando Gina jogara como apanhadora em seu lugar no ultimo ano, ela devia jogar muito bem, pois ganharam o campeonato, sentiu seu estomago afundar. Já basta perder Gina, não vou largar o quadribol.
Harry olhou fundo nos olhos da garota, havia convicção e uma outra coisa ali, sabia que era capaz de adentrar a mente da garota sem que ela percebesse, e o fez, sem nenhum peso em sua consciência. Não da pra ficar aqui só te vendo jogar, já basta o tempo que sou obrigada a passar perto de você na torre, preciso de um pouco de distancia ou vou enlouquecer...
–Gina, não dei um fora no Screaming pra te deixar tentar... –disse Rony, com um pouco de pesar.
–Deixa Rony, se ela acha que é capaz. –disse Harry, não tinha a intenção de se mostrar melhor que Gina, queria realmente que ela ganhasse, quem sabe assim seria melhor.
–Harry, eu... –começou Rony.
–Pode deixar. –disse Harry mais serio do que antes, estalou os dedos: –Accio pomo de ouro!
A bolinha de ouro voou de algum lugar do campo na direção de Harry e parou, batendo inutilmente suas asas na mão de Harry. Os irmãos Creevey, atuais batedores do time, ficaram assombrados com o feito de Harry, Rony não demonstrou muita surpresa, já vira Harry fazer magia sem varinha antes, mas Harry sentia grande decepção com a reação de Gina.
–Ta, você é bom nisso, mas não se pode ganhar um jogo assim! –disse ela, demonstrando grande indignação.
–Pode ficar fria que eu não vou usar isso contra você. –disse Harry, com displicência. Será que ate nossa amizade já era? –Nem contra ninguém, sei jogar limpo.
Gina olhou para Rony aturdida, mas o irmão não fez nada, apenas a incentivou com a cabeça.
–Pega, Rony. –pediu Harry, entregando o pomo para o amigo. –Quando você quiser.
Harry e Gina voaram com sua vassoura ate o meio do campo, onde pararam se encarando por alguns segundos. Rony deu um grito de já vai e soltou o pomo. Os dois continuaram se encarando por meio segundo, antes de dispararem
Harry não precisou de muito tempo para avistar o pomo: a bolinha disparara na direção das balizas onde Rony estava treinando há pouco. O mais rápido que pode, impulsionou sua vassoura naquela direção, mas não pode alcançar muita velocidade, já que a vassoura era muito lenta. Porcaria, anda mais rápido, pensou Harry, um milésimo de segundo antes de se lembrar que não queria vencer, iria deixar Gina ficar com a posição de apanhadora. Agradeceu mentalmente por estar com uma das vassouras lentas e velhas da escola.
Então Gina passou por ele, parecia não ter avistado o pomo, mas estar parasitando nele, a garota olhou para ele com de um jeito estranho, era quase como se sentisse pena. Pena? Eu não preciso que ninguém sinta pena de mim! Pensou Harry, num ímpeto de raiva.Gina virou o rosto e Harry só teve uma reação: disparar na direção do pomo.
Talvez a vassoura de Harry não fosse a mais apropriada para se correr, ou não fosse rápida o suficiente para alcançar o pomo, mas o caso era que naquele momento ele só tinha um pensamento: o de pegar o pomo e mostrar para Gina que não precisava de sua pena, que deveria sentir pena de si mesma, e foi exatamente esse pensamento que fez a vassoura correr como nenhuma Firebolt no mundo jamais correia. Em menos de dois segundos Harry já colara em Gina e a ultrapassara de tal modo que a garota parou a vassoura no meio do caminho. Esticando o braço o mais que pôde agarrou a bolinha de ouro e parou a vassoura, virando-se para Gina e o restante do time, que se aproximou dela, assim que Harry a ultrapassou.
–Como você fez isso? –perguntou Gina.
–Eu já perdi o bastante, Virginia, não vou deixar o quadribol escapar por entre meus dedos, também. –disse Harry, seco, deixando sua vassoura despencar em direção ao solo.
Todos os jogadores do time ficaram absortos.
–Ele... Ele me chamou de Virginia? –perguntou Gina, desconcertada.
–Acho que sim. –responderam os irmãos Creevey, espantados.

Assim que os pés de Harry tocaram o chão o garoto se pôs a marchar em direção à saída lesta, a mais distante do castelo, queria arejar a cabeça. Não entendia o que lhe ocorrera a pouco, em um segundo queria deixar o time para manter mais distancia de Gina, mas fizera exatamente o contrario, cedendo a um impulso e vencendo Gina para continuar jogando. O que diabos eu acabei de fazer? Perguntou-se.
Desde cedo o tempo estava fechado, mas agora era capaz de sentir uma leve garoa caindo sobre o gramado do castelo. E sobre sua cabeça. Sentia raiva, queria que o mundo acabasse naquele exato instante, para que todo aquele sofrimento se extinguisse, para que se livrasse de uma vez daquela historia com Voldemort.
–Você está bem? –perguntou alguém atrás dele, de repente.
Ele se virou, assustado, não sabia que estava sendo seguido. E mesmo que quisesse não iria saber.
Era Cho, a garota tinha uma expressão de pena muito parecida com a de Gina, mas parecia mesclada a um segundo sentimento, algo que Harry não conseguiu identificar na primeira tentativa.
–Ahn... Oi, Cho. –cumprimentou Harry, seguindo seu caminho, as gotas da garoa agora começavam a engrossar.
–Você não respondeu a minha pergunta. –disse a garota, em tom de censura.
–E por que não estaria? –perguntou Harry, numa de suas tentativas de se esquivar de perguntas inconvenientes.
–Por causa da discussão com Gina no campo.
Harry a encarou por meio segundo, sentindo seu queixo se esforçar para não cair.
–Co... Como você sabe? –perguntou ele, embaraçado.
–Espionagem, todo time faz isso. –respondeu ela, com uma piscadela. –Sai assim que vi para onde você ia e...
Um trovão abafou a voz dela, as gotas de chuva agora caiam livres pelos terrenos de Hogwarts.
–E o que? –perguntou Harry, um pouco mais alto, a chuva fazia muito barulho.
–E corri para te alcançar, você anda muito rápido.
–Estava nervoso.
–Ahn... Por que vocês brigaram?
–Posições no time, ela queria tomar meu lugar.
Harry não mentiu, mas se sentiu culpada por tentar fazer Gina parecer a tirana na historia, quando na verdade era tudo por sua causa, por causa do seu amor não declarado pela ruivinha.
Eles continuaram caminhando em silencio por cerca de três minutos, Harry pensava em alguma coisa para falar, mas não tinha muita experiência em conversar com garotas. Para falar a verdade não tinha experiência quase que nenhuma.
–Acho que seria legal procurar um lugar protegido da chuva, né? –sugeriu Cho, com um sorriso amarelo. –Estamos começando a ficar molhados...
–Começando? –zombou Harry.
–É, começando, pode-se dizer que estejamos ligeiramente úmidos.
Harry riu e virou-se para a garota, ela também sorria.
–Harry, posso te confessar um segredo? –pediu ela, ficando seria, de repente.
–Claro que pode.
Nesse exato instante Harry notou um ponto vermelho pouco acima deles, mas fingiu que não percebera. Gina precisava ouvir aquilo, e ele também.
–Harry, eu... Bem... Eu acho que... –gaguejou ela.
–Cho, não precisa ter medo, estamos só nos dois, aqui. –tentou ajudar Harry, ele temia que se ela não dissesse rápido ele poderia sair correndo.
–Eu... Euachoqueteamo...
Harry piscou duas vezes, sabia exatamente o que ela dissera, estava escrito em sua testa, mas não entendera uma única silaba do que saíra da boca da garota.
–Desculpe... Eu... Bem, acho que você fez exatamente o mesmo que eu fiz quando estava no quarto ano... –brincou Harry, tentando aliviar a tensão da garota. Inútil. –Você pode falar mais devagar?
–Eu acho que te amo, Harry. –disse ela, o mais pausadamente que a sua ansiedade lhe permitiu.
Harry sentiu uma palpitação no peito, pode sentir a explosão de fúria que surgira acima de suas cabeças. Olhou para cima, o ponto vermelho se distanciara mais um pouco, orelhas extensíveis... Ótimo plano, Gina, pensou ele.
–Cho, você quer me namorar? –perguntou Harry, antes que seu cérebro fosse capaz de computar a informação que acabar de cuspir.
–Eu..? –questionou ela, quase sem voz.
–Sim, Cho, você.
–Você me faria a pessoa mais feliz do mundo, Harry!
A garota pulou no pescoço de Harry e desandou a beija-lo por toda a extensão do rosto do garoto que pode alcançar.
–Calma, Cho, eu disse namorar, não casar! –zombou Harry, sentindo um certo peso em seu coração.
–Um passo de cada vez, Harry! –exclamou a garota.
É, um passo de cada vez... Pensou Harry, olhando para cima.


–Droga, Weasley! Será que nem pra conquistar o Potter você serve?! –sibilou Gina, cinqüenta metros acima deles.
Gina mordeu os lábios inferiores, com raiva de si mesma.
–Você não pode se dar ao luxo de perder o Potter para essa mestiça! –exclamou ela. –Você precisa dele!
A vassoura tremeu um pouco.
–Eu sei que preciso dele... Mas como vou conquistar ele? –se perguntou ela. –Ele não está nem ai pra mim...
A vassoura tremeu mais uma vez.
–Por que ele se impressionou tanto com ela? Porque ela não estava nem ai pra ele, ela queria o Diggory, que apesar de não ser tão famoso, era mais popular. Você precisa mostrar pra ele que não está mais nem ai.
Novamente a vassoura tremeu.
–O Dino?
Ela ficou em silencio por meio segundo.
–É... O Dino é uma boa, afinal, ele boa pinta e encanta as garotas mais novas.
A vassoura desta vez tremeu violentamente.
–Será que dá pra controlar essa vassoura?! –gritou ela. –Estou tentando... Mas estou ficando um tanto excitada... Não se excite, não ainda.


AH, PESSOAL, AQUELE NEGOCIO DE EU PEDIR PRA VCS COMENTAREM É SERIO, TAH?! EU REALMENTE AXU MTO IMPORTANTE A OPINIAO DE VCS!!!

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