Especulações
Capitulo 17 - Especulações
Harry não podia acreditar no que acabara de ouvir da boca da professora, um Horcruxe? Não era possível. Pensou em todos os horcruxes, a tiara, a taça, o botão, o anel, o diário, a cobra e o medalhão. Voldemort eras muito supersticioso para deixar mais uma horcruxe a solta, ela só pode estar enganada, pensou Harry.
–Desculpe, professora, mas... –Harry hesitou antes de continuar. –Isso é simplesmente impossível.
A mulher sorriu, olhando para Harry, parecia saber de alguma coisa que Harry não conhecia.
–Potter... Como lhe explicar..? –pensou ela. –Acho que você está enganado.
–Não... Absolutamente... Eu passei as férias atrás disso, eu sei praticamente tudo sobre essas Horcruxes! –exclamou Harry.
–Mais baixo, Potter. –pediu a professora. –E você preste atenção no seu dever.
Harry olhou para o lado e viu que Angelina prestava atenção em sua conversa com a professora, tentou se concentrar nela, se ouvira alguma coisa ainda estaria na borda de sua mente. Não conseguiu ver nada, a garota provavelmente sabia oclumência e era mais habilidosa que a mãe nesta arte. Voltou-se para a professora.
–Não tem como você ser uma Horcruxe, são só sete, não da pra ter outra! –disse Harry, o mais baixo e rápido que pode. –Voldemort é muito supersticioso para dar uma brecha dessas!
–Acho que me equivoquei com as palavras... Eu quis dizer que fui um Horcruxe. –corrigiu-se a professora.
Mas não era o suficiente para Harry, mesmo que ela não fosse mais um Horcruxe, Voldemort fizera comente sete Horcruxes em sua vida, o numero mágico mais poderoso, ele não faria uma a mais para nos enganar? Aquela hipótese acometeu Harry como um soco no estomago, sentiu seu coração perder o compasso.
–Não, professora, mesmo assim é impossível. –disse Harry, em tom de fim de conversa.
A mulher respirou fundo.
–Potter, você pode me dizer quais são as Horcruxes, em sua opinião? –pediu ela, como se quisesse testar Harry.
–Na minha opinião não, as Horcruxes de verdade... –disse Harry, com um pouco de ignorância. –São sete, duas já estão destruídas um anel que pertenceu a Salazar Slytherin e um diário que pertenceu a Tom Servoleo Riddle, Voldemort em seu adolescência.
“Há também uma tiara que pertenceu a Rowena Ravenclaw, que eu peguei das mãos de Bellatriz Lestrange há uma semana. A taça de Helga HufflePuff, que Voldemort roubara em sua adolescência e que eu encontrei no inicio das férias escondida numa casa de campo no leste do país. O botão da capa com a qual foi enterrado Godric Gryffindor que encontrei escondido no tumulo do pai de Voldemort, que ele próprio pegou do tumulo de Godric, o qual ele violou há vinte e três anos.”
Harry ficou em silencio por alguns, fitando o rosto bonito da professora, ela não parecia ter idade para ter uma filha tão velha quanto Angelina.
–Ainda faltam duas, Sr. Potter. –avisou a professora, como se Harry tivesse se esquecido do resto.
–Eu sei, tem o colar, que está desaparecido, mas acho que quem o achou já o destruiu, e também tem a Nagini.
–Nagini? –a menção do nome da cobra a professora pareceu ficar mais interessada.
Harry ergueu as sobrancelhas, duas perguntas lhe ocorreram: por que ela ficou tão interessa em Nagini e por que diabos estava contando aquilo pra ela se nem ao menos a conhecia?
–É, a cobra de Voldemort. –respondeu Harry.
A mulher sorriu complacente.
–Potter, acho que é ai que está o se engano. –disse ela.
–Não... Eu tenho certeza... A cobra, tanto eu como Dumbleodore desconfiávamos disso. –disse Harry, novamente exaltado.
–Calma, Potter... –pediu a professora.
Harry respirou fundo, não costumava perder a calma tão fácil assim, mas o que a professora estava dizendo contrariava tudo o que ele e Dumbleodore haviam descoberto. Olhou bem para o rosto da professora, sentia que o seu próprio estava muito vermelho,
–Desculpe... –Pediu Harry. –Mas... Explique-se.
A professora pareceu se assustar com o pedido de Harry, pela sua expressão parecia não ser muito acostumada com garotos de dezessete anos lhe dando ordens.
–Nagini não é um Horcruxe, Potter. –começou a professora.
–E por que a senhora desconfia disto? –interferiu Harry.
–Eu não desconfio, eu sei disso. –continuou ela. –Bem... Eu devo dizer que começou a cerca de vinte e dois anos. Eu era recém formada na Universidade Holística de Lion, na França e estava em uma viagem de férias a Londres, Voldemort ainda não estava em seus plenos poderes, mas já era temido e poderoso, os jornais diziam que ele tinha uma única meta: Hogwarts.
“Eu não me preocupava com isto, apesar de ter nacionalidade inglesa, eu residia nos Estados Unidos há quase doze anos. Estava em uma visita ao Beco Diagonal, quando me perdi, acabei entrando por vielas e travessas e acabei chegando em um lugar sinistro, cheio de pessoas estranhas. A Travessa do Tranco. Eu caminhei por ela cerca de cinco minutos ate encontrar uma pessoa que me fez tremer: um homem de pele muito branca, olhos vermelhos, quase como fendas e lábios finos como linhas, ele se denominava O Lord das Trevas. Eu não me lembro direito o que ele falou, mas parecia que estava há algum tempo procurando por uma pessoa especial como eu. Depois disso só me lembro de acordar no meu quarto de hotel, com uma enorme de cabeça e essa cicatriz.”
Harry não disse nada, ficou avaliando mentalmente a situação, não era possível, pensava Harry. Sacudiu a cabeça.
–Mas... Se você for uma Horcruxe... E Nagini? Se Nagini não é um Horcruxe..? –começou Harry.
–A cobra não passa de uma espiã. –respondeu a professora, parecendo entender Harry.
Aquilo quase destruiu Harry, duvidas lhe abateram. Se eu me enganei com Nagini o que me impede de ter me enganado quanto aos outros Horcruxes? Pensou Harry, imaginando a taça, a tiara e o botão que ele mantinha escondidos, já estavam destruídos, fora uma tarefa difícil de se fazer, e se machucara ao fazer isso, mas e... E se não passassem de um mero truque para engana-lo? Voldemort era esperto, mas era tão esperto assim?
–Calma, Potter, creio que a cobra foi seu único engano. –disse a professora, quase como se tivesse lido sua mente.
Droga, Harry, você se esqueceu de sua Olcumência! Concentre-se! Harry se concentrou por alguns segundos, rezando para não vacilar novamente.
–Sua oclumência é ótima, Potter, foi muito complicado entrar na sua mente. –disse a professora com um sorriso.
–Eu preciso. –disse Harry, voltando a ficar calmo. –Voldemort é um dos maiores legilimentes do mundo.
Eles ficaram em silencio por alguns segundos, tempo que Harry usou para olhar para o fundo da sala, onde viu Mione copiar um trecho do dever de Rony. Isso está ficando extremamente estranho, pensou Harry se voltando para a professora.
–Ahn... Professora... –quem falou foi Angelina, ao seu lado.
Harry sentiu sua garganta secar, Angelina provavelmente escutara toda a conversa.
–Sim, Srta.Hunter.
–Eu já terminei. –disse ela, mostrando os quarenta e cinco centímetros de pergaminhos resumindo o capitulo dois do livro de poções.
A professora avaliou o pergaminho por alguns segundos, Harry notou que metade da sala estava apreensiva com a reação dela.
–Muito manchado, passe a limpo. –disse a mulher, meramente.
Não foi preciso dizer duas vezes, a garota pegou seu rolo de pergaminho, mediu e rasgou nos cinqüenta centímetros. Logo após ouviu-se vários outros pergaminho sendo rasgados pela sala.
–Se a senhora é realmente um Horcruxe... –começou Harry.
–Não mais, Potter, já fui um Horcruxe. –explicou ela. –Não há mais fragmentos da alma de Voldemort em mim.
–Como..? Você teria que ser... Destruída!
–Eu não sei como, só posso dizer uma coisa...
–O que?
–No dia em que Voldemort tentou te matar e morreu... bem, foi nesse dia que eu me livrei dele.
Harry olhou para a professora, tinha um pouco de duvida sobre o que ela lhe falara, mas fazia sentido, se parasse para pensar, nem mesmo Voldemort poderia ter sobrevivido ao Avada Kedavra, mesmo que refletido. Voldemort precisaria de um outro Horcruxe.
–Agora faz sentido... –resmungou Harry, erguendo os olhos. –Então... Como ele sabia de todas as coisas que o antigo Voldemort sabia?
–Ele e sua alma estão sempre conectados, Potter, –explicou ela –talvez não faça sentido pra você, mas mais de uma vez eu e Voldemort estivemos conectados mentalmente.
Harry arregalou os olhos. Não é possível. Harry pensava que somente ele era capaz de se conectar a Voldemort.
–Como..? –perguntou ele.
–Não sei, mas tem algo estranho... Nas vezes em que estivemos conectados, parecia que eu só podia acessar as informações que ele queria que eu acessasse...
–Ele tinha o controle. –disse Harry, simplesmente.
–Sim, mas somente quando não vivia fortes emoções.
É, eu também só podia entrar na mente dele quando ele sentia fortes emoções.
–Ele estava passando informações para o fragmento de sua alma... Talvez ele já soubesse que iria morrer. –disse Harry, pensativo.
–Creio que ele estava testando você, Potter. –cogitou a professora. –Talvez ele queria saber do que era capaz o Escolhido.
Harry sorriu, aquilo era mais do que lógico, Voldemort não se arriscaria sem ter uma segurança e seus Horcruxes eram a melhor segurança que um bruxo que iria encarar a mais provável morte poderia ter. Mas por que ele arriscaria a perda de seus preciosos Horcruxes?
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!