Capítulo 22



A Fortaleza Interior
By Idamae


Negócio de leis: As personagens pertencem a J.K.Rowling. Estou apenas emprestando-as, por razões não-monetárias.

Esta história contém imagens que podem ser perturbadoras para alguns leitores, incluindo estupro, violência, assassinato, sexo, tortura e um grande número de outras coisas mórbidas. Se você não quer ler sobre tais coisas, aperte o botão Voltar, AGORA!!!

Capítulo 22

Em algum momento durante a noite Severo acordou de seu descanso. Sem abrir seus olhos, pôde sentir que Hermione estava acordada, estudando-o. Lenta e cuidadosamente, ele abriu os olhos. Na réstia das chamas da lareira, pôde ver que ela o encarava agora. Sua cabeça descansava sobre seu braço, seu travesseiro fora esquecido. Hermione notou a expressão confusa ao franzir a testa e levantou as cobertas, mostrando que a criança dentro de sua barriga estava apoiada em seu travesseiro. "É incômodo, o peso dele, sem nenhum apoio," ela sussurrou, corando ligeiramente.

Severo sorriu e alcançou sua varinha debaixo do travesseiro. Com um aceno, a cabeça de Hermione foi apoiada também. "Melhor?"

"Sim, obrigado Severo. Nós podemos conversar? Eu sei que estamos no meio da noite, mas ela não está aqui agora. Eu não tenho muito tempo para mim, só quando ela está descansando. O bebê nos esgota, em compensação, nós tendemos a nos desligar totalmente."

Severo sentou-se, sustentando-se de encontro à cabeceira da cama e cruzando seus braços no peito, adotando inconscientemente uma postura defensiva. "O que há exatamente para se falar, Hermione? Eu não sei o que você está tentando fazer comigo. Você me empurra para longe, depois furtivamente vem para minha cama durante a noite. Você diz que não pode permanecer comigo e então você está aqui e olha para mim dessa forma. Você está acabando comigo."

Hermione fechou os olhos numa tentativa de conter as lágrimas que se formavam. "Eu sinto muito, Severo. Eu queria que as coisas fossem diferentes. Eu juro. Eu rezo todos os dias para que esta criança seja sua, todo tempo que estou sozinha. Se eu soubesse que ela é sua, talvez... de algum modo... eu acho que poderia achar meu caminho de volta aqui. Algum dia."

Severo estendeu a mão trêmula para o rosto dela, segurando seu queixo. "Lute Hermione. Você pode lutar. Esta é sua vida. Sua vida está aqui, neste castelo, neste mundo."

Suas lágrimas estavam fluindo livremente agora, lágrimas silenciosas que corriam por seu rosto e molhavam o travesseiro sob sua cabeça. "Minha vida está exatamente aqui neste quarto, Severo, nesta cama. É uma vida que eu não posso reivindicar agora; e que talvez eu nunca mais possa reivindicar. Eu não estou em condições de lutar com ela e somente os deuses sabem o que uma batalha poderia fazer a este bebê. Não, eu tenho que jogar pelas regras dela agora. Apenas lembre-se que quando isto terminar, eu tentarei voltar. Eu não posso fazer nenhuma promessa, mas eu tentarei."

Severo sempre foi um homem cínico e as ocorrências do último dia apenas o tinham lembrado de como o destino aplicava peças terríveis com a vida das pessoas, especialmente com a sua. Ele se recusava a permitir ter esperança. Por várias vezes tinha-se permitido ter esperança, sonhar... e o final era sempre o mesmo. "Ah, Hermione, apenas viva o momento, viva para o agora. Eu não me permito ter esperança num futuro." Ignorou a mágoa nos olhos dela, "O futuro acontecerá como tiver acontecer."

Com um suspiro, deslizou de volta aos cobertores e virou-se para encará-la outra vez. "Porque você veio aqui esta noite?"

Ela sorriu melancólica e levantou uma mão para afastar as mechas negras de seu rosto. "As melhores noites de sono desde que tudo isso começou, foram aqui. Estou cansada, Severo. Eu queria apenas ter um pouco de paz. Se isso o perturbar, eu volto para minha própria cama."

Severo moveu-se mais para perto dela e puxou-a levemente de encontro a seus braços; deixando sua cabeça descansar em seu ombro. "Durma então," disse simplesmente. Apesar do sorriso, sentiu de encontro a sua pele as lágrimas dela continuarem a cair por um bom tempo. Não foi até que ela tivesse se acabado de chorar que sentiu seu corpo ficar fraco e voltou a dormir.

Ele não dormiu por muito tempo. Severo concentrou-se na sensação de tê-la em seus braços. Seus cachos castanhos fazendo cócegas em seu nariz, a maneira que ela se encaixava firmemente sob seu queixo, os movimentos periódicos da criança dentro de sua barriga. Sob circunstâncias diferentes e mais normais, seria uma alegria. Em vez disso Severo sabia que estas sensações somente serviriam para torturá-lo no futuro. Ainda assim, se podia lhe fornecer o conforto durante o sono, ele o faria. Estas memórias apenas se somariam a uma imensa lista de horrores que já atormentavam seus sonhos.

De manhã ele encontrou, sem surpreender-se sozinho. Quando totalmente desperto e apropriadamente vestido, seguiu para fora do quarto. Hermione estava sentada na sua poltrona com os pés em cima da mesa lateral. Balançando precariamente em sua barriga, estava uma bandeja enorme repleta de ovos, batatas fritas, bacon e torradas. Ela gargalhou diante do olhar surpreso dele. "Preciso de muito combustível para fazer um bruxo crescer."

"Parece que sim." Andou até a lareira e em poucos segundos estava sentado ao lado dela com um copo de café em suas mãos. "Bem, Granger, como você está? Eu suponho que a gravidez está normal mesmo adiantada. Você recebeu alguma atenção médica?"

Os olhos dela endureceram-se um pouco e colocou o resto de sua refeição no chão ao lado dela, gemendo com o movimento. "Nós fizemos exames em diversas clínicas trouxas ao longo desse tempo. Apenas para check-up e para começar com as vitaminas. A gravidez está progredindo bem, tudo está normal. Os médicos trouxas previram o nascimento do bebê em uma data perto de 26 de Julho."

"Você deve ser examinada pela Papoula para ver se está tudo bem. Eu falarei com Alvo sobre soltá-la. Confio em sua palavra de que ficará aqui até que a criança nasça."

Hermione deu um sorriso forçado, "Não faz nenhuma diferença, realmente. Até o mais simples dos feitiços é difícil para mim agora. Receio que a ”exposição" da última noite na enfermaria foi o final de minhas reservas."

A comensal ficou silenciosa, obviamente forçando-se a dizer algo difícil. Finalmente, falou novamente, "Obrigada por você não ter nos jogado para fora de seu quarto na última noite. Eu precisava de descanso. A maior parte do tempo eu permaneci alerta, trabalhando com ela para fugir de seus feitiços. Dizer que fiquei esgotada seria amenizar. Apesar de tudo que aconteceu entre nós, eu confio em você Snape. Eu devo admitir que senti sua falta também, todos estes meses."

"Fique então; vocês duas, fiquem."

Ela sacudiu sua cabeça, "Não, nós não podemos permanecer aqui. Há memórias demais neste lugar. Muitas pessoas que sabem o que eu sou e o que vim a ser. Minha única chance de ter uma vida normal é longe do mundo mágico. Não peça isso, por favor. Nós estamos cansadas, atormentadas. Eu não quero gastar os próximos dois meses lutando contra você, lutando contra ela. Eu quero apenas terminar este capítulo em paz e seguir em frente."

"Como quiser," Severo estava resignado com os fatos da situação. Engoliu o resto de seu café, e colocou a caneca perto do piso da lareira. "Eu recomendo que fique aqui nas masmorras durante o dia. Os últimos estudantes estarão deixando o castelo esta noite, assim como a maioria dos funcionários. Minerva, Papoula, Alvo e eu somos os únicos que ficaremos para o verão. Você terá todo o castelo e os terrenos a sua volta."

Severo saiu das masmorras, não retornando até por volta das 10:30hs. Os estudantes estavam em suas Casas, aprontando-se para o banquete e ao meio-dia viajariam para casa.

Hermione sentiu muito porque ele a tinha deixado, sentou-se na poltrona com os pés erguidos. Ela agora estava vestida com uma camisa dele e uma calça comprida própria.
"Eu espero que você não se ocupe em assaltar meu guarda roupa." Severo notou o inchaço de seus pés e tornozelos e censurou-se mentalmente por não os ter observado de manhã.

"Vamos, nós iremos ver a Papoula. Eu não gosto do aspecto dos seus pés. Os estudantes estão fazendo as malas, assim nós teremos os corredores para nós."

"Oh, Severo, é normal. A maioria das mulheres grávidas retém água nos pés. Não precisa me olhar assim aflito."

Severo deu-lhe seu olhar mais zangado e mortífero. "Esta minha expressão é melhor, Hermione? A prática permite que eu a mantenha em meu rosto por horas."

Hermione deu risinhos enquanto permitiu que ele a ajudasse a levantar. "Não, eu vi demais essa cara nas aulas de Poções durante quase uma eternidade. Sem sombra de dúvida, sinta-se livre para ficar preocupado."

Severo conduziu-a pela mão subindo as longas escadas das masmorras, disfarçando com cuidado seu interesse quando ela se sentou no último degrau para recuperar o fôlego. Ele sentou-se ao lado dela por alguns instantes e sorriu quando ela reagiu ao golpe em sua barriga. Capturando seu sorriso, estendeu sua mão e apanhando a dele, guiou-a até sua barriga. Pé ou braço, não tinha certeza. Algo pequeno e duro estava definitivamente o empurrando com movimentos de ataque. "Ele parece achar que vai ser um batedor quando crescer," ela sorriu. "Ok, vai me passar pra trás. Agora vamos."

Na enfermaria Papoula examinou seus pés e rapidamente conduziu Severo para fora a fim de fazer um exame mais completo na futura mamãe. Severo passeava nervoso pelo corredor externo da ala hospitalar. Como uma deixa, Minerva e Alvo escolheram esse momento para fazer uma aparição. Embora muito provavelmente já soubesse a resposta, Alvo teve o prazer de perguntar, "Papoula está examinando a senhorita Granger?"

"Sim, seus pés estavam completamente inchados esta manhã."

Minerva sorriu tranqüilizadora, "O que pode ser completamente normal neste estágio de sua gravidez, Severo. Eu não me preocuparia." A professora de Transfiguração caminhou até a porta da enfermaria, bateu e a entreabriu. "Papoula, Hermione, sou eu. Posso entrar?"

Com a resposta afirmativa de Papoula, Minerva deslizou para dentro e fechou a porta silenciosamente. Tão logo ela se fechou, Severo estourou. "Normal ou não, Alvo, eu estou completamente preocupado com isso. Você viu quão magra ela está? Mal pôde subir das masmorras e teve que parar para descansar no alto das escadas."

Antes que pudesse continuar, Papoula saiu da enfermaria. "Minerva a está ajudando a se vestir. Eu tomei a liberdade de solicitar algumas roupas de gestante para ela, Já que ela já não tem roupas que caibam nela, trouxas ou bruxas." Papoula andou até o banco do corredor e continuou a suprir-lhes com suas conclusões. "O bebê está bem neste momento. Mais tempo longe e ela e a criança estariam em risco. O inchaço em seus membros inferiores é devido, primeiramente, à alta pressão sanguínea. Ela também está muito desnutrida. Alimentou-se a maior parte do tempo com algum tipo de lavagem trouxa, macarrão com queijo de caixinha e Miojo.
Comida muito barata, mas sem nenhum valor nutritivo sequer. Severo, ela disse que ficou com a você última noite. Posso confiar que este arranjo pode continuar?"

Ele assentiu em concordância e sentou-se ao lado de Papoula. "Bom então. Eu não estou ordenando repouso absoluto neste momento; embora se sua pressão continuar subindo, será a única opção. Ela deve permanecer deitada sempre que possível e manter os pés sempre elevados, certifique-se que coma três refeições completas no dia e tantos lanches bons quanto quiser. O bebê é pequeno para sua idade gestacional, mas isso era de se esperar dado às circunstâncias. Também mantenha seu nível de stress baixo. Os meses seguintes serão difíceis, mas eu acredito que ela se cuidará para gerar uma criança saudável."

Se a informação de Papoula era supostamente para tranqüilizar, não foi. Severo achou-se mais preocupado que antes. Em vista da palidez em seu rosto, Papoula tomou uma rápida decisão para tentar retirar de sua mente essas coisas. "Agora, acho que você devia visitar o Beco Diagonal e escolher suas vestes, Minerva e eu a levaremos de volta a seus aposentos após o banquete e faremos companhia para ela durante à tarde. Além das roupas, ela precisará também de alguns soutiens e roupas íntimas. Eu vou lhe dar as medidas para que assim não precise demorar tanto. Além disso, ela está absolutamente morrendo de vontade de alguma coisa chamada “Big Mac”. Eu acredito que isto seja também algum tipo de lixo que os trouxas chamam de alimento. Carregado de calorias e gordura, mas ela deseja isso agora. Se você fizer uma parada no Ministério, Harry poderá lhe mostrar a direção certa."

Severo não ficou nem um pouco feliz com sua atribuição e seu rosto demonstrou isso. Arrancando-se daquele estado, virou-se para Alvo, "Ótimo, se você acha que eu vou comprar roupas sozinho, achou errado. Chame o Potter via Flu e mande-o se encontrar comigo no Beco Diagonal. Ele não disse várias vezes que era responsável por isto? Está condenado a ir comprar roupas comigo."

Severo trotou corredor abaixo e ignorou Alvo dando risadinhas atrás de si.

Pelo tempo que chegou ao Beco Diagonal, Harry já o esperava no meio da rua. "Alvo me disse que eu devia me encontrar com você aqui, Severo. O que houve? É com a Hermione?"

Severo olhou carrancudo para ele. "Com descanso e alimentação apropriados ela e o bebê ficarão bem. Vamos andando, senhor Potter. Hermione precisa de um guarda-roupas novo." Os dois bruxos começaram seu caminho à loja de roupas bruxas. "Você terá a grande honra de me ajudar a escolher também, não só vestes, mas soutiens e roupas íntimas."

Harry estancou a caminhada. "Oh, Não. Eu não vou para uma loja de roupas íntimas de mulheres. Por que a Minerva não pode fazer isso? Ou podiam ter o chamado a Gina via Flu, ela ficaria feliz em ajudar."

"Oh, sim, senhor Potter, você vai à loja de Lingeries para mulheres comigo, nem que para isso eu tenha que lhe lançar a Império " Severo começou a andar outra vez. "Agora mexa-se!"

Harry acompanhou o bruxo mais alto " - Você faria isso, também. Colocar-me sob império, eu digo.”

"Sem pensar duas vezes."

Entraram na pequena loja e andaram em linha reta até a vendedora. A voz de comandante de Severo escondeu qualquer sinal de desconforto. "Senhora, eu sou Severo Snape, mestre de Poções de Hogwarts. Acredito que Papoula Pomfrey enviou-lhe algumas medidas para uma de nossas colegas."

"Ah, sim. Eu estava esperando que a própria Papoula viesse aqui. Faz muito tempo que eu a vi e adoraria reencontrá-la. Oh, vejamos. Eu escolhi sete vestes apropriadas, assim como soutiens. Ambos encantados para expandir-se com ela. As calcinhas é que são um outro problema." A balconista olhou estranhamente para Harry, que o rosto parecia uma beterraba de tão vermelho. "Eu não estou ciente de que estilo prefere."

A vendedora abaixou-se sob o balcão e trouxe consigo diversos tamanhos diferentes. A primeira peça que apanhou era uma peça pequena, "Estas são calcinhas normais de gestantes. São projetados para cobrir o bebê. Mas as bruxas de hoje em dia geralmente não parecem gostar de ser assim tão maternais, mesmo durante seu confinamento, temos também a calcinha projetada para ficar sob a criança. Por último, tem bruxas que preferem calcinhas fio dental, nós temos uma versão disponível para gestantes desse modelo também."

Foi a vez de Severo ficar vermelho. "Deuses, eu NÃO SEI. Ponha sete pares de cada um na sacola e termine com isso." Entregou sua varinha para a balconista para que descontasse os valores.

Harry sorriu para ele, "O que há de errado, Severo? Não consegue se lembrar que tipo ela usa?"

Severo apanhou a varinha de volta da balconista." Saia, Potter. Apanhe os embrulhos e vamos embora."

Fora da loja, Severo apanhou as sacolas de Harry e encolheu-os. Quando estavam seguros em seu bolso, informou a Harry a sua próxima atribuição. "Hermione gostaria de alguma coisa chamada “Big Mac”. Já que foi criado como um trouxa, espero que me acompanhe a Londres para encontrar este artigo."

"Certo. Vamos, eu mesmo estou faminto e será ótimo. Um bom e engordurado hambúrguer parece ser a saída. Nós podemos almoçar lá."

"Mal posso me conter, Potter."

Harry apanhou sua varinha e em um segundo estava trajando um par de calças jeans azuis e um casaco dos West Ham United. "Vamos, Severo, você não pode ir vestido assim." Quando Severo estava apropriadamente trajado com um par de calças compridas pretas e uma camiseta preta, Harry agarrou seu braço e aparataram na Praça Trafalgar em Londres.

Harry o conduziu até um edifício amarelo berrante com um M na cobertura. Uma vez dentro, Severo andou até o balcão e zombou baixinho do atendente atrás da caixa registradora. "Sim, bem, o que dizer? Ian. Sim, Ian eu gostaria de algo chamado Big Mac."

O caixa apertou algumas teclas na máquina em frente à dele, "Você gostaria da refeição Combo?"

"Desculpe-me?"

Harry empurrou o Mestre de Poções pro lado. "Perdoe meu amigo, por favor, ele é de fora da cidade. Nós queremos dois Bigs Mac com todos os extras e mais duas Coca-Colas"

"Para comer aqui ou para viagem?"

"Aqui," respondeu Harry ao mesmo tempo em que Severo falava, "Para viagem." Harry cutucou o homem mais alto com o cotovelo afiado. "Será para comer aqui."

Ian terminou de apertar as teclas. "São 5.97 libras." Severo mexeu-se para recuperar sua varinha e estancou ao pedido de libras. Harry balançou a cabeça e retirou sua carteira. Ofereceu diversas notas ao caixa e agradeceu-o.

Harry encontrou uma mesa pequena e Severo cruzou-a e sentou-se. "Eu lhe disse que o almoço cairia bem, Severo." Harry desembrulhou seu hambúrguer e despejou suas batatas fritas ao lado. Severo imitou os movimentos de Harry, salpicando a parte da frente de sua camisa com um pouco de ketchup da embalagem.

Severo crispou os lábios em aversão. "Eu não posso acreditar que você realmente come isto."

Harry riu enquanto comia um pedacinho de suas batatas fritas. "Não critique até que você tente Severo. Então se de novo você não gostar da aventura, estou certo que posso comer ambos."

Severo ergueu uma sobrancelha para o bruxo mais novo e desferiu uma mordida grande no hambúrguer. O molho especial juntou-se ao ketchup na parte de baixo de sua camisa. Embora a consistência gordurosa e pastosa fosse um tanto nauseante, Severo achou o gosto do alimento surpreendentemente bom e terminou seu lanche antes de Harry. "Eu me corrijo, Sr. Potter. Isto é realmente bom." Severo tinha bebido seu refrigerante um pouco rápido demais e finalizou sua sentença com um imenso arroto. Olhou ao redor, horrorizado, para ver se ninguém estava prestando atenção. Ninguém exceto Harry, que estava rindo tanto que mal podia respirar.

Harry ainda estava sorrindo quando envolveu os restos e carregou sua bandeja para o lixo. Andaram de volta ao caixa. Harry requisitou "Outro Big Mac para viagem, com uma coca." Severo adicionou, "Faça dois." Ao olhar inquisitivo de Harry disse em voz baixa. “Eu tenho que levar um para os Elfos da escola, talvez eles possam copiá-lo".

Sacolas à mão, Harry seguiu com Severo para fora do círculo tumultuado. Na multidão tal como antes, sem chamar atenção os dois homens seguiram andando e apenas desapareceram. De volta ao Beco Diagonal, transfiguraram suas roupas de volta ao normal. Severo lhe estendeu a mão, “Agradeço por sua ajuda."

"Sem problema, Severo. Diga a Hermione que perguntei por ela. Se você precisar de qualquer outra coisa, me chame por Flu. Agora vá antes que a comida esfrie, ou você é que pagará a próxima visita ao Mac."

Severo aparatou nos portões e apressou-se para descer até as masmorras. Fez um feitiço de aquecimento para que a comida permanecesse quente mais um pouco. Hermione estava em seu quarto, adormecida na cama com a barriga novamente sustentada por um travesseiro. Severo sorriu e sentou-se na beirada da cama. Com o movimento do colchão, Hermione acordou assustada. Esfregando os olhos sonolentos, focalizou Severo e inspirou profundamente, duas vezes. "Isso é do Mac Donald’s?" Não esperou a resposta, rasgou uma das embalagens apertadas e abriu o saco, enchendo a boca com diversas batatas fritas. Ajustou o pacote no colo e tentou deslizar mais para cima e sentar-se de encontro à cabeceira da cama. Severo pôs de lado o outro saco e as bebidas que trazia. Com um braço forte atrás dela para trás e o outro sob seus pés, ergueu-a nos braços até que a sentou com o travesseiro atrás de si. Usando a barriga como uma bandeja, devorou seu alimento.

Deixando que ela continuasse sua festa, Severo chamou um Elfo via Flu e instruiu-lhe que recitasse um feitiço para copiar o hambúrguer e as fritas, e pediu um copo grande de leite. Retornou ao quarto, retirando o refrigerante da mão dela e trocando-a pelo leite.

"Pelo menos alguma coisa nesta refeição deve ser nutritiva."

Hermione sorriu dele, antes de limpar um pouco de molho na beirada de seus lábios com a língua. "Você podia ter me trazido um milk-shake. Isso seria nutritivo."

"Um o quê?"

"Oh, não importa. Agradeço por isto, é um verdadeiro maná. Como você conseguiu?"

Severo puxou os pacotes de seu bolso e retornou-os ao tamanho normal. "Eu saí para comprar suas vestes novas, e outras coisas que Papoula escolheu dizendo que você estaria precisando. Harry me pediu para mandar-lhe lembranças, ele me ajudou em uma visita à Praça Trafalgar." Hermione colocou seu copo na mesinha e apanhou uma das sacolas. Sem cerimônia, despejou a variedade de peças na cama. "Oh, são realmente bonitos. Deuses, eles parecem com algo que Minerva usaria”. A sacola seguinte foi despejada, "Severo, de quantas calcinhas você acha que eu preciso?"

O rosto de Severo tornou a enrubescer, recordando a atendente. "Não pergunte, Hermione. Apenas não pergunte." Severo puxou as vestes novas da sacola e ergueu uma por uma diante dela para que aprovasse. Quando estavam todas penduradas no armário voltou a sentar-se no canto da cama.

Hermione pôs os restos de seu almoço de lado e balançou seus pés sobre a beirada da cama. Antes que Severo pudesse perguntar onde estava indo, Hermione caminhou até banheiro e desapareceu nele. Quando retornou, ele notou os botões da parte dianteira de sua camisa, firmemente apertados sobre sua barriga. "Acho que escolhi aquelas vestes bem a tempo. Porque não você troca por alguma daquelas e descansa um pouco. Precisa de mais alguma coisa?" Ele perguntou movendo-se até a porta.

"Não, eu surrupiei alguns títulos de sua biblioteca mais cedo. Vou apenas ler por enquanto" Antes que Severo fechasse a porta, adicionou, "Obrigado por tudo, Severo. Eu agradeço."

Severo sorriu melancólico, pensando em tudo que faria para ela se ela somente o permitisse. "Não é problema algum, Hermione. Se você precisar de mim, estarei no outro quarto."

Hermione permaneceu na cama toda à tarde, enquanto Severo se ocupou com a última edição da "Revista mensal dos Mestres em Poções." Checou os aposentos dela mais uma vez, encontrando-a dormindo silenciosamente.

Próximo do anoitecer ela saiu do quarto e veio juntar-se a ele para jantarem. Uma vez que no almoço comeu besteiras, dessa vez escolheu uma refeição mais equilibrada, salada, torta de frango, e frutas frescas de sobremesa.

A Comensal da Morte elevou o rosto para desafiá-lo em um jogo de xadrez bruxo. Sentou-se lateralmente à mesa com os pés erguidos, como recomendado. Após várias horas anunciou, "Acredito que é xeque-mate, Snape." Severo atormentou-se por ela ter sido melhor e sentou-se estudando o tabuleiro enquanto ela se aprontava para ir para cama.

Hermione saiu vestida com uma das camisas do seu pijama. Tinha deixado abertos os botões de sua barriga, mostrando uma extensão de pele esticada coberta de marcas irritadas, vermelhas pelo estiramento. Severo sorriu, "Eu acredito que nós nos esquecemos de lhe comprar algumas camisolas"

Hermione corou e tentou, em vão, cobrir sua barriga. "Sim, bem, eu suponho que nós podemos requisitá-los amanhã e pedir para que entreguem. Ou você poderia voltar lá e aproveitar para escolher para mim alguns Feijõezinhos de Todos os Sabores."

"Nada de Feijões de Todos os sabores para você, minha cara. Eu requisitarei as camisolas pela manhã. Agora, vá para a cama."

Hermione olhou-o pesarosa, "Você não vem Severo?"

"Eu estarei lá num instante. Quero apenas estudar o tabuleiro mais um pouco. Ainda não posso acreditar que você me venceu."

Hermione assentiu melancólica e fechou a porta. Severo deixou cair à cabeça em suas mãos em desespero. Não sabia como passaria os próximos dois meses. Ela precisava dele, e cada fibra de seu corpo também gritava pela falta dela. Esta não era uma necessidade física; era a necessidade de sua alma despedaçando sua mente e seu coração. Levantou-se da cadeira e olhou-se fixamente para a porta, lutando com o impulso de girar ao redor e sair do quarto, correr da dor que sentia cada vez que ela o tocava.

Em vez disso, entrou no quarto e ajeitou-se na cama silenciosamente. Assim que deslizou entre as cobertas, Hermione moveu seu corpo de encontro ao dele, procurando por seu calor, mesmo em seu sono. Severo cuidou para não permitir que seus braços a envolvessem. Necessitava ao menos tentar impor um mínimo de controle sobre seu coração. Não estava ciente, que assim que caísse adormecido seus braços viriam para o redor dela por sua própria vontade, até de manhã.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.