A felicidade de uma noite

10. A felicidade de uma noite



— Sabe, já estou cansada de me comportar como uma lady. — sussurrou Tonks enquanto andava muito próxima ao lado do “marido”, indo para o lugar combinado mais cedo.
— Calma, não acredito que depois teremos mais encontros com seus tios. Parece que já desconfiam de algo sobre nós e não seria conveniente em descubram muito, assim teremos que abandonar a França logo. Mesmo por que, Lúcio já deve ter se encontrado com Voldemort nesse tempo.
— Shiii. Podem te ouvir. – a garota censurou o marido. — Ah, foi uma grande burrada termos vindo nessa missão. O que conseguimos? Nada, a não ser é claro, expor a Ordem, graças a mim. Se alguém tem culpa no cartório, sou eu.
— Não fale isso. Já te disse mil vezes! — vociferou Lupin de mau humor. Não sabia se isso foi por ter perdido uma pequena fortuna naquela tarde, por ter perdido uma batalha contra o partido da trevas com a péssima vigilâcia (sim, pois Ninfadora tinha razão: haviam falhada miseravelmente) ou por não agüentar mais com aquela falsidade do mundo da alta sociedade. Queria voltar para o Largo, participar das reuniões, andar com suas próprias roupas, mesmo estas sendo puídas e surradas. Não podia evitar; por mais que tentasse se passar por alguém que não fosse, nunca daria certo, afinal já acontecera isso antes. Sempre fora um lobisomem, um excluído do mundo, um ninguém, um pobre. Apesar de tudo, se comprometera com Dumbledore que faria o melhor possível e isso não seria desrespeitado.
— Certo, me perdoe, querido. — a moça lhe deu um beijo na bochecha dele mais próxima e viu que o bruxo ruborizou furiosamente. — Calma, foi só um beijinho Remo. — cochichou a metamorfomaga sorrindo com a reação do amigo.
— Vamos, os Malfoy já estão na mesa — desconversou ele, enquanto o casal fazia um brinde de champagne sentados perto de uma janela, onde um refrescante vento acariciava levemente os fios de cabelos de Narcisa, fazendo-os se movimentar. Na verdade, ela estava irresistível; nunca esteve mais bonita em toda sua vida com uma tiara de rubis, colar e pulseiras com o mesmo tipo de pedra preciosa; o vestido vermelho que adquirira mais cedo, dando-lhe a impressão de ser mais jovem. Tudo aquilo como se a noite fosse marcante.
Ao ver que os Schmidt se aproximavam, o loiro se levantou para
recebê-los afastando a própria cadeira para trás demosntrando respeito e o mesmo a esposa fez.
— Boa noite senhor Malfoy. Desculpe pela demora, mas Helena sempre perde a hora quando se arruma. — Remo estendeu a mão para o puro sangue quando chegaram à mesa.
— Não se preocupe, entretante, se permite me dizer, o tempo foi muito bem gasto. — Lúcio pegou na mão direita da sobrinha e beijou respeitosamente suas costas. Na verdade, a moça nunca iria imaginar o quanto de nojo ele sentia ao fazer aquilo: beijar parte do corpo de uma mestiça, filha de um trouxa. Contudo, soube ser muito discreto.
— Como vai senhora Malfoy? — perguntou Lupin, que mesmo contra sua vontade, concordava com a opinião do inimigo.
— Bem, senhor Schmidt. — comtou a mulher, que também recebeu um beijo na mão, cujas, segundos depois, costas foram esfregadas lentamente no vestido para não chamar a atenção de que não lhe agradava ganhar um agrado daqueles de um lobisomem. — Helena?
— Olá senhora. — ambas se comprimentaram com um ceno da cabeça.
— Sentem-se, sentem-se. — O senhor Malfoy indicou suas cadeiras com as mãos. Os Schmidt se acomodaram um ao lado do outro, assim como o outro casal. — Tomei a liberdade de pedir champagne feito por fadas ocidentais.
E começou a servir magicamente o líquido nas taças de cristais dos recém chegados.
— Um brinde — prosseguiu, erguendo sua própria taça.— Saúde.
— Saúde — repetiram os outros três, imitando-o e produzindo vários tinir do cristal decorado que seguravam.
— Obrigado pelo convite, Lúcio. Sei que esta noite será muito proveitosa. — comentou Lupin depois de uma golada e voltando a depositar sua bebida sobre a mesa, próxima ao copo de água.
— Obrigado a vocês pela presença. Ah não, acabou a champagne! Traga outra. — o loiro mandou a uma bandeja flutuante, que recobia tudo o que não seria usado na mesa. — Então o que pretendem comer?
— Hum, se me permite, gostaria de “Moizaka” — pediu Tonks a Lúcio com tom formal para não levantar suspeitas. Nunca havia saboreado aquele tão famoso prato da culinária britânica.
— Quer dizer Moussaka. — corrigiu o bruxo com um tom de riso para a diversão da esposa.
— Sim, sim, claro.— aceitou Ninfadora sem graça e corando.
— Na Irlanda, ele não existe na gastronomia. — justificou o companheiro ao notar que a bruxa ficara desconcertada com a situação.
— E o senhor Schmidt?
— O mesmo — comentou dando outro gole na chapagne.
— Como queira. Pode ser Coq au Vin para nós, Cisa?
— Ah, não Lúcio. Prefiro algo sem conhaque como Gigot D’Agneau — falou a loira se voltando para os convidados, enquanto repousava o guardanapo no colo, alisando-o com a ponta dos dedos.
— Me perdoe, querida. Esqueci que as mulheres não apreciam as bebidas destiladas. Melhor prosseguir somente com o vinho na comida, como você mesma prefere, querida. — concordou Malfoy sorrindo orgulhosamente pela autoridade sobre a mulher ao seu lado: alguém delicada e fraca.
Tonks sondava os parentes. “Como poderiam ter se casado se
nem demonstravam afeto e sim submissão de um em relação a outro? Como conseguiam se suportar?” É obvio e, curiosamente, as respotas coincidem: a pureza do sangue. Tudo por causa da pureza do sangue, desde das limitação a quem se relacionar até os casamentos e neles, até correr o risco de ser tratada com um elfo domético! Mas havia como se desvincilhar desse destino tão preciso. Largar a família, igual sua mãe. Que lhe importava os bons modos, costumes, riqueza e glamuor, se não podia ser livre? Não fazer, falar e até pensar o que sempre tivera vontade. Por isso, ela era assim. Teimosa. Um teimosa com personalidade forte. E, disso ela sabia, nada, nada a faria perder a cabeça; debilitá-la, afundá-la no desespero. Não. Ela seria Ninfadora Tonks e nenhum tipo de coisa a faria fraquejar. Pelo menos era o que achava na época.....
— Uma porção Gigot D’Agneau, Coq au Vin e Moussaka. Agora! — exigiu o mau-caráter quando a bandeja com a chapagne retornou, transformando os pensamentos de rebeldia da sobrinha emsensatos. Deveria auxiliar a Ordem, por isso estava ali.
Sem avisos, os pratos pedidos surgiram na frente de cada pessoa
na mesa. A carne de carneiro do Moussaca em frente de Lupin e Tonks, o Gigot D’Agneau na frente de Narcisa e, para Lúcio, a carne de porco Coq au Vin .
— Como sabem...? — iniciou a auror, mas a tia já se encarregou de responder depois de tomar água para umedecer a boca antes da refeição, segurando o cristal apenas com o polegar e dedo médio, demonstrando elegância.
— Nesse lugar, tudo é enfeitiçado, querida. E, onde menos se imagina tudo é espiado. — ela entreolhou -se com o marido para o desconforto do casal Schmidt.
— Gostam da comida? — o senhor Malfoy perguntou para Remo momentos depois.
— Sim, ultrapassa minhas espectativas. — confessou depois de limpar a boca com o guardanapo de pano.
— Uma delícia. — sussurrou Tonks, que já havia se habituado a usar os diversos talheres indiduais sobre a mesa.
— Fico contente que tudo foi de se grado, porque muito possívelmente iremos voltar para Londres.
Remo e Ninfadora pausaram com a refeição e fitaram atônitos quem
dissera aquilo. Já era hora de retornarem à Grã Bretanha, mas qual o motivo que os trouxe para o Hotel em apenas um dia, considerando tudo que lhes fora dito como verdade? Será que o compromisso de jogos e desfiles era tão fundamental para eles? Ou ainda pretendiam se encontrar com o Lord depois do fim de sua estadias e antes de regressarem? Que estranho. Muito estranho. Esperando que algo fosse feito ou esclarecido, Tonks virou o pescoço de uma maneira tão bruta na direção do amigo em busca do que fazer que quase o estalou. O lobisomem, no entanto, levou o guardanapo ao canto da boca e acariciou a região, mostrando educação durante um jantar.
— Mas por quê? Problemas com os negócios?
— Não. O ministro da magia pediu minha assistência por lá. Parece que houve um rebuliço no Quartel General dos Aurores.
Tonk sentiu a carne de carneiro mastigada querer voltar para a
garganta, mas tentou impedir, tomando um gole de champagne e tentando permanecer a forma mais calma e impassível conseguia.
— O que, exatamente? — questionou Lupin, que não pôde deixar de perceber uma certa inquietação da moça.
— Parece que um auror esteve encobrindo outro, que não respeitava a comunidade bruxa. Fudge descobriu isso e o demitiu. Porém, muitos não concordaram com isso, pois o homem é um bom profissional e até dizem que é intriga dos estagiários. — Tonks lembrou de Cris.
— E então?
— E então alguns bruxos de ordens superiores acreditam na inocência desse auror; outros o condenam. Tudo está uma bagunça e acontecerá uma reunião para decidir tudo amanhã. Por isso, terei que adiar mais uma vez a lua de mel. — e se voltou para Narcisa, cuja cabeça foi baixada lentamente por causa do descontentamento.
— Entendo. Sua presença é necessária.
— Exato.
— Provavelmente esse auror é um idiota. É muito conhecido entre os seus? — penguntou Tonks.
— Sim, e tem muita experiência e reconhecimento entre os veteranos.
— Veteranos? Ele deve ser realmente muito bom. — a moça admirou o fato, colocando outra garfada cheia na boca adentro.
— Sim. Seu nome é Kim Shacklebolt.
— É mesmo...ops — com a notícia, seu corpo tomou o impulso de ser jogado para trás, fazendo com que suas costas apoiassem totalmente no encosto da cadeira e, nisso, os cotovelos dela acompanharam o movimento. O problema é que um deles arrastou uma faca na beirada da mesa para o chão e um ruído agudo foi reproduzido com o choque do metal com o piso frio, chamando a atenção de todos. Se pudesse, Narcisa escondaria a cara em um buraco por causa de tanta vergonha. Constrangida, Tonks pegou a varinha e pensou no famoso feitiço de levitação. Quase no mesmo instante, o talher voltou ao seu lugar e foi limpo graças a outro feitiço lançado.
— Perdoem-me. O que dizia, senhor Malfoy?
— Shacklebolt acobertou um auror que fazia parte de um grupo ilegal de magia. Sempre lhe livrava a cara de seus devidos trabalhos.
— Oras, a Travessa do Tranco possue um grande número de grupos ilegais na magia. Por que estariam atrás de um auror? — indagou Lupin.
— Conhece a Travessa do Tranco? — Para Lúcio, suas suspeitas mais e mais se concretizavam.
— Sim, ela é muito mencionada nos jornais. — se justificou o lobisomem — Mas afinal, quem é o auror encoberto?
— Ninguém sabe, mas suspeitam que ele trabalhe na sala 10.
Mais uma vez, Tonks se sentiu mal naquela conversa. Apenas três
aurores trabalhavam na sala 10: Richard, Lais e ela própria. Se a acusação de Kim era por ajudar um auror metido numa organização ilícita e ....Merlim...a protegida fora ela mesma! Kim ocultou a verdade para que não tivesse problemas com o Ministério. Claro! Depois de ajudas, férias, desculpas sobre horas extras...com certeza tudo seria revelado. O pior é que não havia muito o que fazer. Se confessasse tudo, Ninfadora quem seria demitida e, sem dúvidas, multada por traição. Nem conhecendo toda a verdade, Fudge nunca permitiria um funcionário como Shacklebolt entre seu pessoal. Se continuasse a esconder tudo, ainda existiria quem espionasse os planos do Ministério. Oh, céus. Por isso os estagiários se uniram contra o chefe: têm esperança de que sejam melhores vistos pelas autoridades.
— Que coisa. Eles suspeitam de alguém? — murmurou.
— Não, mas eu sim. Creio que uma certa Multicores está por trás disso. — e seus olhos azedos caíram sobre a garota, que se manteve firme. Era o fim. Já haviam lhe chamado daquilo e o responsável fora Snape, o amiguinho íntimo de seu tio. Agora entendia a raiva de Sirius. Aquele maldito vulto negro oleoso era um monstro! Tudo o que restava acontecer era ser denunciada por traição e espionagem de uma família distinta. Sim, porque Cornélio nunca deixaria que os Malfoy fossem vítimas, ainda mais se Lúcio a dedurasse. Entretanto, com o recente pensamento sobre rebeldia, que ninguém a faria se dobrar, veio à sua mente e lhe deu ânimo para procurar uma saída.
— Ficou pálida senhora Schmidt de repente. Se sente mal? — pernguntou o loiro saboreando as palavras.
— Não, apenas uma tontura. — a auror colocou para trás uma madeixa do cabelo que acabara de cair em seu rosto.
— Talvez esteja grávida, querida. — completou Narcisa, terminando a champagne de sua taça e sorrindo ao mesmo tempo.
— Não, não acredito. — a moça rebateu sentindo uma leve vontade de rir e fazendo um esforço para não olhar para o lado e conhecer a possível cara de Remo, que sentiu um formigamento em suas entranhas ao ouvir a intriga.
— Bem, está tarde. Temos que nos deitar cedo. — comentou Lúcio e, depois de consultar o relógio, se levantou e jogou o guardanapo ao lado do prato de porcelana. Livrando-se da cadeira, puxou a da esposa e esta se levantou, sengurando o vestido.
— Mas é cedo! — exclamou Lupin.
— Eu sei, mas pretendemos acordar cedo amanhã para voltarmos. Não vamos nos despedir agora, pois sei que nos encontraremos ainda.
— Sem dúvida. Boa noite — despediu o lobisomem com Tonks o imitando..
— Boas noite. — e o casal saiu pela grande porta de braços dados.
Ao ver que o perigo passou, Remo interrogou a mulher.
— O que acha?
— Com certeza já sabem quem somos.
— É, tive a mesma impressão.
— Por que se recolher tão cedo? Veja, ainda são sete e vinte. — olhando as horas no pulso.
— É muito estranho. Se bem que..... — ela fez uma pausa e olhou para o oposto da mesa, como se mais alguém os acompanhava. — Remo.....é possível que se encontrem com o Lord esta noite, por isso a pressa.
— Acho que não.
— É sim! Vai me dizer que vão dormir às sete e meia? Não, vão a algum lugar. Igual a outra vez: saíram cedo e não voltaram.
— Então o que sugere? — perguntou impaciente.
— Vamos segui-los. Talvez descubramos algo.
— Como pode pensar nisso? Podem nos pegar, aliás, já sabem quem somos. Não viu as indiretas.
— E o que sugere? — ela fez uma cara de criança que tem um pedido negado. Os dois já se esqueceram totalmente de “interpretar”.
— Que deixemos o Hotel agora mesmo. Vai saber o que acontecerá amanhã.
— Você é sempre tão certinho assim? Fala sério! Falhamos nessas duas semanas inteiras e quando temos a oportunidade em conseguir algo, você não quer aproveitar?! — seu rosto se aproximava do dele, quase que vermelho pela fúria da discução.
— Não entende qua podemos por tudo a perder?
— Não, você não entende! Já tá tudo perdido! Mas podemos levar algo nisso tudo. É nossa última chance.
Lupin suspirou. Definitivamente, aquela menina não desistia tão
fácil e, com certeza, havia puxado os Black; ou mehor, Sirius. Para ambos, enquanto sua vontade não fosse saciada, não sossegariam.
— Ainda podemos nos salvar! Malfoy pode falar para Fudge tudo o que aconteceu, não entende?
— Do que está reclamando? Não tem perigo. Temos identidades falsas e mesmo porque nossas aparências são outras do que nos conhecem. Você ficou mais jovem e eu mudei minhas características. Mesmo com uma penseira, quem provará que não somos o senhor e senhora Schmidt?
— O Gringotes da Irlanda! E você não tem idéia de como é fácil! — falou quase que insandecido.
— Olha aqui — falou a moça alterada — a que receberá pior punição caso sejamos pegos, sou eu e não me lembro de estar reclamando! Você não tem ficha suja no Ministério apesar de um ano em meio atrás. Na verdade, nem sabem quem você é, enquanto a mim.....eu tabalho lá, posso ser identificada, perder meu emprego, pagar uma multa....ah, isso se não me demitirem pelo caso do Kim. Tudo isso pode me acontecer comigo. Já com você, tudo seria mais fácil! — ela exclamou praticamente chamando a atenção de alguns do salão..
— Calma Tonks! — murmurou — estão olhando para cá.
— Dá no mesmo. A gente já está fud.....
— AGORA CHEGA! — Remo gritou, interrompendo-a. Quem não percebera a
discução até aquele ponto, não havia como não fazê-lo. O peito de Lupin descia e subia descompassadamente ao mesmo tempo que tentava se acalmar e Tonks segurar o chôro. — vamos agir como dois adultos.
— Estou tentando, mas você aqui tá me impedindo. — murmurou sem ligar com os rostos e comentários curiosos ao seu redor.
— Muito bem. Faremos o que quer. Eu não tenho nada a perder mesmo. O azar é seu.
— Veremos. Vamos? Ainda dá tempo.
— Certo.
Ele se levantou e trouxe a cadeira da metamorfomaga para trás para
que pudesse sair de lá com facilidade. Fingindo que não havia nada de errado, seguiram de braços dados sérios e aborrecidos um com o outro. Quando atingiram o hall principal que levava às escadas e destas aos quartos, Tonks murmurou no ouvido dele, ainda enraivecida.
— Você me dá nos nervos às vezes. Se tivesse sido meu professor, eu faria com que te demitissem.
— Se eu fosse seu professor, eu mesmo pediria demissão. — seus lábio quase nem se moviam para tentar passar uma imagem de espécie de medo do estilo “não se meta comigo”.
Com o comentário nada gratificante, a moça bufou e começou a
aumentar a velocidade de seus passos, levando o “marido”junto, sendo obrigado a seguir seu ritmo, o que não era fácil, pois quanto tempo não corria daquela maneira?
— Se corrermos, ainda podemos alcançá-los antes de entrarem no quarto. — ela falou, desprendendo seu braço com o de Lupin e passando praticamente a correr ao subir as escadas.
O pobre lobisomem a imitava, se perguntando o que fizera na vida
para merecer uma companhia daquelas. Quem os via daquele jeito, os fitava admirado e até paravam de andar para “aproveitar”o momento. Uns faziam caras feias com a falta de educação; outros apenas davam passagem, porém ninguém achou graça fazer aquilo num lugar de tanto prestígio como o Paris Lux.
— Ali. — Tonks parou e apontou para o casal tão procurado de costas andando
tranqüilamente; se encontrava a uns dez metros de distâcia no corredor de um metro e meio de largura. Enquanto pensava em algum plano, Remo apoiou a testa numa das paredes e passou a respirar lentamente — Temos que pegar as capas de invisibilidade de Moody.
— Na...Não..não. Vai demorar muito. Não pode..demos nos separar — ele ofegava.—
devemos ouvir tudo através da porta. Se quiserem sair, devem passar por nós. Nada entra nem sai por causa dos feitiços de proteção dos quartos.
— Vamos torcer para que fiquem por lá, assim podemos ouvir o que conversam. —
Ninfadora falava sem piscar como se estivesse num estado hipnótico e seu corpo espremido contra uma das paredes ao lado de Remo, entretanto apenas contemplava ambos se afastando de onde estavam parados.





— Ah Cisa, vá indo para o quarto, tenho que fazer algo.
— O que foi, Lúcio? — e pararam de andar, porém um se virou para encarar o outro nos olhos. Aqueles mesmo olhos que outrora dissipavam frieza e falsidade nos ambientes.
— Nada, apenas tenho que informar à recepção que amanhã de manhã virão procurar por mim.
— Quem?
— Hummm...depois te falo, aqui não é seguro. — e abaixou o volume da voz pouco suave.— acho que ainda se lembra.
— Então vá logo. Não quero deitar sozinha.
— Não demorarei. — e o loiro deu meia volta, refazendo o caminho de volta.





— Ah droga, o Lúcio está vindo. — falou Tonks vendo o tio começando a se distanciar da esposa no sentido contrário que ia.
— Tem outra idéia esp....?
Mas antes que jogasse outra ofensa para a auror seu corpo foi
puxado para frente, agarrado com força, e antes que se desse conta, estava num beijo com Tonks. Se alguém lhe perguntasse um dia mais tarde, não saberia explicar nem o porquê de estar ali, com uma moça solteira no meio de um corredor de Hotel francês. Tudo havia sido esquecido, inclusive o tempo, a platéia, se é que exisitia, pois ele não focalizava nada direito naquele instante. Um perfume que ela começou a usar há semanas por causa da falsa identidade, que exigia algo forte e caro, foi se tornando mais presente naquele ato. Não se conteve: fechou os olhos, a abraçou, envolvendo seus braços na cintura magra de Tonks, que não hesitou em acariciar a nuca do lobisomem e parte de suas costas. As cavidades bucais, por enquanto, não faziam nada. Apenas acompanhavam a sincronia dos lábios. Sim, os lábios. Os incansáveis exploradores. Pequenas cáricias, toques e “selinhos” consecutivos até chegavam a fazer daquilo algo casto pelas circunstâncias, embora Lupin não pôde negar sentir uma breve satisfação ao perceber o mínimo contado dos lábios quando ocasionalmente tocavam a ponta de sua língua, que ainda não entrara em ação, o que não demorou muito, porque Tonks já tomara a iniciativa e introduziu a dela na boca de Lupin. O abraço foi ficando mais apertado e quase que sufocante. Aquela garota era surpreendente e cativante apesar de tudo. E se Sirius estivesse certo? Que ela reamente estivesse a fim dele? Um lobisomem que poucos acham algo de bom em seu interior? Sem sinais, Tonks se afastou bruscamente, jogando Lupin para trás como se fosse um objeto sem mais valor, e olhou na direção das escadas.
— Pronto. Ele já foi — comentou a auror, observando todo o corredor, menos quem estava ao seu lado — Creio que tenha descido. Desculpa Remo, se eu não fizesse isso, ele ia parar e fazer perguntas. Não seria conveniente.
— Tudo bem. Acho que sua tia já entrou no quarto.
— Provavelmente — ela explorou com os olhos o lugar onde os Malfoy haviam parado no corredor. — é melhor irmos. Se meu tio nos vir aqui, nos complicaremos.
— É, vamos.
E saíram do amasso da parede e começaram a andar livremente no
corredor, sem mãos guindadas nem nada. Ambos em silêncio. Isso até o momento que Tonks começou a soltar uma gargalhada estridente no meio da caminhada. Algo alto, sem- vergonha e até certo ponto irritante; ela simplesmente começou a rir como se ouvisse a piada mais engraçada do mundo. Na verdade, a garota nunca se sentira tão feliz na vida e até parecia que havia sido pega por uma maldição Império. Aos poucos, começou a aumentar a velocidade novamente, mas dessa vez indo para a suíte Schmidt. Quem visse a cenas pensaria que a moça fora infeitiçada para agir feito criança, pois era exatamente o que fazia. Apesar de tudo, sua corrida não estava normal: parecia que Tonks estava camableando, faltando muito pouco para não tropeçar nos próprio pés e cair. Mesmo assim não desistia de chegar ao seu objetivo.
Tonks? O que aconteceu? O que tem? — Remo perguntou com uma cara preocupada enquanto via a amiga rir e correr no corredor. Não querendo ficar para trás, a seguiu.
Contudo, o mesmo efeito aconteceu com ele. Do nada, passou a dar
um pequeno risinho bobo e depois risadas agudas e felizes. O que era aquilo? Alguma maldição? Poção? Ah, tanto faz, o que importava era que a sensação era muito boa. Parecia que todos seus problemas estavam distantes, que não existia Voldemort, que Kim não estava em problemas, Sirius estava feliz com sua vida e que ninguém, ninguém lhe discriminaria sobre sua maldição. Sentindo-se do jeito mais feliz que nunca esteve em sua vida, correu atrás de Ninfadora, também tropeçando e quase caindo, mas em cada trombada, sua felicidade aumentava cada vez mais. Até que finalmente chegaram ao quarto do casal.
Tonks entrou primeiro e depois deu espaço para o acompanhante fazer o mesmo. Sua felicidade era tanta que começou a abrir os braços e a girar sem sair do lugar como um passo de balé. Lupin apenas achou engraçado e, sem ter firmesa em seus passos foi até aonde a moça estava (numa divisa entre o quarto com a sala, afinal a porta estava aberta) e pegou em suas mãos, obrigando-a a parar com os movimentos doidos.
— Remo, me deixa. Estou muito feliz e quero me divertir esta noite. — confessou com uma voz esganiçada enquanto jogava a cabeça para trás para que as madeixas soltas por causa das recentes agitações saíssem de frente de seu rosto.
— Eu também quero, há algo errado. Você está bêbada!
— Não estou não. Tomei apenas uma taça de Champagne. Ah Remo! Pára de ser um excêntrico. E se fosse assim, também estaria. Quero dançar! Vamos! — e pegou a varinha e pensou “ Dance Sonoros”. Imediatamente, começou a tocar no quarto uma música techno muito alta e som se originava das paredes, afinal não existiam caixas de som. — Uhuw.
Ninfadora parecia uma drogada agindo daquela forma tão....louca. Era
verdade que sempre fora, mas desta vez não havia limites nem regras. Queria se sentir livre, largar a chatice e pose da alta sociedade. Aproveitar a vida e juventude enquanto podia, além da companhia de Remo. Este, apesar de pensar e desejar o mesmo que a amiga, não pôde se livrar da incontrolável vontade de jogar um encantamento nas paredes para que ninguém os importunasse por causa do som alto. É, nunca abandonaria seu jeito prudente em qualque situção que seja.
— Essa música é tudo! Vamos, querido! — Ninfadora pulava e se mexia como nunca em sua vida e dessa vez foi ela quem pegou em suas mãos, levando-o a acompanhar o ritmo.—Vamos! As Esquisitonas estão demais nessa versão.
— Seu namorado não....? — ele começou a pular e a imitar os passos da bruxa.
— Ah, esquece o Cris! Que é? Eu que o namoro e você é quem se apaixona por ele?! Dá um tempo. — a mulher trouxe o amigo para mais perto de si e começou a fazer típicos movimentos com as mãos e corpo como coreografia para a música, mexendo os quadris, o tronco, os braços como se possuísse borracha no lugar de ossos. — Não é traição eu dançar com outra pessoa.
Pegando o espírito da diversão, Remo largou a timidez de vez,
tirando seu terno preto e o jogando longe para o gosto de Ninfadora.
— É isso aí! A dança é um meio de comunicação corporal. Não é preciso saber nada a não ser se soltar e curtir. — ela falou alto.
Vinte minutos depois, o ritmo começou a cansar os dois e tiveram
uma breve vontade de beber água. O lobisomem podia até sentir o suor aumentando em sua têmpora com tanto esforço físico.
— Tonks, não tem outra música? Essa dói os ouvidos — ele gritou para que a moça ouvisse.
— Não estou te escutando! — exclamou, fazendo mímica e apontando para os ouvidos, contudo ainda ria muito.
— Mude de música! — ele gritou mais o que podia.
— Ah, prefere uma lenta?
— Pode ser. — afirmou com as mãos tampando seus canais auditíveis.
Com outro giro do pulso, cuja mão segurava a varinha, a auror
mudou a música pop para uma romântica.
— Melhorou?
— Sim.
— Então vamos dançar. Fico feliz que a viagem não tenha sido desperdiçada por inteira.
Lupin sorriu. Em outras circunstâncias não dançaria, pois nunca
fora um pé de valsa nem nada. Sempre se escondia das pistas de dança em inúmeras vezes, como no noivado dos Potter. Cautelosamente, se aproximou da moça, uniu sua mão direita com a dela e passou a esquerda pelas suas costas, sentindo o grosso tecido do vestido. Começou a da um passo de cada lado e sentiu Tonks acompanhando-o. Mais uma vez, fechou os olhos e aspirou aquela fragância de seu corpo misturada com o perfume bruxo. Embora aquele não fosse o tipo de som que curtisse, a metamorfomaga apenas se deixou levar pelo homem, que a guiava tão bem.
— Ainda gosta daquelas músicas loucas que ouvia quando criança ou esta é boa?
— Gosto dessa. Especialmente porque é quase que valsada. Não dá para fazer isso sozinha— murmurou no ouvido de Lupin, e teve a sensação de que seus cabelos da nuca se arrepiaram com o comentário.
Dançaram assim bem próximos por algumas horas até que
Ninfadora sussurrou:
— Ah Remo! É tão bom poder parar com aquela encenação toda e agir como eu mesma.
— Eu sei. Mas foi divertido.
Ela se separou dele e o fitou profundamente com uma cara de
desgosto. Parecia que aquilo foi um insulto para ela, ou talvez apenas estranhou a reação do homem.
— Divertido? Divertido? Eu nunca mais me visto com essa porcaria!— pegou a saia quase na barra e mostrou para o acompanhante. — São roupas piores que minha mãe me obrigava a usar na minha infância!
Com raiva, a auror começou a rasgar as vestes de qualquer jeito,
abrindo de cima a baixo brutalmente, como se o fato de tirar os panos a livrasse de algo incurável. Ao ver a bruxa quase se despindo em sua frente e com o corte do vestido já na altura da cintura, Lupin interveio e tentou impedi-la de continuar, segurando seus pulsos, já que na última meia hora havia algo de errado com ambos.
— Pare, o que está fazendo?
— Não quero mais esssas coisas me prendendo como uma jaula prende um diabrete. Não quero mais me sentir criada de mais ninguém nem pela Ordem, nem pelo Ministério, nem por qualquer um. Quero que me deixem fazer o que quiser— a moça tentou se desvencilhar de Remo e, quando conseguiu, se afastando com tanta força, ganhou impulso e caiu deitada sobre a cama. Com as costas levemente dolorida, murmurou.— Cansei dos outros me darem ordens. Quero ser feliz como estou agora até o fim.
O lobiosmem se aproximou dela e sentou-se ao lado de sua cabeça e
passou a acariciar os cabelos que ainda estavam presos pelo penteado, agora quase que desfeito.
— Também me sinto muito bem com você, Tonks — o bruxo sorriu e admirou os olhos azuis opostos brilharem.
Sua pele estava tão macia naquela noite, tão sedosa....os lábios
carnudos e vermelhos o chamavam, imploravam por um toque. Não demorou muito e Lupin sentiu uma vontade enorme de beijá-la ali, naquele quarto, naquela cama. Que o Cris se danasse! Deveria cuidar melhor do que era seu. Estava tão feliz que nem queria mais que mudasse a música. Apenas queria ter o sabor dela mais uma vez consigo, em sua memória, em seu corpo. Valia tudo naquela noite. Com entusiasmo, juntou sua boca à dela e, para sua surpresa, a moça não o rejeitou, ao contrário, aprofundou ainda mais aquilo, iniciando junto uma massagem em suas costas. Algo calmo e sereno, diferente das aplanadas selvagens e insaciáveis que fazia para o namorado. Desta vez, tudo era espontâneo; não precisavam se esconder de ninguém para evitar interrogatórios. Era tudo o que sentiam e gostariam de demonstar.




Um silêncio demasiado predominava no quarto naquela manhã. Até a música
alta havia cessado. Lupin e Tonks dormiam tranqüilamente até que....
— É assim que visita seus avós nas férias?
Uma voz masculina bradou de repente, tirando a namorada do sono. Ao
levantar as pestanas, Tonks demorou a identificar a imagem a sua frente, mas quando o fez, praticamente pulou da cama com os olhos arregalados.
— Cris!
— Não Ninfadora, essa foi a última vez que me chamou assim! Aproveitou bem seu romance com esse cara? Heim? O mesmo que outro dia estava na porta de seu apartamento!— homem tirou sua varinha e apontou para ambos. — Imagino o que não fizeram durante todo esse tempo num Hotel. Até já estão nesse estado!
Tonks olhou ao redor para tentar entender o comentário: estava
dormindo ao lado de Lupin com as camas unidas, estavam iguais ao dia que chegaram no quarto; o seu acompanhante usava a camisa branca aberta mostrando todo o peito com a ausência do paletó do terno. Além disso, um de seus braços passara possivamente sobre a barriga de Ninfadora durante a noite e amanhecera assim. Seu vestido mais aparentava trapos do que outra coisa pos causa do “pequeno acesso de rebeldia” da noite passada. Voltou a focalizar a ponta da varinha do namorado, que possuía uma fúria no olhar, avermelhando seu rosto, e segurava a varinha tremulamente. Sem se mover, Tonks procurou a de Lupin, que acordava lentamente com o tumulto. Sentou-se na cama com uma mão na cabeça por causa de uma grande tontura por causa da possível ressaca e observou a cena. Não precisou de mais de dois segundos para entender a situação. Para seu azar, as varinhas se encontravam uma no vestuário atirado no chão de Remo e a outra no toucador.
— Olha, não é o que está pensando— intercedeu a criatura noturna.
— Ah, não? Posso estar enganado.....mas o destino de vocês não será o dos mais agradáveis.— e aproximou ainda mais a varinha dos dois com a mão ainda tremendo.

+_+

N/A: Hey, lembram de mim?
Depois de meses sem postar, embora eu já tenha toda a fic comigo, apareci. Acho q vou tomar uma decisão dolorosa com respeito a esse mundo mágico do qual participo. Creio que pararei com a autoria de fics, nao por falta de idéia, que eu tenho que sobra, mas por falta de tempo.
Nao é certeza ainda, mas acho que postarei o ultimo capitulo dessa fic em fevereiro.
Quero agradecer a todos que me acompanharam nesse tempo e me apoiaram. Ao que criticaram, tambem agradeço, pois mesmo que tenha sido dificil, eu evolui em todos os aspectos....
Estou um pouco perdida sobre que eu já agradeci e tal, portanto farei um agradecimento universal.

MUITO OBRIGADA POR TUDO E TENHAM UM FELIZ NATAL E UM BOM 2008.

Por favor, comentem.....esse é um dos cap. que me deixam mais na espectativa sobre o que os leitores acharam que irá acontecer.

Todas minhas fics foram atualizadas em todos os sites que as postos. Aproveitem, presente do Papai Noel....

Beijos...
Gude Potter

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