Nova Integrante



2. Nova integrante

16 Anos depois

Trimmmmmmmmmmmm

No quarto de um certo apartamento trouxa, no centro de Londres, o som de um despertador era o único barulho ali presente, porem isso não foi o suficiente para tirar alguém do sono.
Uma mulher com o rosto em formato de coração, mergulhado nos travesseiros na cama de casal, fez com que os lençóis fossem jogados para todos os lados durante a noite, transformando tudo numa verdadeira bagunça. Dez minutos depois que o despertador já havia iniciado seu irritante som, a mulher acordou. Ela era muito bonita e jovem. Tinha olhos castanhos, cabelos curtos e laranjas, mas era magra e alta. A moça estendeu seu braço direito até o criado mudo próximo a ela e pegou um objeto cilíndrico, fino e com uns trinta centímetros de comprimento. Apontou-o para a fonte do som horrível que o aparelho trouxa fazia, murmurou algo e, instantaneamente, o barulho cessou. A mulher, que tinha vinte e dois anos, se sentou na cama, esfregou os olhos, tentando acabar com a preguiça e olhou ao seu redor. Aquele quarto estava uma verdadeira zona.
Ninfadora Tonks se levantou e, com outro aceno da varinha, tudo voltou ao seu devido lugar. Parecia que coisas inanimadas ganharam vida e sabiam exatamente o que fazer. A bruxa se aproximou do despertador e viu que eram cinco para às oito.
- Ai Merlim! Tô atrasada de novo.
Dizendo isso, ela abriu seu guarda- roupa e começou a procurar vestes adequadas para trabalhar. Jogando tudo para o alto e desarrumando novamente o quarto, Tonks finalmente escolheu como iria vestida no Ministério naquele dia. Optou em usar uma calça jeans desfiada e uma camisa preta com uma foto bordada de uma vassoura de corrida no peito. Essa poderia não ser a mais chique de suas roupas, porem não tinha tempo a perder. Ao terminar de se aprontar, pegou sua varinha, guardou-a em seu bolso, acendeu a lareira da sala e fez todo o ritual para se transportar pela Rede de Flu.
Ao chegar no nível dois no Ministério, ela entrou discretamente em seu escritório, que estava vazio. Era um cômodo não muito grande, porem outros aurores trabalhavam normalmente ali com Ninfadora. Havia três mesas de escritório, um longo sofá vinho encostado numa das paredes, duas janelas enfeitiçadas, porque tudo ali era subterrâneo, mas mostravam paisagens de longas montanhas, arvores e até mesmo animais silvestres vivendo ali. Tonks buscou no armário de cerejeira ao lado de uma janela, qualquer comida, pois sempre guardava algo de comer para qualquer emergência como aquela. Vendo que seu relógio de parede marcava oito e dois, Tonks decidiu relaxar no sofá, mas antes de se sentar, a moça viu que tinha em cima de sua mesa um exemplar do Profeta Diário. Ela o pegou e levou-o consigo para o sofá. Abriu um pacote de bolachas e começou a comer, enquanto tirava o lacinho que prendia o jornal em forma de canudo.
A primeira página veio com a seguinte manchete:

Tristeza no Torneio Tribruxo

Ontem foi o dia em que se realizou a ultima tarefa do Torneio Tribruxo, campeonato que reúne três escolas européias em busca da Gloria eterna e sediado nesse ano na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Os quatro campeões deveriam ter enfrentado um labirinto mágico, passando por diversos obstáculos para alcançar a Taça Tribruxo. Porem houve uma morte inesperada. Um dos campeões de Hogwarts, Cedrico Digory, foi morto nesse labirinto e Harry Potter, o campeão trapaceiro que colocou seu nome no Cálice de Fogo, levou os créditos por ter pego a Taça às custas do rival.

Para ler a matéria completa, veja as páginas A 5 e A6.

Tonks correu seus olhos para baixo da página, viu outra noticia e leu:

Dumbledore caducando?

A bruxa fez uma careta ao ler o título, porem prosseguiu com sua leitura.

O diretor de Hogwarts, Alvo Dumbledore, parece que não está mais em seu juízo perfeito. Com a morte de um de seus estudantes por causa do Torneio Tribruxo, o homem parece que está falando coisas sem sentido. Ele afirmou que Aquele- que- não – se – deve-nomear está de volta e que foi Ele quem ordenou a morte do Sr. Digory, morto no Torneio por um motivo desconhecido.
Uma de suas vantagens de dizer algo assim é levantar o popuralismo de seu pupilo, Harry Potter, para que o garoto não seja apontado como um trapaceiro infame por causa de sua ousadia em adicionar seu nome no Campeonato. O garoto quer roubar cada vez mais a cena e parece que conseguiu a pessoa certa para isso. O Ministro da Magia, Cornélio Fudge, deu uma entrevista exclusiva para nossos repórteres.

Para ler a matéria completa, consulte as páginas A7, A8 e A9.

Tonks balançou a cabeça repetidamente ao terminar de ler a noticia. Dumbledore caducando? Isso jamais. Era o bruxo mais inteligente da atualidade e sempre fora respeitado. Com certeza o Ministério deve ter convencido o Profeta a escrever o que lhe fosse conveniente. O Torneio Tribruxo com menos páginas num jornal que uma noticia de um velho perdendo o juízo, segundo eles mesmos? Com certeza, a Imprensa fez uma média para o Ministro. O Lord das Trevas vivo? Era difícil em aceitar, porem Ninfadora nunca se convenceu de que ele falecera. Lembrava-se perfeitamente da Primeira Guerra bruxa e nunca acreditou numa morte para Ele, não daquele jeito. Por isso quis se tornar auror. Ela queria combater todos os bruxos das trevas para que o passado não se repetisse. Talvez, o diretor de Hogwarts tivesse razão.Harry Potter, um exibicionista? Nunca. Ele não salvou a Escola de vários perigos, mesmo arriscando a própria vida? Pobre garoto. Tonks teria que usar a oclumencia, que aprendera em seu treino de auror, mais do que nunca, porque se alguém soubesse de seus pensamentos contra o Ministério, poderia ganhar uma demissão.
Kim apareceu na sala de aurores e repreendeu a moça lendo jornal em horário de trabalho.
- Srta Tonks!
A mulher se assustou e com isso se engasgou com fagulhas de bolacha que estavam em sua boca, fazendo a tossir.
- Atrasada de novo, senhorita?
- Não, não, chefe, eu apenas...eu apenas estava lendo o jornal.- a garota se levantou do sofá, depois de limpar os cantos de seus lábios.
- Ah não? Mas vejo que sua roupa me diz o contrário.
Sem entender o que o seu superior lhe falou, Tonks olhou para sua roupa e ficou vermelha. Sua camiseta preta estava virada do avesso, deixando aparecer a costura e o forro do bordado da foto da vassoura. Correu para o banheiro se trocar, enquanto isso Shackebolt sentou-se no sofá, pegou o Profeta Diário do chão e leu a primeira pagina, mais em especial a segunda matéria. Quando a auror voltou para a sala, comentou para o chefe, que lhe lançou olhares calmos e um sorriso.
- Senhor, eu fiquei sem serviço e vi o jornal na mesa, então eu o li. Estava curiosa para saber quem ganharia o Torneio. Eu já ia falar com o senhor. Não ia demorar nada, na verdade nem li direito e ...
- Calma Tonks- ele ergueu uma mão para cala-la, pois com tanto nervosismo em acabar sendo despedida, Ninfadora começou a atropelar palavras em suas explicações.- O que você leu?
- Bem, eu li a matéria sobre o Torneio e Dumbledore.
Shackebolt respirou fundo, se levantou e fechou a porta. Tonks se assustou em ver a reação do chefe. O que ele pretendia fazer com ela ali, trancados e sozinhos? A garota ficou segurando a varinha discretamente no bolso para caso precisar dela. Kim a fitou e a convidou a se sentar com um gesto de mão. Não querendo ser antipática ou coisa do tipo, Tonks o fez. O bruxo se sentou ao seu lado e num sussurro quase inaudível, falou.
- Eu queria mesmo falar com você. O que acha sobre Dumbledore?
- Como assim?- perguntou ela confusa e franzindo o cenho.
- Acha mesmo que o que diz no jornal é verdade?- Kim a olhava nos olhos.
Era agora. Ela não acreditava numa única palavra no artigo, porem seu emprego estava relacionado com ele. Se dissesse a verdade, seria demitida na hora e se mentisse, um dia mais tarde o Ministério descobriria, pois ela nunca faria nada que prejudicasse Dumbledore. Ao ver a hesitação da funcionária, o próprio Kim respondeu.
- Sei o que está pensando. Seja qual for sua resposta, eu não vou te demitir, mas saiba que concordo com você.
- Concorda?
- Sim. Estou trabalhando aqui há algum tempo e mesmo assim, tem coisas em que não concordo. Fudge quer ser famoso e não admite ter um concorrente.
- Eu sempre soube disso Kim. Fudge fez muito pelo mundo mágico é verdade, porem Dumbledore é um bruxo muito melhor que ele em todos os sentidos.
Ao falar isso, Tonks tampou a boca com as duas mãos como se tivesse dito um palavrão. Já era. Mesmo Kim dizendo o contrário, havia uma desempregada a mais no mundo. Por que tinha que ter uma boca tão grande? Como pôde dizer aquilo de seu outro chefe? E para arranjar emprego agora, com todos do lado do Ministro? Por um motivo desconhecido, Shackebolt lhe sorriu, e a auror não entendeu o porquê.
- Sabe, eu sou da mesma opinião que você.
- É?- perguntou Ninfadora insegura.
- Sim. Trabalho no Ministério, mas não concordo com certas coisas, como isso. – E ele apontou para o jornal largado no sofá.
- Nossa, que bom. Pensei que já era uma desempregada.- a bruxa comentou aliviada.
O bruxo riu, mas continuou.
- Você acredita então que Dumbledore diz a verdade? Que o Você- Sabe- Quem está de volta?
- Claro. Eu sempre soube que um dia isso aconteceria. Mas por quê isso? Por que quer saber minha opinião?
Seu chefe pigarreou.
- Ajudaria a combater o mal até o fim?
- Sim- quanto mais a conversa se estendia, menos ela entendia. Onde aquilo iria parar?
- Dumbledore tem uma associação com pessoas de confiança que ajudam-no a descobrir planos sobre o Você- Sabe- Quem e seus Comensais. Ela se chama Ordem da Fênix. – sua voz era um fio de tão baixa.
- O quê?
- Sim, são bruxos que trabalham contra o partido das trevas.
- Que máximo!- os olhos da menina brilhavam de tanta excitação. Aquilo parecia ser bem legal.
- Eu faço parte e Dumbledore me deu a missão de recrutar mais membros. Quando vi sua reação sobre a noticia que o diretor estaria enlouquecendo, decidi então te convocar para a Ordem da Fênix. Sabe, estamos precisando de mais pessoas.
Ela deveria estar enganada. Era muita informação para seu cérebro, porem se aquilo fosse verdade seria incrível. Tonks sempre gostou de aventuras e desafios.
- O que me diz? Pelos seus olhos brilhando, vejo que gostou da idéia.
- Eu..eu não sei...não posso me comprometer desse jeito, mas também confio no Dumbledore.
- Eu entendo sua dúvida. Mas tive uma idéia: que tal você se encontrar com o próprio Dumbledore e ele te explica tudo?
Sem pensar, a auror abriu um sorriso e disse:
- Claro! Assim vai ser muito melhor. Eu tenho que saber no que estou me metendo, não?
- Ótimo! Vou falar com ele então. Os outros aurores estão no Departamento de Mistérios. Parece que receberam um memorando de manhã, mas como a senhorita chegou atrasada...
Tonks corou e deu um sorrisinho tímido.
- Se junte a eles o mais rápido que puder, depois eu te falo sobre o que consegui com o diretor.
- Claro.
Kim saiu satisfeito da sala, contudo deixou um bruxa apavorada na mesma. “Que legal! Por que eu tenho que ser tão impulsiva?” pensava a mulher.



Depois que seu trabalho no Departamento de Mistérios terminou, já era a hora de almoço de Tonks, que subiu para sua sala, pegou sua bolsa e ia comer num restaurante trouxa não muito longe dali. Subiu no elevador e saiu pela cabine telefônica quebrada, tomando cuidado para que ninguém a visse. Olhando em todas as direções, a auror seguiu pelo beco abandonado e segurou sua varinha por cima das vestes. Agora que Dumbledore afirmara para todos que o Lord das Trevas e seus Comensais estavam de volta, andar por lugares desertos não era uma idéia muito prudente. Paredes pichadas, lixo espalhado para todos os lugares eram o que tinha ali. A poucos metros de se chegar numa das avenidas principais de Londres e sair daquele “buraco”, uma das latas de lixo enferrujadas caiu, despertando a atenção de Tonks. Ela tirou sua varinha do meio das roupas e a apontou para a lata recém-virada que espalhou o lixo pela calçada estreita. Dois gatos pretos saíram de dentro dela e a auror, considerando aquilo ser suspeito, se aproximou ainda mais do local. Por trás de sua cabeça, duas mãos surgiram e tamparam sua boca, não permitindo que Tonks gritasse e seus dedos perdessem a firmeza, largando a varinha no chão. Tentando fugir, a moça conseguiu passar o pescoço por debaixo de um braços de seu agressor e o identificou.
- Cris!
Um bruxo alto, moreno, de olhos verdes e rosto redondo sorriu enquanto fitava a bruxa.
- Seu idiota! Você me assustou!- Ninfadora falou, mas o rapaz a envolveu em seus braços e deu-lhe um selinho.
- Idiota? Ninny você nunca falou assim. Vamos, me cumprimente decentemente.
Ao terminar de dizer isso, Tonks se aproximou do namorado e o beijou com vontade. Adorava ficar assim com ele, uma pessoa maravilhosa e nem parecia que ela era dois anos mais velha que Cristian.
- Você não devia dar sustos em ninguém, ainda mais nesses tempos.
- E em que tempos estamos, querida?
Tonks engoliu em seco. Cristian era sobrinho de Fudge e não podia lhe confessar sua verdadeira opinião sobre o que o Profeta Diário escreveu. Talvez não fosse certo mentir para o rapaz, mas era uma coisinha de nada. Tentando disfarçar, a moça improvisou:
- Bem, o Torneio Tribruxo terminou ontem. Tudo está na maior bagunça.
- Eu sei, ainda mais com essa morte misteriosa do Diggory.
A auror olhou para os lados e tentou encontrar algum assunto novo antes que sua língua a traísse. Viu então que nada relacionado ao lixo e à bagunça de lá poderia ajuda-la. Resolveu mudar de estratégia.
- Querido, acho melhor sairmos daqui. Não me parece ser um lugar muito confiável e seguro.
- Certo. O que acha de almoçarmos juntos?
- Não sei. Eu não devia ajudar a gastar seu salário assim.
- Sei que meu salário de estagiário é pouco, mas não me importo em gasta-lo todinho com você.
- Que lindo Cris!- a moça lhe deu um selinho e ambos saíram de mãos dadas daquele beco.




Depois do almoço, o casal já estava saindo do restaurante e a auror se lembrou que tinha algo para fazer. Kim havia lhe dito que Dumbledore a esperaria em Hogwarts para falar sobre a Ordem da Fênix e explicar tudo direito.
O primeiro passo seria dispensar o namorado, pois não poderia leva-lo numa organização contra o Ministério.
- Adoro bife a Parmegiana e este estava uma delicia.- falava Cristian enquanto saíam do lugar - Você não gosta?
- Hã?- perguntou a bruxa distraída.
- Você gostou do bife?
- Sim,é ótimo.
- O que é Ninny? Está tão distante.
- Eu?! Ora, impressão sua.
- Você não falou muito.
- Tenho muito trabalho no Ministério, Cris.
- Bem, então me conte no caminho de volta.
- Não.- Tonks gritou, parando de andar.- Eu...eu...tenho que ir à farmácia. – a moça tentava se livrar do namorado sem levantar suspeitas, porem estava difícil.
- Fazer o que na farmácia? - o moço ergueu a sobrancelha.
- Bem, tenho que comprar...hum....coisas- a moça tinha o cérebro trabalhando a mil para arrumar uma boa desculpa quando voltou a caminhar, fitando o chão.
- Que coisas?
Tonks suspirou. Por que Cris tinha que ser tão curioso e desconfiado?
- São coisas de mulher, querido.
- Que coisas?
- Bem, hum.....absorventes- essa foi a primeira coisa que veio à sua cabeça.
- Absorventes?- perguntou o moreno inseguro.
- É, você sabe. Todo mês tenho que comprar.- Ninfadora deu um sorrisinho tímido.
- Tem que ir agora? Não pode esperar até amanhã?
- Não. Seu uso é inadiável
- Por que?
- Olha, quando a menina fica mocinha, ela um dia.....- começou a auror com um ar de quem explica tudo para sua filha imaginária de como são as mudanças do corpo.
- Tudo bem, tudo bem. Eu conheço bem essa história, Ninny. Tenho três irmãs, lembra?
- Sim. Quando a Mary iniciará Hogwarts?
- No mesmo ano que me formo como auror e terminar meu estágio. Depois trabalharemos juntos.
- Hum.....bem, então será no ano que vem. Tenho que ir comprar os....você sabe- Tonks deu um sorriso tímido.
- É melhor. Nos vemos depois do trabalho?
- Claro. Tchau, se cuida.
E ambos se beijaram como despedida, indo cada um para um lado oposto do outro.




Ninfadora desaparatou quando percebeu que ninguém numa rua trouxa notava sua presença. A moça se materializou na frente dos portões de Hogwarts e o empurrou para entrar. Avançou pelos terrenos da escola e notou que os poucos alunos que estavam nos jardins possuíam cara de tristeza. Com certeza a morte de Cedrico Digory há poucas horas abalara todos. Isso foi evidente nas feições de quem andava pelos corredores do Castelo. Até mesmo os quadros pareciam contagiados por uma espécie de desânimo.
Depois de alguns minutos andando, a moça chegou na frente da gárgula que levava à sala de Dumbledore, porem havia um pequeno problema e ela logo se deu conta.
- A senha!
Que burra! Como podia ter esquecido de perguntar a Kim qual era a senha? A
moça deu breves voltas em torno de si como se isso fosse resolver o problema. “Melhor assim. Sem saber a senha, não posso falar com o diretor e conseqüentemente não me envolvo em nada contra o Ministério. É, ótimo.” Pensou a metamorfomaga fazendo gestos impacientes com as mãos e a ponto de refazer seu caminho e ir embora. Ao se virar, trombou com uma das pessoas que menos gostava daquele lugar: seu ex professor, Severo Snape.
- Ora, quem encontramos! Pensei que houvesse terminado seu curso há quatro anos. O que te traz aqui? Não me diga que andou fazendo uma daquelas idiotices de novo e teve que reiniciar os estudos aqui em Hogwarts.- falou Snape fria e sarcasticamente.
- Ah, que engraçado! – falou Tonks imitando falsa diversão ao ouvir a piada do professor.- Para sua informação, me tornei uma auror e trabalho no Ministério.
- Mas isto é obvio. Onde mais trabalharia?
- Quer saber Snape? Não sou mais sua aluna, então não preciso ficar ouvindo sua arrogância. Vim falar com o professor Dumbledore mas como ele está ausente, não tenho nada para fazer aqui.
Snape sacudiu a cabeça lentamente, demonstrando sua infelicidade em estar ali
com ela.
- Caso não saiba, o diretor está em sua sala, porem algo me diz que o motivo verdadeiro de não ter ido falar com ele era porque não sabe a senha.
Ao perceber de como Severo descobriu a verdade, Tonks logo se revoltou.
- Acho que não lhe dei permissão de usar legilimancia comigo!
- Se você quer acreditar nisso...Bem, se me der licença, tenho mais o que fazer ao invés de ficar aqui perdendo meu tempo com conversas sem fundos. Se quer saber, a senha é “Alcaçuz”, mas não vá contar para ninguém. Poucos devem saber a senha.
Quando terminou de dizer, Snape se virou e começou a se afastar, fazendo sua
longa capa negra farfalhar conforme seu ritmo. Quando estava a uns dez metros de distancia, Ninfadora gritou para o ex- professor.
- Sem problemas, não direi para ninguém que a senha para entrar na sala do diretor é Alcaçuz.
Nisso, alguns alunos passavam por ali e olharam pasmos para a garota de
cabelos laranjas e, dela para a gárgula. Alguns quadros próximos trocaram comentários e Snape apenas sacudiu a cabeça, mesmo de costas. A gárgula, ao ouvir a palavra mágica, moveu-se para o lado e deu espaço para a visitante subir pela escada em espiral. Quando o fez, Tonks bateu na porta e um “entre”foi pronunciado.
A sala estava impecável como sempre. Tudo organizado, os objetos de pratas reluzindo com a luz e iluminando o ambiente com sua luz refletida, uma fênix num canto limpando suas penas, a escrivaninha polida e, atrás dela, um senhor de longas barbas e cabelos brancos, vestindo roupas luxuosas verde claras e oclinhos meia lua escrevia num pergaminho mas sua atenção foi desviada com a entrada da bruxa.
- Ah, Senhorita Tonks, que bom que chegou. Kim me contou sobre sua decisão essa manhã. Sente-se, sente-se- falou o homem indicando a cadeira na sua frente com um sorriso simpático no rosto para Tonks se sentar e, de fato foi o que ela fez.
Ninfadora deu uma olhada ao redor do ambiente. Tudo estava igual àqueles tempos em que aprontava e ia para lá por ter se metido em encrenca. Ela se ajeitou na cadeira e olhou para o diretor, que continuava a sorrir e começou a falar.
- Bem, o que a traz aqui?
O que a trazia ali? Kim a chamou para fazer parte de uma tal de Ordem e o “organizador” não sabia do que se tratava sua visita. Ah, como queria ter ficado quietinha no Ministério.
- Kim Shacklebolt me disse que o senhor tem uma equipe que combate as forças das trevas e ...
- Acho que a senhorita pulou um ponto importante.- interrompeu o diretor.
- Qual?
- Em primeiro lugar, quero que me diga se acredita na volta de Voldemort.
A moça deu uma breve tremida. Por que Dumbledore sempre tinha que falar
aquele nome?
- Sim, eu acredito.
Ela teve a estranha sensação de que o bruxo estaria usando legilimencia contra
sua pessoa, porem não se preocupou, pois realmente tinha aquela opinião.
- E sabe o que a Ordem da Fênix faz?
- Mais ou menos. Sei que ela combate os Comensais das Trevas.
- Exato. Essa organização possui vários bruxos com essa função e espiona
-os também. Você sempre foi uma boa aluna aqui em Hogwarts apesar de sempre se meter em encrenca.
Ambos riram e logo Tonks ficou em silencio.
- Algum problema, senhorita?
- Não, só estava pensando. Eu já ouvi alguém comentar sobre essa Ordem da
Fênix antes, mas não me lembro onde nem quando nem quem. Esse nome me é familiar.
- A Ordem da Fênix foi fundamental contra a primeira batalha contra Voldemort. Você deve ter lido em algum livro.
- Talvez.
A cara da auror mostrou mais uma vez sua insegurança e Dumbledore
percebeu.
- Vejo que a senhorita ainda tem dúvidas e isso é normal, afinal temos que saber tudo em que nos envolvemos. Não gostaria de conhecer a sede da Ordem da Fênix?
- Agora?
- Sim.
- Eu não sei professor. Em alguns minutos minha hora de almoço termina.
- Ah, não se preocupe com isso. O senhor Shacklebolt irá te encobrir, estou certo disso.
- Ah, então demorou.
Tonks tampou sua boca. Como podia ser tão impulsiva? Por sorte, o diretor
apenas sorriu, mostrando-lhe que compreendeu a atitude da auror. Ele caminhou até a lareira acesa, pegou um potinho ao seu lado e jogou um pozinho, que estava dentro dele, no fogo. Instantaneamente, este ficou verde esmeralda .
O diretor fez menção para que a convidada entrasse ali e, quando ela já ia fazendo-o, Dumbledore lhe deu um bilhetinho.
- Leia o endereço em voz alta quando entrar na lareira.
Ela pegou o papel e viu “A sede da Ordem da Fênix encontra-se no Largo
Grimmauld, número doze, Londres.” , Tonks fez o que o diretor lhe pediu.
- Largo Grimmauld, número doze, Londres.
No mesmo instante, tudo começou a rodar e um turbilhão de cores veio à sua
frente. Depois de alguns segundos assim, Tonks foi parar numa lareira de uma sala escura. Saiu da lareira e andou com cautela, tomando cuidado de não esbarrar em nada. Não havia ninguém ali, só havia uma sujeira de anos se acumulando. “Mas eu disse exatamente o que estava no papel. Não devia ter me metido nessa. Devia estar no Ministério trabalhando. Tonks, sua burra!”pensava a moça. Enquanto pensava isso, Dumbledore saiu de dentro da lareira e fez a moça sorrir.
- Ah, que bom! Pensei que tinha me perdido.
- Você disse o endereço certo minha cara.
- Olha professor, esse lugar precisa de uma limpeza, tem certeza de que é aqui?
- Tudo ao seu tempo. Esse é exatamente o lugar, mas acho que há algo errado.
- O que?
- Pedi para que Severo viesse me encontrar aqui e acho que não chegou.
- Bem, eu o vi há alguns minutos atrás lá na escola?
- Na escola? Então ele não deve ter se esquecido. Preciso dele agora.
- Por que o senhor não vai atrás dele?
- Acho que terei que fazer isso, porque estou sem meu meio de comunicação.
- Meio de comunicação? Quer minha coruja senhor?
- Ah, não não. Esse é diferente. Tonks fique aqui, não demorarei.
- Claro, pode ir.
E assim, Dumbledore a deixou só quando entrou na lareira novamente. “Que
beleza. Agora eu fico nesse lugar sozinha. Pelo menos é a sede da Ordem, não tem nada perigoso aqui”pensou a auror. Ela andou pela sala e acabou saindo num corredor, onde havia várias armaduras de cavaleiros antigos nas paredes e quadros que se mexiam, porem não falavam. As pessoas deles vestiam roupas luxuosas da idade média e sorriam. O tapete estava extremamente empoeirado. Com certeza, ali fora a moradia de bruxos muito importantes do passado.
Enquanto estava perdida em seus pensamentos, passos e vozes que vinham de uma escada perto dali a tiraram de seu transe. Assustada, ela correu para atrás de uma armadura próxima, pois não sabia se aquilo era amigo ou inimigo. As vozes ficavam mais altas e os passos descendo a escada também.
- Estou te falando. Não é nada de importante.- uma voz falou.
- Se não é nada importante, por que não me conta?- o segundo retrucou.
Tonks concluiu que ambas vozes eram masculinas.
- Por que... ora...isso é coisa minha. Você não ficava hesitando em contar para nós a sua verdadeira condição?
- É diferente. Eu tinha medo que vocês me abandonariam e estive enganado.
- Verdade, mas eu não vou contar.
- Pensei que fossemos amigos.
- E somos. Um dia contarei para você tudo, mas é muito cedo.
- É, fazer o quê? Mas vou descobrir, como vocês fizeram comigo. Agora, temos que fazer algo para dar um jeito nessa sujeira, veja que horrível.- a segunda voz falou se aproximando de onde Tonks estava escondida. Ela ainda não conseguira reconhecer quem eram aqueles por causa da falta de luz. Se chegassem um pouco mais perto...
- Sempre certinho, não Aluado? Por mim, colocava fogo em tudo isso. Nunca gostei daqui.
- Nem se atreva! Se souberem que fez isso...
- É, bom pelo menos esse lugar vai ter uma serventia agora. Ninguém mais vive aqui, felizmente.- e o dono da voz suspirou- Acho que vou comer algo, estou morrendo de fome.
- Sabe onde é a cozinha?
- Como se eu fosse esquecer.
Nisso Tonks viu, num dos espelhos que tinham nas paredes, as imagens
distorcidas dos homens. O primeiro, que estava mais longe do objeto tinha cabelos grisalhos, vestes remendadas e era forte. O homem parecia bonito, porem Tonks não teve certeza pois estava meio que longe dele. O segundo estava mais perto do espelho possuía cabelos longos, cheios e muito embaraçados, era magro e tinha também vestes rasgadas, porem mais que o outro e foi fácil para a auror reconhecer de quem se tratava essa figura. Sirius Black. Depois de ver tantos pôsteres e jornais com seu rosto, já havia se acostumado, porem ele estava ali. O que um assassino faria ali se era um comensal da morte? O que era aquele lugar? Seria realmente a Sede da Ordem da Fênix? E por que tudo estaria naquela sujeira? Não deveria ser um lugar mais.....habitável? Dumbledore não poderia te-la enganado, não mesmo. Então, uma idéia surgiu na cabeça de Tonks. E se aqueles dois fossem Comensais? Ela engoliu em seco. Era bem possível porque já falavam até mesmo em incendiar aquele lugar. Será que aqueles dois atacaram alguém ali e usariam o lugar para servir ao Lord das Trevas? Pela conversa tinha certeza de que era isso. Precisava sair dali e contar a Dumbledore sobre a invasão antes que algo ruim acontecesse. Decidiu então esperar aqueles dois saírem para ela voltar para a lareira. Tonks se encolheu contra a armadura, tentando se esconder ainda mais. Mas algo que não estava em seus planos.
Com toda aquela poeira que havia sobre a roupa de cavaleiro, Tonks acabou espirrando e fez com que os donos das vozes parassem de andar e cochichassem dentre si.
- Você ouviu isso?
- Ouvi, mas não deve ser nada. Provavelmente foi uma fada mordente. Tem
um ninho delas lá em cima. Vamos comer algo?
- Eu já vou. Tenho que fazer algo antes.
- Certo, mas não demore. Tenho comido sozinho há anos. Quero companhia de vez em quando.
- Ok.
Passos foram se afastando e as duas imagens do espelho sumiram. Ao ver que o
perigo havia passado, Tonks saiu detrás da armadura e, na ponta dos pés, começou a ir para a sala que se localizava a lareira.
Quando estava prestes a entrar no cômodo, alguém saiu de dentro das sombras e lhe apontou a varinha para seu coração, que disparara com o susto. A pessoa era o homem de cabelos grisalhos e amigo de Sirius Black.
- Não faça nenhum movimento brusco. Agora, pegue sua varinha e jogue-a longe, do contrario, irei te azarar.
Suando frio, Tonks obedeceu, fazendo tudo cautelosamente. Por que tinha que
se meter em tudo aquilo? O que faria para se salvar? Ela era uma auror, porem aquele homem parecia saber tanto de magia quanto ela. Os olhos deles, incrivelmente azuis, fitavam-na.
- Muito bem. Ei Sirius, veja o que encontrei.
Um barulho na cozinha foi feito e logo um homem barbudo e sujo apareceu. Era
o mesmo de antes na conversa.
- Veja só sua fada mordente.
Sirius apenas olhava pra a moça e não hesitou em pegar sua varinha.
- Bem, não é sempre que recebemos visita. Quem é você?
Tonks hesitou e o amigo de Black apontou ainda melhor sua varinha para ela.
- Responda!
- Não sou obrigada a responder nada. Você não é minha mãe.
Aluado fez menção de ir para cima dela, mas Sirius o impediu.
- Que falta de delicadeza Aluado. Temos que tratar nossa convidada com
respeito. Para você ter entrado aqui só pode ser bruxa. O que quer?
- Não é da sua conta, seu fedido!
Ambos ergueram uma sobrancelha, porem o homem de cabelo grisalho, que parecia se chamar de Aluado, deu um leve sorriso e murmurou para seu amigo.
- Ela está certa, Almofadinhas.
Com raiva do comentário, Sirius o fitou de esgueira e voltou sua atenção para a refém.
- Não tente dar uma de engraçadinha. Já conheci Comensais sem marca negra no braço em Azkaban e por isso não te livra das suspeitas.- ele apontou para o braço esquerdo e desnudo da moça, que usava uma camiseta.
- Eu Comensal? Vocês não conhecem seu clã muito bem, né? Façam o que quiserem comigo, não direi nada.
Ao perceber que Tonks permaneceria irredutível, Aluado disse:
- Devolva a varinha para ela, Sirius. Não podemos deixa-la escapar, mas também não podemos deixa-la em desvantagem num duelo.
- Desvantagem num duelo? Vocês são dois e eu, uma. Mesmo assim, dou conta do recado.
- Veremos, princesa- comentou Sirius entregando-lhe a varinha.
- Não, eu lutarei sozinho com ela. Você está fora de prática.
- Ah, valeu Aluado.- Sirius fez uma cara sarcástica.
Quando pegou sua varinha, Tonks lançou um feitiço em Sirius, que se desviou
jogando-se para o lado. Aluado atacou-a, mas ela se abaixou. “Ela parece saber muito bem o que faz.” Pensou Aluado. Sirius ficou apenas assistindo a troca de jatos encostado numa parede se divertindo. Ambos lutavam muito bem e a “comensal” sempre se ajeitava, o que aborrecia seu parceiro. Mas algo ainda estava estranho. Ela não havia usado nenhuma maldição imperdoável para cima de seu adversário.
Depois de quadros quebrados, vidros rachados e uma boa nuvem de poeira, que saia do chão conforme os movimentos, Tonks e o bruxo continuavam a duelar, sem a intromissão de Sirius, que se segurava pra não ir e ajudar seu amigo, alem de se divertir.
Durante o duelo na sala, uma voz diferente falou:
- O que está acontecendo aqui?
Era Dumbledore com Snape atrás dele e estava com um sorriso de deboche no rosto. Ao notar a chegada do bruxo, Black avisou ao Aluado.
- Tudo bem, Remo. Pode parar, a colorida aí está encurralada.
O bruxo parou com seu duelo, o que foi melhor, pois estava ficando sem forças.
Como aquela moça lutava bem! Ao ouvir o que o ex - prisioneiro disse, Tonks olhou para os lados aproveitando a deixa do atacante. Viu Snape e Dumbledore, porem não entendeu a mensagem de Sirius. Eles dois que estavam encurralados.
- O que vocês estavam fazendo?
- Nós encontramos essa Comensal- começou Sirius apontando para Tonks
como se esperasse ganhar um premio por isso.- e Remo começou a duelar com ela.
- Ninfadora, Comensal? Não, meu caro Sirius. Essa moça é a mais nova
integrante da Ordem da Fênix. Eu a trouxe até aqui, mas tive que voltar, então a deixei na sede.
Tonks, Remo e Sirius não entendiam. Eles...eles...eles estavam do mesmo lado? Poderiam ter perdido suas vidas por um mal entendido?
- Black, Black também está com a gente, professor?- perguntou a auror.
- Sim, é uma longa historia que logo vamos lhe contar. Deixe me lhes apresentar. Esse esses são Sirius Black e Remo Lupin, alguns dos integrantes da Ordem da Fênix.
O três apertaram as mãos e a metamorfomaga percebeu que Aluado era muito mais atraente com a roupa desajeitada e cabelos molhados. Eles se demoraram um pouco se cumprimentando, porque a moça ficara perdida naqueles olhos azuis.
- Esta é Ninfadora Tonks, uma auror do Ministério. Kim a indicou e, depois de ver o que vi agora a pouco, uma excelente duelista.
- Obrigada senhor, mas posso lhe pedir um favor?
- Claro.
- Não me chame de Ninfadora. Odeio esse nome.
Todos riram, menos Snape, que não gostava muito daquela companhia.
- Adorei seu cabelo, acho que vou mudar o meu também.- comentou Sirius enquanto olhava para suas próprias madeixas com desgosto.- Você mesma fez?
Tonks fechou os olhos e, num segundo, seus cabelos ficaram roxo. Remo e Sirius olharam admirados.
. - Nossa você é uma metamorfomaga!- sussurrou Sirius- Que louco!
- Bem, diretor, acho que temos uma reunião para fazermos e não ter que ficar aqui para discutir sobre cabelos.- comentou Snape.
- Você fala isso porque tem inveja e fica desiludido por ter uma fonte de
Óleo na cabeça.- retrucou Sirius.
Snape tremeu o lábio inferior e sentiu seu sangue arder, mas Alvo interveio na possível discussão.
- Não quero que comecem com briguinhas à toa. É melhor conversarmos sobre a Ordem na cozinha.
Ainda olhando feio, Severo o seguiu e Remo também. Sirius ia fazer o mesmo,
mas foi puxado pelo braço por Ninfadora, obrigando-o a ficar para trás.
- Adorei essa. Ele tinha mesmo que dar um jeito naquele cabelo.
Sirius sorriu.
- Vejo que vamos nos dar muito bem, Tonks.




A conversa entre os cinco não foi exatamente uma reunião; era mais uma explicação sobre como funcionava a Ordem da Fênix, quem era cada integrante, o que faziam e o que fariam para deter Voldemort. Tonks ficou sabendo que a Sede abrigaria Harry Potter, que teria que ficar de olho no Ministério e lhes passar qualquer informação. Quando a reunião terminou, Dumbledore e Snape voltaram para Hogwarts, pois haviam ficado tempo demais longe. Tonks também já estava indo, porem Sirius queria que ela ficasse mais. Não tinha muitas oportunidades de conversar com pessoas diferentes, mesmo porque ele a acha muito familiar.
- Mas eu não entendi. Por que Aluado e Almofadinhas? O que tem haver com vocês?- perguntou a moça enquanto saiam da sala e iam para um lugar menos mofado.
- Bem, caso não saiba, eu sou um animago. Consigo me transformar num cachorro quando quiser.
- Serio? Que maneiro! Eu sempre quis ser um animago, mas com certeza não teria permissão no Ministério. Às vezes sou muito..hum...atrapalhada.
- O Sirius aqui não tem permissão. Ele fez porque é um intrometido.- falou Remo se apoiando com as costas na parede.
- Intrometido por quê? – a moça perguntou curiosa. Adorou conhecer aqueles dois. Tinham algo que realmente a agradava.
- Er...nada não Ninfadora- tentou disfarçar Lupin- é jeito de falar.
- Não me chame de Ninfadora. Eu odeio esse nome.-Tonks respondeu com uma careta.- Não tentem me enganar. O que aconteceu para o Sirius virar um animago?
- Esquece isso Tonks. Não é nada, sério.
- Tudo bem. Já que não tenho escolha. Por que ele te chamou de Aluado, Lupin?- mudou de assunto Tonks.
- Bem..er..que...bom...você sabe....- o maroto gaguejou.
- Não, eu não sei, mas quero saber.
- É um apelido de infância. Só isso. Você não tem que ir embora, Tonks?
Está escurecendo.
Tonks piscou e olhou serio para Remo, que estava expulsando-a. Sirius apenas
sacudiu a cabeça lentamente de braços cruzados. A auror carrancuda se levantou e disse:
- Não se preocupe. Embora eu saiba me cuidar, eu percebo quando estou importunando. Vou buscar minha bolsa na cozinha e já vou embora.- e a moça saiu pisando duro.
Remo abaixou a cabeça e Sirius se aproximou dele e sussurrou.
- Não acredito que você fez isso!
- Isso o quê?
- Você praticamente a expulsou daqui! Isso são modos?
- Pode ser perigoso ela voltar para casa sozinha, você não entende?
- Francamente, Remo. Ela lutou muito bem contra você mais cedo. Acha mesmo que não sabe cuidar de si?
- É melhor assim. Você viu as perguntas que ela estava fazendo?
- Vi. E ela ficou chateada por não confiar nela. Nós da Ordem somo uma equipe. Tonks não ia sair por aí espalhando tudo. Saiba que você a magoou.
- Ela é uma das poucas pessoas que me tratou bem na vida quando acabo de conhecer, não quero que tenha uma má imagem de mim.
- Aluado, o que você tem não é uma doença. Já controla isso há mais de vinte anos. Não quero saber como, mas você vai se retificar com ela.
- Não, não vou. Foi melhor assim.
- É por isso que nenhuma mulher se aproxima de você. Não dá oportunidade para elas.
- O que você está tramando, Sirius? Olha, não se atreva a ...
Mas Tonks voltou para o local trazendo sua bolsa numa das mãos.
- Estou pronta. Não quero atrapalhar mais ninguém.
- Tonks, eu...- Remo começou, mas a moça o interrompeu.
- Eu vou a pé. Meu apartamento é perto daqui.
- Eu vou com você.- se ofereceu Lupin.
- Não precisa mesmo. Não quero incomodar mais do que já estou. Preciso andar um pouco.
- Não está incomodando. Espere, vou buscar meu casaco.
E Remo subiu. Na verdade, não queria pegar nenhum casaco, afinal era verão e a temperatura estava bem elevada. Sua intenção de sair dali era ganhar tempo para pensar em como se corrigir com Tonks. Ela não tinha culpa de querer saber de sua vida. Começou a pensar em como resolver tudo.




- Ele é sempre assim? Nervosinho?
- Ah, o Aluado, não, não. Ele é bem calmo, você só o pegou de mau jeito. O Remo não gosta de falar sobre sua vida intima, vá se acostumando.
- Ah, eu não sabia. Desculpe.
- Está tudo bem. Sabe, seu nome é Tonks não?
- Sim.
- Eu o conheço de algum lugar. Seu pai é algum auror?
Tonks riu.
- Não, ele é trouxa. Se chama Ted Tonks.
- Estranho, tenho certeza que o conheço. E sua mãe?
- Ah, ela sim é bruxa e puro-sangue. A família dela a excluiu quando soube que ia se casar com meu pai.
- Ah, isso sempre acontece. Qual é o nome dela?
- Andrômeda.
- Bem, não se preocupe porque ela...
Mas Sirius parou de falar e arregalou os olhos.
- Qual era o nome de solteira dela?
- Black, Andrômeda Black. Sei que é igual ao seu. Vocês devem ser parentes distantes.
- Parentes distantes? Sua mãe era minha prima favorita! E isso faz de você minha prima também.- Sirius deu um grande sorriso.
- O que? Vocês se conhecem? Deve estar fazendo confusão Sirius.
- Não. Eu conheci você também, não se lembra? No noivado do Tiago.
- Não me lembro.
- Você era muito pequena. A festa foi atacada por Comensais.
Ao dizer isso, flashes daquela noite vieram à cabeça da moça. Lembrou-se de
bastante coisas. Enquanto Lupin não chegava, conversaram sobre várias coisas como Hogwarts, a busca por Sirius Black pelo Ministério, os marotos. Minutos depois, Lupin desceu as escadas, trazendo consigo um casaco nas mãos.
- Vamos?- perguntou.
- Caramba, pensei que você tinha ido até sua casa para pegar um casaco. Que demora, Aluado!- censurou o amigo.
- Estou pronta, mas não precisa Lupin.- disse Tonks.
- Eu insisto, porem terá que me dizer aonde mora. Até mais Sirius.
- Até e a leve com juízo.
Remo jogou um olhar ameaçador para Sirius. Sorte que Ninfadora não havia
escutado. Ambos saíram pela porta da frente e caminharam um do lado do outro.
Ninguém falou nenhuma palavra durante alguns minutos. A metamorfomaga se sentia culpada por ter bombardeado o acompanhante e o feito se sentir mal. Remo, por outro lado, estava com remorso de ter praticamente expulsado a mulher da Sede. Por que sempre aquela maldição estúpida prejudicava tudo em sua vida, até as coisas mais insignificantes?
Fizeram metade do caminho cabisbaixos, sem ninguém pronunciar uma palavra. Procurando uma forma de quebrar o gelo, Remo tentou puxar assunto morrendo de vergonha.
- Então? O que achou da Ordem da Fênix?
- Parece legal.
- Você vai gostar. Se já é uma auror, seu trabalho aqui não será tão diferente. Talvez seja até mais prático.
- Hum.- a moça respondeu.
Lupin bufou. Por que ela tinha que ser tão monossilábica? Parecia uma certa garotinha emburrada que conhecera há anos atrás no noivado de Tiago e Lílian. Ainda insistindo em conversar com Tonks para reparar o que fez, continuou.
- Você vai gostar de Harry. Ele é um garoto corajoso como todos dizem. É a cara do Tiago, mas tem os olhos da Lílian.
- Estou curiosa em conhece-lo. O Profeta Diário está acabando com ele.
- Não duvido. Mas isso tem o dedo de Fugde no meio.
- É verdade que os Potter fizeram parte da Ordem na sua primeira fase?
- Sim. Eram pessoas fantásticas. Coitados, morreram muito jovens, quando estavam começando a se entender. Mas o pouco tempo que ficaram juntos foram felizes. Me lembro da grande festa de noivado que deram.
- É. Pena que os Comensais atacaram e acabaram com ela.
Lupin parou de andar e ergueu uma sobrancelha enquanto fitava Tonks.
- Como você sabe disso?
- Eu fui naquela festa mas não me lembro tão bem. Falei agora pouco com Sirius sobre ela. Você sabia que somos primos?
- Você e Sirius?- perguntou o bruxo incerto.
- Sim. Agora me lembro. Meus pais e eu nos sentamos numa mesa com ele e uns amigos.
Remo revirou a memória. Aquilo era impossível. Ele e Rabicho haviam sentado
com Sirius a noite inteira e logo se juntou a eles um casal com sua filhinha rebelde. Como Tonks poderia ter se juntado ao Sirius se...Lupin congelou. Uma hipótese veio à sua cabeça. Se não se enganasse, o casal que se sentara com eles naquela noite era parente de Almofadinhas. Então se Tonks esteve o tempo todo com seu amigo...
- Era você!
- O que?
- Era você a garotinha. Você a garotinha emburrada por ter que ir numa festa forçada. A menininha que adorava musica trouxa.
- Bem, eu era bem nova mas não me lembro de você.
- Você ainda tem aquele ursinho que transfigurei naquela noite?
Foi a vez de Tonks buscar em sua memória aquilo e logo encontrou. Recordou
de um homem lhe dando um ursinho de pelúcia numa sala.
- Remo, foi você. Foi você quem me salvou de um dos Comensais.
- É.- falou ele sem jeito.
- Se não fosse por você teria morrido. Eu sabia que já ouvi falar sobre uma Ordem da Fênix antes, mas não sabia onde.
- Bem, parece que realizou seu desejo de fazer parte da Organização. Acho que por essa você não esperava.
- Não, não mesmo.
E os dois voltaram a andar e falavam animadamente sobre o passado. Tonks mal
podia acreditar que aquele homem que fora tão bonzinho com ela poderia estar ali e, no futuro, trabalhariam juntos. Faltavam apenas alguns metros para que chegassem no prédio da auror e a conversa continuava.
- Estou esperando até hoje você brincar de Barbie comigo.
- Acho que ficará esperando por um bom tempo.
- Você prometeu!- a moça disse fazendo uma certa chantagem emocional apenas para ver a reação do acompanhante.
- Não me lembro.- Lupin se fez de desentendido.
- Tem que me pagar. Vou arranjar um jeito de recuperar o tempo perdido.
- Está viajando Tonks. Sabia que aquela mancha de vinho não saiu por completo?
- Que culpa eu tenho? Você quem não quis brincar comigo então sofreu as conseqüências.
Tonks riu com gosto e contagiou Remo com sua alegria, obrigando a rir
também. Ambos continuaram assim e toda mágoa de Tonks sumiu. Como podia ter ficado chateada com algo como aquilo? Porem, uma voz distante tirou a moça e seu acompanhante de seus devaneios, trazendo-os para a realidade.
- Ninny!
A moça parou ao mesmo tempo de rir ao ouvir seu apelido, que era dito apenas
por uma pessoa.
- Cris!
O namorado se aproximava em passos largos e decididos até onde Tonks e Remo estavam e sua cara não era de muitos amigos.


***********
N/A:
Olá....eu sei que desapareci por mais de um mês, mas credite.....estava sem tempo nenhum para escrever. Tentarei fazer com que os outros capítulos não sejam tão grandes, assim posso postar com maior freqüência. Eu ia colocar esse capitulo no domingo a noite, mas não havia terminado de escrever e ainda faltavam 10 paginas!!!!
Fiquei muito contente ao saber que gostaram do 1o capitulo. Particularmente, eu o adoro. A Tonks pequenina é d+.
Obrigada pelos comentários e a paciência....

Lembrando que minha outra fic já está terminada e com capa!!!
Sim, depois de tanto tempo consegui uma capa.
Tentarei buscar uma outra para esta aki, mas não vou demorar tanto.

Tentarei atualizar semana que vem.....

Agradecimentos..........

Isabela Bichara: Lerei sua fic quando tiver tempo, prometo. Toh moh ocupada agora...ainda mais na semana do ENEM. Desculpa o atraso. Q bom q gostou do Heavy metal...não sabia o q a Tonks pequena poderia gostar d musica trouxa, afinal ela não tm muito contato ainda com o mundo bruxo.

Fefa Black: Minha dedicada leitora.....saiba q adoro conversar com vc no msn. Vc eh muito simpática e me ajudou bastante com a capa da outra fic. Obrigada pelos elogios e insistências para novos capítulos. Não postei o capitulo no domingo pq ainda faltava um montão p/ escrever e gosto d fazer tudo certinho. Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada! Obrigada!

Flu e Mits: Pararam com a fic?????? A Tonks pequenina realmente eh um comedia....desculpa a demora......

Letícia da Silva: Olá...como vai? Quantos atualiza....obrigada pelo incentivo....realmente o Remo tem q ter uma paciência com a Tonks.....e não eh pq ela cresceu q isso vai mudar.....

Marcela Almeida: Olá...tudo bem? Essa Tonks pequena eh uma figura mesmo.....mas não vai mudar muito não.

Vanessa Wendt Schmidt: Calma q toh lendo suas fics d vagarinho. Adoro aquela da Norah.....Estou no ultimo capitulo da outra fic...acho q hj termino d postar.......obrigada pelo carinho.....espero q continue gostando.

Agatha C. Martin: Obrigada pelo elogio.....adoro ver q tm leitor novo comentando.....

Michelli Santos: ola...faz tempo.....jah imaginou tr um filme com a cena do Lupin e Tonks brincando d barbie....eu tambem ia rir muito. Vou t avisar quando atualizar.....

Jeh_ Bellatriz: Realmente, essa Tonks tm problema.....mas vai melhorar....ela e lupin vão aprontar muito ainda......


Sophie Tonks: Q bom q vc tambem tah acompanhando a fic. Essa menina Tonks eh louca.......obrigada pelo elogio.

Maria Luisa Araújo: Estou em divida com vc......parei d ler sua fic......toh sem tempo nenhum. Mas não eskeci dela. Q bom q vc tambem gosta desse minha fic.....

Gente, c eskeci d alguém ou algo, me perdoem........tentarei aparecer semana q vem aki.......

BEIJOS

Obrigada por todos comentários e não eskeçam d comentar d novo.......please





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