A Volta para Casa
Era uma casa comum, igual a todas as outras daquela rua, com um jardim bem cuidado, e um carro novo estacionado na garagem. Tudo seria normal, exceto por um morador que era bem diferente. Aquela era a casa número 4 da Rua dos Alfeneiros. Nessa casa moravam quatro pessoas: Válter e Petúnia Dursley, seu filho Duda e seu sobrinho, Harry Potter. Um garoto que era bem diferente das outras pessoas de 14 anos que vivem normalmente. Era magricela, alto, de cabelos escuros, aparência macilenta e meio doentia de quem cresceu muito em pouco tempo e tinha uma fina cicatriz em forma de raio na testa. E o que mais diferenciava ele dos outros é porque Harry é bruxo.
Harry, depois de uma longa viagem chega à casa de seus tios. Pára na porta e toca a campainha. Escuta passos largos indo em direção à porta e, para a surpresa de Valter, é Harry quem entra. Válter Dursley era um homem corpulento, grande e tinha um grande bigode que assustava aqueles que o viam pela primeira vez.
–Vai passar quanto tempo aqui? – pergunta o tio em tom de desconfiança.
–Vou embora logo, não se preocupe. Só vim até aqui porque Dumbledore me pediu.
Harry entra e deixa as malas e a gaiola de Edwiges, sua coruja, em um canto. Puxou uma varinha fina e longa do cós da jeans, para espanto de seus tios.
–Nós não somos burros, sabemos que você não pode usar magia fora da escola. – diz o tio em tom de ameaça.
–Ah, é? Parece que são... Não se lembram do que Dumbledore disse ano passado? Agora sou maior de idade. Posso usar magia fora da escola.
Harry faz um aceno rápido com a varinha e do nada aparece um copo vazio e uma garrafa de Hidromel. Válter, Petúnia e Duda, que acabara de chegar à sala, recuam cada vez mais.
–Nem vou oferecer porque sei que não vão aceitar.
Cinco minutos passados, chega uma coruja, com uma carta presa na perna. Harry tira e lê:
Harry
Não se esqueça do casamento de Gui e Fleur... Imagino que a esta hora você esteja na casa dos seus tios. Bom, não se esqueça, é depois de amanhã!
Mande uma resposta o mais rápido o possível.
Rony
Ao terminar de ler, o garoto bebeu o segundo copo de hidromel. Mas então lhe veio à cabeça: como iria até lá? Não teria como ele ir com o Pó de Flu, pois não tinha nem um pouco na casa dos Dursley. Poderia ir voando coberto pela capa da invisibilidade.
–Ah, é claro! Já aprendi a aparatar! Vou escrever a carta para Rony.
O garoto tira um pedaço de pergaminho, um tinteiro e uma pena de seu malão.
Rony,
Não me esqueci do casamento, mas tive que vir aqui a pedido de Dumbledore.
Vou aparatar direto até aí, tudo bem?
Harry
–Edwiges, leve esta carta para o Rony, está bem? – diz o garoto tirando a coruja de sua gaiola
Edwiges dá uma bicada carinhosa na mão de Harry que entende como um “sim”. Ela sai voando pela janela, e quarenta minutos mais tarde, traz a resposta de volta para Harry.
Harry,
Tudo bem, cara, pode vir para cá. Só não venha aparatando, o Ministério da Magia proibiu as pessoas de aparatarem, agora que todos os Comensais da Morte estão soltos por aí. Não entendi porque isso, e papai não quer me contar.
Rony
“Bom, agora só resta ir voando...”.
–Vou ter que ir ao casamento de meu amigo.
–Eu não vou levar você. –retruca o tio.
–Mesmo se eu fosse com você demoraria muito mais. Vou voando. Mas depois. Agora estou cansado, vou me deitar um pouco. - passados vinte minutos, Harry desce e vai para o quintal.
–Você volta no próximo verão? – pergunta Valter, na esperança de que o sobrinho lhe respondesse negativamente.
–Não sei. Até lá muita coisa pode mudar. Tchau.
Tira do malão sua capa de invisibilidade e sua Firebolt. Prende o malão e a gaiola na ponta de sua vassoura, joga a capa por cima de si mesmo e toma um forte impulso sentindo o ar fresco batendo no seu rosto. Estava de volta ao segundo lugar que mais gostava, no ar. Sem saber por que, Harry se lembrou de seu pai enquanto voava. Estava louco para rever Rony e Mione, queria por em dia as novidades do mundo bruxo, mas sentiu um mau pressentimento, sabia que alguma coisa iria acontecer.
Estava voando calmamente, quando de repente um forte brilho localizado a leste atraiu a atenção do garoto. Ao ver o que era, parou assustado.
–Não... Não pode ser... Não aqui.
Era a Marca Negra. Estava em cima de uma casa aparentemente acabada. Era uma casa grande, na qual Harry já vira dois anos antes. Aquela era a casa de Tom Riddle. Mas Harry não entendeu... Aquela casa estava vazia há muito tempo, não tinha ninguém para ser morto, e colocar a Marca Negra ali seria uma maneira muito mais fácil do Ministério achar Voldemort ou um Comensal. Harry desceu da vassoura e deixou em um canto, junto com sua bagagem. Puxou a varinha do cós da jeans e foi em direção a casa. Agora sentia uma dor intensa na cicatriz, já estava quase desmaiando de tanta dor. Quando não agüentou mais, viu um vulto se aproximando. Sua visão estava embaçada, Harry não reconheceu o homem.
–Ah, será que é quem eu estou pensando? Harry! Meu caro Harry! Há quanto tempo não vejo você! – era uma voz de homem, aguda e fria. Harry não acreditou em quem era. Não podia ser, não ali. – Receba meus votos de boas – vindas, Harry... Crucio! – Era Voldemort.
Harry se sentiu como se agulhas estivessem entrando em cada parte de seu corpo, era a maior dor que já sentira na vida. Mas de repente a dor parou.
–Agora me permita fazer o que quero há muito tempo...
Harry apontou a varinha para Voldemort:
–Expelliarm... – O efeito do feitiço de Harry fora bloqueado.
–Harry! O que você está fazen... – Rony chega e ao ver a cena fica chocado – V-Você-s-s-sabe-quem!
–Rony! Corre!
–Avada Kedavra!
–Rony! Não... – Harry se levantou com a varinha bem segura sentindo uma raiva muito grande.
–Harry! O que aconteceu com o Rony? Por que você est... Voldemort! – é a vez de chegar Hermione.
–Chega de interrupções! Avada Kedavra! – Voldemort lança o feitiço que atinge Hermione bem no peito.
Não! Hermione, não! – Harry sentiu uma raiva fenomenal, como nunca sentiu antes. Sem conseguir pensar e com a cicatriz doendo mais que nunca, Harry aponta a varinha para Voldemort:
–Crucio!
Voldemort é atingido e cai no chão. Ele começa a gritar de dor, quando Harry fala:
–Agora vou fazer você pagar todo o sofrimento que você causou a mim! – fala o garoto, dessa vez chorando de raiva. Estava quase desmaiando de tanta dor na cicatriz quando de repente a dor para e em vez de Voldemort estar caido no chão gritando de dor, para terror de Harry, é Hermione. – Não... Hermione!
A dor na cicatriz volta imediatamente, e nesse momento, Harry acorda. Edwiges estava dando bicadas na sua orelha, e Harry não entendia por que sua cicatriz doía tanto. Disse para Edwiges:
–Vai para a casa do Rony. Daqui a pouco vou pra lá também. – a coruja obedeceu e saiu pela janela, em direção d’A Toca.
Cinco minutos mais tarde, desceu com sua mala e com a gaiola de Edwiges. Estava indo para o quintal.
–Tchau. – disse para os tios.
Quando estava tirando sua vassoura de dentro do malão, Harry escuta sua tia dando um berro. O garoto foi correndo ver o que acontecera, e quando chegou à sala, teve uma surpresa.
–Sr. Weasley?!
–Harry! Desculpe pelo susto, sr. e sra. Dursley.
–Desculpe, mas o que o sr está fazendo aqui?
–Vim buscar você, Harry. Já que não podemos aparatar, e seria perigoso você ir voando a noite, vim aqui para te buscar.
–Por que não podemos aparatar?
–Depois eu falo para você. Não tenho a intenção de deixar você preocupado.
–Preocupado por quê?
–Por nada, Harry. Vamos?
–Tudo bem. Tchau.
Harry se dirigia à lareira quando o sr Weasley segurou o garoto no ombro.
–Vocês continuam não dando tchau para ele? – disse Arthur despreocupado.
–Bom... Tchau. – disse o tio, mesmo que de contragosto.
–Assim está melhor... Aqui, Harry. Pegue um pouco do Pó de Flu.
Harry pegou um pouco, se dirigiu a lareira, mas antes, o sr Weasley o alertou.
–Harry, para a Ordem.
Sem entender o porquê de ir até a Ordem, o garoto disse:
–Largo Grimmauld, nº. 12, Ordem da Fênix!
Harry teve a sensação de que ficaria tonto para o resto da vida, mas logo saiu em outra lareira. Estava de volta à Ordem da Fênix.
–Harry! Tudo bem, cara? – diz o amigo Rony ajudando-o a levantar.
–Tudo... E você?
–Tudo ótimo! Por que você ficou tanto tempo na casa dos Dursley?
–Mas eu fiquei pouco tempo...
–É, mas eu pensei que você só tinha que entrar e sair...
–Eu fiquei descansando um pouco... A viagem foi longa. – e então notou que faltava alguma coisa – cadê a Hermione?
–Está na Grã-Bretanha, com o Krum.
Harry não disse nada, até que viu um exemplar do [i]Profeta Diário[/i].
–Posso ler? – pergunta ao amigo.
–Claro.
Harry fica curioso ao ler o título e começa a ler a matéria.
[i]Os Quatro Herdeiros
Mais uma vez estão soltos boatos sobre os quatro herdeiros. O mundo bruxo só sabe de um herdeiro. O Herdeiro de Sonserina é Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. Os herdeiros de Corvinal, Lufa-Lufa e Grifinória são desconhecidos. Mas muita gente aposta que o herdeiro de Grifinória é Harry Potter. Não se sabe qual é o objetivo deles, mas é possível que três dos herdeiros se juntem para destruir Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. Muitos acham essa teoria ridícula, mas nada está confirmado.[/i]
–Eu não sou o herdeiro de Grifinória... Meus pais não tinham nenhuma ligação com Grifinória.
–Não sei quanto a isso, mas passar de “Eleito” à Herdeiro é estranho.
–Harry, não acredite nisso, você sabe que o Profeta publica muitas mentiras. – o sr Weasley acabara de chegar.
–Por que demorou pai?
–Eu lancei o feitiço errado na bagagem de Harry e o seu malão começou a atacar seus tios Harry... Seu primo ficou com a mão no traseiro e começou a correr quando viu a cena.
Harry riu.
–Suas malas estão no quarto do Rony.
Passados dez minutos, a sra Weasley chegou junto com Gina.
–Harry, querido!
–Oi, sra Weasley.
–Está tudo bem com você? Os trouxas não te maltrataram?
–Não, agora que eu posso usar magia fora da escola eles não fariam nada. – disse Harry, rindo.
–Está com fome, querido?
–Estou.
A sra Weasley preparou sopa e Harry foi quem mais comeu. Repetiu três pratos.
–Já está tarde. Todos para a cama.
–Mãe! São nove horas ainda!
–Eu sei, mas amanhã todos vão acordar cedo e voltar para casa.
–É mesmo, me esqueci de perguntar... Por que estamos na Ordem em vez de estarmos na Toca?
–Alastor achou que havia Comensais procurando por você por perto. É claro que, com você em casa, a segurança ficará mais reforçada. Lupin, Tonks, Olho-Tonto, Quim, Gui... Estão todos lá, de guarda.
–E os ferimentos de Gui?
–Ah, estão bem. Agora só tem as cicatrizes.
–E a transformação?
–Não se preocupe com isso, Lupin acredita que a transformação de Gui vai ser diferente. – disse a sra Weasley, parecendo preocupada.
–Ah, Harry. Esqueci de te falar. Edwiges está lá em cima. Ela chegou cinco minutos antes de você.
–Cama! – mandou a sra Weasley e Harry, Rony e Gina foram deitar. Para a surpresa de Harry, Fred e Jorge estavam esperando no quarto de Rony.
–Então... De Eleito agora virou Herdeiro é, Harry?
–Eu não sou o Herdeiro de Grifinória.
–Como você pode ter certeza? – perguntou Jorge.
–Você tirou a espada de Godric Grifinória do Chapéu Seletor.
–E daí? Eu falo a língua das cobras e não sou o herdeiro de Sonserina. E não quero falar sobre isso.
Então se deitou e adormeceu vinte minutos depois.
Harry finalmente estava com Rony e Hermione. Estavam jogando Quadribol, os dois garotos tentando agarrar o Pomo de Ouro e Hermione assistindo.
Harry se distrai um momento quando Hermione tenta falar alguma coisa para ele. Não entende, então ela fala de novo. Ele só entende “Eu... você... cuidado!”. A cicatriz dele começa a doer, e quando se dá conta, está no chão. Percebe então, que caiu da cama.
Eram cinco horas da manhã, todos estavam dormindo e tudo estava escuro. Harry pegou a varinha.
–Lumus! – da ponta da varinha surge uma luz, que guia Harry até a cozinha.
Abre a geladeira e bebe um copo de água. Então começa a pensar no sonho. O que Hermione queria dizer? “Eu... você... cuidado!”... Harry tentava, mas não conseguia descobrir o que era. Ia voltar para o quarto, mas quando colocou o pé no primeiro degrau, viu um clarão e escutou um barulho na sala, foi correndo ver o que era. Quando viu, quase deu um pulo de alegria.
–Hermione!
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