CAPITULO III



CAPITULO III
A equipe de ambulância era composta de gente jovem, de profissionais, e muito eficientes; apesar do fato de Hermione não poder lhes dar quase informação, nenhuma sobre o desmaio. Em poucos minutos sua mãe estava pronta para ser transportada.
Ela correu para a porta, sem casaco, atrás da maca, pois queria descobrir que leis eram essa que proibiam qualquer pessoa exceto o corpo médio, de viajar com o paciente, descobriu que essas leis erma inflexíveis como granito. Hermione começou a protestar, com voz chorosa, mas Draco a fez calar-se.
- Eu levo você ao hospital depois – ele disse com firmeza, empurrando-a para dentro de casa. E segundos depois a ambulância partia.
- Mas é a minha mãe! – ela protestava – Como ousam não me deixar ir junto com ela?
- Porque a ultima coisa de que necessitavam seria ter que cuidar de uma mulher histérica na ambulância – Draco respondeu calmamente.
O comentário foi como se tivessem jogando um copo de água na cara dela.
- Eu não faria nada disso – ela respondeu, indignada.
- Não, porque não terá chance. Respire fundo, e depois que fecharmos a casa, eu a levarei em meu carro.
Hermione pegou o casaco que deixara no chão onde caíra, e de declarou.
- Estou pronta para ir agora.
- Mas não poderá ficar com ela já. Não até iniciarem os exames. Portanto vamos fechar todas as janelas, verificar as torneiras, ou você ficará sentada no hospital sem nada a fazer além de se preocupar com tudo aqui.
Sem poder argumentar, eles foram cômodo, por cômodo verificar tudo, e Draco que teve de fechar a porta, pois suas mãos tremiam demais.
Na sala de espera da emergência, ele providenciou uma xícara de café, mas teve de segurá-la até suas mãos ficarem normais.
Hermione melhorou logo, e sentou-se. Pela primeira vez, desde a chegada da ambulância, encarou Draco.
- Sinto muito – disse
- Pelo que? – ele perguntou-lhe espantado.
- Por tudo. Por esta loucura toda.
- Tem desculpa por estar nervosa Hermione. Sabe disso.
- Não, na verdade – ela sacudiu a cabeça – E o modo como o arrastei para dentro da minha casa! Isso quando você disse que tinha coisas importantes pra fazer,
- Nada tão importante como o que está acontecendo agora.
- Mas se agora você precisa ir, eu entendo, Malfoy.
- Alguns minutos atrás você usou meu nome.
- Usei? – Hermione nem sabia o que fizera minutos atrás, somente pensou que Draco saberia o que fazer – De qualquer maneira, obrigada por me trazer aqui. Mas não precisa ficar comigo agora – ela insistiu.
- Você está me mandando embora? Se quer ficar sozinha Hermione...
- Não – ela protestou – Não, não estou mandando você embora. Mas...
- Nesse caso, ficarei mais um pouco. Precisa avisar alguém?
- Não ninguém obrigada. Eu deveria suspeitar que algo ia mal, ela reclamou ontem de mal estar no estomago – ela disse – Se eu tivesse demorado mais um pouco...
- Hermione, sua mãe é adulta, e capaz de cuidar de si mesma.
- É que ela poderia ter ficado naquele chão por horas.
- Se você não parar com essa choradeira, eu vou sacudi-la...
- Draco...
- O que?
Hermione, esquecera o queria dizer. Talvez só desejava pronunciar o nome dele.
- Nada – disse – Obrigada apenas.
Os dois ficaram sentados em silencio, enquanto ambulâncias iam e vinham, pessoas entravam e saiam, e os minutos corriam inexoravelmente.
- Há alguma outra pessoa que você gostaria que estivesse aqui, Hermione? O homem de quem gosta, por exemplo?
- Que homem?
- O que lhe deu o colar que tem no pescoço.
Hermione não se dera conta de que tocava o colar constantemente.
- Oh, este? Na verdade...
- E a rosa.
David?
- Não, não obrigada. Não agora, de forma alguma.
Draco ficou tão atônito que derrubou algumas gotas de café na roupa. Limpou-a com o lenço.
- Por que? Porque não quer incomodá-lo?
Hermione o fitou com surpresa. Depois daquela fatídica manhã, fizera Draco acreditar que havia um homem especial em sua vida. E aquilo, pensou, estava ficando extremamente complicado.
Ela nem teve tempo de responder, pois uma enfermeira apareceu e a chamou:
- Sua mãe foi removida para UTI, srta. Granger, vou lhe mostrar o caminho.
O alivio de Hermione, ao constatar que as noticias não haviam sido as piores, deu lugar a um medo diferente.
- Draco – ela sussurrou – Você vem comigo?
A enfermeira conduziu Draco e Hermione por um longo corredor, e ao chegar no saguão explicou o resto do caminho, onde eles permaneceram sentados esperando por noticias, quando Hermione falou.
- Sabe, não me surpreende, sua mãe querer que você tenha filhos rápidos, sendo filho único, suponho que ela queria vários pequenos Malfoy’s pela casa.
- Acho que posso com segurança não dar importância ao que minha mãe quer – após uma pausa ele comentou – Agora durma – ele pos um braço em volta dela e a trouxe para bem junto de si, fazendo-a apoiar-se no firme suporte de seu corpo.
Ela estava cansada demais, ou talvez tensa demais, pois dentro de segundos achou que não havia nada de sensual no gesto de Draco. Ele poderia ser como Harry era para ela, um irmão oferecendo-lhe apoio.
Mas então...
O aroma da loção pó-barba lhe era familiar, porém nunca o sentira daquela maneira, tão gostoso que parecia um suave perfume misturado ao quente conforto do corpo dele e à força do braço que a envolvia, criando uma agradável sensação que a aquecia como um cobertor.
Em circunstancias diferente, ela pensou, poderia ser muito agradável ficar assim, bem junto de Draco, impossível de saber se o calor era dele ou dela. Se virasse um pouco a cabeça, seus lábios acidentalmente, claro, roçariam o queixo de Draco. E se ele também virasse a cabeça, e a abaixasse um pouco, como para um beijo...
Pare de pensar nisso, Granger, Hermione tentava em vão parar. Mas Draco não podia culpá-la, pois fora ele que lhe fizera a louca proposta...Não fora? E como seriam os beijos dele? E assim ouvindo as suaves batidas do coração dele, Hermione adormeceu.
Os primeiros raios de sol a acordaram e notou como estava dolorida. E ainda com a cabeça apoiada no ombro de Draco, lembrou-se de tudo.
- Eu não devia ter dormido tanto – comentou.
- Se houvesse necessidade de sua presença, eu a teria acordado.
- Você deve estar exausto – observou Hermione.
- Se tem certeza de que está bem, há algumas coisas no escritório...
- O escritório! – Hermione exclamou – Eu tinha tanta coisa pra fazer.
- Não pense nisso. Você tem coisas mais importantes pra fazer agora, está tudo sobre controle sobre o ministro.
- Isso me faz lembrar de uma coisa. Havia dois funcionários da seção de ingredientes mágicos que estava conversando no elevador...Ainda ontem? Perdi a noção do tempo. Enfim, eles estavam falando relativamente alto sobre esse ultimo ingrediente ultra-secreto, tem certeza que não quer que eu resolva? Eu posso...
- Não, você não poderia, não agora. Conversaremos sobre isso mais tarde, pois trata-se de um assunto bem interessante – Draco levantou-se espreguiçando-se para relaxar – Vai me informar, como as coisas estão indo por aqui?
- Naturalmente.

Quando Hermione saiu do hospital horas mais tarde, tudo parecia mais triste. As enfermeiras disseram pra ela ir pra casa tomar um banho e dormir um pouco. Havia outros exames para fazer em sua mãe, e Hermione não poderia ficar horas lá. Ela foi até o escritório. A porta do escritório de Draco estava fechada, e que estava ao lado viu Hermione e correu ao seu encontro.
- O sr. Malfoy me contou – disse – O que encontraram? Como ela está? E você, como está? Oh Hermione!
- O Draco está ai? – Hermione perguntou. Seus lábios estavam secos. Os olhos, vermelhos.
- Está, mas com o ministro. Porém tenho certeza de que ele não se importará...
- Não, não o interrompa. O contrato com o ministro é extremamente importante. Mas, quando ele estiver livre, peça-lhe que vá a minha sala ok? – sem esperar por uma resposta, ela se dirigiu a sua sala e fechou a porta.
Como o escritório mudou em tão pouco tempo, ela pensou, e ali estava a rosa que David dera, já um pouco escura nas bordas como se estivessem vergadas pela vergonha. Não era culpa da rosa, se David era um canalha, ela disse a si mesma. Mas suas mãos moveram-se automaticamente, e ela foi tirando as pétalas uma a uma e jogando-as no lixo.
Enfim, ela admitiu que era muito mais fácil sentir raiva do que pensar em sua mãe, e se envolver em uma situação em que não havia nada que pudesse fazer, a não ser sofrer.
Quando toda flor estava sem pétalas ela jogou no lixo o caule. Agora só restava o vaso, ela o pegou na intenção de fazer o mesmo, reduzi-la a pedaços. Mas o vaso nada tinha haver com David, fora Draco quem providenciara, igualmente tão lindo tal qual sua maneira de agir, como a rosa. Mas havia uma diferença. Não como a rosa, dada descuidadamente e destinada a ser reduzida a pedaços e a pó, o vaso de cristal fora providenciado com consideração e amor, e viveria pra sempre...
Atrás dela, a porta do escritório se abriu.
- Hermione?
Ela soubera que era Draco mesmo antes de ele dizer seu nome. Sentira a presença de Draco lá, ocupando todo o espaço da porta e da sala...com sua energia.
Bem devagar, Hermione encarou-o, e toda a dignidade que ela tentara manter durante o abrupto drama da manhã, a desarmara. Sem se dar conta do que fazia, atirou-se nos braços dele, o pressionando contra o ombro rijo, e soluçou como uma criança.

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