A Vingança de Neville



Harry foi fisgado por algo invisível, sentiu a sensassão de que puxavam seu corpo por uma mangueira, suas
orelhas pareciam demasiadamente esticadas, e por fim, Harry desabou sobre um gramado. Seus pertences se
esparramaram pelo chão, e Harry sentiu o cheiro das flores do jardim da toca invadir seus pulmões. Harry
entrou na casa correndo deixando seus pertences no gramado carregando consigo, somente sua varinha.

-Senhor Weasley? Chamou o garoto.

-TOOOONKS? Gritou ele.

Harry adentrou a escura cozinha empunhando sua varinha. Fazendo silêncio e atento para o menor barulho,
ao chegar na sala, alguem se levantou em meio as sombras e Harry instintivamente apontou a varinha para
o estranho e ordenou:

-LUMUS MÁXIMA!!!

Harry viu um homem troncudo e ruivo de cabelos atarracados cobrir os olhos, era Mundungo.

-MALDIÇÃO HARRY!!!MALDIÇÃO!!!APAGUE ESSA MALDITA LUZ!!! MEUS OLHOS!!!AHHHHHH....

Harry baixou a varinha, mas não a apagou.Harry ainda não esquecera de seu último encontro com o bruxo.
Na ocasião, Harry percebera que Mundungo estava roubando os pertences de seu padrinho Sirius Black.

-Onde estão todos Mundungo? E o que está fazendo aqui? Perguntou Harry com um ar mau educado e ignorante
de quem faz um interrogatório

-Estou cuidando da casa dos Weasleys e de seus amiguinhos Harry...que estão lá em cima. E quanto a todos,
eu é que pergunto! Eles estavam com você não estavam? Na casa dos trouxas.

-Sim, estavam, mas deveriam estar aqui, o senhor Weasley me disse que...

-Estamos aqui Harry!!! Interrompeu o senhor Weasley abrindo a porta.

-Aparatamos e rodeamos a propriedade para verificar se não havia inimigos por perto.

-ONDE ESTÁ REMO? Perguntou a aflita Tonks.

Então Harry levantou-se de um salto, desde que escapara esqueceu-se de que seus amigos estavam sobre
a maldição Cruciatus.

-Ainda estão lá!!!!!Voldemort os pegou!!! Falou Harry apressadamente e muito aflito.

Mal terminou essa frase e as tres pessoas a sua frente sumiram com tres fortes estalos.
Harry sabia que tinham aparatado na rua dos Alfeneiros nº4. Logo, tres pessoas vinham descendo as
escadas da toca, A senhora Weasley, Rony e Hermione.

-Harry! Exclamaram Herione e Rony em coro.

Hermione o abraçou e Rony socava sua cabeça. Harry se sentiu muito feliz em vê-los.
A senhora Weasley muito aflita disse a ele:

-Harry querido, espero que esteja bem! Onde estão todos?

como que em resposta a senhora Weasley tres fortes estalos ocorreram e seis pessoas apareceram
na sala da toca. O senhor Weasley carregava Shacklebolt, Mundungo trazia Moody e Tonks trazia Lupin.
Quem ja estava na sala soltou uma exclamação de surpresa ao ver os tres bruxos inertes.

-Não foi nada! Apressou-se em avisar o senhor Weasley

-Estão apenas desacordados.

Cada um dos tres foi colocado em uma cama improvisada na sala dos Weasleys e tiveram a custódia de
uma atenciosa Tonks, que decidira passar a noite cuidando deles.

Harry subiu para o seu dormitório com Rony. Ao chegar no dormitório outrora ocupado pelos gêmeos
Weasleys, Harry deitou-se na confortável cama. Mas não dormiu, sua cabeça fervilhava de coisas pra
perguntar.

-Rony? Chamou Harry.

-Hã? Respondeu um sonolento Rony já trajando suas roupas de dormir.

-Onde está Neville? Como ele reagiu a morte de sua avó? Perguntou Harry.

-Ahh Harry nem queira saber... Neville é outra pessoa agora... Disse Rony num tom
misterioso.

-Era um dia agradável e Neville saiu para comprar algumas acidinhas no beco diagonal
que fica próximo ao lugar onde ele morava com sua avó Augusta.
Ao anoitecer, Neville voltava de sua visita ao beco, quando percebeu que a marca negra
pairava sobre sua casa. Era certeza que havia alguem morto lá dentro, e como morava apenas
com sua avó, não foi difícil deduzir quem era.
Neville não correu, não chorou. Adentrou a casa com violência invocando todos os feitiços
que lhe vinham na cabeça...
Entrou com Aloromora, e deparou com o corpo de sua avó no chão, Neville abaixou delicadamente
e viu que seus olhos estavam vidrados e sem expressão. Ele fechou os olhos dela carinhosamente
com a mão, e ja sabia então que ela nunca mais iria reabri-los.
Neville levantou-se com coragem e seguiu pela casa em busca do assassino.Ao ouvir um barulho
em um canto da casa ele gritou:

-BOMBARDA!!!

BUMMMMMMM

Um som grave de explosão destruiu a estante da sala de estar soltando muita fumaça e atirando
para longe um homem de capa preta.
Imagine Harry, a expressão na cara de Neville, ao perceber que o homem a sua frente, era o mesmo
que torturara seus pais até a loucura. Bartholomeu Crouch Jr. estava se levantando diante do Neville,
nessas férias chegamos a acreditar que Crouch havia decididamente morrido...Mas como você sabe, não é
a primeira vez que ele finge a morte.

-o mesmo Crouch que se passou por Moody anos atrás... Disse Harry imaginando como Neville se sairia
dessa.

-É...Assustador não é? Mais o mais incrível aconteceu depois! Neville irracionalmente apontou a
varinha direto para o coração de Crouch e gritou com muito ódio:

-CRUCIOOOOOOO!!!

E o desejo de vingança de Neville foi o suficiente pra proporcionar a Crouch a maior dor de sua vida.
Neville o torturou por vários minutos, descontando o que seus pais passaram por culpa dele.
Neville sentia pela primeira vez em sua vida, que estava honrando seus pais, se vingando por eles,
vencendo sozinho o comensal da morte ao qual os dois juntos não conseguiram vencer.
Então alguém que viu a marca negra acionou os aurores e eles chegaram ao local, levaram Neville e
Crouch.

-Levaram Neville? Perguntou Harry assustado.

-É, respondeu Rony, esqueceu-se de que o Cruciatus é uma maldição imperdoável?

-Mas ele só estava se defendendo! É um herói! Protestou Harry.

-Harry, eu sei disso, você sabe disso, mas e o ministério? Eles querem mostar serviço e prendem
qualquer um...O pobre lalau do nôitibus está preso até hoje...mas calma, no caso de Neville eles
vão fazer um julgamento e óbviamente vão da-lo como inocente. Além disso harry, ele está sendo muito
bem tratado pelos aurores! Há boatos, de que eles estão treinando Neville para tornar-se um auror.

-Nossa...Isso é que é mudança, exclamou Harry.
Rony...e quanto a Hogwarts? Não vai mesmo reabrir né?

-Ué? Você não recebeu uma coruja ontem pela manhã Harry?

Só então Harry lembrara da coruja preta que interrompera o café dos Dursleys.

-É verdade! eu ainda não li! Admitiu Harry.

-Pois então... Leia! mandou Rony.

Harry puxou o pergaminho de seu malão e começou a ler com avidez.





"prezado aluno Harry Potter,


Venho por meio dessa carta, lhe informar que
a escola de magia e bruxaria de Hogwarts irá
reabrir esse ano, conforme o novo decreto de
nº07190032 do ministério da magia, assim sendo,
sua vaga continua assegurada, se for de seu
interesse o regresso, segue anexo a lista de
materiais e o dia e hora da saida do expresso
Hogwarts na plataforma nove e meia.
Caso retorne, um bom ano letivo!



Atenciosamente

Minerva Mc Gonagall, diretora da escola
de magia e bruxaria de Hogwarts."



Harry se espantou e comentou com rony:

-Nossa! Irão reabrir!

-É...Mas não nos interessa não é mesmo? Temos...Bem, coisas mais importantes
a fazer esse ano não é isso? respondeu o sonolento e confuso Rony.

-É...É mesmo. Assentiu Harry fitando o chão.

Harry deitou-se na cama e desejou boa noite ao amigo que não respondera, pois
já devia estar adormecido.
No dia seguinte Lupin, Moody e Shacklebolt ja estavam melhor, embora tivessem dor
em todas as partes do corpo.
Eles contaram que os dois minutos que passaram sobre o efeito do Cruciatus fizeram
eles entenderem porque Franco e Alice Longbotton ficaram loucos.
Durante os dois dias seguintes não houveram maiores novidades, Harry, Rony e Gina
treinavam quadribol nos fundos da toca, eles faziam partidas de snap esplosivo e
conversavam sobre a nova postura de ataque de Voldemort, uma vez que as televisões
trouxas mostraram ao mundo um bairro destruído sem motivo aparente.

Harry dormiu muito pouco, acordou com o forte sol batendo na janela com um barulho
atípico para um dia normal na toca.
Quando se levantou, ele percebeu que todos, inclusive Rony, já haviam acordado.
Desceu confuso as escadas e viu que todos estavam arrumando, limpando ou enfeitando
alguma coisa as pressas. A senhora Weasley o derrubara no chão carregando um imenso
pacote com um embrulho amarelo ouro que fez um barulho metálico ao colidir com a cabeça
dele.

-Oh, Harry querido desculpe! Falou uma apressada senhora Weasley.

-Tudo bem. disse harry massageando o alto da cabeça.

Harry seguiu para a cozinha muito movimentada e apinhada de gente que Harry conhecia,
e uma pessoa que ela apenas ouvira falar e vira uma vez por foto.

Harry puxou seu nome pela memória e lembrou-se, o estranho homem de aspecto magestral,
chamava-se Aberforth.

O homem levantou-se ao deparar com Harry, e avaliou o menino de cima abaixo, com uma
curiosa expressão de incredulidade.

-Harry Potter! Prejulgo eu. Disse o homem com uma voz grave, porém bondosa.

Harry assentiu com a cabeça e retribuiu o gesto de reconhecimento:

-E o senhor é Aberforth... O irmão mais novo de Dumbledore.

As pessoas na cozinha haviam parado seus afazeres para prestar atenção na conversa
deles, mas nenhum dos dois pareceu se importar, nem ao menos perceber.

-Correta dedução Harry. Você conheceu muito bem meu irmão, estou correto? Perguntou
o bruxo Aberforth com um olhar sério e muito paternal.

-Sim, conheci. Falou o garoto sem entender o motivo da pergunta.

-Hum é o que imaginei...Respondeu o bruxo sem esconder o interesse.

Harry estava curioso, pois viera em sua cabeça uma hipótese maravilhosa. E se Aberforth
fosse um bruxo tão poderoso quanto o irmão? Será que estava prestes a ganhar um poderoso
aliado?

-Harry...Se incomodaria de me responder algumas perguntas lá fora? Perguntou Aberforth.

-Não. Respondeu Harry com um simples tom de quem realmente não se importa.

Os dois caminharam para o quintal da toca.

-Harry, você esteve com Alvo no dia em que ele se foi não esteve? Começou o bruxo Aberforth.

-Sim senhor.Estive. Respondeu Harry.

-Teria como me dizer onde estiveram? Perguntou Aberforth, mas não era um interrogatório, Harry
poderia lhe negar respostas se assim quisesse.

-Receio que não senhor...Dumbledore ordenou que eu não contasse a ninguem...Sinto muito.

-Não há problemas Harry...Não há problemas.Quero apenas que me confirme uma coisa...
O homem que assassinou meu irmão, foi realmente Severo Snape?

-Foi...Snape usou o Avada Kedavra.

-Entendo...Bem Harry, o que eu queria dizer é que ontem a noite eu achei o testamento de Alvo...
e que você herdou alguns de seus pertences.

Harry teve um momentâneo susto, Dumbledore lhe deixara coisas?
o que poderiam ser? Foi então que Harry lembrou que Dumbledore não tinha
filhos nem muitos parentes. A verdade é que Aberforth era o único de quem
Harry ja ouvira falar.

-Bom, começou Aberforth retirando um pergaminho das vestes cor de lilás,
aqui diz:





"Para Harry Potter,


Olá Harry! Gostaria de deixar uma coisinha ou outra pra você.
No dia em que estiver lendo isso, eu já estarei muito...muito
longe de você Harry. Contudo...Nem sempre a distância é
sinônimo de esquecimento! E enquanto lembrar de tudo que te
ensinei, uma parte de mim estará com você, pois como eu ja lhe
disse uma vez, as pessoas que amamos nunca nos deixam completamente!
E lembre-se Harry, é possível achar a calma mesmo nos momentos mais
difíceis...é só você lembrar de acender a luz!
Segue anexo a lista de pertences que lhe deixo Harry:

-O destruído anel de Slytherin
-Minha propriedade em Godric's Hollow
e todos os bens no interior da casa
-E principalmente(Voce sabe o motivo não Harry?)
minha penseira e autorização de usa-la se
necessário

Bom...Meu amigo Harry, desejo-lhe toda a sorte do mundo em
sua jornada!
Sinceros votos de



Alvo Dumbledore"






Os olhos de Harry se encheram de lágrimas. Rever a letra de seu grande amigo
lhe escrevendo era uma sensassão muito estranha. Seu coração batia ferozmente
com saudades do amigo e mais uma vez, Harry sentiu uma estranha força dentro
dele que clamava pela queda de Voldemort.

Aberforth observava Harry com uma expressão de respeito.

-Harry...Eu acredito que a emoção não é uma fraqueza...
Começou Aberforth olhando para o céu com um olhar sonhador
que lembrava estranhamente Alvo Dumbledore, mais novo e com
barbas mais curtas.

-Pelo contrário. Somente as pessoas fortes são dignas de senti-las. A amizade
que você tem pelos seus amigos Harry, não é de forma nenhuma uma fraqueza!
Nunca se esqueça disso!

-Senhor...

-aberforth, Harry...Chame-me pelo meu nome! Interrompeu
o bruxo amigávelmente.

-Aberforth, se me permite a pergunta...

-Quer saber porque nunca me viu, uma vez que sou membro
interino da ordem não é isso?

Harry se perguntou se o bruxo estava usando a legimiência contra ele.

-Sabe, tenho que responder essa pergunta pra quase todos
os integrantes da ordem! Sorriu o bruxo revelando como adivinhara a pergunta de Harry.

-Bom Harry, tenho meu papel na ordem, mas é longe daqui...
Não há lugar específico, pois transito o mundo inteiro.
Minha função, é evitar que Voldemort consiga contatos
internacionais. Já pensou Harry, se Voldemort tivesse
a disposição bruxos poderosos ao redor do mundo?
Já pensou como ele propagaria mais rápido o terror de seus domínios?

-Voldemort já tentou senhor...Digo, Aberforth?

-Mais é claro que sim Harry! Meu distinto irmão
Dumbledore me dava as cordenadas e eu eliminava,
ou quando possível convertia a ameaça.

Harry percebeu então a importância do homem a sua frente.

-Bom Harry, outro dia eu lhe brindarei histórias
realmente fantásticas sobre meu trabalho,
apreciei cada minuto de nossa conversa, mais creio
que é hora de entrarmos e ajudarmos os outros com os
preparativos!

-Preparativos?

-É claro que sim Harry...Ou se esqueceu que hoje a noite
o jovem Gui e a senhorita Delacour se casam?

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