O que jamais mudaria
N/A: Ah, sim! Sou uma escritora pulante, feliz e boazinha! Mto obrigada a todos por lerem e comentarem! Garanto que soube recompensá-los com 13 páginas inteiras de word. Tem mtas cenas legais, relembranças, e muito mais, mas eu não vou flar nada, vejam vcs mesmos. Espero que comentem!!!!
Mil bjos a todos e aproveitem a fic!
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Já faziam dois meses que Gina começara o tratamento no St. Mungus e pouca coisa mudara. Embora suas lembranças agora estivessem cada vez mais constantes, ainda não passavam de flashes rápidos e sem sentido, muitos deles relacionados à sua infância, aos irmãos e, claro, a Harry. E por falar nele, Harry estava se tornando um problema ainda mais complicado para se administrar. Uma coisa era lhe contarem que o garoto era seu namorado, outra, bem diferente, era ela ficar lembrando-se de cada momento que vivera ao lado do menino-que-sobreviveu desde que o conhecera. De fato, Gina já estava se acostumando com a idéia de vê-lo tanto ao vivo, diariamente, quando em flashes de memória e também em sonhos. Todavia, ainda era perturbador acordar suada, noite após noite, dando-se conta da quantidade de momentos íntimos que partilhara com ele, momentos estes que Harry havia omitido quando lhe contara sobre sua primeira vez. Mesmo que tivesse sido realmente a única, Gina tivera dezenas de provas, no último mês, de que muito mais havia ocorrido. Ela não culpava Harry por não ter contado, pelo contrário, ficara grata por ter lhe poupado de precisar olhar em seus olhos e ouvir tudo que já havia acontecido entre eles; além do mais, não sabia como tais coisas poderiam ser relatadas. Harry não poderia simplesmente chama-la para um piquenique e narrar os amassos que costumavam dar escondidos na época da guerra. Gina achava que seria capaz de morrer só por causa do constrangimento. É claro que isso não impedia a garota de provocá-lo sempre que podia. Harry era o único que sabia do tratamento dela e notava todos os momentos em que mais um flash surgia na mente da ruiva, de forma que quando Gina não queria lhe contar, apenas lançava-lhe uma indireta, deixando-o completamente sem ação, como naquela tarde de domingo. Estavam no pomar que a sra. Weasley teimara em cultivar nos fundos da casa, cuidando de alguns morangos que tiveram sorte de sobreviver ao clima. Gina vestia um bonito vestido azul claro muito velho e desgastado que contrastava estranhamente com a cor de seus cabelos, mas que Harry achou que ficava absolutamente perfeito nela. Ele lembrava-se de certa vez em Hogwarts, quando ela usara aquele mesmo vestido, na época, novo em folha. Naquela ocasião, Gina estava tão ocupada com os NOMs que eles tinham pouquíssimo tempo juntos e sempre que ela aparecia, o garoto prestava atenção em cada mínimo detalhe da garota. Quando Harry, Rony e Hermione entraram no salão comunal naquela noite, a maioria dos alunos da Grifinória já haviam ido se deitar, restando apenas alguns quintanistas estudando para os NOMs. O olhar de Harry procurou Gina e o encontrou sentada no chão, encostada na poltrona em frente à lareira, juntamente com Colin Creevey e mais duas meninas risonhas, colegas de quarto da ruiva, que estavam sentados nas poltronas, bocejando. Harry já estava dando um passo em direção a Gina quando sentiu seu braço sendo segurado por uma mão feminina. Olhou para trás e deu de cara com Hermione com uma expressão mandona no rosto. - As poltronas estão ocupadas – disse ela a Harry – Vamos procurar um outro lugar. Harry, por pouco, não soltou um palavrão ao ouvir as palavras da amiga. Hermione repreendia-o quase que diariamente, acusando-o de não se preocupar com o desempenho escolar de Gina, pois sempre que ele aparecia “só para dar um ‘oi’”, ela largava os cadernos e eles só eram vistos novamente muito tarde da noite, quando voltavam de algum passeio pelo castelo. Harry se perguntava se Hermione estava mesmo preocupada com as notas da ruiva ou se, simplesmente, não suportava mais ouvir os resmungos de Rony. Mas antes que Hermione o arrastasse para o mais longe possível dali, Colin e as duas garotas risonhas pegaram as mochilas, disseram boa noite a Gina e subiram para seus dormitórios. Harry, então, abriu um largo sorriso. - Já foram liberadas – disse ele soltando-se do braço de Hermione e indo em direção à lareira, sendo seguido pelos amigos – Oi, Gina. A menina ergueu a cabeça distraidamente e sorriu. Então, Harry se abaixou e encostou seus lábios nos dela por um breve instante (não iria abusar do pacifismo de Rony) e sentou-se na poltrona em frente a ela, ignorando as feições azedas dos amigos. - Olá – cumprimentou Gina – Como passaram o dia? - Visitamos o Hagrid – disse Rony – Foi a única parte divertida. - E você, como foi? – perguntou Harry. - Mamãe mandou este vestido como estímulo às notas boas – respondeu Gina apontando para o vestido azul em seu corpo. - É bonito – disse Rony azedo – Ela nunca maneou presentes pra mim. - Não é grande coisa - disse Gina parecendo exausta – Além do mais, só me lembra que tenho que estudar, não é mesmo? - E o que está estudando? – perguntou Hermione - Transfiguração – disse Gina – McGonagall passou alguns exercícios bem complicados. Não entendo a maior parte dos movimentos com a varinha e combinar as palavras está impossível, então estou tentando decorar tudo ao mesmo tempo. - Sugiro que tente por partes – disse Hermione – Pratique os movimentos com a varinha primeiro. - Já tentei isso – disse Gina cansada, largando os livros de lado – O problema é que não consigo coordenar com as palavras, então estou vendo que movimento sincroniza com que palavra, combinando cada um deles. - Estratégia inteligente – disse Rony bocejando. - Você deveria tentar, sua nota no último trabalho de transfiguração foi terrível – disse Hermione. - Claro, Hermione – disse Rony não dando atenção – talvez amanhã, agora vou dormir. Rony levantou-se de sua poltrona e desejou boa noite a todos, subindo para o dormitório e sendo seguido por meia dúzia de quintanistas que pareciam quase tão cansados quanto a própria Gina. - Eu concordo com o Rony, estou exausta. Você não vai dormir também, Harry? – sugeriu Hermione lançando a ele um olhar feroz – Já não tem quase ninguém aqui, é um bom momento para Gina poder se concentrar, sozinha. - Você só pode estar brincando – disse Gina – Cansei por hoje, volto aos exercícios amanhã. Harry sorriu. - Pra falar a verdade, Hermione, ainda não estou com sono, vou ficar um pouco mais por aqui – disse Harry, cinicamente, segurando o riso –, mas você pode ir já que está tão cansada. Ele viu Gina sorrir doce e fingidamente para Hermione e teve vontade de rir ao ver a amiga quase bufar de raiva e, sem dizer mais nada, subir as escadas, batendo os pés fortemente contra o piso. Eles riram alto, acordando alguns colegas de Gina que dormiam sobre a mesa de estudos, que pegaram seus livros e seguiram para os dormitórios, deixando a sala comunal vazia. Foi então que Harry escorregou do sofá para o chão e sentou-se ao lado da garota, colocando seu braço em torno dela. - Pobre Hermione – disse Gina esticando as pernas em direção à lareira. – Acho que ela e minha mãe fizeram um pacto para controlar meus estudos. - Então acho que sua mãe não deve gostar mais de mim como antes, já que sou o maior causador da sua distração – brincou Harry sorrindo ao senti-la se acomodar melhor em seu ombro. - Nah...acho que não é pra tanto – disse Gina encarando-o – Fica difícil alguém deixar de gostar de você. Harry sorriu e moveu seu rosto até o dela, beijando os lábios da garota de leve, fazendo-a sorrir. Beijou-a brevemente mais duas ou três vezes antes de aprofundarem o beijo. Não havia ninguém ali além deles, de forma que podiam ter alguma privacidade. Harry achava que eles nunca tinham tempo suficiente a sós; se Rony não fiscalizava, Hermione ralhava com eles e se não era isso, os amigos de Gina ficavam espreitando-os, além dos habituais fãs de Harry. Rony vivia dizendo que tanto Harry quanto Gina eram conhecidos demais para terem vidas próprias. Mas naquela noite, milagrosamente, haviam tido espaço. E tanto espaço que Harry seria capaz de fazer alguma coisa que Rony realmente iria reprovar, mas era simplesmente impossível tirar seus lábios dos dela, parar de beija-la ou de tocá-la, como fazia agora. Os lábios de Harry percorriam o pescoço dela enquanto as mãos de Gina travavam uma batalha contra os botões da camisa dele. Em seguida, os lábios se encontraram novamente em um beijo intenso e cheio de necessidade. Aos poucos, foram deitando-se no chão em frente a lareira quando Gina gemeu e interrompeu o beijo. - Ai! – disse ela fazendo uma careta e apoiando-se nos cotovelos. - O que houve? – perguntou ele desnorteado. Estivera ocupado demais a beijando para reparar em qualquer coisa. Será que havia machucado-a? - Minhas costas – explicou Gina – Bateram nos livros. Ela apontou para baixo de si e Harry viu os volumes pesados de transfiguração do quinto ano. Sorriu para Gina, penalizado; então a puxou para um abraço. - Machucou muito? – perguntou Harry preocupado, fazendo uma leve massagem nas costas dela. - Não...e está bem melhor agora – respondeu Gina beijando os lábios dele novamente. Harry achava que nunca se cansaria dela. Nunca poderia deixar aqueles lábios, aquele corpo. Gina já havia se colocado sobre ele, beijando-o, fazendo Harry enlouquecer com ela daquele jeito, o vestido azul subindo um pouco, as pernas ficando cada vez mais à mostra. E quando se deu conta, sentiu aquela sensação aguda de dor na cabeça. Mas, naquele momento, não era a cicatriz, era a parte de trás, que parecia ter batido em alguma coisa... no chão. - Ai! – disse ele fechando os olhos de dor. - Por Merlin, Harry, você está bem? – perguntou Gina saindo de cima dele e ajudando-o a sentar-se novamente. Ele sentiu o peso dela deixar seu corpo e dividiu-se entre a frustração por perdê-la e a dor na cabeça. Sentindo-se zonzo de dor, sentou-se ao lado de Gina, encarando as feições preocupadas da garota. - O chão é duro – disse ele. - Ah, que bom, você está bem – brincou Gina – Continua perspicaz. - Muito engraçado – disse ele apalpando a parte da cabeça que bateu no chão e notando uma pequena elevação formar-se ali. - Desculpa – disse Gina acariciando o local machucado dele – Está doendo muito? - Um pouco – reclamou ele – Eu nem reparei que nós estávamos... sabe... - Nem eu – disse Gina – Mas nós podemos concluir que o chão não é o melhor lugar pra isso. - Verdade – disse Harry levantando-se e puxando-a para um dos sofás – Acho que você é que deveria ter vindo para o sofá em primeiro lugar. Gina riu e sentou-se ao lado dele. Ficaram apenas se encarando por alguns minutos e, em seguida, se aproximaram, sem jeito, tentando recriar o clima perdido duas vezes antes. Sorriram tímidos, e os lábios se tocaram sem muita agilidade. Aos poucos, entretanto, já haviam recobrado os instintos e beijavam-se como antes. O local agora era macio e confortável, permitindo que Gina deitasse sobre as almofadas e ele ficasse por cima dela, beijando os lábios da garota enquanto ela puxava a camisa dele para cima, sem sucesso. As mãos dele começaram a correr pelas pernas dela, levantando ainda mais o vestido, mas Gina não protestou; estava ocupada demais lutando contra a camisa dele. Frustrada, Gina trocou de posição com Harry, a fim de abrir os botões da camisa do garoto, mas quando estavam se virando no sofá, de repente, não havia mais sofá. Houve um baque surdo na sala comunal, mas ninguém nos dormitórios ouviu. Dois corpos haviam caído no chão, desajeitadamente, lado a lado e os gemidos se confundiram com as risadas. Harry e Gina ficaram vários minutos apenas rindo, acostumando-se com as dores pelo corpo e olhando para o teto. Depois, encararam-se, reparando nos rostos vermelhos e nos lábios inchados. Os cabelos dele estavam mais rebeldes que o normal e os de Gina, completamente embaraçados. - O chão é mesmo duro. – disse Gina. Harry riu e, virando-se para o lado, encarou os olhos castanhos da garota e colocou uma mecha de cabelo ruivo para trás da orelha dela. - Você está bem? – perguntou ele. - Estou – respondeu ela – E você? - Meu corpo dói, arranjamos um caroço para fazer companhia á minha cicatriz – disse ele fazendo-a rir -, e eu nunca estive melhor. Gina sorriu e aproximou seu corpo do dele, beijando-o de leve nos lábios. - Isso foi péssimo, não é? – disse ela sorrindo, aflita. - Horrível – disse ele rindo e sendo acompanhado por ela. Harry levantou-se do chão e ajudou-a a fazer o mesmo. Beijou-a nos lábios duas ou três vezes mais antes de separar-se dela, achando que seria melhor que fossem para suas camas. - Acho que já passamos dos limites demais hoje – disse ele sensatamente. Era verdade, nunca haviam ido tão longe antes. - Dos limites dos hematomas, você quer dizer – sugeriu ela fazendo-o rir - Isso também – disse Harry segurando a mão dela e conduzindo-a aos dormitórios – Melhor irmos dormir. - Tem razão – disse Gina – Boa noite. - Boa noite – respondeu ele vendo-a subir ao dormitório feminino enquanto ele se encaminhava para o masculino. Agora ela estava abaixada perto de um grupo de morangos particularmente saudáveis e ele a observava de perto. De fato, talvez estivesse perto demais. - O que houve? – perguntou ela sorrindo, colhendo dois morangos, e levantando-se para ficar na altura dele. - Nada – respondeu Harry vendo-a levantar uma sobrancelha, desacreditando-o – Só estava pensando em quando você ganhou este vestido. O que era verdade, a mente dele só havia explorado o momento. O máximo que poderia acontecer era Gina perguntar como havia sido, não? Por bem, ele lhe diria toda a verdade: a sra. Weasley havia enviado a Hogwarts como estímulo aos estudos. Fim da história. Mas Harry não esperava que ela sorrisse maliciosamente para ele e levasse um dos morangos à boca de maneira sensual. Droga! Ela já havia se lembrado! Gina aproximou-se dele, quase colando seus corpos. - Sabe, eu andei me lembrando desse dia na semana passada – disse ela – Achei que foi uma das minhas maiores lembranças. Vieram lapsos longos, embora não suficientes pra lembrar de todo o resto. E também continuaram em sonhos bem concretos. Morango? Harry arfou quando ela lhe ofereceu a fruta e quase engasgou quando ela colocou o morango em sua boca. Ele estava ficando maluco. Gina não podia estar em sã consciência. - E sabe o que eu descobri? – perguntou ela quase num sussurro para ele, seus corpos praticamente grudados. - O... o que? – perguntou ele tendo certeza de que Gina podia sentir, literalmente, a falta de controle dele. Ela aproximou seus lábios dos dele e disse com a voz muito baixa: - Que o chão é duro. E, sem dizer mais nada, saiu dali, deixando-o completamente aturdido. No dia seguinte Harry acordou relativamente tarde e foi tomar café da manhã. Não havia ninguém na cozinha além de Gina, que parecia a mesma desde o dia anterior, parecendo completamente alheia ao fato de que eles quase haviam se beijado graças à pequena travessura dela. - Gina? – perguntou ele. - Oi – disse ela parecendo mal-humorada. – Me faz companhia? - É...certo – disse ele confuso sentando-se à mesa e servindo-se de alguns ovos – Onde está todo mundo? Gina suspirou - Gui e Fleur estão em Gringotes, Rony e Hermione foram visitar os pais dela, mamãe foi fazer compras no Beco Diagonal, papai está no ministério e Carlinhos recebeu um chamado urgente da Romênia e foi pra lá. - E você...? – indagou ele achando que ela poderia estar um pouco chateada. - Ah, eu estou aqui, parada, esperando que as lembranças voltem. – ironizou ela – Não imagina como é animador. Harry riu. - Que bom que você também está se divertindo, Harry – disse ela mal humorada pegando seu prato e atirando-o dentro da pia. A cozinha ficou silenciosa por algum tempo enquanto Gina começava a lavar a louça e Harry terminava de comer. Depois, ele levantou-se e foi até ela, ajudando-o a secar os pratos. - Imagino que esteja sendo difícil para você. – disse ele. – Se eu puder fazer alguma coisa... - Não – interrompeu ela parecendo cansada – Olha, me desculpa, eu não devia ter sido agressiva com você. - Tudo bem eu entendo – disse Harry – Você tem passado por um período complicado. - É, mas não justifica – disse Gina – Eu só queria que as coisas ficassem menos... - Entediantes? – sugeriu ele - É! – exclamou ela satisfeita de que alguém entendesse seu problema. Harry pensou um pouco e logo lhe veio uma idéia. - Olha, eu estou indo ver uns apartamentos... - Para quê? – interrompeu ela ela. - Bem, não posso morar na sua casa pro resto da vida. – disse ele. - Entendo – disse ela - Embora eu esteja certa de que meus pais adorariam – acrescentou. Harry riu - Você quer vir comigo? – convidou ele. Gina deu de ombros e sorriu. - Parece boa idéia. – disse ela saindo da cozinha para pegar o casaco. Depois voltou até onde Harry estava parecendo bem mais animada – Vamos? Harry a encarou. A calça preta dela combinava com as botas e o casaco da mesma cor e a blusa vermelha era a mesma que ele havia ajudado a escolher há dois anos. Os cabelos ruivos dela estavam soltos e ela nunca parecera tão bonita. - Vamos – disse Harry sorrindo ao constatar que teria um dia bastante agradável. O primeiro apartamento fora indicação de um colega do sr. Weasley. Eles entraram e saíram menos de cinco minutos depois. - Todos os amigos dele têm esse estilo? – perguntou Gina - Espero que não, porque a maioria dos prédios que eu anotei foi por indicação deles. – disse Harry. - Então, Harry, acho que teremos muito que andar. – disse ela fingindo conformismo - Onde é o próximo? - É aqui perto, vamos – disse ele indicando o caminho. Eles entraram em mais dois ou três apartamentos e resolveram fazer uma parada no Beco Diagonal para beberem alguma coisa antes de continuarem. - Eu queria só ver você morar naquele da vizinha cheia de gatos. – riu Gina - Qual o problema? – ironizou ele – Depois da Sra. Figg eu agüento qualquer coisa. - Quem é Sra. Figg? – perguntou Gina tomando um gole do seu suco de abóbora. - Verdade, você não sabe – disse ele lembrando que Gina não poderia lembrar-se da velha - Quando eu morava com meus tios eles sempre me deixavam na casa dela. Era uma senhora tão cheia de gatos quanto àquela vizinha que vimos agora a pouco e, no fim das contas, descobri que ela era bruxa também. - Porque eles te deixavam lá? - Não queriam que eu me divertisse. – respondeu Harry - Nossa – surpreendeu-se ela – Eram tão ruins assim? - Piores – disse ele lembrando-se dos Dursley Gina comeu um pouco mais de seu sorvete antes de continuar. - Sua infância não parece ter sido muito feliz. - Bom, depois que fui pra Hogwarts as coisas melhoraram...exceto por Voldemort, claro. - Ele fez muitos estragos na sua vida, não? - Alguns – disse ele infeliz. - Desculpe – disse ela – Não deveria fazer você lembrar dessas coisas. - Tudo bem, você só está curiosa. - Você parece quase acostumado com isso – disse Gina - Eu sempre fui assim? - Sim – disse ele sorrindo – Muito. - E você sempre foi corajoso? - O que resta de coragem em mim? – perguntou ele mais para si do que para ela. - Não sei, o que você acha? – perguntou ela – Um cara mata seus pais quando você tem um ano. Você vive os dez seguintes com uma família que o detesta, passeando na casa de uma velha cheia de gatos. Harry riu. Gina continuou - Quando acha que tudo vai melhorar e vai para um lugar em que se encaixa, começa a ser perseguido pelo cara. Então, você o derrota e vira o maior herói que o mundo já viu e aí... - ... Minha namorada perde a memória. – completou ele impulsivamente. Gina ficou sem fala. - Me desculpe... é que você estava traduzindo meus pensamentos, eu... - Tem razão. – disse ela – Eu queria poder me lembrar, Harry, de verdade. - Eu sei que sim. – disse ele – Me desculpe, não queria estragar o dia. - Eu que comecei a falar sobre sua vida, a culpa é minha. - Você só estava curiosa – disse ele - Vamos esquecer ok? - Certo – disse ela – Além do mais, temos mais uma dúzia de lugares pra ver e a coisa está começando a ficar divertida. Harry riu e, depois de pagarem a conta, a acompanhou pela rua e pelos outros apartamentos até o final da tarde, quando finalmente encontraram. - Parece muito bom – disse Gina com uma lista na mão – Uma suíte, escritório, banheiro, sala, cozinha e... uau!... olha só pra essa vista! – citou ela indo até a sacada – Harry, vem dar uma olhada nisso. Harry, que até então estava checando o banheiro, foi até onde Gina o chamara. E ela estava certa, a vista era espetacular. Dali podiam ver o sol se pôr. - Diga que vai ficar com este. - Moram muitos trouxas aqui – disse ele – A mudança vai ser complicada. - Eu juro que ajudo a ajeitar tudo, mas não perca esta vista, por favor! - Está bem – disse ele – Não acho que vá encontrar algo tão bom de qualquer jeito. - Há! Perfeito! – comemorou ela fazendo um gesto de vitória no ar. Harry apenas riu, encarando o sorriso dela, hipnotizado, vendo-a corar. - Até parece que o apartamento é pra mim – disse ela – Podemos ver outro se quiser. - Não, eu realmente gostei deste – disse ele empolgado – Além do mais, talvez... Mas ele parou, deixando a frase no ar, parecendo perder a empolgação. - O que? – perguntou ela, curiosa. - Nada, esquece. - Ah, não! – exclamou ela – O que foi? - Não tem porque – disse ele puxando-a para dentro – Venha, vamos ver o resto. - Não, Harry – disse ela ainda na varanda – Era importante, fale. - Eu só ia dizer que... talvez...bom, se sua memória voltar... Provavelmente você venha bastante aqui. - Harry, eu... - Entendeu porque eu não queria falar? – disse ele – Não é pra sair dizendo essas coisas, você não se lembra, você não tem culpa e eu entendo, é só que às vezes eu falo como se você soubesse...como se... - Cale a boca, Harry – disse ela de forma doce, aproximando-se dele e calando-o no mesmo instante – Preste atenção porque eu só vou falar uma vez: - então ela chegou ainda mais perto, encarando os olhos dele, vendo ali a tensão surgir - mesmo que eu não recupere a memória tão cedo, vou querer muito vir aqui sempre que puder. Ele sorriu, um sorriso que a fez entender aquele momento como jamais havia entendido algo desde que perdera a memória. Ela o reconhecia; não se lembrava dele, nada mudara em sua mente, mas havia algo dentro dela que sabia o que estava acontecendo ali, algo que havia realmente compreendido. E ela soube que não precisaria lembrar de nada para saber que o amava. De repente, os olhares se cruzaram, suas feições foram ficando mais sérias e seus rostos, mais próximos. Gina deu um passo a frente, ficando junto dele, acreditando que a proximidade aumentaria a sensação de familiaridade que sentia agora. Foi quase instintivo quando Harry colocou suas mãos na cintura dela, movimento este que lançou à mente de Gina a imagem deles dois, dentro de uma sala apertada, quando ele fizera aquele mesmo movimento. - Filch nos mata se nos vir aqui – disse ele rindo. Suas respirações estavam pesadas; o hálito morno dele sendo quase detectado por ela; céus, ela quase conseguia se lembrar! Seus lábios estavam há milímetros de distância, os olhos se fecharam e então houve aquele toque; aquele maravilhoso toque. - Quem liga para o Filch? – indagou ela abraçando-o fortemente e beijando-o em seguida. E Harry não pensou duas vezes antes de segura-la mais firme, aprofundando o beijo, aproveitando-o de todas as maneiras que podia. Ela fazia tanta falta! Ele simplesmente não conseguiria mais ficar longe dela! A sala era apertada, cheia de vassouras e eles não conseguiam se mover, mas não ligavam. A única coisa que importava era o beijo que partilhavam naquele momento. Abraçou-a com força e continuou beijando seus lábios, como se nada o pudesse impedir; sentiu Gina corresponder na mesma intensidade, colocando os braços em torno do pescoço dele, acariciando os cabelos negros como sempre fazia, como se soubesse que ele adorava. Era como se nada tivesse mudado entre eles. E ela sabia: nada jamais mudaria. Mas aquilo só durou alguns segundos e, então, ela afastou-se dele; estava pálida e parecia muito fraca. Em seguida, desmaiou. -------------------------------------------------------------------------------- N/A: Este é o momento em que eu peço para que todos FIQUEM CALMOS! Não há pânico. Repito: não há pânico! Meus finais são felizes, relaxem... Espero que tenham gostado do cap. Comentem! Bjos
Comentários (1)
eu ADOREI! "descobri q o chão é duro", hehehe. gostei muuito! eles são perfeitos d+!!
2013-12-11