capítulo final, mesmo!
Bem, não acabou no 22... porque foi ficando comprido demais...
mas, agora, não tem jeito.
mas acreditem: se começar a escrever é como gerar um filho, terminar é como vê-lo partindo de casa, adulto, emancipado...
Obs.: Faço referências à escola de magia no Brasil, mais informações na fic da Belzinha:
Harry Potter e o Segredo de Corvinal.
http://www.potterish.com/forum/viewtopic.php?t=24737
(também fico devendo o link do FeB pra daqui a pouco...)
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A viagem foi tudo que Sarah previra. Um sem fim de novidades e risos e gritinhos de espanto. E a chegada a Londres também. Sem que entendesse o motivo, o próprio Sr Weasley os esperava, com uma réplica perfeita de seu velho Ford Anglia, para o qual a esperta Aline olhou com ar de quem diz: “eu já vi isso em algum lugar”.
Ana estava junto, e pareceu reconhecer a expressão da garota, pois comentou risonha:
- Ela e Mel vão se dar super bem, eu tenho certeza.
Sarah bem que tentou levá-los primeiro ao quarto para se trocarem e descansarem, mas Leonardo já escapulia e corria pelas escadas, olhando aqui e ali, até dar de cara com Snape em sua sala, de onde um dos monitores saía naquele exato instante, sem ter ao menos tempo de fechar a porta.
O menino parou e olhou para o homem sentado atrás da pesada mesa de carvalho. Tinha uma cara séria, concentrada, mas o fitava sem qualquer sombra de advertência, apenas aguardando para ver o que o menino faria. Reconheceu-o no primeiro minuto, mas pelo visto, o garoto ainda não se recordara dele, provavelmente pela falta da barba, pelas roupas e pelo local diferente.
- Oi. Quem é você?
- Oi. Sou o dono desta casa, e você?
- Dono desta casa? Mentira, minha mãe é que é.
- Ela disse isso a você? – Snape arqueou uma sobrancelha, divertido.
- Bem... não. Não disse. Mas disse que é aqui que vamos morar, que é a casa dela e será a nossa também... – uma idéia súbita pareceu ter-lhe invadido a mente infantil, e ele perguntou - Mas você também mora aqui?
- Sim. E se sua mãe, como você diz, é a Sarah, então você pode me chamar de “tio” Severus.
- Tio Sev... – Leo engoliu o resto das letras, aquele era um nome muito estranho para um tio, e ficou por isso mesmo. No minuto seguinte, já estava correndo – Li, vem ver! Nós temos um tio! Vem conhecer o tio Sev!
- Tio Sev? – Sarah o olhou, espantada, ao conseguir cercá-lo no corredor. Aline, mais comedida que o irmão, porém igualmente curiosa, já queria saber que novidade era aquela.
- Sarah... mãe... – ela ainda hesitava no tratamento a usar, e Sarah riu.
- Sim, minha fofa.
- Eu... nós... temos um tio?
- Sim, querida. Além dos tios que você já sabia, né? Meus irmãos brasileiros. Lembra da tia Berê, não lembra? Pois é. O tio André também mora aqui pertinho, mas eu descobri que tenho outro irmão, o Severus.
- Que nome engraçado! Como você ganhou esse irmão?
- É uma história muito cumprida, Aline. Mas você lembra que fui adotada, não lembra? Pois é, só agora, depois de grande, achei meu irmão. Ficamos separados a vida toda, eu no Brasil, ele aqui na Inglaterra, veja só.
- Que triste. Eu não gostaria nada, nada, de ficar longe do Leonardo. Ainda mais que ele precisa de mim, né? É muito levado, esse meu irmão... O seu irmão também é levado? Também precisa de você pra tomar conta dele?
Sarah riu com a idéia. Tomar conta de Severus Snape... Quem se animaria a tanto? Embora ele estivesse realmente mudado, depois de tantos anos. Só queria ver a reação da menina quando se lembrasse do nome e descobrisse quem era seu tio...
Mas logo descobriu que seria mais tranqüilo do que pensara.
Ana, que já se encantara com os dois irmãos, estava com os outros no salão, quando Sarah entrou e apresentou os dois filhos adotivos.
Aline exigia uma expressão serena, como se imaginasse que deveria parecer madura e séria, enquanto o irmão era todo agitação, apesar da súbita timidez.
Molly, como sempre a mãezona de plantão, tratou de colocá-los mais do que à vontade. E de apresentar-lhes cada um dos presentes pelo nome. Claro que, além de dois monitores adultos, só os dez internos, menores de onze anos estavam na casa, os mais velhos já haviam retornado a Hogwarts, após o feriado.
Mesmo assim, não custou muito para Aline desconfiar de alguns nomes, e cutucar o irmão pra dizer, baixinho:
- Leo, você não viu? Viemos morar com os amigos do Harry Potter.
Sarah, ao lado, ouviu o comentário, mas não sabia como confirmar ou explicar, até que Snape veio em seu auxílio.
- Isto mesmo, mocinha. Eu sou Severus Snape, antigo professor de poções de... Hogwarts. E esta é a Sra Weasley, que todos nós gostamos de chamar de “vovó Weasley” – até Molly se surpreendeu com seu comentário – a mãe de Rony Weasley, o amigo de Harry Potter, como já devem ter desconfiado. E vocês dois, quando completarem 11 anos, provavelmente irão para Hogwarts, como todos aqui.
- Snape! – Sarah não se controlou. Esqueceu-se até de que já não o chamava mais pelo sobrenome.
- Desculpe, Sarah. Esqueci que dependemos daquela questão... jurídica. De conseguir primeiro o visto de permanência deles, junto ao governo trouxa. E também o reconhecimento deles como seus filhos, junto ao Ministério da Magia, para que tenham direito à vaga em Hogwarts. Mas até lá, teremos tempo. Aline tem 9 anos, não é? – ele olhou para a menina.
- Faço nove anos em março! – ela exclamou.
- Pois então? Ainda temos 2 anos, e para nós isso é “todo o tempo do mundo”...
Ele piscou para Sarah, que continuava não entendendo. Ela fixou seus olhos nos dele, brava, e então percebeu. Em pensamento, ele dizia:
“Só você ainda não sabe, eles também são bruxos!”
Boquiaberta, Sarah olhava dele para as crianças. Não podia acreditar nisso. Olhou também para Ana, que se desculpou, dizendo:
- Eu viajei antes de você, porque Snape já estava desconfiado, pelos comentários que ouvira sobre as crianças, no dia em que as conheceu. E realmente, eles são bruxos, já estavam sob a observação das autoridades mágicas brasileiras, com a vaga garantida para a escola de magia de lá, que fica na Amazônia, o Centro de Excelência em Educação e Pesquisas Mágicas do Rio Negro. Minha sobrinha teria ido pra lá, se não conseguíssemos a vaga em Hogwarts.
- Desculpem, crianças – Snape voltou a falar, e sorria gentilmente para os dois irmãos – Sei que nem vocês sabiam que as coisas diferentes que fazem não é porque são... hiperativos, como disseram a vocês, mas porque são bruxos. Sarah, sua nova mãe, também não sabia disso.
Sarah não sabia o que dizer. Só olhava para ele, tentando assimilar mais aquela novidade.
- Então, agora que vocês também já sabem, verão que não são diferentes de ninguém aqui. E que aprenderão tudo que precisam, a seu tempo. Por hora, nada de tentar fazerem feitiços, entenderam? Como todas as crianças de família bruxa, não irão a escolas de trouxa. Aqui, temos nossa própria escola de ensino fundamental e, quando chegar a hora, irão para Hogwarts. Mas, por enquanto, só o que vamos aprender é...
Ele parou e olhou para Sarah. Então completou:
- Falta Alan, que é meu filho adotivo, como vocês o são de Sarah, para completar a Família Snape, propriamente dita. Ele está em Hogwarts, no 2º ano. Mas vocês são igualmente bem-vindos a esta outra família, que somos todos nós do Lar Elizabeth...
Enquanto Molly enxugava disfarçadamente as lágrimas no avental, e Sarah nem se preocupava em esconder as suas, os garotos faziam uma saraivada de palmas e gritos e vivas, mas um gesto de Snape – ele ainda tinha aquele famoso dom de fazer uma turma se calar instantaneamente – todos se aquietaram.
- Vocês só não podem... – ele pareceu pesar bem as palavras, ficando com expressão quase assustadora – fazer como o Alan que teima me chamar de “pai”, ou então... me chamar de tio Morcegão, que lhes coloco uma semana inteira de castigo, caso aconteça. Estamos entendidos?
- Sim, senhor! – Aline murmurou, balançando a cabeça freneticamente.
- Sim, tio Sev – Leonardo exclamou, por sua vez, batendo a mão na fronte como quem presta uma continência.
Todos caíram na gargalhada com seu gesto, embora Snape tentasse manter-se sério. Quando olhou para Ana, viu que seria difícil manter segredo de seu novo título tão peculiar... e inacreditável para quem conhecesse o “velho” Snape. Mas, por fim, fitando a irmã que abraçava os filhos, emocionada e feliz, concluiu que aquela cena era muito mais preciosa para ele que sua tão proclamada “fama de mau”.
No outro canto do salão, mais alguém sorria: um velho de cabelos e barbas brancas, olhos azuis e oclinhos meia lua. Tinha a expressão de quem finalmente completara uma missão importante e já podia descansar. Descansar em paz, finalmente. Sem se preocupar com nenhuma daquelas crianças, as pequenas e as “grandes”...
Pelas barbas de Merlim, , que descansar que nada! Já estava era de malas mais do que prontas para sua próxima e emocionante jornada!
E então, sua imagem se desvaneceu numa névoa de prata, que apenas um dos presentes notou... e sorriu, em uma despedida silenciosa.
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hei! mas não acabou não! hihi... não teve jeito.
depois eu volto com "O paciente Inglês =- Parte II"
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