Mapa?!



Capítulo 28 – Mapa?!

Harry abriu os olhos lentamente. Sua mente parecia não querer trabalhar, pois demorou a absorver as coisas ao seu redor. Sua cabeça latejava fortemente pela pancada que levou ao cair no chão. Olhando ao redor viu a estátua quebrada de Merlim a um lado e do lado oposto do salão estavam seus amigos. Todos se esforçavam para conjurar uma grossa parede de gelo para mantê-los afastados dos Comensais. Harry tentou se levantar, mas foi impedido por uma mão. Harry levantou os olhos e viu Hermione ao seu lado.
-Fique parado, Harry. ELE ACORDOU. – disse Hermione em voz muito alta para os outros. Rony virou a cabeça na direção de Harry, para confirmar e sorriu, voltando ao trabalho.
Guilherme, ao ouvir o grito de Hermione, disse:
-Segurem as pontas aqui. Vou ver como ele está. – e depois correu até onde Harry estava. – Hermione, me substitua lá, por favor.
-Claro. – e depois de dizer isso, puxou a varinha e correu para o local da parede de gelo onde Guilherme estivera.
-Você está bem, Harry? – perguntou ele.
-Estou... mas... o que houve? – perguntou Harry, ainda desnorteado.
-Você desmaiou quando bateu a cabeça no chão. Ficamos preocupados. Beba isso. – disse Guilherme tirando um vidro pequeno de dentro de um estojo de madeira.
-O que é? – perguntou abrindo o vidrinho e olhando a substancia vermelho-escura.
-Beba e eu te digo. – disse Guilherme sorrindo.
Harry a contragosto bebeu. O sabor era levemente salgado, mas Harry percebeu que suas energias voltaram multiplicadas em muitas vezes.
-O que é? – tornou a dizer enquanto se levantava. Guilherme fez uma careta e sorriu antes de dizer:
-Sangue de Rês-Ma.
-Sangue... Argh – disse Harry fazendo uma careta de nojo embora se sentisse agradecido por Guilherme ter lhe dado aquilo.
-É, eu sei. Dumbledore me deu para uma emergência. É muito raro.
-Bem... de qualquer forma... obrigado.
-Por nada. Nós é que agradecemos por ter o apanhador da Grifinória aqui conosco, do contrário, teríamos perdido aquilo. – disse Guilherme apontando para a placa de pedra que Harry pegara no ar e que agora estava encostada na parede. – Sem aquilo ali, Harry, estaríamos perdidos.
Harry se sentiu meio encabulado, mas feliz por ter pegado a placa.
Uma súbita ventania apagou algumas das "tochas" que ainda estavam acesas pelo altar. Harry não entendeu o porquê, mas ao sentir o vento, Guilherme sorriu triunfantemente e falou com os outros:
-Gina, Rony venham aqui comigo. Susy, Hermione continuem com a barreira.
-Certo. – disseram as duas moças em uníssono.
-O que foi? – perguntou Gina quando ela e Rony se aproximaram.
-Vento. – disse Guilherme simplesmente. Vasculhou os bolsos e tirou um isqueiro de prata com a gravação "S&G" na borda. Acendeu o isqueiro e começou a caminhar lentamente com o isqueiro quase encostando na parede, por vezes parando e olhando fixamente a chama. Em determinado momento ele disse: - É aqui. Quebrem aqui. – apontou ele batendo em determinado ponto da parede.
-Quebrar? – perguntou Rony. – Por quê?
-Porque há um túnel atrás. Esta saindo vento dessa parede.
-Como assim?
-Usei a chama do isqueiro para ver se havia alguma brisa saindo de algum lugar, e a chama oscilou nessa parte de parede. Acredite, há um túnel atrás, eu sei.
-Tem certeza? – perguntou Gina, puxando a própria Espada e lançando um feitiço na lâmina.
-Absoluta!
-OK. – disse ela novamente. – Vamos começar então. – e começou a bater a Espada na parede. Seus movimentos eram firmes e certeiros, o que impressionou Harry. Rony logo estava atacando a parede também. Não demorou muito e grandes e profundas rachaduras apareceram na pedra da parede.
Guilherme pegou a placa de pedra e a colocou em uma bolsa de couro recém-conjurada, para depois entregá-la a Harry.
Naquele momento um som alto alarmou Guilherme. A parede de gelo: estava rachando.
Provavelmente os ataques dos Comensais do outro lado estavam surtindo efeito. Guilherme pegou uma bola de vidro do tamanho de uma bolinha-de-gude que parecia cheia de um liquido azul-água. Deu um toque de varinha e jogou por um minúsculo buraco na rachadura da parede de gelo e depois apontou a varinha para a parede e disse em voz muito alta:
-Gelium. – o que fez com que a parede se fortificasse novamente.
Ouviu-se um grande ruído de destruição e a parede que Gina e Rony atacavam, ruiu.
Guilherme sorrindo puxou a varinha e entrou pelo túnel escuro que havia acabado de ser aberto por Rony e Gina. Pediu para que todos ficassem ali enquanto ele investigava o túnel.
Os segundos se passaram lentamente, tempo esse em que Harry passou a ajudar com a parede de gelo. Gina e Rony estavam sentados ao lado do buraco na parede, suando. Logo que Guilherme voltou, ele disse:
-Atenção pessoal. Todos venham aqui para esse túnel. Rápido.
Hermione e Susan se afastaram velozmente da parede de gelo, entrando imediatamente para dentro do túnel meio escuro. Algumas tochas estavam acesas às paredes, iluminando uns 3 metros à frente de todos. Assim que todos entraram no túnel, Guilherme pegou outra bolinha de vidro azul-água e jogou para cima. A bolinha de vidro explodiu e vários litros de água voaram para todos os lados. Guilherme apontou a varinha para o chão inundado e murmurou "Eletriz", fazendo com que um luminoso choque azul se espalhasse pelo chão molhado. Ouviram-se alguns gritos do outro lado da parede de gelo.
Guilherme se virou satisfeito para os outros:
-Vamos. – disse recomeçando a caminhar. – Pisem apenas onde eu pisar. Acho que tem armadilhas por aqui também.
-Certo. – disseram os outros em uníssono.
Começaram a caminhar lentamente pelo túnel escuro. À medida que iam caminhando, as tochas à frente deles se acendiam e as tochas às costas se apagavam. Caminharam por vários segundos em silêncio total, até que Gina disse:
-Até agora nenhuma armadilha...
-É por que quando eu vim aqui minutos atrás, eu desativei as primeiras. – chegaram ao lado de uma luz flutuante e brilhante. – Daqui em diante eu não desativei nada, por isso, cuidado. Fiquem em guarda.
Caminharam mais alguns metros e às vezes Guilherme avisava coisas como "Não pisem aqui" ou "Cuidado agora, se tocarem nessa linha aqui, uma armadilha será ativada" até que Rony pisou em uma pedra solta no chão. Guilherme imediatamente fez um movimento para que todos parassem de andar. Todos ouviram um estalo alto e seco que ecoou pelo túnel. O túnel começou a tremer e pequenas pedrinhas se soltaram do teto. Guilherme olhou em pânico para todos e berrou:
-CORRAM!
Todos começaram a correr desabaladamente pelo túnel, com o teto de pedra desmoronando atrás deles. Correram por muitos metros, o suficiente para que Harry sentisse suas pernas protestando contra o esforço de correr tanto.
Somente quando o teto finalmente parou de desmoronar, puderam parar de correr.
-Estão todos bem? – perguntou Guilherme passando a mão na testa para limpar o suor que começava a escorrer.
Todos concordaram com a cabeça, mas Hermione foi a primeira a falar:
-Estamos bem, mas não vamos ficar...
-Porque diz isso, Hermione? – perguntou Susan. Hermione não falou nada apenas apontou para frente. Todos olharam para onde ela apontava. As tochas acesas iluminavam todos eles e todo o corredor restante. Todos estavam agrupados a 2 metros da pilha de pedras desmoronadas e a 3 metros da outra parede, que seria o fim do túnel. Não havia nada ali, apenas paredes lisas de pedra escura.
-O que? Isso é imp... – começou Guilherme. – Não tem saída? É ridículo... Para que fariam um túnel sem saída?
Ele caminhou até a parede à frente de todos. Passou as mãos pela pedra lisa das três paredes intactas. Todos os outros observavam em silêncio. Estavam presos.

***

-E então? – perguntou Rony impaciente.
-Eu não sei o que podemos fazer... – começou Guilherme olhando em volta. Parou de falar, quando olhou para cima, para depois sorrir triunfantemente. – Achei a saída.
Todos olharam para cima. A luz das tochas não iluminava o teto direito, por isso Harry demorou a distinguir uma porta circular da pedra lisa e escura do teto. Guilherme pegou algumas pedras do teto desmoronado e começou a empilhar bem abaixo da porta. Subiu sobre as pedras e começou a forçar a porta. Desceu bufando.
-Vai você, Harry. – falou ele a Harry, que olhou surpreso para o rosto do rapaz. A cicatriz branco-pérola em sua bochecha direita brilhou à luz das tochas. Incerto, Harry subiu nas pedras e colocou as mãos na porta de pedra circular. Empurrou para cima e um estalo alto ecoou pelo espaço fechado. Uma nuvem fria e densamente branca entrou no cubículo em que estavam. Guilherme puxou Harry e tomou seu lugar removendo a porta de pedra para fora.
-Fiquem aqui até eu voltar. – disse o rapaz, para depois se içar para fora do túnel.
Harry, Rony, Hermione, Gina e Susan ficaram em silêncio, esperando o rapaz voltar. Logo a cabeça dele apareceu novamente no buraco do teto, que seria a porta. Estendeu a mão e puxou Hermione. Logo todos haviam sido içados para fora do túnel e a porta foi novamente lacrada.
Harry sentiu que estava tremendo de frio. Estavam em uma caverna, mas isso não impedia que a baixa temperatura os atingisse.
-Gina, Rony, Susan... vocês podem ir à floresta procurar lenha? Para fazermos uma fogueira... – pediu Guilherme.
-Claro. Voltamos logo.
-Certo. – disse ele. Puxou o comunicador da Ordem e o abriu. – Remo Lupin.
Logo o rosto de Lupin apareceu no comunicador.
-O que houve? Vocês estão bem? – perguntou ele.
-Estamos sim, Lupin. Já saímos do Templo. Estamos seguros. Podem ir.
-OK. Não demore.
-Certo. – concordou Guilherme desligando.
Minutos depois Rony, Gina e Susan chegaram à caverna trazendo vários galhos secos. Hermione o amontoou no chão da caverna tremendo de frio e conjurou um feitiço de fogo.
-O que vamos fazer agora? – perguntou Gina, sentada perto do fogo.
-Vamos embora. Vou conjurar uma chave de portal daqui a pouco. – disse Guilherme olhando para o relógio.
-Porque só daqui a pouco? Porque não agora? – perguntou Rony, fazendo Hermione e Gina revirarem os olhos e Guilherme bufar de impaciência.
-Porque um poderoso feitiço protege esse Templo e as redondezas dele. A Ordem consegue desfazer esse feitiço por alguns minutos... e eu estou esperando a hora certa em que a Ordem irá desfazer, do contrário não adiantará termos uma Chave de Portal.
-Ah... certo.
Longos minutos se passaram em que ninguém disse nada. Todos apenas ficaram sentados ao redor da fogueira, exceto Guilherme. Ele se sentara à saída da caverna e olhava o relógio ininterruptamente. Quando chegou certo horário, ele se levantou, puxou a varinha e tirou a camisa. Apontou a varinha para a camisa e disse:
-Portus.
Todos tiveram a impressão de que a camisa fora impregnada com uma luz azulada. De cada fio ou fibra do tecido, um feixe de luz saía, banhando a caverna em luz azul por breves segundos. Guilherme estendeu o pano e todos pegaram uma parte:
-Todos prontos? – perguntou ele, no que todos confirmaram. – Ótimo. Vamos lá. 1... 2... e 3. – assim que ele terminou de falar a conhecida sensação de ter um gancho no umbigo tomou conta de todos.

***

Assim que Harry descobriu ter um chão firme sob seus pés, sentiu seus joelhos fraquejarem. Caiu no chão no mesmo instante em que esbarrava em alguém ao seu lado, e consequentemente acabou levando a pessoa juntamente para o chão. Sentiu uma dor aguda nas costelas ao sentir o peso adicional sobre o próprio corpo e depois um arrepio na espinha ao ver que Hermione estava deitada sobre ele no chão. Harry instintivamente, colocou as mãos na cintura da garota ao caírem e ela colocou as mãos em seu peito. Ambos fizeram uma careta ao cair no chão, para depois se olharem e sorrirem encabulados.
Harry se sentia ligeiramente hesitante em se levantar naquele instante. O corpo de Hermione estava colado ao seu e ele podia sentir o calor que emanava do corpo da garota, podia sentir o perfume exalado por seus cabelos e podia sentir que ela estava tremendo ligeiramente. Encarou a garota nos olhos e se sentiu tentado a beijá-la. Os olhos dela tinham algo que o atraia. Pensava seriamente em ficar longas horas naquela posição com ela quando um pigarro o tirou de seu devaneio. Hermione também piscou, ligeiramente desnorteada e corou olhando ao redor.
Harry se sentou no chão assim que Hermione saiu de cima do garoto. Ele sentia que seu rosto estava quente e concluiu que devia estar mais corado do que nunca. Olhou para os amigos e viu Rony e Gina abafando risinhos, Susan conversando com uma Hermione muito sem jeito e Guilherme o observando com um meio sorriso.
-Você está bem, Harry? – perguntou Guilherme estendendo a mão para ele.
-Estou bem. – disse Harry corando mais ainda ao aceitar a mão do colega.
Harry se levantou e olhou em volta, reconhecendo o lugar imediatamente. Estavam na estação de King Cross, de onde o Expresso de Hogwarts partia todos os anos.
-O que estamos fazendo aqui? – perguntou Harry observando a estação escura e vazia.
-Era o que eu ia perguntar antes de você e Hermione ficarem se amassando no chão. – disse Rony fazendo tanto Harry quanto Hermione corarem fortemente. Harry fez uma anotação mental de lançar um feitiço no amigo assim que chegassem em seus quartos na Ordem.
-Bem, eu trouxe-nos para o lugar bruxo mais próximo da Sede. Iremos a pé a partir de agora. Vamos. – disse Guilherme começando a caminhar em direção à saída da estação.
Saíram da estação de King Cross envolvidos em um pesado silêncio. Guilherme caminhava à frente, conduzindo-os. Harry que caminhava uns poucos passos atrás dele, pôde observar que ele estava aliviado e calmo por voltar com todos em segurança para a Sede. Harry também observou que apesar de sua aparente calma, Guilherme segurava a varinha dentro do bolso da capa e olhava rapidamente para todos os lados.
Harry cansado do silêncio que o sufocava, deu um passo à frente, se aproximando de Guilherme. Este o olhou pelo canto do olho para depois continuar varrendo a rua vazia ao seu redor, com o olhar.
-O que foi Harry? – perguntou ele calmamente enquanto vasculhava com o olhar a pequena praça pela qual acabavam de passar.
-Hum... – começou Harry sem saber como perguntar. Apontou para a placa de pedra grossa que estava carregando numa bolsa de couro e perguntou: – O que você acha que é isso?
Guilherme lançou um olhar reprovador ao colega por lhe fazer àquela pergunta naquela hora e naquele lugar. Parou de andar e se virou para o rapaz curioso. Os outros garotos que caminhavam alguns passos atrás também pararam, exceto Susan que caminhou até Guilherme e colocando a mão no seu braço, murmurou-lhe algo no ouvido. O garoto hesitou por um instante e depois concordou com a cabeça. Bufou de aparente impaciência e depois disse:
-Odeio que você me conheça tão bem, Susy. – murmurou para a namorada. E depois se virou para Harry: - Sinceramente, Harry. Não acho que seja nem a hora e nem o lugar para falarmos sobre isso. Não faço a menor idéia do que é essa placa, embora se eu tivesse que arriscar, diria que é um mapa.
-Mapa?! – perguntou Rony descrente, expressando em palavras o que Harry queria dizer.
-Exato. Um mapa como àquele que nos levou até esse Templo. Mas como eu já disse, agora não é a hora e esse não é o lugar pra essa conversa. Vamos andando. – depois de dizer essas palavras ele recomeçou a andar.
Os garotos seguiram Guilherme alguns passos atrás para poderem conversar. Susan sussurrou aos outros de modo que apenas Guilherme não ouvisse:
-Não liguem para ele. – disse ela apontando para o namorado mais à frente. – Ele está nervoso porque as coisas não saíram como ele esperava no Templo. Quando as coisas não saem como ele espera, ele se irrita. E quando ele se irrita, ele desconta sua raiva, impaciência e frustração em quase todos à sua volta.
-O que ele esperava que acontecesse no Templo, que não aconteceu? – perguntou Gina, também sussurrando.
-Eu não sei... – começou Susan pensando na pergunta da garota. – Talvez ele esperasse encontrar Excalibur...
-ESTUPEFAÇA. – berrou Guilherme a plenos pulmões apontando a varinha para o bosque à direita de todos. O raio vermelho se embrenhou no bosque, sumindo de vista. Guilherme se virou para os outros e disse: - Defesa Circular. Susan venha comigo. Use animagia. – e depois se transformou em um Lobo e correu bosque adentro.
-Façam o que ele disse: Defesa Circular. – disse Susan se transformando em uma linda Pantera Negra, que rugiu e correu velozmente para dentro do bosque.
Os minutos se passaram lentamente. Harry, Rony, Gina e Hermione estavam de costas uns para os outros, conjurando o Feitiço Escudo. A rua em que estavam estava vazia e um vento morno brincava levemente com os cabelos de todos. Harry ouviu o farfalhar de um arbusto próximo e de dentro dele saíram Guilherme e Susan em suas formas originais.
-Perdemos ele de vista. Quem quer que fosse, conseguiu fugir. Vamos rápido à Ordem. – disse ele por fim, começando a correr, no que foi seguido pelos outros.
Em poucos minutos eles chegavam ao Largo Grimmald, onde se localizava a Sede da Ordem.
Assim que se sentaram na cozinha, a Sra. Weasley serviu uma enorme jarra de suco de abóbora gelado à todos. Eles estavam suados e ofegantes pela corrida.
-Bem, Harry... Posso dar uma olhada nessa placa agora? – disse Guilherme rejeitando o suco de abóbora, do qual nunca gostara.
-Claro. – disse Harry tirando a placa de pedra da bolsa e lhe entregando por cima da mesa.
-Hum... deixe-me ver. – começou o garoto moreno alisando a face fria cheia de gravações da placa de pedra. – Se não me engano, isso é latim arcaico. Como o latim é uma língua morta, não sofreu muitas modificações desde essa época. – disse Guilherme à todos inclusive Molly Weasley que ouvia a conversa atentamente. Se virando para Susan perguntou: - Como está o seu latim?
-Tão bom quanto o meu grego, o qual eu não falo... – disse a garota fazendo todos rirem. – Brincadeira... mas que meu latim é péssimo, isso é. E o seu, como está? – perguntou ela ao namorado.
-Dá pro gasto. – disse o garoto simplesmente.
-Onde vocês aprenderam a falar latim? – perguntou Gina.
-Na nossa última escola. – respondeu Susan enquanto Guilherme estudava as gravações na pedra. – Na escola onde Guilherme e eu nos conhecemos, tínhamos aulas de latim, mas eu sempre fui uma negação nessa matéria.
-Ah ta...
-Você pode traduzir? – perguntou Rony curioso.
-Eu não posso... –disse Susan olhando para Guilherme pelo canto dos olhos. - ...mas o Guilherme pode.
-Hum... isso não está tão claro. Parece um poema. A tradução seria algo como:

"Para a Espada Sagrada você encontrar
Os Quatros Elementos deve enfrentar.
Os antigos poderes estão concentrados
E os puros de coração serão poupados!"


-Isso é...
-A primeira estrofe do poema. – concordou Guilherme à pergunta incompleta de Hermione.
-A Espada Sagrada é uma referência óbvia à Excalibur. – disse Hermione sabiamente.
-Concordo, mas o que será os Quatro Elementos?
-Antigamente, na época da alquimia, os bruxos acreditavam que os poderes da natureza derivavam de quatro elementos mágicos: Água, Terra, Ar e Fogo. Esses seriam os Quatro Elementos. – tornou a dizer Hermione.
-Você deve ter razão, Mione. – disse Gina pensando. – Guilherme... o que mais diz aí?
-Hum... deixe-me ver. Não sei qual seria a tradução perfeita, mas... seria algo mais ou menos assim:

"Deve enfrentar vários desafios
Atravessar vales e rios
Passar por animais e armadilhas perigosas
Até chegar às criaturas chorosas"


-Certo... foi o próprio Merlim que escreveu esse poema? – perguntou Rony.
-Acho que sim, mas o que podemos descobrir através desse poema?
-Que Merlim não era um bom poeta? – arriscou Susan fazendo todos rirem.
-Que esse poema é péssimo? – tentou Harry, incerto, causando mais risadas.
-Que as rimas são horríveis? – opinou Hermione, provocando mais risos.
-Não... – começou Guilherme sorrindo. – O que podemos descobrir de útil desse poema, que possa nos levar até Excalibur?
-Hum... sei lá. – murmurou Rony.
-Bom, o poema fala de criaturas chorosas... o que são exatamente?
-Existem várias criaturas que podem ser consideradas chorosas em várias partes do mundo. – começou Hermione, pensativa. – Talvez eu possa achar criaturas chorosas que estejam perto de...
-...vales e rios! – completou Guilherme, seguindo o raciocínio da garota.
-É uma excelente idéia, Hermione. – disse uma voz vindo da porta da cozinha. Todos se viraram e puderam ver Lupin, Tonks e Moody parados, sorridentes ouvindo a conversa.
-Vocês estão bem? – perguntou Guilherme se levantando.
-Estamos ótimos. – respondeu Lupin entrando na cozinha e se sentando. – Apenas alguns hematomas. E vocês? Alguém se machucou no Templo?
-Não, estamos todos bem.
-Ótimo. Agora, porque você não vai até a biblioteca pegar o globo, Gina?
-OK – respondeu a garota sumindo rapidamente escada acima. Minutos depois ela voltou trazendo um grande globo azul preso a um pedestal. Assim que Gina colocou o pedestal sobre a mesa, a placa de pedra flutuou em direção ao globo e um raio de luz disparou, marcando à fogo um pequeno circulo em determinado ponto da costa do continente europeu.
-É... pelo jeito essas expedições em busca da Excalibur estão apenas começando. – disse um sorridente Lupin.

***

-Sinceramente eu não sei o porquê de uma segunda tradução... – dizia Guilherme enquanto caminhavam para o campo de Quadribol para a partida contra a Corvinal. – Deve ser por causa do meu latim estar meio enferrujado. Lupin me disse que ele e Dumbledore vão traduzir a placa de pedra novamente.
-E o que tem demais nisso? – perguntou Gina, carregando sua vassoura nova.
-Nada. Até é uma coisa boa, pois eles podem ver uma tradução diferente que ligue a charada àquele lugar perto da costa.
Finalmente chegaram aos vestiários. Guilherme estava acompanhado de Susan, Gina e Hermione. Harry estava comentando com os outros jogadores sobre o céu estar escuro e uma possível chuva durante a partida.
-Pronto capitão. Suas duas artilheiras estão entregues. – disse Guilherme batendo continência.
Todos sorriram diante da piada, até mesmo Harry, que deu um sorriso de nervosismo. Guilherme se aproximou da namorada e sussurrou-lhe algo no ouvido, fazendo-a corar e lhe dar um tapa no ombro. No mesmo momento Hermione se aproximou de Harry:
-Boa sorte, Harry. E pra você também, Rony. Façam um bom jogo. – e depois de dizer essas palavras, a garota deu um beijo na bochecha de cada um. Harry teve a ligeira impressão de que Hermione deu um beijo mais demorado nele próprio e que se afastou corada. Guilherme vendo que Hermione estava de saída do vestiário, deu um selinho apressado na namorada, desejou boa sorte a todos e depois saiu do vestiário com a amiga. Harry sentia a conhecida sensação de ter borboletas no estômago. Se sentia nervoso como nunca antes se sentira. Descobriria em alguns minutos se o time que escalara era bom o suficiente. Era seu primeiro jogo como capitão do time, o que diria à Minerva se perdessem? E aos seus colegas da casa?
Se levantou do banco em que estava sentado, olhando para o relógio. Estava na hora. Se lembrava nitidamente que Olívio Wood sempre fazia um discurso antes dos jogos, mas não sabia como fazê-lo com aquele enorme nó em sua garganta. Limitou-se a murmurar um "Vamos" para os companheiros.
Entraram no campo sob uma onda de aplausos e assovios. Harry guiou todos até o meio do campo, onde Madame Hooch o esperava. Harry apertou sua Firebolt o mais firmemente que pôde e olhou para as arquibancadas. Grande parte da torcida estava bradando pela Grifinória. O ânimo de Harry foi às alturas. Pôde ver Guilherme, Neville, Hermione e Hagrid sentados nas arquibancadas acenando bandeiras com enormes Leões. Seu estômago revirou, trazendo-o de volta ao campo. À sua frente vinha chegando o time da Corvinal, e à frente dele a nova Capitã: Cho Chang.
Harry ficou estático, pois sequer se lembrava que a garota jogaria. A garota chinesa olhava para Harry firmemente, encarando-o diretamente nos olhos.
-Capitães, apertem as mãos. – ordenou Madame Hooch com seus olhos amarelados. – Quero ver um jogo limpo, entenderam? – perguntou ela enquanto Harry segurava a mão da menina.
No segundo seguinte um estridente apito soou pelo campo, anunciando o início da partida. Harry subiu velozmente, para obter uma visão panorâmica do campo, possibilitando que visse o pomo com mais facilidade. Sentiu que Cho estava logo atrás dele.
Enquanto observava o campo à procura do pomo, Harry mantinha seus ouvidos atentos aos comentários do locutor, que ele não sabia quem era.
-E O PLACAR JÁ ESTÁ VINTE A ZERO PARA A GRIFINÓRIA. PELO JEITO AS DUAS NOVAS ARTILHEIRAS ESTÃO DANDO CONTA DO RECADO. UMA EXCELENTE ESCOLHA DO NOVO CAPITÃO DO TIME, HARRY POTTER.
Só então Harry reconheceu a voz: Lino Jordan. Harry supôs que o rapaz houvesse sido convidado para ser locutor dos jogos.
-EI, NÃO SE OFENDA KATIE. VOCÊ TAMBÉM É UMA EXCELENTE ARTILHEIRA. O QUE? É CLARO QUE NÃO. NÃO ESTOU DANDO EM CIMA DE VOCÊ... É CLARO QUE ESTOU PRESTANDO ATENÇÃO NO JOGO, PROFESSORA...
Harry após ouvir essas palavras, se permitiu um sorriso ao olhar pra baixo. Minerva estava ao lado de rapaz de cabelos rastafari, brigando com ele, pois ele fizera Katie perder a goles.
-E LÁ VAI DAVES. DAVES PASSA A GOLES PRA CORNER QUE PASSA PARA BURKS, MAS QUE PENA... A GOLES NÃO CHEGOU EM BURKS A JOVEM GINA WEASLEY INTERCEPTOU O PASSE E AGORA... O QUE É ISSO? EU NÃO ACREDITO... É O "V VOADOR"? SIM, SIM, SIM... ERA MESMO O "V VOADOR"... E PARA AQUELES NÃO INTERADOS AO QUADRIBOL AÍ VAI: O "V VOADOR" É UMA JOGADA QUE A SELEÇÃO DE QUADRIBOL DA ALEMANHA DESENVOLVEU... É EXTREMAMENTE EFICAZ COMO ACABAMOS DE PERCEBER... TRINTA A ZERO PARA A GRIFINÓRIA...
Harry ainda sobrevoava o campo, sem sinal do pomo, mas feliz por descobrir que as artilheiras grifinórias estavam dando um banho no time corvinal. Mal esse pensamento lhe ocorreu e Harry viu Cho disparar para baixo em direção às balizas da Corvinal e então, em uma fração de segundo Harry foi atrás, entendendo que ela deveria ter visto o pomo. Harry não demorou muito para alcançar a garota, visto que sua Firebolt era com certeza a vassoura mais rápida em campo. Assim que estavam voando lado a lado, Harry percebeu a manobra: não havia pomo algum, apenas um balaço, vindo em grande velocidade na sua direção.

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N/A: Bom pessoal... Aí está o novo cap... Espero q a fic esteja legalzinha... Tomara q gostem da cena do Quadribol desse e do proximo cap, foi o primeiro jogo q eu escrevi...
Só vou avisar q estou mto atarefado com a escola, mas vou tentar continuar postando na msm frequencia de agora... Comentem!!!

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