Rapto



Capítulo 25 – Rapto

-Você? – Hermione arregalou os olhos ao terminar a pergunta. – Isso é impossível Harry... Você provavelmente nem vai nessa exploração. Dumbledore não permitiria uma coisa dessas e...
-Espere Hermione... – Disse Guilherme olhando fixamente para Harry, sem desviar o olhar um segundo. – Harry, como foi esse sonho que você teve?
-Foi confuso... eu... eu me vi com várias pessoas em uma clareira e vários Comensais saíram das árvores... foi muito estranho por que eu não era eu...
Uma feição de entendimento perpassou pelo rosto de Guilherme, mas essa feição desapareceu tão rápido que deixou a impressão de ser uma ilusão. Harry observou a expressão impassível no rosto do colega sem, no entanto, dizer nada. Harry sabia que Guilherme estava escondendo alguma coisa, ele sempre escondia. Então, repentinamente uma idéia ousada passou pela mente de Harry: Legilimência. Harry sabia que Guilherme era bom em Oclumência, mas talvez se fosse pego desprevenido, deixasse Harry penetrar fundo o suficiente em sua mente. Harry sabia que seria arriscado, visto que Guilherme era um oclumente a muito mais tempo do que Harry era um legilimente, mas não resistiu à tentação de descobrir o que aquela estranha expressão de entendimento que durou menos de um segundo queria dizer.

Flashback
-Bem Harry... As férias de Natal começam esta semana, não entendo o motivo de querer começar tão rápido com a Legilimência. – disse Dumbledore, parecendo satisfeito pelo garoto estar ali.
-Ultimamente venho sentindo que o momento crucial dessa Guerra está se aproximando, professor. – disse Harry, formalmente. – Sinto que a batalha entre Voldemort e eu está cada vez mais próxima e se a Legilimência puder me ajudar a vencer, quero começá-la o mais brevemente possível.
-Entendo Harry, entendo. – Dumbledore se levantou e apanhou a varinha no bolso interno das vestes. – Então vamos começar. O princípio básico da Legilimência é a surpresa. Pegando o seu oponente de surpresa com a Legilimência você pode "observar" suas táticas, planos e idéias de combate, os feitiços que ele conhece e pode usar em você e até mesmo suas Contra-Azarações.
-Mas como eu posso pegar o meu oponente de surpresa se eu disser em voz alta o feitiço?
-Com o tempo, você poderá usar a Legilimência como um Feitiço Não-Verbal, ou seja, sem necessidade de falar o feitiço em voz alta. Continuando, a Legilimência é uma arte especialmente difícil de aprender Harry, mas quando se pega o jeito fica mais fácil que um Feitiço de Levitação. A concentração é essencial nessa técnica, por isso se não estiver concentrado é melhor não usar a Legilimência. O uso inadequado da Legilimência em outra pessoa pode acarretar problemas sérios como ligação mental, junção de personalidade e até mesmo o coma mágico em ambos os bruxos. A iniciação na Legilimência é simples. Um feitiço. Aprenda a fórmula mágica, Harry e repita comigo: Legilimens.
-Legilimens.
-Novamente.
-Legilimens.
-De novo.
-Legilimens.
-Excelente. Pegue sua varinha Harry. – pediu Dumbledore apanhando a sua, deixada sobre a mesa. – Agora a parte difícil da Legilimência, a concentração. Concentre-se apenas em mim e em você, Harry. Nada mais importa, nada mais existe, apenas eu e você. Concentre-se na minha pessoa. Você consegue me ver em sua mente?
Harry fechou os olhos, sentindo-se meio ridículo por estar de pé no meio do escritório de Dumbledore com os olhos fechados. Se viu em um espaço vazio, em branco e lá havia apenas ele. Tentou imaginar a imagem de Dumbledore e um Dumbledore sorridente apareceu à frente do Harry naquele imenso espaço em branco. Foi uma das coisas mais estranhas que Harry sentiu em toda a sua vida. Ele via a si mesmo e à Dumbledore no meio de um infinito espaço branco, completamente vazio.
-Você consegue me ver em sua mente, Harry? – tornou a perguntar Dumbledore.
-Consigo. – disse Harry calmo, aquela imagem estranha em sua mente, por algum motivo lhe acalmava, lhe dava um estranho e reconfortante sentimento de paz.
-Ótimo. Quando estiver pronto, lance o feitiço sobre mim. Não esqueça da concentração. Concentre-se o máximo possível e apenas depois lance o feitiço. Não tenha pressa.
Harry respirou profundamente, ainda de olhos fechados. Podia sentir Dumbledore o olhando do outro lado de sua escrivaninha e ao mesmo tempo via um Dumbledore o olhando naquele infinito vazio. Concentrou-se apenas em Dumbledore e olhando nos olhos de sua imagem, sentiu que poderia mergulhar neles e assim que essa sensação passou pela sua mente Harry sentiu que devia lançar o feitiço. Apertou a varinha com força na mão e disse em voz alta: – Legilimens.
No mesmo instante a imagem em sua cabeça mudou. Ele viu a si mesmo lançando o feitiço na imagem de Dumbledore, mas uma parede reluzente de luz bloqueou seu feitiço, lançando tanto a imagem quanto o verdadeiro Harry para trás. Harry sentiu suas costas batendo na parede da Sala de Dumbledore e abriu os olhos. Viu Dumbledore abaixado ao seu lado.
-O que houve? – perguntou meio desnorteado pela pancada.
-Você está bem? – perguntou Dumbledore no que Harry confirmou se levantando. – Eu usei Oclumência e bloqueei a sua Legilimência. Agora venha, vamos tentar de novo.
-Certo. – disse Harry.
-Do início. Você acertou. É exatamente daquele jeito, você esperou o momento certo, se concentrou e lançou o feitiço corretamente. Foi perfeito, mas eu te bloqueei, e isso não vai acontecer agora. Deixarei você se aprofundar um pouco em minha mente. Pronto?
-Sim. – Harry fechou os olhos e respirou profundamente. Começou o procedimento desde o início. Aconteceu tudo idêntico à vez anterior, viu a imagem de Dumbledore parada à frente da própria imagem em um espaço vazio, em branco.
-Quando você quiser, Harry.
Harry sentiu sua concentração atingir o ápice, quando olhou nos olhos da imagem de Dumbledore. O azul-água o hipnotizava e o atraia, e nesse instante Harry ergueu a varinha e lançou o feitiço: - Legilimens.
No mesmo instante Harry percebeu que dera certo. Memórias que não eram suas invadiram sua mente. Viu um Dumbledore de barbas prateadas conversando com Hagrid em sua cabana; viu Dumbledore olhando seu próprio reflexo no Espelho de Ojesed; viu Dumbledore olhando para o próprio Harry da Mesa dos Professores; viu Dumbledore à frente do número 4 da Rua dos Alfeneiros colocando um bebê e uma carta na soleira da porta.
Harry piscou os olhos e deu um passo para trás. Parecia que havia corrido uma maratona inteira sem respirar e agora tentava compensar, puxando o ar em grandes sorvos.
-Minha nossa... – disse Harry sem fôlego, se sentando.
-Concordo com você, Harry. A Legilimência é uma técnica que utiliza energia abundante do Legilimente, ao contrario do bruxo ou trouxa que tem a mente "lida", que quase não perde energia. Quanto mais tempo se mantém o contato mental, mais energia é utilizada. Mas... por hoje chega, creio que você está cansado, continuaremos numa próxima oportunidade...
Fim do Flashback


-Bem vou dormir... está tarde... – disse Susan depois de algum tempo naquela conversa, consultando o relógio. – Boa noite a todos. – Foi até Guilherme e sussurrou alguma coisa em seu ouvido antes de dar um beijo em seus lábios. Ele riu.
Logo todos foram se retirando aos seus dormitórios e só restaram Harry e Guilherme, largados em poltronas na frente da lareira.
-Acho que também vou indo, Harry... Já são quase três da manhã, estou meio cansado e...
Enquanto Guilherme falava, Harry colocou a mão disfarçadamente no bolso da varinha e apontou para ele por baixo da mesa, mas naquela situação não havia escapatória, teria que dizer o feitiço em voz alta. Será que Guilherme seria suficientemente ágil a ponto de conseguir bloquear?
-... e depois sair... sabe como é...
Harry se concentrou no rapaz sentado à sua frente. Tentando imaginar aquele imenso espaço vazio, onde só existiam eles dois. Depois de alguns segundos, Harry sentiu que a imagem de Guilherme se aproximava lentamente, e logo seus olhos estavam tão próximos que Harry se sentiu atraído para dentro deles. Aquela era a hora, o momento certo.
-LEGILIMENS.
Imediatamente Harry viu uma imagem de vários membros da Ordem na cozinha da Mansão dos Black, inclusive Guilherme.
-Me tornar Harry Potter?! – disse ele.
-Ele é O Escolhido... E isso quer dizer que apenas ele pode abrir o Templo... achamos que talvez alguém como você possa abrir no lugar dele... – disse Mundongo.
-Como você disse, apenas ele pode abrir... – repetiu Guilherme
-Se você tomar a Poção Polissuco, você será ele, não é? – disse Clapham.
-Isso é absurdo. – disse Snape.

-Chega! – disse uma voz na cabeça de Harry. Harry piscou os olhos, percebeu que estava no meio da Sala Comunal, jogado no chão, a varinha em punho. Guilherme estava à sua frente, a própria varinha na mão. – O que você pensa que esta fazendo, Harry? Você sabia que a Legilimência utilizada em outro bruxo, sem permissão dele, é considerada uma técnica hostil?
-É você que vai no meu lugar não é? Você vai na exploração àquele Templo, com a minha aparência...
-Silêncio.
Harry sentiu sua voz falhar e sumir.
-Não conte isso a ninguém, Harry, ou terei que pedir a permissão de Dumbledore para apagar algumas memórias por aqui... Agora, boa noite.
E depois de dizer isso, se afastou em direção ao Retrato da Mulher Gorda e desapareceu de vista.

***

No dia seguinte, Guilherme passou a agir normalmente, fingindo que nada acontecera. Essa atitude causou um estranho mal-estar em Harry, entretanto, não tiveram tempo para conversar muito, visto que iriam para o Largo Grimmald logo cedo naquela manhã.
Nada de muito anormal aconteceu na viagem, exceto o feitiço que Guilherme lançou sobre os óculos de Harry sob a desculpa de estar consertando-o e também quando Guilherme saiu no meio da viagem para vestir sua costumeira capa de frio. Ao chegarem na Ordem, os garotos se apressaram a deixar suas malas nos quartos e descer para comer algo na cozinha, entretanto, não puderam entrar, pois uma reunião acontecia.

***

-Então já está tudo pronto? – perguntou Guilherme aos outros membros.
-Sim, já está tudo pronto. Eu, Alastor e mais alguns aurores vamos, além de você. – disse Tonks a Guilherme. – E a Poção Polissuco? Já a bebeu?
-Não, ainda não. Acho melhor bebe-la apenas na hora de sair.
-Hum... tem razão... Mas você já está pronto? Queremos sair agora...
-Ah... bem só falta beber a poção mesmo. – disse Guilherme impaciente com toda aquela conversa, mas nervoso com a missão que a seguiria.
-Certo, então beba...
-OK. – Guilherme pegou um cálice vazio sobre a mesa e despejou a poção gosmenta que trazia em uma garrafa, logo em seguida jogou o fio de cabelo negro que trazia num pequeno frasco de vidro. A poção chiou e se tornou um branco pegajoso e lamacento. – Argh... Vamos lá então. – e bebeu.
A transformação demorou alguns segundo para começar, e logo, já havia acabado. Guilherme tirou um óculos do bolso interno e colocou no rosto.
-Vamos logo então, o relógio começou a correr.
Tonks, Moody e Guilherme se juntaram sobre uma bota suja que os transportou para um lugar a muitos e muitos quilômetros da Sede da Ordem da Fênix.

***

Os joelhos de Guilherme cederam ao chegar à clareira coberta de neve. Foi ajudado por Tonks e logo já estava de pé, a varinha em punho. Os outros aurores também já estavam lá. Eram simples aurores do Ministério.
-Acho melhor irmos logo. Não estou com um bom pressentimento.
Estavam em uma clareira no meio de uma floresta de pinheiros. As copas das árvores estavam cobertas de neve dando um ar mais frio à imensidão de gelo.
-É por aqui. – disse Moody apontando. – Fiquem alertas, não sabemos o que nos espera.
Caminharam por uma trilha de terra congelada pela geada. O silêncio pesava nos ouvidos de todos, como se uma estranha atmosfera os envolvesse. Um grande estrondo ecoou pela floresta, como se uma árvore milenar houvesse sido derrubada. Passos pesados foram ouvidos e no segundo seguinte um enorme Trasgo montanhês irrompeu a clareira. Ele era careca e sua pele cinza-claro, devia ter uns três metros de altura e carregava um enorme bastão. O Trasgo piscou seus olhos idiotamente para a clareira vazia à sua frente, para depois seguir seu caminho desconhecido. Assim que o Trasgo sumiu de vista os membros da Ordem e os aurores foram saindo de seus esconderijos: Moody saiu de baixo da Capa da Invisibilidade, Tonks saiu de uma volumosa e densa moita e Guilherme pulou da copa de uma árvore para o chão.
-Vamos continuar...
Recomeçaram a caminhar pela trilha congelada até sair da floresta. À sua frente se erguia uma gigantesca montanha, coberta de neve.
-É por aqui... – disse Moody orientando-os.
Caminhavam pela orla da floresta em direção à montanha quando uma gigantesca árvores saiu voando da floresta e cruzando o caminho que percorriam. Em um segundo uma enorme criatura de uns 4,5 metros saiu da floresta olhando ameaçadoramente para todos. A criatura tinha longos pêlos e tão brancos que fazia a neve ao seu redor parecer acinzentada.
-Eu não acredito... é um Iéti? – perguntou Tonks.
-É sim... um Iéti... Usem fogo para repeli-lo. No três... Um... dois... TRÊS. – gritou Moody por fim. Todos, ao seu comando, gritaram "Incêndio Fluxus".
Grandes labaredas irromperam de todas as varinhas, na direção da criatura, que amedrontada, fugiu.
-Hum... Iétis realmente têm medo de fogo hein... – comentou Tonks.
-V-vocês não tinham certeza? – perguntou um jovem auror do Ministério.
-Deixa de bobagem, vamos continuar...
Continuaram caminhando pela orla da floresta até chegar à base da montanha. De perto, a montanha parecia ainda mais imponente. Guilherme viu na base da montanha uma grande fenda, completamente escura.
-O templo é ali... – disse Moody apontando para a fenda. – Naquela caverna.
-Exatamente. Naquela caverna. – disse uma voz feminina e fria vindo das sombras da floresta.
-EMBOSCADA! EM GUARDA, AGORA! – gritou Moody para os outros, no exato instante em que uma flecha prateada voava da floresta e acertava o jovem auror do Ministério no peito. Imediatamente, o rapaz caiu de borco no chão congelado. Todos os outros formaram um círculo em volta do rapaz, conjurando um poderoso escudo semitransparente.
Um riso estridente e cruel foi ouvido por todos enquanto uma mulher de feições macabras saia da floresta com mais quatro Comensais e alguns centauros. Todos ostentavam a Marca Negra.
-Ora, ora, ora. Se não é o velho Olho-Tonto Moody. O que faz por aqui Olho-Tonto? – perguntou a mulher com um sorriso frio e cruel, muito parecido com o de seu mestre.
-Isso não é da sua conta Bellatrix. Vá embora agora e eu prometo que nós não iremos machucá-la. – disse Moody com um sorriso visível através do escudo.
O sorriso de Bellatrix Lestrange se transformou num esgar.
-Como se atreve Olho-Tonto Moody? Como se atreve? Tem meros aurores ao se lado e acha que pode contra todos nós? – Bellatrix começou a caminhar ao redor do escudo, para ver quem estava naquela amistosa reunião. – Vamos ver quem temos aqui. Hum... a auror Ninfadora Tonks... alguns inúteis aurores do Ministério e... Harry Potter?! Você nos trouxe Harry Potter, Moody? Não precisava, iríamos pega-lo de qualquer maneira... mas já que você fez a gentileza e nos poupou tanto trabalho, iremos mata-lo rápido... em agradecimento...
Naquele instante o escudo se desfez e Bellatrix foi lançada longe por um poderoso feitiço de Moody.
-Você fala demais, Bellatrix.
Logo todos se empenhavam em uma poderosa batalha. Bellatrix fora reanimada por um dos Comensais e Moody voltara a lutar com ela; Tonks lutava com três Comensais ao mesmo tempo; os aurores do Ministério tentavam, em vão, lutar contra os centauros que carregavam arco e flecha, bestas e curtas espadas de batalha, típicas deles; Guilherme por sua vez, havia estuporado o último Comensal e agora batalhava ferozmente contra os muitos centauros, fazia tudo o que podia, petrificava, amarrava, estuporava, paralisava, congelava, empurrava, mas eles sempre eram substituídos por outros centauros ainda mais teimosos e preparados.
-ESTUPEFAÇA. ENCARCEROUS. IMPEDIMENTA. GELIUM. PETRIFICUS TOTALUS. IMOBILUS. EXPENDIA. - Guilherme deu um passo para trás e suas costas bateram nas de Moody que havia acabado de derrubar Bellatrix novamente, vendo quem era, disse rapidamente:
-Temos que nos retirar, voltar com reforços, eles são muitos... IMOBILUS, ESTUPEFAÇA.
-Eu sei... PRUNTINUDOS, AMAKAS... Temos que sair logo daqui, antes que algo muito ruim aconte...
-AHHHHHHHHHH.
O grito de Tonks gelou Guilherme até os ossos. Ela havia derrotado dois dos Comensais, mas o terceiro acabara de lançar um poderoso feitiço nela.
-Tonks... ESTUPEFAÇA. – gritaram Guilherme e Moody ao mesmo tempo. O Feitiço Estuporante duplo atingiu o Comensal em cheio, mandando-o para dentro da floresta.
-Recuar... – berrou Moody. – RECUAR!
Poucos haviam sobrado de pé do lado da Ordem. Apenas Guilherme, Moody e mais dois aurores do Ministério. Ao ouvir o grito de Moody, um do aurores que ainda estava de pé saiu correndo na direção deles, mas foi pego por uma rajada de flechas lançadas por um bando de centauros. Mesmo com inúmeras flechas presas em suas costas, o homem ainda deu alguns passos caindo aos pés de Moody, morto. O último auror de pé ao ouvir o grito se distraiu, e foi atingido pelo fatal feitiço verde-esmeralda.
Guilherme imediatamente conjurou o mais poderoso Feitiço Escudo que conhecia ao mesmo tempo em que transformava Elizabeth, o bracelete em Elizabeth, a espada.
-Elizabeth... Portus... – a Espada dourada soltou um brilho azulado, e Guilherme a empunhou para lançá-la a Moody, que estava abaixado ao lado de Tonks. – Pegue-a, agora.
Moody hesitou por um instante, mas segurou o cabo da Espada dourada, ao mesmo tempo em que segurava o punho Tonks e o de outro auror, os únicos sobreviventes.
-Guilherme, eu...
-1... 2... 3... Elizabeth, agora... – a Espada emitiu um brilho azulado e depois desapareceu, levando Moody, Tonks e o único auror do Ministério que havia sobrevivido.
Guilherme suspirou mais aliviado e se virou para o lado dos inimigos. À sua frente Bellatrix e seus Comensais o olhavam, ladeados por inúmeros e incontáveis centauros. Bellatrix sorriu:
-É pessoal... a diversão vai começar!

***

Guilherme por sua vez, também sorriu, desfazendo o Feitiço Escudo que o protegia.
-O que vai fazer agora, Harry Potter? Correr? – perguntou Bellatrix, rindo. Guilherme teve um sobressalto, pois sequer se lembrava que ainda estava com a aparência de Harry.
-De maneira alguma Bella. Eu não vou correr, vou esperar. – disse ele consultando o relógio.
-Esperar? Esperar o que?
Antes que ela terminasse a frase, no entanto, a mudança começou e segundos depois, terminou. Guilherme tirou os óculos que lhe embaçavam a visão e riu ao ver os olhos arregalados de surpresa de Bellatrix e dos outros.
-Esperar a Poção Polissuco perder seu efeito. – disse Guilherme calmamente. Já tinha um plano em mente.
-Poção Polissuco... o que você... AHHHHHHHHH!
Pela terceira vez naquele dia Bellatrix foi nocauteada. Guilherme se aproveitando que ela falava, a estuporou.
-Sabe Bellatrix, Moody tem razão. Você fala demais. INCARCEROUS. IMPEDIMENTA. IMOBILUS. ESTUPEFAÇA, PETRIFICUS TOTALUS. EXPENDIA. FLIPPENDO. GELIUM.
Em questão de segundos, oito ou nove centauros foram imobilizados. Guilherme imediatamente começou a correr, enquanto era perseguido por centauros e Comensais. Correu velozmente e se embrenhou na floresta escura e fria. Escondido atrás de um grosso carvalho, apontou a varinha para uma árvore e murmurou "Vitalium" dando a ordem para que atacasse qualquer centauro ou humano que passasse por ela. Segundos depois Guilherme ouviu, com grande prazer, gritos e relinchos de dor. Deu a volta e seguiu para o lado oposto aos gritos saindo a vários metros da gritaria. Assim que saiu da floresta, sentiu, no entanto, uma lâmina afiada ser colocada em seu pescoço.
-Não se mexa garoto. – disse o homem que Guilherme reconheceu como sendo um dos Lestrange. – Bella... aqui está ele... eu o achei...
Guilherme se aproveitou da distração e deu um poderoso chute no estômago do homem, fazendo-o cambalear, deixando a espada cair. O homem enfiou a mão nas vestes, mas Guilherme foi mais rápido e gritou o primeiro feitiço que veio à sua mente:
-AVADA KEDAVRA!
O homem tombou imóvel no chão. Quando Guilherme se virou, estava cercado de bestas e flechas apontadas para si.
-Não o matem... não o matem... – Guilherme ouviu a voz de Bellatrix dizer. – Ele é meu...
Rapidamente enfiou o pé por baixo da espada no chão e a jogou para cima com o pé fazendo-a subir no ar, e velozmente apanhou a Espada do morto. Bellatrix apareceu e Guilherme lançou a espada como uma lança e acertou no centauro ao lado da Bruxa das Trevas. O centauro tombou no chão, a espada fincada no peito. Os outros centauros ameaçaram atacar, mas Bellatrix os impediu.
-Eu quero ele vivo para o Lord das Trevas. Quero ele vivo.
Os centauros deram um passo, mas Guilherme tirou um fino e longo punhal prateado do tornozelo direito e o lançou contra um centauro, cortando seu pescoço e tingindo a neve de vermelho.
-Vocês ouviram o que ela disse. Ela me quer vivo. – disse Guilherme para depois rir.
-PEGUEM ELE!
Houve um grande tumulto que durou longos minutos, mas por fim cada um dos Comensais segurava uma corda amarrada aos membros do rapaz. Sem poder se mexer Guilherme sorriu cinicamente:
-Satisfeita Bella? Estou vivo, mas será que o Lord das Quantas irá me preferir a Harry Potter?
-Cale a boca! Vou te ensinar a se comportar. Crucio.
Guilherme caiu no chão se debatendo, mas foi erguido pelos Comensais que riam ao ver sua expressão de dor. O rapaz resistiu o quanto pôde, mas a maldição lhe causou tanta dor que logo o jovem bruxo gritava.
-Você já sentiu o que posso fazer. – disse Bellatrix ao retirar a maldição. – Agora me conte onde é a Sede da Ordem da Fênix e eu não usarei a Maldição Cruciatus em você novamente.
O garoto deu um sorriso dolorido e ofegante.
-Verdade? Não me diga que você vai fazer chá com biscoitos pra mim... sabe, eu prefiro chá, pois nunca gostei de suco de abóbora, não sei como os bruxos conseguem beber aquilo... enfim, eu gosto muito de chá de menta, mas não muito quente, ouviu?
-Pare de zombar, moleque atrevido...
-Certo. Você quer saber onde é a Sede da Ordem? Eu te digo... depois que você trouxer o meu chá... – e depois começou a rir loucamente.
-Estupefaça. – disse Bellatrix apontando a varinha para o garoto, e assim que o feitiço fez efeito tornou a dizer: - Esse garoto realmente me irrita!

***

Quando Guilherme abriu os olhos não reconheceu o lugar onde estava, mas imaginou que seria a masmorra ou cela ou o que fosse onde Voldemort costumava manter seus convidados.
A cela em que se encontrava não estava vazia, havia um homem encapuzado parado ao lado de Voldemort e Bellatrix estava encostada à parede com um horrível sorriso nos lábios. O ambiente iluminado por tochas não ajudava a descobrir quantas horas haviam se passado desde sua captura. A cela era bastante confortável para os padrões de Voldemort. O chão estava coberto por palha seca, as paredes de pedra retinham certa umidade, tornando o ambiente frio, e a porta de madeira e ferro estava fechada e provavelmente trancada. Guilherme sentiu a pele se arrepiar e notou que estava sem camisa, descalço e que correntes o prendiam à parede.
-Finalmente acordou, não é? É um prazer conhecê-lo garoto. Eu sou Lord Voldemort...
-E eu sou Guilherme McKinnon. E o prazer é todo seu...
Voldemort deu um sorriso mais do que cruel ao ouvir essa resposta.
-Sabe, eu conheci o seu pai. – Disse Voldemort sorrindo. – Você sabia que eu o matei?
-É, eu sabia. E para sua sorte eu estou acorrentado, do contrário, iria retribuir o favor.
Voldemort soltou uma gargalhada ao ouvir isso.
-Sabe garoto, eu gosto de você, gosto do seu jeito e essa é a única razão para você ainda estar vivo.
-Ah é? Não me diga... pois bem, minha vez. Eu não gosto de você, não gosto do seu jeito e a única razão para você ainda estar vivo é eu estar acorrentado.
Mais uma vez Voldemort riu.
-Pare de brincar garoto. Me diga onde é a Sede da Ordem da Fênix, e eu o deixarei ir...
Foi a vez de Guilherme rir.
-Ah, é claro que sim. Eu te conto onde é a Sede e você me deixa ir sem me fazer nada?
–Exatamente.
-É um belo acordo... Tudo bem, eu te conto. A sede da Ordem é em Londres.
-Me dê o endereço...
-Ah é claro. Que cabeça a minha... Vá até Baker Street, apartamento 221B. Procure por Sherlock Holmes, talvez ele possa te ajudar. – e depois riu.
Voldemort estreitou os olhos e disse alguma coisa para o homem encapuzado, ele negou com a cabeça e sussurrou alguma coisa também.
-Vai continuar zombando de mim? – a raiva era evidente na voz de Voldemort.
-Zombando? Eu? É a verdade. Peça para o Sr. Holmes procurar a Sede, mas eu o asseguro, nem mesmo ele conseguirá acha-la. – e depois tornou a rir.
-É a sua última chance, por isso aproveite-a. Ajoelhe-se e beije meus pés e eu o deixarei viver. – disse Voldemort se aproximando.
O sorriso de Guilherme desapareceu, ele cuspiu nos pés de Voldemort.
-Nesse caso, prefiro morrer.
-Se essa é sua escolha, sofra as conseqüências. Bella, divirta-se.
-Sim milorde. Obrigada milorde.
Voldemort saiu da cela e começou a caminhar pelo corredor. Segundos depois os gritos do garoto o alcançaram e ele fechou os olhos, respirando fundo. Apreciando os gritos de dor com se fosse uma doce e calma melodia. Por fim, sabia que o garoto falaria, era uma questão de tempo. Recomeçou a caminhar pelo corredor, saindo do porão. Porão esse em que os gritos de dor de Guilherme não ficaram retidos e nem impedidos se serem apreciados por Lord Voldemort.

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N/A: Olá pessoal... Aí está o novo cap... Espero q vcs gostem... Comentem!!!

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