Culpa
Capítulo 2 - Culpa
Já passava do meio-dia. O sol estava forte e o calor estava quase insuportável, o que apenas piorava a vigia. Dumbledore lhe informara que a família com quem Harry Potter vivia era uma família trouxa. E muitos membros da Ordem lhe disseram para tomar cuidado com eles, pois odiavam tudo que se referia a magia, inclusive Harry Potter.
Achara aquilo um absurdo, “Como é possível que odeiem o próprio sobrinho, apenas por ele ser diferente. Apenas por ele ser bruxo.” Foi o que pensou quando lhe falaram essas coisas.
Distraiu-se ligeiramente quando um gato listrado passou por ele, mas sabia o que significava. Sra. Figg.
Segundo soubera, ela sempre mandava um de seus gatos avisar quando queria falar com o vigia que, em determinado instante, vigiava Harry Potter.
E estava certo. Minutos depois ela chegou arrastando os pés, em que calçava velhos chinelos.
-Você deve ser o vigia de quem Dumbledore me avisou e de que eu ouvi falar. – resmungou a velha senhora.
-É, sou eu sim. A Senhora deve ser a Sra. Figg. O Professor Dumbledore me avisou que a Sra. poderia aparecer. – disse o rapaz em tom cordial.
-Sim, sim, sou eu mesma. Arabela Figg. É um prazer.
-Igualmente. – respondeu o rapaz educadamente.
-Hum... e qual é o seu nome?
Mas ele não respondeu, por que no instante em que ela terminara de falar, a porta da casa número 4 se abriu e um adolescente de cerca de 16 anos, com cabelos negros arrepiados e olhos incrivelmente verdes, saiu.
***
Após mais uma exaustiva discussão com os Dursleys, Harry achou melhor esfriar a cabeça longe de casa. Não que a casa dos Dursleys fosse sua casa, Hogwarts era muito mais sua casa que o número 4 da Rua dos Alfeneiros. Mas como só iria para Hogwarts dentro de um mês, não adiantava se aborrecer por isso.
Ele saiu pelo jardim e saltou a baixa mureta que separava o jardim da calçada. Subiu a rua de modo lento. Sentiu um frio e quase imperceptível arrepio na nuca, mas não notou. Ia pensando em tudo que acontecera no Ministério no mês anterior. Pela milésima vez, lembrou-se para parar de pensar na morte de Sirius. “Não foi sua culpa” disseram Rony e Mione. Mas mesmo assim ele se culpava, se remoia de raiva, sentia que poderia ter impedido a morte dele. Ele só atravessara o véu. Culpava-se por que ele o levara ao Ministério. Harry fora para lá primeiro e isso levou Sirius para lá depois. De repente Harry se encontrou no parque infantil, e no meio da praça estavam alguns balanços e foi para lá que ele se encaminhou. Sentou-se no balanço e continuou a pensar em Sirius. Lembrou-se novamente que deveria parar de pensar nele e relembrar coisas tão tristes. Fora isso que Hermione lhe recomendara na sua última carta. Mas ele não podia. Ele achava que merecia sofrer. “Eu sou culpado por tudo isso. É por minha culpa que todas as pessoas que eu amo morrem. Minha culpa”. Lágrimas frias e tristes escaparam de seus olhos.
***
Já anoitecia quando Harry se deu conta de que não era seguro para ele ficar sozinho ali. Levantou-se e depois foi rumo à casa dos Dursleys. Seguia perdido em pensamentos pela rua silenciosa e escura. Sentiu um arrepio que eriçou os pêlos da nuca, sentia que estava sendo observado. Ao olhar para trás, viu apenas sombras, tudo encoberto pela escuridão. Enfiou a mão discretamente no bolso da jeans à procura da varinha. Segurando-a firmemente por dentro do bolso, recomeçou a caminhar. Outro arrepio, e ele se virou bruscamente. Viu exatamente o que temia. Uma pessoa, coberta dos pés a cabeça por uma pesada capa negra. Harry puxou a varinha e apontou para o estranho, mas não atacou. Harry não pôde ver seu rosto, mas olhou diretamente para onde achou estarem seus olhos. Depois de muitos segundos se encarando, um enorme barulho distraiu a atenção de ambos.
BUM!
Os dois olharam para a praça de onde Harry viera. Uma luz avermelhada lhes dizia que árvores estavam em chamas. Vários vultos encapuzados apareciam ao longe, lançando raios luminosos para todas as direções.
Harry disparou em uma corrida frenética para a casa dos Dursleys, era a única coisa que podia fazer. Tinha certeza que aqueles homens encapuzados eram Comensais da Morte.
Harry ainda estava a alguns quarteirões da Casa dos Dursleys, quando ouviu passos rápidos atrás de si. Olhou por cima do ombro e sentiu uma onda de medo e adrenalina o invadir. Mesmo correndo o mais rápido que pôde, um dos homens encapuzados estava em seu encalce. A capa esvoaçando levemente atrás de si, como um grande morcego perseguindo sua presa. Ambos correndo o mais rápido que conseguiam, eles foram se aproximando da casa dos Dursleys. Harry parou de olhar para trás para ver se o homem ainda o perseguia e passou a se concentrar em chegar na casa dos Dursleys. Estava a algumas casas de distância dos Dursleys, e as pernas de Harry protestavam, querendo descanso. Ao chegar em frente à casa dos tios, Harry pulou a mureta que separava a calçado do jardim e ainda correndo, avançou para a porta. Abriu-a velozmente, entrou o mais rápido que pôde e jogou o peso do corpo para fechar a porta na cara do seu perseguidor. Seu plano não deu certo. Quando ele já estava fechando a porta, o homem encapuzado jogou-se pela fresta aberta que ainda restava, caindo e rolando pelo hall da casa dos Dursleys. Harry ficou estático. O homem se levantou e, para a surpresa de Harry, e dos Dursleys que acabavam de entrar no hall, desembainhou uma espada.
Apesar da situação, Harry admirou a beleza da espada. Era linda. Pelo que Harry conseguiu ver, a empunhadura era decorada com símbolos circulares e parecidos com desenhos tribais, era decorada com pedras preciosas de diversa cores, e o metal de que era feita a empunhadura, assim com a lâmina, era dourado e reluzia como o ouro.
O homem finalmente puxou o capuz para baixo e seu rosto foi descoberto.
Imediatamente, Harry percebeu que cometera um engano. Aquele homem não poderia ser uma Comensal.
Ele aparentava ter a idade de Harry, era um rapaz de cerca de 16 anos, seu cabelos eram negros, seus olhos era de uma diferente cor castanha como a cor do mel, e seus olhos demonstravam firmeza e calmaria, transmitindo uma estranha tranqüilidade, segurança e bondade.
-Olá Harry Potter. Meu nome é Guilherme McKinnon. É um prazer finalmente conhecê-lo.
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N/A:Bom pessoal... Espero q tenham gostado... Provavelmente eu postarei rápido se houver alguns comentarios... COMENTEM
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