Água fria e algo mais
Draco rumou ao balcão para falar com Tom. Ainda estava com as mãos firmemente entrelaçadas nas de Ginny, que achava muita graça de todo esse acesso repentino de ciúmes, mas preferiu ficar quieta para evitar confusões desnecessárias.
Ela ouviu claramente Draco pedindo a chave do ‘seu’ quarto - /p/ Como Malfoys são possessivos – e logo em seguida o viu comprar o silêncio de Tom sobre a sua estadia ali. Chegando ao mal iluminado e bastante surrado quarto ela não pode deixar de comentar.
- Que decadência heim, Malfoy? – ela disse em meio a risadinhas.
- Mas você já está bem familiarizada não, Weasley? Deve ser bem parecido com aquela espelunca que você chama de casa – ele acrescentou despreocupado.
E era exatamente por isso que ela desprezava Draco Malfoy, por ele se achar superior a tudo e a todos, por todos os insultos que ele dizia a quem quisesse quando bem entendesse. E o sangue Weasley em suas veias não colaborou, ela sentiu o sangue lhe subir a cabeça, sabia que deveria estar vermelha de raiva e mesmo assim avançou contra ele.
- Ora seu... – antes mesmo que ela pudesse esbofeteá-lo segurou a mão dela pelo punho e por essa mão a puxou para mais perto de si...
E era assim que ele a desarmava, a tornava vulnerável com toda essa proximidade dos corpos, com esses olhos cinzentos que a pouco ela estava odiando, mas agora a hipnotizavam. Ela perdia o controle sobre si mesma e a raiva era substituída por outro sentimento. Agora tudo que ela sentia era a necessidade vital de ter Draco, de sentir o seu corpo.
Ele por sua vez parecia divertir-se com a situação, parecia ser capaz de ver o conflito que se formava dentro dela. E brincava paciente com essa tortura de devora-la com os olhos, sem nem mesmo toca-la.
- O que você ia fazer mesmo Weasley? – o sorriso debochado voltava ao seu rosto e ele já não mais segurava o pulso de Ginny.
Dessa vez ela não faria o joguinho dele, não seria capaz.
- Isso – ela o beijou. A reação dele foi a de mais puro espanto, de primeiro seus olhos se arregalaram com o susto, ele esperava por tudo, um tapa, outra briga, qualquer coisa, menos aquilo. Mas logo se rendeu ao beijo.
E era isso que a deixava maluca sobre ele, Draco nunca falava o que sentia, mas ela aprendera a decifrar a maioria de suas atitudes e os seus significados.
- Você é maluca, sabia? – ele acrescentou num tom divertido, que ela nunca o ouvira usar antes.
Eles estavam agora sentados na borda da cama se entreolhando.
- Por você! – ela deu um pulo para cima dele o abraçando que o fez cair deitado na cama, com Gina apoiada sobre o seu peito.
- E é exatamente por isso que eu te acho maluca – Ginny não entendeu o que ele quis dizer, mas não foi preciso perguntar – Como você pode gostar de alguém como eu? – havia... tristeza em sua voz, talvez por estar finalmente admitindo aquilo em voz alta.
- Simplesmente porque, Draco Malfoy, você é um estúpido, egocêntrico, arrogante, mimado e que me faz beirar a insanidade, mas ao mesmo tempo é impossível ficar longe de você. Porque nós simplesmente não concordamos em nada, mas cedemos porque concordamos em uma coisa, é melhor estarmos juntos. É, eu devo ser meio doida por gostar de você sim, mas o que eu posso fazer?
Ele bufou, a beijou com carinho na testa, baixou os olhos e parecia que estava prestes a assinar o seu atestado de óbito, quando disse:
- Nós nunca vamos dar certo.
- Por que não?! Só...
- Porque Virgínia, nós brigamos o tempo inteiro e não há UMA única alma viva nessa Terra que aprovaria esse relacionamento, teríamos que mover céu e inferno para termos um pouco de paz! E por mais que você acredite que sim, eu sinto em lhe informar Virgínia, mas o mundo NÃO É COR-DE-ROSA! Onde tudo dá certo no final!
- Eu acho Draco, que nós só não daríamos certo porque você é um INSENSÍVEL-EGOCÊNTRICO que não pensa em nada, a não ser em você mesmo e seus problemas medíocres! E és tão estúpido que não percebes que EU TE AMO com todas as letras e que EU moveria céu e inferno para ficar junto de ti, mas parece que pra você não vale o esforço! E eu sei que essa merda de mundo não é cor-de-rosa, porque se fosse, eu não teria que ouvir você falando o que falou!!
Draco não respondeu, simplesmente a abraçou com força na cama e esperou que ela parasse de se debater para falar.
- Até onde você estaria disposta a ir para fazer isso dar certo?
Ela pensou no que ela acabava de dizer e tentou imaginar novamente a vida sem Draco e viu que simplesmente não faria mais sentido algum. Todas aquelas coisas fúteis que não tinham a menor graça sem as brigas apimentadas e as pazes calorosas dos dois. Sem aquela sensação de estar completa, de não precisar de nada além no mundo do que ele para viver, nem mesmo do ar. Ar, puf, que coisa mais irrelevante, para que ela precisaria dele com Draco por perto? E só de pensar em não te-lo mais ali, quando precisasse, seu coração doía, parecia que havia alfinetes sendo espetados.
- Até onde fosse preciso – ela disse confiante.
- Não vai ser fácil...
- Eu sei... Mas estou disposta a tentar.
Ele a abraçou com mais força e começou a distribuir beijos por toda a pele rosada do rosto de Ginny.
Draco passou um dos braços pelo corpo dela e começou a beijá-la, primeiro no pescoço e logo fazia uma trilha até seu umbigo. Esse era o seu jeito de dizer que a amava que precisava dela ali consigo, com seus beijos, carícias e todas as habilidades que ele tinha de brincar com os sentidos dela.
Mais tarde naquela madrugada, Draco permanecia deitado com os olhos abertos. Ginny deitada sobre seu peito e seus braços, que estavam envolvendo-a. Ele não conseguia parar de pensar, isso já se tornara uma tormenta.
- Virgínia?
- Hum... – ela resmungou numa voz sonolenta e mal-humorada.
- Estás acordada?
- Eu não estava não é mesmo Draco? – respondeu impaciente, sentando-se como ele – Mas agora que você já me acordou, o que quer?
- Eu te amo.
- O qu...? – ela estava atônita, completamente embasbacada.
Gina o abraçou com força e murmurou um “Eu te amo tanto” de volta. E continuaram dessa forma pro uns instantes até Draco voltar a falar.
- Virgínia, você sabe que quando voltarmos para a nossa “realidade”...
- De novo essa história Draco? – ai ela se lembrou, do que precisava dizer – Oh, Meu Deus sobr...
- Não, espere, me deixe terminar.
- Não, mas o que eu tenho para falar é realmente importante... – ela estava eufórica.
- Me deixe terminar – “Estúpido” - ela resmungou tão baixinho que ele nem chegou a ouvir.
- De qualquer forma quando estivermos de volta a Hogwarts às coisas não vão ser fáceis, um dia alguém acabara descobrindo sobre nós e não vai ser um dia muito feliz... Então para facilitar, porque não... Ficar aqui, nessa realidade?
- Porque isso não está certo Draco, nada aqui é direito, minha família não me reconheceria, sabe-se lá se ela existe aqui, eu não poderia viver dessa forma, tudo aqui é errado – Você consegue entender o que quero dizer?
Ele resmungou um “Aham” de má vontade e passou a encarar o teto com interesse.
- E ah! Eu tenho uma coisa para lhe falar. O enigma. Eu resolvi o enigma! Tudo bem, pra falar a verdade ele meio que se resolveu sozinho. De qualquer forma, agora eu tenho a resposta, não é maravilhoso? – ela falava animada, novamente sentada na cama.
- Draco?
- Ah, é, é... Maravilhoso... – ele falou como os dentes cerrados e em profundo descaso.
- Ora Draco, não se comporte como uma criança mimada só porque não recebeu a resposta que queria! – ela acrescentou ao perceber o repentino ‘mau-humor’ dele.
- Acontece Virgínia, é que eu FUI uma criança mimada e nunca gostei de ser contrariado!
- Ótimo então fique com o seu contrariamento – dizendo isso ela se levantou aborrecida e fez questão de demonstrar isso batendo a porta do banheiro com toda força que conseguiu reunir. Poucos segundos depois ele pôde ouvir o barulho da água batendo no chão.
- E lá vamos nós de novo. – E às quatro da manhã! – acrescentou ao olhar no relógio.
Ele não queria brigar agora, eles simplesmente não PODIAM brigar naquele momento. Se levantou de vagar massageando as têmporas e caminhou até o banheiro, que estava úmido e frio.
- Como você consegue tomar banho frio às quatro da manhã?
Ela não respondeu, apenas o olhou séria indicando que não queria conversa.
- Oras vamos Virgínia – ele abriu a porta do Box e já ia entrando, até que recebeu um jato de água fria em seu braço, recuou. Ele detestava água fria.
Gina começou a rir da situação, mesmo que não quisesse – Qual problema Draco? O gatinho tem medo de água?
Foi a vez dele olhar feio para ela, que começou a rir mais forte. Ginny o puxou pelo braço e o trouxe para debaixo do chuveiro junto a si.
- Mas que merda! – ele gritou e tremia ao mesmo tempo – Não tem a menor graça Virgínia! – acrescentou, recuando para onde o jato do chuveiro não pudesse alcançá-lo.
- Eu acho! – ela falou rindo e o puxando de novo para debaixo do chuveiro – Eu sei como curar esse seu medo de água.
- Não é medo de agu... – tarde demais, ela já o beijava incansavelmente.
Depois de finalmente te-la persuadido a esquentar a água, ambos saíram do banho, ele com a toalha amarrada à cintura e ela de roupão. Draco a pegou no colo e levou-a para o quarto, para encontrarem uma surpresa nada agradável os esperando.
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N/a: Bem, eu não tinha esse nome desse cap definido e laurets fico de inventah um bom pra mim, mais ai do nada me veio essa idéia e eu achei bonitinha (:
Brigada sempre pelos comentários :D
E ah, esse vai ser também o penúltimo cap da fic. tam tam tam, hehe.
N/a 2: 21/09/08 sim, eu ressurgi das cinzas. Galera, o que rola é o seguinte, eu sei que não escrevo nessa fic desde 2006 e que isso é uma puta falta de consideração com vocês que leem, realmente me desculpem. Eu era suuper empolgada com essa fic e tudo mais, mas eu ando muito ocupada e parei com essa coisa de fics, mas eu nunca pretendi nao terminar essa, eu tinha realmente esquecido que não tava terminada. Mil perdões a todos que leram, eu tinha o capítulo quase pronto e salvo no pc, mas ele foi roubadado, dai eu acho que tenho parte desse cap escrita num caderno ainda, porque eu costumavca primeiro fazer manuscrito depois passar pro Word. Então eu prometo que vou procurar esse caderno e tentar acabar a fic. Muito obrigad a todos que ainda acompanham, daqui a mais ou menos duas semanas volto pra dar notícias, sobre o caderno e o futuro da fic (:
De novo muito obrigada. beijos Bruna
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