O Recado.



Capitulo -5-


O Recado.


Harry acordou cedo com Edwiges piando e bicando as grades da gaiola. Levantou-se e soltou a impaciente coruja.
Edwiges saiu para o céu azul das oito horas da manhã. O garoto ainda sonolento e com o corpo dolorido, aproveitou para arrumar o seu malão, antes de descer para o café da manhã. Nele, encontrou suas vestes de quadribol, pergaminhos amassados, penas quebradas, tinteiros vazios. Guardou o material que ainda tinha utilidade no armário, se lembrando dos bons e maus momentos que passou em Hogwarts. Encontrou uma carta com perfume floral e uma bela caligrafia, leu e releu varias vezes, com o coração batendo pequeno em seu peito. A carta era uma das poucas que Gina tinha escrito para ele.
Harry queria muito estar com ela agora, mesmo sabendo que não devia, para a própria segurança da garota.
Na última parte da arrumação do malão, encontrou embaixo das últimas vestes de escola o material para preparo de poções e o medalhão falso. Ficou tentado a jogar o material de poções no lixo, mas reconsiderou. Se ficasse vivo para tentar ser auror, precisaria treinar muito preparo de poções.
Ele abriu o falso medalhão com cuidado leu e releu o bilhete assinado por R.A.B.
Seus pensamentos tentavam encontrar algum significado para aquelas letras. Pensou em muitas hipóteses, uma mais absurda do que a outra. Por ora, só tinha certeza de duas coisa: visitar Parcy e ver Gina. A caçada aos fragmentos da alma de Voldemort não dariam certo de uma hora para outra, passaria quase dois meses na casa dos Durleys e teria tempo suficiente para pensar em como faria isso.
Desceu para o café da manhã, a atmosfera era a pior possível. E pareceu piorar ainda mais quando o garoto entrou pela porta da cozinha e foi cumprimentado por Valter.
- Oi. – disse o tio com formalidade sem lhe dirigir o olhar.
- Oi. – respondeu Harry sem emoção.
Petúnia e Duda tiveram um ataque de raiva muda, lançando olhares mortais a Harry.
Valter pareceu não notar, mais ainda tratava Petúnia e Duda com frieza.
Quando Valter se levantou para ir ao trabalho, não deu palavras de incentivo para Duda ser valentão na escola e tão pouco desejou um bom dia para a esposa. Duda agora estava tão chocado que não acertava a colher no sucrilhos. O homem pegou a valise das mãos da esposa e foi em direção à porta. A mulher ficou esperando o beijo de bom dia do marido, mas nada aconteceu, a não ser ver a porta se fechando em sua ossuda face.
Harry se levantou da mesa após o desjejum, lavando a sua xícara como de costume.
Saiu da cozinha sendo fuzilado por olhares. Sem opção, foi a caminho do seu quarto.
Ainda cheio de dores, deitou-se na cama sentindo a brisa entrar por sua janela e passear faceira pelo quarto. Foi quando ouviu um barulho estranho vindo da janela. Harry só se sentou na cama a tempo de ver uma coruja velha e marrom entrar veloz e colidir com toda força no armário. A coruja ficou um tempo no chão com as penas arrepiadas. Ainda atordoada, Errol ficou vacilante em pé e quase caiu novamente ao estender a patinha. Harry amparou a coruja e retirou o pergaminho da patinha da ave. Errol precisava mesmo era da sua aposentadoria.
Ele abriu o bilhete e viu a caligrafia do senhor Weasley.

Harry.
Molly e eu passamos a noite no hospital. Agora que chegamos em casa, vamos descansar um pouco e por volta de 16:00, eu passo para te levar.
Percy ainda está na U.M.I., mas já está consciente. O curandeiro chefe da U.M.I. Dilan Still disse que ele está muito bem essa manhã e que em breve terá alta.
Percy perguntou por você, quer vê-lo.
Até mais tarde.
Arthur Weasley.
PS: Se tiver algum problema com seus tios me avise. Daremos um jeito.

Depois de ler, Harry escreveu a resposta no verso do pergaminho.

Senhor Weasley.
Fico feliz em saber que Percy melhorou. Quanto à visita, estarei esperando o senhor me buscar. Não se preocupe com os meus tios, eles não vão fazer objeção.
Um Abraço, e até logo.
Harry.
Ele prendeu o pergaminho novamente na patinha de Errol.
- Pronto Errol. Vê se chega vivo e entrega isso, tá? - falou Harry apreensivo por causa da avançada idade da ave. Errol saiu janela afora parecendo perdido.
Com uma ansiedade tamanha, Harry se jogou na cama contemplando o teto e relembrando as aulas particulares com Alvo Dumbledore. De alguma forma, ele teria que achar ligação com o que sabia sobre o passado de Voldemort e R.A.B.
Meia hora depois, ainda absorto em seus pensamentos, uma coruja cinza dos olhos amarelos entrou pela janela, entregando a Harry a edição do Profeta Diário. Ele pagou a coruja e pegou o jornal para se distrair. O garoto viu-se na manchete de capa do jornal acompanhado de Percy e Umbrigde. Leu a noticia, mas não deu importância para a ela. Já estava acostumado ser motivo de piadas e especulações no mundo mágico. Aquela não era a primeira vez. E tão pouco seria a última. Só lamentava porque sabia que isso seria negativo para Percy e Umbrigde.
Ainda folheando o jornal, outra notícia chamou a atenção do garoto. Uma nota mínima falando da busca pela captura de Draco e Snape. Com muita raiva, passou para a outra página, onde ficou surpreso com outra pequena nota, que parecia ter bastante importância para ter tão pouco espaço no jornal.
Nova Tentativa de Roubo Em Gringotes.
Foi preso e levado para Azkaban o Duende Wilbordovy que trabalhava no balcão para informações do Banco Internacional de Gringotes.
Wilbordovy foi flagrado tentando arrombar o cofre de ninguém menos do que Nicolau Flamel. Quem conteve o furioso duende foi um grupo de desfazedores de feitiços do banco.
Segundo informações cedidas pelo banco, Wilbordovy trabalha há três séculos em Gringotes e jamais demonstrou comportamento fora do comum para um duende. Acreditasse que Wilbordovy foi enfeitiçado para tentar o arrombamento. Por sorte foi descoberto e impedido antes que tivesse êxito na tarefa.

Essa notícia despertou a curiosidade de Harry. Ele lembrou da outra tentativa de assalto em Gringotes. Se da outra vez a tentativa de roubar o cofre tinha a ver com Voldemort, dessa vez não poderia ser diferente. “Mas por que Nicolau Flamel guardaria alguma coisa em Gringotes? E o que guardaria? E se ele já foi vitima em conjunto com Dumbledore da outra tentativa de roubo, por que escolheu o banco para guardar algo? Será que ele não pensou que isso poderia acontecer outra vez?”
E mais uma vez a mente do garoto-que-sobreviveu estava a todo vapor a procura da resposta. Deixou o jornal do lado da cama. Dominado pelas perguntas sem respostas, Harry só levantou para se preparar para a visita. Levantou, trocou o jeans, vestiu a camiseta que Gina mais gostava e se olhou no espelho. Achou a atitude de ficar analisando a sua aparência totalmente contraria a sua personalidade, nunca ligara antes para isso. Agora até a sua aparência o incomodava.
Harry desceu as escadas com calma. Se tivesse sorte, tia Petúnia não saberia que ele saiu. Pelo menos até o seu retorno. Ao passar pela sala, viu sua tia sentada na mesa de jantar, cabisbaixa, vestindo luvas de borracha amarela, distraída, esfregando uma mancha inexistente no tampo reluzente da mesa. Petúnia notou a intenção do menino e se adiantou.
- Onde você acha que vai? - questionou Petúnia.
- Visitar o meu amigo no hospital. – respondeu Harry por pura educação.
- Eu não vou te levar a lugar algum! – Petúnia falou, emanando fúria.
- Eu sei. É o pai dele quem vai me levar. Não precisa ficar preocupada. – Harry falava com deboche, sabendo que se em dezesseis anos sua tia não deu sinais de que se preocupava com ele, não seria agora que se preocuparia com um passeio supervisionado e diurno.
Petúnia deu de ombros, resmungou algumas palavras tentando se concentrar na limpeza da mesa. Harry saiu para o dia ensolarado assim que viu a reação da tia a sua resposta. Quando estava agachado na porta do numero quatro amarrando o cadarço do tênis, viu o senhor Weasley despontando na Rua dos Alfaneiros e caminhando rápido até ele.
- Oi Harry! Como está? – perguntou com simpatia um senhor Weasley muito cansado.
- Muito bem! – mentiu o menino para não dar detalhes da péssima noite que passou. E Parcy como está? – não era somente de Percy que Harry queria notícias, mas não poderia chegar de repente na pergunta que queria sem levantar suspeitas.
- Ah! Bem melhor agora! Quer te ver. Mas isso eu já falei no bilhete não é? Tenho a sensação que estou esquecendo alguma coisa... Algo que Parcy me pediu, mas não me lembro agora... - o semblante de Arthur se contorceu em uma careta de esforço, na tentativa de seu cérebro lhe devolver a informação. - Deixa, para lá no caminho eu lembro, disse, desistindo momentaneamente da tarefa.
E assim os dois fizeram o caminho do hospital com tranqüilidade. Arthur dividia a sua atenção entre sua curiosidade pelos trouxa e sua preocupação com a segurança de Harry. Às vezes, quebrava o silêncio entre ele e Harry, tirando dúvidas de artefatos trouxas. Em uma dessas perguntas Harry tomou coragem e perguntou.
- O restante do pessoal já está no hospital?
- Sim. Mas eu creio que quando chegarmos eles já terão ido embora. Por mais que pareça loucura, o ministro me pediu após o enterro de Dumbledore que você não usasse meios mágicos para se locomover, ele acha que os comensais provavelmente não conhecem bem o modo trouxa de viver, e se você tiver problemas é mais fácil para se esconder ou se camuflar. Eu discordei, mas ordens são ordens .
Harry estava cansado demais para protestar e ele queria saber a resposta da sua indireta pergunta. Arthur retomou o assunto que Harry queria tanto continuar.
- A única que ficou em casa é Gina. Ela não se sente bem. Desde que voltou de Hogwarts ela tem andado estranha, calada, não fala com ninguém. Quase não come, Molly está muito preocupada. Deve ser por causa da morte de Dumbledore e da guerra mágica, a coitadinha está muito abalada! – falou o pai da moça com carinho.
Harry perdeu o ânimo depois da resposta. Sentiu seu coração encolher mais um pouquinho e bater mais fraco. Ele não veria Gina, e pior ainda , ela não se sentia bem e Harry imaginava o porquê. Quase calado, Harry fez o caminho até o hospital muito infeliz.
- Bom, chegamos. Você já sabe como funciona, não é Harry? - perguntou Arthur com simpatia.
- Sim. - respondeu o garoto.
- Então eu vou falar com a recepcionista e você entra em seguida, tudo bem? - Arthur sorria transparecendo seu ar cansado novamente.
- Ok.- o menino respondeu para ele com gentileza, por pura gratidão. Os Weasleys sempre cuidaram dele como outro filho.
-Vamos lá. – Arthur se aproximou do vidro enquanto Harry olhava para os lados. Quando viu que o senhor Weasley já ultrapassara o vidro, repetiu o gesto. No mesmo instante estava ao lado dele caminhando para visitar Parcy. Foram direto a recepção da U.M.I. e lá, à espera dos dois estavam Molly, Hermione, e Rony.
Molly foi a primeira a se adiantar e puxar Harry para um forte abraço.
- Oi Querido! Tudo bem? E seus tios, deixaram você vir? – perguntou a bondosa senhora em quanto fazia carinho no rosto do rapaz.
- Sem problemas. - mentiu Harry.
- O que me lembra do que eu te pedi. Você agradeceu seus tios por mim? – Arthur perguntou fazendo Harry lembrar da promessa não cumprida da noite anterior.
- Oh, sim! Eu agradeci sim. Ele disse para o senhor não se preocupar com isso que não foi nada! – Harry mentiu descaradamente pela segunda vez seguida, não podia se acostumar com isso. Mas para não magoar o senhor Weasley, ele se viu obrigado a tomar essa atitude. Se os Weasleys soubessem a opinião de tio Valter sobre eles, não seria Duda a ganhar uma língua gigantesca. Só Hermione notou a mentira de Harry.
- Oi Ron! - Harry pareceu se animar um pouquinho ao ver o amigo.
- Oi cara! Que susto! Quando a recepcionista do hospital apareceu na lareira lá de casa, nós achamos que era você que tinha se machucado...Ai! – exclamou Rony de cara feia para Hermione por ter levado uma cotovelada da amiga.
- Rony como você é desagradável... - Hermione olha feio para Rony apoiada pelo olhar da senhora Weasley.
- Não esquenta Hermione! Ele está feliz por eu ter contrariado as estatísticas – brincou Harry com a amiga.
- Oi Harry! Tudo bem? – perguntou com polidez a garota.
- Tudo. – respondeu Harry já pensando em uma maneira de perguntar sobre Gina.
Molly interrompeu os cumprimentos chamando a atenção para o horário de visitas de Parcy.
- Senhora Weasley todos já foram? - perguntou Harry.
- Já querido, só ficaram nós cinco para a última visita. Que pena, não é? Se vocês tivessem vindo por meios mágicos... Talvez tivesse os encontrado por aqui... Deixa para lá, você verá todo mundo em breve. - Harry perguntou para se certificar de que Gina não tinha mudado de idéia.
- Vamos entrar então? Todos já estão com as identificações? – perguntou Molly.
Quando Hermione e Rony mostraram a identificação para a senhora Weasley, ela se adiantou vendo que Harry e Arthur estavam sem as suas.
- Tome amor, aqui está. A sua também Harry! Eu peguei a de vocês para não perder tempo.
Antes que Molly conseguisse ajeitar a identificação no peito de Arthur, foi interrompida por uma voz muito alta que vinha intensa do corredor.
- Eu não estou pedindo! Eu exijo! Você me ouviu bem? – uma moça vinha na direção do grupo que olhava atônito para a jovem. A recepcionista vinha em seu encalço tentando conter a moça que andava rápido ainda aos berros.
- Senhorita, você não pode entrar ai sem permissão. – falou em vão a recepcionista.
- Não adianta! Pode falar o que quiser! Tente me pedir e vai ver o que te acontece! – Penélope Cliwoter parou e apontou a varinha para a recepcionista. A situação parecia tão absurda que ninguém teve reação. Quem esboçou alguma reação tomando uma atitude foi Arthur.
- Ah, meu Merlin! Penélope me desculpe! O Percy pediu para...
Mas foi impedido de se desculpar por um ataque de Penélope.
- Senhor Weasley, como pode fazer isso?! Eu estou morrendo de preocupação! Fiquei sabendo que ele estava passando mal pelo jornal! Pelo jornal, senhor Weasley! – enquanto Penélope gritava ,os outros quatro olhavam para ela com perplexidade. Molly balbuciou alguma coisa que parecia um “me desculpe”, mas não foi ouvida por causa dos gritos da moça.
- Vamos à recepção, Penélope, pegar a sua identificação para ver o Percy. – disse o senhor Weasley com a mão no ombro de Penélope, que ainda arfava com raiva.
Penélope e Arthur foram buscar a identificação da garota, todos se voltaram para olhar Molly que estava pálida e sem fala.
- Senhora Weasley, a Penélope sempre me pareceu uma pessoa muito calma, esse nervosismo todo é por que ela não sabe como Percy está. – Hermione estava fazendo carinho na mão de Molly.
- Eu sei meu bem, eu sei... Mas... Mas, eu achei que Arthur tinha avisado Penélope! Percy pediu, e eu prometi que avisaria, mas como Arthur falou que avisaria sem falta... – Molly falava tentando se convencer de que a culpa do estresse da garota não era dela.
A recepcionista seguia os dois, Arthur ainda conduzia Penélope com as mãos em seus ombros. Molly não parecia se recuperar depressa. Mas esticou o tronco e puxou o ar com vigor.
- Bom, assim que ela se acalmar, vamos entrar e visitar Percy. Ele não para de perguntar de você, Harry, e de Penélope. Ai meu Merlim! Quando ele descobrir que esquecemos de avisar Penélope ele vai ficar uma fera. - quando Molly terminou a frase Arthur e Penélope voltaram com a identificação da garota. Agora Penélope parecia mais controlada, Arthur ainda pedia desculpas. Já com as identificações eles entraram, e a surpresa foi tamanha quando Penélope passou por todos primeiro e se atirou em cima de Percy.
-Oh, Percyzinho, meu amor! Eu quase morri de preocupação! Sabia que ninguém avisou que você estava aqui? Eu vim sozinha, sozinha! - repetia Penélope indignada. - Sozinha Percyzinho! - Percy fez uma careta para os seus pais, que estavam sem jeito por terem esquecido de avisar a garota.
- Mamãe, eu pedi que vocês avisassem Pêpê! Como vocês não avisaram? - Percy perguntou com indignação. Depois beijou a sua namorada, e beijo mais ainda depois do primeiro beijo.
- Me desculpe meu amor, seu pai e eu... Foram tantas coisas... Desculpa, Penélope! - Molly pediu com sinceridade olhando com contrariedade seu filho ser agarrado por Penélope.
-Filho, não foi culpa da sua mãe. Eu fiquei de buscar Harry e de avisar Penélope. Eu acabei me esquecendo... Eu e Penélope já conversamos na recepção e ela já entendeu, não é Penélope? - o senhor Weasley lançou um olhar questionando a garota.
- Sim, senhor Weasley, eu já entendi. - respondeu Penélope de má vontade. - Embora eu ainda esteja profundamente chateada com vocês. - sem perguntar o estado de saúde do namorado, Penélope roubou a cena com ar de choro, dando beijinhos em Percy que estava corando com as demonstrações de preocupação de sua namorada.
- Hei, estamos aqui sabia? – Rony mal conseguia disfarçar o riso.
- Oi Rony, também estou com saudades. - falou Percy, já vermelho, com Penélope agarrada ao seu peito.
- Oi, Percy, como está hoje? - perguntou Hermione com educação.
- Muito melhor, Hermione. - respondeu Percy no mesmo tom educado, mas não se atreveu a olhar para outra garota na presença de Pêpê.
- Harry, eu queria me desculpar, nós exageramos com você. Eu sei que Dumbledore era muito próximo a você, não foi nada gentil da minha parte e da parte de Umbrigde lhe fazer perguntas sobre ele, após o enterro. - Percy estava se desculpando com Harry, mas não olhava para ninguém concentrado em fazer carinho no rosto da namorada.
- Então você está desculpado, eu também fui rude. Mas me prometa que não vai mais tentar saber o que eu e Dumbledore estávamos fazendo. Isso é, vai continuar a ser um segredo entre eu e ele. - pediu Harry.
- Tudo bem, vai... A essa hora, o ministro já percebeu que não foi uma boa idéia nos pedir isso. Sabia que ele me mandou votos de melhora? Mandou-me até um arranjo de flores! - Percy falou sem esconder a satisfação na voz.
- Que lindo Percyzinho! Eu estou tão aliviada de te ver melhor! Me dá mais um beijinho? - Penélope fazia beicinho em quanto pedia mais um beijo do namorado. Rony parecia oscilar entre estar incomodado e estar se divertindo com a cena. Hermione olhava tudo com divertimento. Já Molly preferiu ignorar a atitude da sua futura nora. Arthur sorria disfarçadamente, para que Molly não se irritasse com ele por ver graça na situação.
- Claro, Pêpêzinha linda do meu coração. - e Parcy beijou Penélope com vontade, sem ligar para as caretas dos outros no quarto. Tirando os estalos que vinha dos beijos de Penélope e Parcy a visita foi tranqüila. Eles conversaram sobre muitas coisas, até sobre o as notícias do Profeta Diário. Meia hora depois, todos se despediram de Percy, menos Penélope que insistiu em ficar até o final da visita. A contra gosto, a senhora Weasley concordou, mas para se desculpar de ter esquecido de avisar a sua futura nora de que Percy estava ansioso por vê-la. Molly se despediu de Harry carinhosamente, Rony e Hermione também se despediram dele. Arthur tranqüilizou a sua esposa dizendo que iria para casa logo após deixar Harry em segurança na Rua dos Alfaneiros. O caminho de volta pareceu mais rápido do que a ida, e ainda pensando em Gina, Harry se despediu do pai da garota ao chegar na porta dos Dursleys.
Arthur lhe fez varias recomendações, as quais Harry fingiu ouvir. Quando entrou em casa, Petúnia preparava o jantar, e Valter via o noticiário, voltando a fazer as habituais reclamações. Duda olhava o pai com felicidade, e procurava o olhar de sua mãe para ter certeza de que tudo estava voltando ao normal. Foi só quando passou por tio Valter que Harry foi notado.
- Seu amigo está melhor, garoto? - perguntou Valter sem tirar o olhar da televisão.
- Sim, obrigado. - respondeu Harry. - Vou para o meu quarto, algum problema seu não jantar? - perguntou ele para o tio.
- Por mim... - falou Valter dando de ombros.
- Ótimo, respondeu Harry. Não estava com fome e não queria ser esbofeteado com os olhos por Duda e Petúnia, que agora estavam rosnando para ele. Harry chegou em seu quarto, se jogando novamente em sua cama. Em seguida se levantou, procurou a carta de Gina e se deitou novamente. Fechou os olhos e ficou cheirando o pergaminho. A falta dela chegava a doer no peito de Harry. Ainda distraído, ele escutou três pancadinhas na janela fechada. Se levantou pensando que era Edwiges impaciente por entrar, mas quando abriu a janela se deparou com um corvo olhando fixamente para ele e bicando a janela.
Harry ficou intrigado. Abriu a janela e retirou o pedaço de pergaminho da perna da ave. O bilhete tinha uma caligrafia seca e difícil de entender.
A Harry Potter.
Se quiser saber onde está o assassino de Alvo Dumbledore, me espere na porta da sua casa meia noite. Precisamos conversar. É importante que você venha sozinho. Ninguém pode saber do nosso encontro.
Atenciosamente.
Uma amiga.
Harry ficou muito intrigado. “Quem podia ser? Hermione?” Não. Não poderia. Que amiga então ele teria que estivesse envolvida nesses assuntos? Harry não conhecia a caligrafia. O problema era: “Avisaria ou não avisaria alguém sobre o bilhete?”. Se avisasse, correria o risco da pessoa não se aproximar, e Harry não saberia o que essa pessoa realmente quer. Por outro lado, Harry se meteria em uma baita encrenca se fosse uma armadilha, e para checar ele teria que avisar alguém. Um tempo mínimo considerando a questão e Harry decidiu. Iria se encontrar sozinho com essa pessoa. Iria com a capa de invisibilidade, isso lhe dava a chance de checar antes de ter certeza do que se tratava. Sem contar que estaria com a varinha. Antes enfrentar outra audiência no ministério por fazer magia antes da maior idade do que morrer.
E foi assim que com impaciência ele aguardou até próximo do horário que dizia o bilhete. Abriu a porta do seu quarto devagar e saiu a passos bem leves. Procurou a chave da porta e achou sem erros pendurada no molho de chaves na cozinha. Já eram dez para meia noite quando Harry sentiu o ar gelado arrepiar os pelos do seu braço sem agasalho. Já vestido pela capa de invisibilidade, se sentou à porta esperando a sua misteriosa companhia. Um tempo depois, olhou o relógio e viu que eram meia noite e vinte, e ninguém nem mesmo um animal havia passado na rua. Quando se levantou e se virou para abrir a porta sentiu algo lhe atingir em cheio nas costas. Tentou se movimentar, em seguida viu que não tinha condições, o seu corpo estava imóvel, como uma pedra, foi quando sentiu a sua capa ser retirada, e seu corpo ser virado e encostado na porta. Enquanto a pessoa o virava, ele reconheceu uma risada feminina que soava muito insana, com um calafrio Harry avistou o rosto de quem estava esperando. Com muita surpresa, ele se deparou com Belatrix Lestrange sorrindo, com a varinha em sua mão achando a cena muito divertida.
- Nossa Potter! Ou você é ingênuo demais, ou é muito burro! Eu não tinha certeza que você seria tão estúpido assim! Não quando o Lorde das Trevas quer a sua cabeça. Tsc, tsc, tsc, e agora Harry Potter? Diz-me? O que será do pobre orfãozinho agora? - Belatrix retorcia o rosto em uma imitação fraca de dó. Sem conter a emoção de deixar a sua presa aterrorizada Belatrix continuou a falar.
- O meu priminho eu mesmo me encarreguei, o velho caduco o Sanpe deu um jeito, como você vai fazer para salvar a sua pele agora hein? Vamos, me dê um bom motivo para eu não te matar agora! - Harry se amaldiçoava por ser tão burro. Enquanto Belatrix Lestrange falava, ele viu sua varinha sair voando em direção à mão da mulher, e uma segunda capa de invisibilidade joga no chão, ao lado de Belatrix. Foi nesse momento que ele entendeu como foi encurralado. Belatrix já o esperava em sua capa quando ele apareceu. Aproveitou que ele se movimentava, agiu rápido e o atingindo pelas costas.
Belatrix seguiu os olhos de Harry até a sua capa, resolveu continuar com o seu joguinho.
- Demorou muito para você entender, idiota? Ou você acha que só existe a sua capa de invisibilidade? Já que você não tem inteligência suficiente para entender o que aconteceu, eu terei prazer em explicar. Se ficar muito difícil para essa sua cabecinha inútil eu posso desenhar. O que você prefere? - Belatrix sorria. Humilhar Harry Potter não era tão bom quanto torturar, mas já era um começo.
- Eu deduzi que se você aparecesse viria escondido como um covarde de algum jeito. Foi quando eu vi a porta se abrir sozinha. Como eu sou uma pessoa inteligente, ao contrário de você eu fiquei observando a grama. Como ela não se mexeu eu soube que você estava parado à porta. Já estava impaciente esperando que você tirasse a capa ou abrisse a porta novamente. Quando a sua capa saiu um pouco do lugar eu vi a sola do seu sapato, foi a onde eu peguei o desprezível ratinho caindo na minha armadilha. Mas, sem demora, vamos ao que interessa: Me dê um bom motivo para eu não te matar agora! - Belatrix parecia não estar blefando quando se aproximou e colocou a varinha no queixo de Harry. O garoto só tinha um pensamento, falar o quanto pudesse para distrair a mulher ganhando tempo para pensar em algo para se livrar da situação.
- Me sinto lisonjeado Belatrix. Será que posso te chamar de Bela? Ou só o seu amor Voldemort pode te chamar desse jeito? - perguntou Harry disfarçando a tremedeira evidente na voz.
- Potter, não ouse falar assim de mim ou do Lorde Das Trevas! Não vou ser piedosa o bastante para te matar rapidamente. - Belatrix continha seus atos, mas estava autorizada a ser muito persuasiva. Ao ouvir seu nome e o nome do Lorde das Trevas sair com deboche da garganta de Harry, ela estreitou os olhos, em sinal de ultraje máximo. Belatrix, com força, pressionava a varinha agora contra o pescoço de Harry.
- Me desculpe se fui indiscreto. - continuou Harry ao ver os olhos de Belatrix mudarem de repente. - Não foi a minha intenção. Como você disse, vamos ao que interessa: Você não veio me matar? Então veio aqui para quê? Ah! Esqueci, você faz o que Voldemort quer, você não tem vontade própria! Talvez ele tenha te dado permissão para me torturar um pouquinho, bem previsível da parte dele. Eu sei que Voldemort espera pela oportunidade de tentar me matar. Você não ousaria desobedecer uma ordem dele não é? Ah! Que burro que eu sou, você veio me buscar então? - Harry se viu desejando de todo o coração que a resposta de Belatrix fosse negativa a última pergunta.
- Chega!. - Belatrix cerrou os dentes, e intensificou a pressão com a varinha no pescoço do garoto. - Pensa que eu não sei que você está tentando ganhar tempo? Mas seu tempo termina agora Potter! Eu não vim te buscar, mas tenho um recado muito interessante do Lorde das Trevas para você. Já esta na hora de recebê-lo! Não adianta gritar como um menininho assustado, vou fazer com que ninguém te ouça. Ninguém terá a oportunidade de salvar o “eleito”, pense em mim como uma educadora. E tenho o maior prazer em te dar essa aula particular! Se quer mesmo saber, eu vim aqui só para me divertir com você! - Belatrix sorria à vontade com a situação, ria sem fazer escândalo, mas seu sorriso era doente, aparentemente torturar crianças e adolescentes era um passatempo interessante para ela. Harry se preparou intimamente, seu plano não deu certo, ele estava em apuros. Uma sensação desagradável passeou pelo estômago vazio de Harry, ele reconheceu a sensação, uma onda de pânico ganhava intensidade dentro do seu corpo aumentado seus sentido. Harry estava preso indefeso e prestes a ser torturado por uma sádica idólatra de Voldemort e não havia nada que lhe ocorresse para sair ileso da situação. Para a sua surpresa, Belatrix não teve nenhum interesse pela varinha do garoto a não ser tirá-la de seu poder, de alguma forma Harry tinha a obrigação de salvar a sua própria pele, por causa da estupidez que ele cometera. Todos esses pensamentos não levaram mais que três segundos para se formar na mente dele, antes dele sentisse uma dor lancinante. Harry gritou. Seu grito não saiu de seus pensamentos desordenados para a sua garganta. Ele uivaria se soubesse, tudo o que queria era parar a horrível sensação que percorria o seu corpo em todas as direções. A noite estava fria e silenciosa em quanto ele lutava para não enlouquecer por causa da dor que estava sendo exposto. Após algum tempo ele sentiu seu corpo voltar ao estado que se encontrava, a dor cessou. Belatrix olhava Harry com interesse e divertimento. Ela aproveitou o momento para continuar a mensagem que Voldemort ordenou que fosse transmitida a Harry Potter.
- O recado é simples, fedelho idiota. O quanto mais você fugir, mais vai sofrer quando sucumbir à morte. Eu não tenho nenhum interesse em te levar desse jeito ao Lorde das trevas. É a mesma coisa de levar um verme para um leopardo se alimentar. O pouquinho que você acaba de sentir não é nem um porcento do que acontecera com sua nojenta família trouxa, e seus amiguinhos, e toda a laia com quem você anda! Se você continuar fugindo do Lorde das Trevas, eles vão sofrer muito mais por você. Então você já sabe não é? Seja um bom menino e acabe logo com isso! Vai te poupar tempo e energia. E quem sabe se você enfrentar o Lorde logo, ele não te proporcione uma morte rápida? Eu duvido que você venha a merecer uma morte rápida, por que nojentinho do jeito que você é, eu duvido que você vai ter essa regalia! Eu terei o maior prazer em rasgar, mutilar e queimar você, quando estiver nos seus últimos instantes dessa sua vidinha podre! Acho que o Lorde não vai me negar esse pedido. Sou sua preferida, por isso ele me incumbiu de te dar esse recado. - Belatrix queria ver o medo nos olhos de Harry, assim como queria ver as vísceras do garoto expostas. Sentiu o medo em Harry só no primeiro contato, agora Harry tinha um olhar diferente, um brilho determinado, e antes que pudesse continuar a tortura-lo, Harry fechou os olhos. Como se não quisesse ouvir o que ela dizia. Com uma rapidez vertiginosa ele surpreendeu Belatrix. A varinha do menino voou para ele muito rápido fazendo um zunido curto e mínimo pela distancia quase nula. Belatrix se desconcentrou com o barulho. Se virou para o lado, tentando se desviar, como se fosse ser atingida, um segundo depois quando retomou a sua postura só conseguiu ouvir um estalo. Harry Potter tinha aparatado. Inexplicavelmente teve êxito em levar sua varinha e sua capa junto com ele. Belatrix ficou parada um tempo, considerando se ele ainda estava por perto. Não acreditando que ele pudesse aparatar sozinho com a sua idade, e fazer feitiços simultâneos sem sua varinha. Não seria algo agradável contar isso para o Lorde das Trevas, mas o que a deixou mais furiosa foi perder a oportunidade de torturar o menino mais um pouco. Tinha consciência, não poderia mataria Harry Potter. Sua missão era persuadir e testar o garoto. Essa parte ela pensava ter cumprido com perfeição. Aparatando em uma estrada de terra batida Belatrix se dirigiu para um casebre muito antipático, escolhendo mentalmente as palavras que usaria para explicar a sua conversa com o menino. As novas habilidades de Harry Potter não deixariam seu mestre feliz. Isso preocupava Belatrix Lestrange, bem ou mal ela cumpriu o que lhe foi ordenado. E de uma certa forma, as coisas não saíram do controle. Caminhando para o casebre ela desejava com ardência que Voldemort partilhasse do seu ponto de vista.
Muito distante da Rua dos Alfaneiros, Harry Potter caiu com estrépito em cima de um gnomo, em um gramado mau aparado. Sentiu dor pela queda. Em seguida, levantou-se, e seu coração que parecia se chocar violentamente contra a sua caixa torácica diminuiu o ritmo em sinal de alivio. A sua frente, erguia-se alta e completamente torta a Toca. Não poderia voltar para a Rua dos Alfeneiros daquela forma, o jeito era bater na porta e explicar a atitude idiota que teve. Era melhor que ficar no quintal tentando ser mordido por um gnomo raivoso.



N/A: Olá!!! Mais uma atualização meus queridos!!! Espero os comentários de TODOS VOCÊS!!!
Eu sou só sorriso quando chega na parte de agradecer!!! Então vamos lá!!!
Paty Black: Nossa, nossa, nossa!!! Eu não merecia tanto...
Estou vermelhinha até agora!!! Com aquele sorriso besta como se tivesse ganhado na mega-sena!!!
Você ficou curiosa para saber o que o Ron disse no ouvidinho na Mione? Espere só mais um pouquinho e logo saberá...
Mesmo a fic não sendo romântica não vai faltar Harry e Gina tá? Muito obrigado, continue acompanhando PLEASE?
Rafael Martins: Rafael adorei!!! Estou boba com o seu comentário...Você fez uma autora muito feliz viu? E se você fizer a continuação da sua maravilhosa fic não esquece tá? EU QUERO, MUITO, MUITO, MUITO O LINK!!! Muito obrigado e continue acompanhando.
Clow Reed: Rafa, muito obrigado por continuar acompanhando a minha fic!!! Merlin sabe como eu espero os seus comentários...Continue acompanhando Please?
fabio leal: Eu adorei te ver por aqui!!! Espero que goste desse capitulo!!! Quero ler a sua hein?
MarciaM: Miguinha adivinha da onde eu estou postando? Do meu filhote!!!Hehehehehe...Agora sem erros!!! Espero muito saber o que você achou desse capitulo!!!
Dani: Dan espero que goste desse capitulo!!! Espero o seu comentário!!! É sempre bom saber que posso contar sempre com você!!!

Esses foram os comentários, agradeço todos pois ADDDDOOOOORRRROOOOO!!!! Receber cada um desses!!!
Eu agradeço também aqueles que votaram, demonstra que eu estou no caminho certo!!! Beijos e até a próxima!!!
Mérope Slytherin Houghton.





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