NOM's





No dia seguinte, Pedro, cheio de esperanças, resolveu falar com Bellatrix. Ele a viu descendo para as masmorras e sem pensar no que estava fazendo, gritou:

- Bellatrix!

A menina parou, olhou para trás e, como viu apenas Pedro parado no alto da escada, retornou seu rumo, sem dizer nada.

- Ei, espera! – E se aproximou.

- Você que me chamou? – ela perguntou.

- Sim, não lembra de mim?

- Hum... – fez cara de intrigada - Não.

-Pedro, o amigo de Sirius.

- Ta, mesmo que um dia eu tenha sabido seu nome, o que você quer?

- Quero... – ficou vermelhíssimo - saber se gostaria de sair comigo...

Mas nesse momento, Lestrange chegou, beijou-a e, olhando para Pedro, disse:

- Aqui é o caminho para a entrada da sala comunal da sonserina, ok? – depois virou-se para ela – Como grifinorianos são burros.

E os dois foram caminhando abraçados para a sala comunal deixando um Pedro completamente desolado.


Sentados no banco do vestiário do campo de quadribol, Sirius e Tiago se aprontavam para o treino; enquanto Pedro e Lupin aguardavam na arquibancada.

- O que houve com o Rabicho? – Perguntou Sirius.

- Não, por quê? Tem algo errado com ele?

- Você não reparou? Ele tá todo triste...

- Ah, Almofadinhas, o Pedro é assim mesmo...

- Hum...

- Vamos voar?

- Claro! Mal posso esperar pra ver a Roxy decolar com aquela maravilha!

Após aproximadamente duas horas de treino, os quatro retornaram ao castelo para o almoço. Uma coruja-das-torres pousou em frente à Sirius com uma carta.

Sirius,

Eu, seu pai e seu irmão vamos viajar nessas férias então não terá ninguém em casa. Veja se pode ficar na casa de algum amigo seu ou então se vire com o monstro.

Até Agosto.


Os meses seguiram aflitos, os estudantes estavam ficando malucos só com o tanto que teriam que estudar. No meio disso tudo, o aniversário de Pedro, dia treze de Maio, passou sem grandes comemorações.

O dia do exame dos NOM’s foi se aproximando, até que...

Tiago deu um enorme bocejo e arrepiou os cabelos, deixando-os mais despenteados do que antes. Então, olhando para o Prof. Flitwick, virou-se e sorriu para Sirius, sentado quatro mesas atrás e este, em resposta, ergueu o polegar para Tiago. Sirius sentava-se descontraído na cadeira, inclinando-se sobre as pernas traseiras.

Duas mesas para o lado encontrava-se Lupin. Muito pálido e absorto no exame: ao reler suas respostas, coçara o queixo com a ponta da pena, franzindo ligeiramente a testa.

Rabicho encontrava-se poucas mesas a sua frente e parecia ansioso: roia as unhas, olhava fixamente para a prova. Ergueu a cabeça em esperança de perguntar a alguém mas nenhum o olhava e Tiago estava desenhando na folha de perguntas um pomo de ouro ao lado das letras “LE”.

- Descansem as penas, por favor! – esganiçou-se o Prof. Flitwick. – Você também, Stebbins! Por favor, continuem sentados enquanto recolho os pergaminhos. Accio!

Mais de cem rolos de pergaminho voaram para os braços estendidos do professor, derrubando-o para trás. Várias pessoas riram. Uns dois estudantes nas primeiras mesas se levantaram, seguraram-lhe pelos cotovelos e o levantaram.

- Obrigado... obrigado – ofegou ele. – Muito bem, todos podem sair!

Tiago riscou depressa as letras que estava desenhando, levantou-se de um salto e enfiou a pena e as perguntas do exame da mochila, atirou-a sobre as costas, e ficou parado esperando Sirius, Pedro e Lupin.

- Você gostou da décima pergunta, Aluado? – Perguntou Sirius quando saíram do saguão.

- Adorei – Respondeu Lupin imediatamente. – “Cite cinco sinais que identifique um lobisomem.” Uma excelente pergunta.

- Você acha que conseguiu citar todos os sinais? – Perguntou Tiago coçando a testa com fingida preocupação.

- Acho que sim – respondeu Lupin sério, quando se reuniram aos alunos aglomerados às portas de entrada para chegar ao jardim ensolarado. – Primeiro: ele está sentado na minha cadeira. Dois: ele está usando as minhas roupas. Três: o nome dele é Remo Lupin.

Rabicho foi o único que não riu.

- Eu citei a forma do focinho, as pupilas dos olhos e o rabo peludo – disse ansioso -, mas não consegui pensar em mais nada...

- Como pode ser tão obtuso, Rabicho? – exclamou Tiago impaciente. – Você anda com um lobisomem uma vez por mês...

- Fale baixo – implorou Lupin.

Começaram a descer os gramados em direção ao lago.

- Bom, achei que o exame foi moleza – Sirius comentou. – Vai ser uma surpresa se eu não tirar no mínimo um “Excepcional”.

- Eu também – disse Tiago. Enfiou a mão no bolso e tirou um pomo de ouro que se debatia.

- Onde você conseguiu isso?

- Afanei – disse Tiago displicente. E começou a brincar com o pomo, deixando-o voar uns trinta centímetros e recapturando-o em seguida; seus reflexos eram excelentes. Rabicho o observava assombrado.

Lupin apanhara um livro e estava lendo. Sirius passava os olhos pelos estudantes que passavam pelo gramado a procura de Roxy, que para sua infelicidade, não encontrou.

Tiago continuava a brincar com o pomo, deixando-o voar cada vez mais longe e recapturando-o, o que arrecadava exclamações e palmas de Pedro. Porém sua atenção não estava mais no pomo, e sim nas garotas junto à água.

- Quer guardar isso? – disse Sirius finalmente, quando Tiago fez uma boa captura e Rabicho deixou escapar um viva -, antes que Rabicho molhe as calças de excitação?

Rabicho corou ligeiramente e Tiago riu.

- Se estou incomodando. – retrucou e guardou o pomo no bolso.

- Estou chateado. Gostaria que já fosse lua cheia.

- Você gostaria – disse Lupin sombrio por trás do livro que lia. – Ainda temos transfiguração, se está chateado poderia me testar. Pegue aqui. – E estendeu o livro.

Sirius deu uma risada abafada.

- Não preciso olhar para essa bobagens, já sei tudo..

- Isso vai animar você um pouco, Almofadinhas – comentou Tiago em voz baixa. – Olhem que é que...

Sirius virou a cabeça. Ficou muito quieto, como um cão que farejou um coelho.

- Excelente – disse baixinho – Ranhoso.

Snape estava de pé, e guardava as perguntas do exame na mochila. Quando deixou a sombra dos arbustos e começou a atravessar o gramado, Sirius e Tiago se levantaram.

Lupin e Rabicho continuaram sentados: Lupin lendo o livro, embora seus olhos não estivessem se movendo e uma ligeira ruga tivesse aparecido entre suas sobrancelhas; Rabicho olhava de Sirius e Tiago para Snape, com uma expressão de ávido interesse no rosto.

- Tudo certo, Ranhoso? – falou Tiago em voz alta.

Snape reagiu tão rápido, que parecia estar esperando um ataque: deixou cair a mochila, meteu a mão dentro das vestes e sua varinha já estava metade para fora quando Tiago gritou:

- Expelliarmus!

A varinha de Snape voou quase quatro metros de altura e caiu com um pequeno baque no gramado às suas costas. Sirius soltou uma gargalhada.

- Impedimenta! – disse, apontando a varinha para Snape, que foi atirado no chão ao mergulhar para recuperar a varinha caída.

Os estudantes ao redor se viraram para assistir. Alguns haviam se levantado e foram se aproximando. Outros pareciam apreensivos, ainda outros, divertidos.

Snape estava no chão, ofegante. Tiago e Sirius avançaram empunhando as varinhas, Tiago, ao mesmo tempo espiando por cima do ombro as garotas à beira do lago. Rabicho se levantara, assistindo a cena avidamente, contornando Lupin para ter uma perspectiva melhor.

- Como foi o exame, Ranhoso? – Perguntou Tiago.

- Eu vi, o nariz dele estava quase encostando no pergaminho. – disse Sirius maldosamente – Vai ter manchas enormes de gordura no exame todo, não vão poder ler nenhuma palavra.

Várias pessoas que acompanhavam a cena riram; Snape era claramente impopular. Rabicho soltava risadinhas agudas. Snape tentava se erguer, mas a azaração ainda o imobilizava; ele lutava como se estivesse amarrado por cordas invisíveis.

- Espere... para ver – arquejava, encarando Tiago com um expressão de mais pura aversão -, espere... para ver!

- Esperar para ver o quê? – retrucou Sirius calmamente – Que é que você vai fazer, Ranhoso, limpar o seu nariz em nós?

Snape despejou um jorro de palavrões e azarações, mas com a varinha a três metros de distância nada aconteceu.

- Lave sua boca – disse Tiago friamente. – Limpar!

Bolhas de sabão rosas escorreram da boca de Snape na hora; a espuma cobriu seus lábios, fazendo-o engasgar, sufocar...

- Deixem ele em PAZ!

Tiago e Sirius se viraram. Tiago levou a mão livre imediatamente aos cabelos.

- Tudo bem, Evans? – disse Tiago, e o seu tom de voz se tornou imediatamente agradável.

- Deixem ele em paz – repetiu Lílian. – Que foi que ele lhe fez?

- Bom – explicou Tiago -, é mais pelo fato de existir, se você me entende...

Lilían olhou-o com desgosto.

- Você se acha engraçado – disse ela com firmeza. – Mas você não passa de um cafajeste, tirano e arrogante, Potter. Deixe ele em paz.

- Deixo de você quiser sair comigo, Evans – respondeu Tiago depressa. – Anda... sai comigo e eu nunca mais encostarei uma varinha no Ranhoso.

Às costas dele, a Azaração de Impedimento ia perdendo efeito. Snape estava começando a se arrastar pouco a pouco em direção à sua varinha caída, cuspindo espuma enquanto de deslocava.

- Eu não sairia com você nem que tivesse de escolher entre você e a lula-gigante!

- Mau jeito, Pontas – disse Sirius, animado, e se voltou para Snape. – OI!

Mas tarde demais; Snape tinha apontado a varinha diretamente para Tiago; houve um lampejo e um corte apareceu em sua face, salpicando suas vestes de sangue. Ele gritou: um segundo lampejo depois, Snape estava pendurado no ar de cabeça para baixo, as vestes pelo avesso revelando pernas muito magras e brancas e cuecas encardidas.

Muita gente na pequena aglomeração aplaudiu: Sirius, Rabicho e Tiago davam gargalhadas.

Lílian, cuja expressão se altera por um instante como se fosse sorrir, disse:

- Ponha ele no chão!

- Perfeitamente! – e Tiago acenou com a varinha para o alto; Snape caiu embolado no chão. Desvencilhou-se das vestes e levantou depressa, com a varinha na mão, mas Sirius disse: “Petrificus Totalus”, e Snape emborcou outra vez, duro como uma tábua.

- DEIXE ELE EM PAZ! – berrou Lílian. Puxara a própria varinha agora. Tiago e Sirius a olharam preocupados.

- Ah, Evans, não me obrigue a azarar você – pediu Tiago sério.

- Então desfaça o feitiço nele!

Tiago suspirou profundamente, então se virou para Snape e murmurou um contrafeitiço.

- Pronto – disse, enquanto Snape procurava se levantar. – Você teve sorte de que Evans esteja aqui, Ranhoso...

- Não preciso da ajuda de uma Sangue-Ruim imunda como ela!

Lílian pestanejou.

-Ótimo – respondeu calmamente – No futuro, não me incomodarei. E eu lavaria as cuecas se fosse você, Ranhoso.

- Peça desculpa a Evans! – berrou Tiago para Snape, apontando a varinha ameaçadoramente.

- Não quero que você o obrigue a se desculpar – gritou Lílian, voltando-se contra Tiago. – Você é tão ruim como ele.

- Quê? Eu NUNCA chamaria você de... você sabe o quê!

- Despenteando os cabelos só porque acha que é legal parecer que acabou de desmontar da vassoura, se exibindo com esse pomo idiota, andando pelos corredores e azarando qualquer um que o aborreça só porque é capaz... até surpreende que a sua vassoura consiga sair do chão com o peso dessa cabeça cheia de titica. Você me dá NÁUSEAS.

E, virando as costas, ela se afastou depressa.

- Evans! – gritou Tiago. – Ei, EVANS!

Mas Lílian não olhou para trás.

- Qual o problema dela? – perguntou Tiago, tentando, mas não conseguindo fazer parecer que fosse apenas uma pergunta sem real importância para ele.

- Lendo nas entrelinhas, eu diria que ela acha você metido, cara – disse Sirius.

- Certo – respondeu Tiago, que parecia furioso agora -, certo...

Houve um lampejo, e Snape, mais uma vez, ficou pendurado no ar de cabeça para baixo.

- Quem quer ver eu tirar as cuecas do Ranhoso?

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