Dia dos Namorados
Tiago desceu com a capa prateada nas mãos e Lupin apressou-lhe, já estava escurecendo.
- Entrem logo embaixo da capa!
- Estamos indo, Aluado, estamos indo.
Lupin riu do apelido criado pelos amigos e abriu a porta da sala comunal.
Estavam quase saindo do castelo quando ouvem passos. Lupin olhou para trás em aviso aos amigos e apressou os passos. Já estava saindo quando ouve chamarem seu nome.
- Sr. Lupin.
- Sim, Perkins.
- Onde o Sr. acha que vai?
- Estou indo para onde o professor Dumbledore mandou.
- Claro, irei consultá-lo. Espere aqui.
Lupin bufou, mas parou para esperar. Em cinco minutos o zelador Earl Perkins estava de volta. Fez um aceno com a cabeça. Os quatro saíram e quando chegaram ao Salgueiro Lutador Tiago, Sirius e Pedro guardaram a capa.
- Transformem-se, rápido, já está escuro! - Mas antes que terminasse de falar, um cervo, um cão preto e um rato estavam encarando-o.
Lupin parou a árvore assassina e todos puderam entrar.
- Dá próxima vez, vê se esperam para sair da capa aqui dentro, como a gente tinha combinado.
Encarou os animais.
- Tenho que parar de falar com animais...
Mas no momento seguinte, já virara um lobisomem adulto alegre por não ter que ficar sozinho.
Após todos acordarem, exaustos, tomaram café e foram para a primeira aula da semana: Adivinhação. A professora Tyfer Timott já estava sentada na sua cadeira na mais alta sala de aula da escola.
Depois de se sentarem em pares, Tiago e Lupin em uma mesinha de vidro com suas folhas de chá e Sirius e Pedro em outra mesinha, a aula com mais discursos sobre a vida e a morte começou.
Tiago estava quase dormindo, quando se lembrou da cena que assistiu no campo de quadribol, ainda não contara à Sirius. Levantou, pegou uma folha de pergaminho e postou-se a escrever.
- Por que não fazem que nem nosso amigo Potter e também anotam o que estou dizendo? - Iludiu-se a professora.
Tiago passou o papel para um menina da mesa que separava-o de Sirius e Pedro e pediu para que passasse para ele.
Sirius desenrolou o papel e leu:
Esqueci de te falar, ontem, estava entrando no vestiário depois do treino que você nem foi e vi sua querida Roxy com o Billie. Acho que eles estão saindo. Você não vai fazer as pazes com ela?
Janeiro passou muito rápido, ao professores já estavam maníacos com os exames agora que todos retornaram à Hogwarts depois das ferias de natal. Com fevereiro chegando o tempo ficou mais amigável e já que na segunda semana do mês havia outro passeio a Hogsmeade os alunos se puseram mais felizes. Tiago ainda mantinha esperanças de chamar Lily para o dia dos namorados. Sirius só levaria Tina para fazer ciúme em Roxy que parecia estar muito feliz ao lado de Billie.
Depois de levar três foras, Tiago decidiu que iria sozinho ao Três Vassouras só para tomar uma cerveja amanteigada e voltar o mais rápido possível. Sirius se encontrou com Tina no portão, antes dos alunos montarem a fila dupla.
- Você está bonita, hoje. - Ele disse cativante.
- Obrigada.
- Onde você gostaria de ir primeiro? - Ele perguntou segurando a mão dela.
- Não sei...no três vassouras?
- Tudo bem.
E os dois andaram de mãos dadas até o povoado. Sirius não tirava os olhos do casal da frente.
Já no Três Vassouras.
- É uma pena que aqui esteja com tanta gente, não é?
- Ah Sirius, eu não me incomodo com a companhia.
- Se importaria se saíssemos daqui e fossemos dar uma volta? - Disse enquanto Roxy beijava Billie.
- Não, vamos...
Sirius deixou algumas moedas na mesa e os dois saíram abraçados.
- Vamos na Zonko's? - Perguntou animado.
- Na... Zonko's?
- É, vamos!
Entraram na loja e Tina logo reparou que não haviam casais lá dentro, apenas meninos comprando coisas barulhentas e fedidas. Fez uma careta e disse que esperaria do lado de fora.
- Nossa, estão com estoque novo, tenho que comprar antes que acabem as balas explosivas!
Saiu da loja com os bolsos cheios de "surpresas” e avistou Tina observando a vitrine da frente.
- Oi Sirius... Nossa, olha! Eles tem tinta rosa para pena aqui!
Sirius reparou no casal que saira do Três Vassouras e se despedia e deu um jeito de se livrar de Tina.
- Ah... Tina, já está tarde, combinei com o Lupin, com o Tiago e com o Pedro que iria encontrar com eles ainda hoje... Desculpe, tenho que ir.
- Já? Ah, então tá né... Tchau. - Eles se beijaram demoradamente enquanto a Roxy passava por trás e Sirius depois seguiu-lhe.
- Black. Faz o favor de não me seguir.
Sirius gelou. Roxy sabia que ele estava a seguindo e percebeu isso sem mesmo olhar para trás.
- Não estou te seguindo, White. - Ele respondeu apressando o passo para acompanhar a menina
- Tudo bem, então passe por favor. - Ela deu espaço.
- O que você viu no Armstrong? - Perguntou ele ignorando totalmente a boa vontade de Roxy.
- Como?
- É, o que você viu nele? Quer dizer, você terminou comigo e agora esta com ele...
- Billie não é um idiota como você!
- Era isso que você achava ha dois meses atras? Quando custumavamos pagar detenções ou fugir para a sala precisa juntos?
Ela não soube responder.
- Hein?
- O que você quer, Sirius? Voltar comigo? Achei que estava com aquela vadia da Tina Simpson.
Sirius puxou-a para um beco entre duas lojas, encostou-a na parede e beijou-a como não fazia há muito tempo.
- Seu babaca!:
E agora foi Roxy quem o puxou para outro beijo.
- Você acha que tem alguém usando a Sala Precisa? - Perguntou Roxy sorrindo maliciosamente para ele.
- Tenho uma idéia melhor. Não faça nenhum barulho!
Ela foi guiada até os campos de Hogwarts sem entender nada, até que viu uma árvore bastante famosa.
- Você não está pensando... - E apontou para a grama.
- Não, eu não sou tão louco! Espere aí um estante.
Foi até o local onde está escondido o tronco-chave do Salgueiro Lutador e o fez parar. Chamou uma Roxy com o queixo caído a entrar por debaixo de uma passagem na terra e em seguida "acionou" a árvore demovo.
- Que lugar é este? - Ela perguntou
- Quer mesmo que eu conte a história agora? - Ele perguntou já tirando a camisa.
- Lupin, vamos logo para a Casa dos Gritos, o Sirius deve estar ocupado com a Tina. - Disse Pedro.
- O Tiago já está trazendo a capa, só estou esperando ele.
- Ah, oi pessoal, já está na hora? Foi mal, é que tenho que deixar isso aqui no dormitório das meninas, hum.. Pedro, já que você é pequenininho, pode deixar isso lá pra mim?
- Não.
- Caramba, o que vai te custar?
- É para o seu bem! Ela nunca vai sair com você cara...
- Quer me fazer o favor de deixar isso na cama da Lílian, por favor?
- Ok, ok.
Pedro pegou a carta, subiu para o seu dormitório, depois foi visto um rato descendo de lá e entrando no feminino.
Tempo depois já estava de volta à forma humana saindo com Tiago embaixo da capa, seguido de Lupin.
- Oi remo!
Lupin olhou para Andrômeda, que estava saindo de um dos corredores do 2º andar, e acenou.
- Oi.
- O que faz aqui?
- Ah, eu vou... estou indo, quer dizer, para a...
- Só queria te perguntar se pode, sabe, estudar comigo para os exames, estou muito mal em transformação.
- Claro, mas já? Ainda falta tanto tempo.
- Ah, não sei, você vai fazer alguma coisa no final de semana?
- Não, posso estudar com você!
- Então tá, nos encontramos na biblioteca no sábado às seis e meia.
- Claro!
- Nos vemos por aí. - Disse ela acenando.
- É, nos vemos...
Retomando o ruma para a Casa dos Gritos, já no jardim e ainda estava claro.
Entraram na cara sem perigo e antes de se transformarem, Pedro e Tiago tiraram a capa.
- Olha, o Remozinho tem uma namoradinha e nem nos contou! - Zombou Tiago.
- Cale a boca.
- Que bonitinho, eles vão estudar juntinhos! - Completou Pedro.
Eles foram entrando na casa em direção ao maior quarto para se sentarem, pois ainda tinham quinze minutos antes de escurecer.
Giraram a maçaneta e...
- Mas o que? - Os três levaram um baita de um susto.
- O-oi pessoal... - Sirius estava tentando esconder Roxy embaixo da coberta.
- Sirius, é melhor você se trocar e se mandar daqui com a sua amiguinha antes que anoiteça. - Disse Lupin com uma voz calma, porém estava explícita a sua reprovação.
- Claro, se nos derem licença... - Ele continuava cínico.
Eles saíram do quarto e esperaram no corredor.
- É, o Sirius não tem jeito...
Pedro caiu na risada.
- Aquela era Tina Simpson? – Perguntou Lupin.
- Provavelmente, por quê?
- Não, por nada...
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