Halloween
Despertou-se de seus sonhos e abriu os olhos para ver a única pessoa que poderia lhe fazer sorrir numa hora daquelas.
-Oi.
-Oi, está se sentindo melhor?
-Ainda não... Mas se você ficar aqui acho que em duas horas já estou plantando bananeira.
Roxy riu, se debruçou sobre a cama e deu-lhe um beijo.
- Madame Pomfrey pode voltar. - Alertou Sirius.
-E...?
- Acho que seria arriscado você ficar aqui comigo...
-Mas eu não estou nem aí para ela.
- É bom saber que se preocupa... – disse sarcasticamente - Mas pode acabar levando outra detenção.
- Sirius... Se preocupando com detenções? Você? Pode deixar que eu me cuido...
Sirius não falou nada mas ainda estava preocupado.
- Eu preciso muito falar com o Tiago.
-Sobre o que? Não dá pra esperar?
-Bem...
-Me conta...
Sirius pensou por um momento e então disse:
-Em você é claro que eu confio, mas eu não sei se o Tiago, o Pedro e o Lupin vão gostar...
- Do que está falando?
- Eu quero me tornar animago.
Roxy o encarou.
- Se tornar animago? Por quê?
A pergunta fatal foi feita e Sirius ficou mais nervoso.
- Não... Não posso dizer. – Sirius se ajeitou na cama, se sentando e desviando o olhar do rosto da menina. – Não posso contar a você, Roxy, por mais que eu queira. – disse infeliz.
-Sirius, não precisa se explicar, eu sei que você não pode por causa deles, mas nem para mim? Eu nunca sairia contando para toda a comunidade bruxa, eu nem conheço gente o suficiente para isso! – Sirius a encarou.
-Eu... Eu vou te contar, mas na frente do Pedro, do Tiago e do Lupin você tem que fingir que não sabe.
-Ta bom. – Um sorriso começava a se alargar no rosto dela.
-Nós vamos nos tornar animagos pois...
-Nós? – interrompeu Roxy – Tiago, Pedro e Lupin também vão?
-Bem... – respirou fundo – somente eu, Tiago e Pedro na verdade...
Roxy esperou que ele continuasse.
-É que... O Lupin... Ele precisa de companhia em algumas épocas todo mês, e, bem, os humanos não podem ir, então, hum, nós vamos em forma animal.
Roxy definitivamente não entendera uma só palavra, mas não disse nada. Sirius percebeu a incompreensão e explicou:
- Ele é um... Um lobisomem..
Esperou por um grito ou algo assim, até que veio:
-Ah... Então é por isso que no mês passado, lá pelo dia dezessete ele estava tão pálido?
-Suponho que sim.
-Mas como ele fica em Hogwarts nessas épocas?
-Salgueiro Lutador, é uma passagem secreta para a casa dos gritos.
-Que legal! – Sorriu – Sirius, não precisa se preocupar, o segredo está guardado.
Beijou-o e, antes de sair disse:
-Nos vemos amanhã. Boa noite.
Os raios de Sol já adentravam a ala hospitalar e Sirius acordou. Era Halloween. O jantar seria farto de comidas deliciosas e ele já estava chateado pela idéia de ter que ficar ali. Nesse momento Madame Pomfrey chegou perto de sua cama.
-Vejo que seu braço já está bem melhor, agora tome aqui. – e estendeu um copo com um líquido esbranquiçado – isso é para uma cicatrização final, acho que se correr, hoje a noite poderá aproveitar ainda um pouco da cerimônia.
O estômago de Sirius roncou só com a idéia de finalmente um jantar decente. Ficou mais feliz com a notícia e sorrindo perguntou:
-Que horas são?
-Já são 9:30, já trarei o seu café.
-Sirius, você já voltou? – Perguntou Pedro.
-Não, imagina... – Brincou Sirius.
-Aí, temos que ver o negócio da poção... – Lembrou Tiago.
-Psss, fale baixo!
-Calma Remo, não tem nada de mais em uma poção, se alguém ouvir a gente falando disso, não vai entender mesmo...
-Tá.
- Vou dar uma volta por aí.
-Tudo bem então, Sirius, mas você não vai jantar?
-Vou.
Pegou uma torrada e saiu para os jardins.
-Oi Sirius, que bom que deu para você vir! – Disse Roxy dando um beijo nele.
Os dois se sentaram na grama.
-Roxy, acho que quero que você venha comigo quando me transformar em animago.
-Mas e quanto aos outros?
-Vou acabar falando com eles mesmo.
-Pode ser.
Ficaram um minuto em silêncio.
-Sabe o que eu ainda não sei? Que animal você escolheu?
-Um cachorro.
-Por quê?
-Porque cachorros são inteligentes.
- Você já sabe como se transformar em animago?
- Sim. O Lupin preparou uma poção.
- Você não pediu autorização ao ministério, pediu? - Ela perguntou.
- O que você acha?
Ela sorriu e Sirius deitou e postou-se a observar as estrelas.
- Roxy, você nunca me contou sobre como conheceu o Tom Riddle...
-Bem... não é muito confortável falar sobre ele com você...
-É só que... Eu quase não sei sobre você, sabe, o seu passado e etc...
-Bom, então estamos quites! Eu também não sei sobre você.
-Não há muita coisa sobre mim para contar... Minha família é um saco, eu prefiro Hogwarts à minha casa e me sinto mais à vontade na casa do Tiago do que ao lado da minha mãe maluca e meu irmão perfeitinho...
-Você não está melhor do que eu... O problema é que eu nem tenho família. Moro num orfanato muito chato se você quer saber.
- Onde você nasceu? – Ele perguntou hesitante. –Você conheceu seus pais?
- Nasci em Londres. Sim, eu conheci meus pais, mas eles morreram quando eu ainda era nova. Meu pai era jogador de quadribol... – Ela sentiu uma vontade de rir. – Jogou algumas vezes na seleção inglesa na Copa Mundial. Mas foi exatamente jogando que ele morreu.
Roxy parou, mas percebendo Sirius interessado continuou.
- Ele foi atingido por um balaço nas costas, depois foi derrubado por uma vassoura desgovernada e caiu.
Aquela última palavra soou forte e Sirius ficou apreensivo. Roxy estava agora, literalmente rindo da situação.
-Engraçado como não consigo nem lembrar da cara dele!
-Mas... Roxy, e sua mãe?
-Minha mãe morreu assassinada. – Ela disse mais séria. – Ela era tecladista em uma banda e em um belo dia um fã a matou.
-E... Como você foi parar em um orfanato?
-Meus tios me deixaram lá.
-Seus tios não gostavam de você
-Eu acho que não, né? Afinal eles me largaram em um orfanato
-Pois é...
-Estou com fome.
-Podemos entrar e jantar se quiser...
-Tudo bem.
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