Impedindo um Assassinato
Harry acordou assustado. Acabara de presenciar, durante o sono, uma tentativa de assassinato. Começara tendo um pesadelo onde a morte de Cedrico e Sirius se misturava, quando de repente se vira em uma sala decorada ao estilo japonês. Havia vários corpos de mulheres orientais espalhados por toda a sala, vítimas da Avada Kedavra, provavelmente. Em um dos lados da sala havia um palco de cerca de um metro, rodeado por cortinas semitransparentes, escancaradas no momento. De pé sobre ele, Belatriz Lestrange segurava uma jovem, que, por sinal, tinha muitos dos traços de Harry, a enforcando. A garota, que, apesar das vestes japonesas, tinha jeito de ser inglesa, se debatia fracamente, tentando se livrar da comensal, que riu:
- Você não vai escapar, minha cara Chrystine Potter – Harry arregalou os olhos.- Todos os seus protetores estão mortos, e Dumbledore não chegará a tempo.
Chrystine esquadrinhou desesperadamente a sala e, surpreendentemente, viu Harry. Ela estendeu o braço, como que tentando alcança-lo, e falou com esforço:
- M...me a...aju...de – ela pediu, os olhos verdes suplicando – por... fa...favor, meu ir...mão.
Sem saber o porque, Harry estendeu a mão, apontando para Belatriz e gritou:
- LARGA ELA!
E, de maneira surpreendente, uma feitiço saiu da mão de Harry e jogou Belatriz na parede onde o pequeno palco estava encostado. Chrystine caiu no chão ofegando, tentando recuperar o fôlego. Belatriz se levantou e berrou furiosa e ao mesmo tempo assombrada:
- Potter! Maldito! – então riu.- Veio ver a irmãzinha morrer? Pois bem, então – ela puxou a varinha e apontou para Chrystine. – Eu ia matá-la lentamente, mas já que você está aqui. Ava...
- EXPELLIARMUS!
Na porta, Tonks olhava Belatriz perder a varinha enquanto voltava a bater na parede. Ao seu lado, Lupin e Moody olhavam assombrados para Harry e para Chrystine, que desmaiara. Belatriz voltou a se levantar e disse furiosa, antes de desaparatar:
- Vocês vão pagar caro, Potters! O Lord vai acabar com vocês e com o maldito Dumbledore!
Harry acordou no exato momento que Belatriz desaparatou. Ele se levantou rapidamente da cama e olhou em volta, vendo que estava quase amanhecendo, e pensou com força: “Preciso falar com Dumbledore”. No momento seguinte, ele viu um lampejo vermelho e Fawkes pousou mornamente em seu ombro, fazendo o garoto sorrir.
- ‘lô Fawkes – a fênix piou de volta. – Bem na hora.
Harry sentou na escrivaninha atolada de pergaminhos e escreveu uma mensagem curta:
Dumbledore,
desculpe incomodá-lo a essa hora, mas vou ser bem direto. Eu tenho uma irmã? Ela foi atacada esta madrugada? E, principalmente, ela está bem? E quando vou sair daqui e vê-la? E como é possível que eu tenha uma irmã? Por favor, responda o mais rápido possível.
Harry.
O garoto enrolou a mensagem e entregou para Fawkes.
- Entregue a ele, por favor. Estarei esperando a resposta.
A ave deu um pio baixo e desapareceu em meio a uma labareda, deixando uma pena para trás. Harry olhou para a gaiola de Edwiges, verificando que sua coruja ainda não voltara. Como no quarto ano, ela estava fora adias, deixando Harry preocupado. Ele olhou para fora em busca de sua coruja, enquanto ouvia o movimento no quarto dos tios, que, pelo visto, já tinham acordado. Seu coração estava apertado. Uma irmã! E onde estava Edwiges? Ele olhou novamente para fora e sentiu um imenso alívio no peito ao ver sua coruja, junto de Pichitinho e uma coruja-das-torres, voando em sua direção. Foi aí que ele lembrou que era seu aniversário. Edwiges e a coruja-das-torres pousaram na cama do garoto, enquanto Pichitinho rondava a cabeça de Harry, que catou a coruja mínima.
- Calminha, ô! – Harry exclamou, pegando a mensagem e abrindo.
Harry,
parabéns, cara! Não vou mandar meu presente via coruja. Prefiro entregar pessoalmente.
Rony.
Edwiges trazia a mensagem de Hermione, idêntica a de Rony (os dois estavam juntos provavelmente). A coruja-das-torres trazia uma carta de Hogwarts, que ele teve de ignorar, pois um lampejo vermelho denunciara a chegada da resposta de Dumbledore, que jazia no chão, junto de uma pena de fênix que já começava a virar cinza. Harry pegou o bilhete e leu.
Harry,
a resposta para suas três primeiras perguntas é sim. Irei busca-lo esta noite e explicarei tudo a você e seus tios. E, a propósito, feliz aniversário.
Dumbledore.
Harry suspirou. Ela estava bem. O garoto lembrou que teria de avisar os tios que Dumbledore viria buscá-lo e iria conversar com eles. Ele arrumou uma roupa e, depois de se vestir, desceu rápido as escadas, encontrando o Tio Valter lendo o jornal. Duda devorava o café, enquanto Tia Petúnia servia um pedaço de bolo ao marido. Harry pigarreou, em vão, e, sem conseguir atenção, despejou:
- Vão vir me buscar hoje a noite – agora até Duda parara de comer para olhá-lo. – Não sei a hora ao certo, mas o diretor da minha escola disse que queria falar com o senhor, Tio Valter, e com a senhora, Tia Petúnia.
- O que disse garoto? – Tio Valter rosnou. – Não quero ninguém da sua laia na minha casa.
- Só estou avisando – Harry deu de ombros. – Não estou pedindo. Vou arrumar minhas coisas.
E saiu, sentindo o olhar assassino dos tios em suas costas.
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Continua...
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