if tomorrow never comes...

if tomorrow never comes...



NOTA: ORIGINALMENTE ESSE SERIA O PENÚLTIMO CAPÍTULO. MAS, TODAVIA, PORÉM, ENTRETANTO... HEHEH FICOU MUITO GRANDE, O QUE SIGNIFICA QUE EU TIVE QUE DIVIDIR. ENTÃO... ESSE É O ANTEPENÚLTIMO CAPÍTULO! E O PENÚLTIMO MESMO ESTÁ A CAMINHO! ESPERO QUE ESSAS SEJAM BOAS NOTÍCIAS E MIILLL DESCULPAS PELA DEMORA GALERA!! BJUSSS (ESPERO QUE GOSTEM)


Sirius percorreu o corredor. A casa estava em completo silêncio. Não que o local costumasse ser uma zona, mas... Apesar de ele próprio acordar sempre cedo, geralmente algum dos garotos estaria acordado àquela hora. Indo até o quarto onde Bicuço ficava entrou e observou o animal. Ele, ao contrário dos outros, já estava acordado. Acariciando o animal por um momento apanhou um balde com ratos mortos e atirou um para o hipogrifo que grunhiu, à guisa de agradecimento, imaginou. Com um último afago no bicho caminhou até a porta e saiu em busca de Lupin.

Na tarde anterior os dois haviam tido uma discussão sobre Harry, novamente. Sirius continuava a se recusar em participar daquela mancomunação com Dumbledore... Supunha que o amigo teria o bom senso de concordar com ele, eventualmente, e estava certo. Talvez, pensou novamente, não pelas razões corretas, mas... Hermione o havia colocado contra a parede. Obviamente ela duvidava de algo, e não descansaria até que descobrisse o que estava acontecendo. Sirius duvidava que Lupin poderia ceder às pressões da menina, mas o amigo sabia tão bem quanto ele que Hermione era inteligente o suficiente para descobrir que Dumbledore havia alterado a profecia. Era apenas uma questão de tempo. E diferentemente dele e de Lupin, a primeira coisa que ela faria, seria contar a verdade à Harry.

Verdade fosse dita, ele próprio preferia que Harry soubesse a verdade de uma vez, mas... O rumo que as coisas haviam tomado... Sirius tinha a sensação de que Harry encararia aquilo como não mais que uma traição... O fato era que os dois haviam decidido esclarecer o que deveria ser esclarecido com Dumbledore...

A verdade não era necessariamente libertadora, mas... O mínimo que eles poderiam fazer era dar a Harry o direito do livre arbítrio. Afinal, não era uma decisão fácil de tomar...

A sala estava completamente às escuras. A falta de janelas na casa se tornava agora um empecilho. Entretanto, Sirius veio logo a notar, um veio de luz amarelada se estendia iluminando uma fresta do assoalho no fim do corredor. Havia alguém na cozinha... Lupin provavelmente, ou então, Molly havia chegado e providenciava o café... E ainda sim, havia silêncio.

Sirius empurrou a porta antes encostada e percorreu o local com os olhos. A sua primeira impressão foi de que o lugar estava absolutamente vazio. Franzindo a testa ele deu alguns passos em direção à mesa comprida de madeira que se situava no centro do cômodo. Então ele o viu. Com uma compreensão e terror crescentes, ele adiantou o passo em direção à pessoa estirada do outro lado da mesa:

- Remus! – murmurou ao se aproximar. O amigo não se movia. Seu primeiro pensamento foi o pior, e num gesto rápido e quase inconsciente, checou seu pulso...

Respirando aliviado, constatou que ele estava vivo. Desacordado, mas vivo. Virando o rosto do amigo para encará-lo, chamou num tom mais baixo:

- Remus. – e sacudindo-o por um momento esperou até que ele acordasse. O que havia acontecido? Lupin se manteve estático. Olhando em volta, Sirius apanhou a varinha do amigo, jogada junto a uma das cadeiras. Franzindo o cenho, levantou-se e observou o local mais uma vez... Seus olhos se moveram da porta para o amigo novamente, e com um palpite apontou a varinha em sua mão e murmurou em seguida. – Enervate.

Foi como se um sopro de ar entrasse de súbito em seus pulmões e Lupin alcançasse completa noção do local ao seu redor novamente. Abrindo os olhos, após alguns segundos para se ajustar à iluminação, ele encontrou Sirius fitando-o em pé.

- O que houve? – perguntou ele num tom de urgência. Lupin levou a mão à cabeça franzindo a testa. Ainda estava levemente tonto e nauseado. O que houve ele perguntava... Uma breve lembrança da discussão com Dumbledore voltou-lhe à mente. Então, branco. E agora... – Lupin! – insistiu o amigo com um tom impaciente.

- Ele me atacou... – murmurou Lupin, mais para si mesmo do que para Sirius que se abaixou ajudou-o a levantar. Havia uma descrença visível nos olhos do amigo que Sirius não conseguia identificar:

- Quem lhe atacou? – visto que o homem continuava consideravelmente atônito - Remus!

- Dumbledore... – murmurou Lupin.

- Dumbledore? – retrucou Sirius em descrença. Ele ouvira direito? Dumbledore o havia atacado? Como? Por quê? O qu...

Uma súbita noção do ocorrido atingiu Sirius. Ele sabia o porquê de Dumbledore ter feito aquilo. Bom, na realidade sabia o motivo da conversa dos dois na noite anterior. Só não imaginava que Dumbledore poderia ser capaz de atacar Lupin em prol do que ele considerava ser o necessário a se fazer. Obviamente, ele estava errado...

- Sirius. – murmurou Lupin, agora num tom mais urgente. – Você checou os garotos?

- Os garotos? Eles estão dormindo não? Quero dizer... Você não acha...? – ele poderia ter feito alguma coisa?

- Dumbledore... Ele, ele mencionou algo sobre Harry... Você o viu hoje?

- O que ele disse? – questionou Sirius sentindo a urgência em sua própria voz. Mas o homem não respondeu. Adiantando os passos, Lupin percorreu a cozinha e seguiu escadas acima em direção aos quartos. – Lupin!

Com uma agonia crescendo dentro de si, Lupin escancarou a porta. Estava vazio. O quarto... Estava...

- Vazio. – murmurou Sirius. E rispidamente voltou-se para Lupin. – Onde ele está? Lupin! Onde Harry está?!

- Ele sabia... Ele sabia que eles fugiriam de novo... – murmurou Lupin. Apesar de tudo que havia ocorrido, ainda era absurdamente difícil de acreditar na maquinação que Dumbledore fora capaz de armar. Era Dumbledore... Como ele pôde? – Ela suspeitava dele, todos eles suspeitavam... E ele sabia.

- Remus! – insistiu Sirius.

- Hogwarts... – respondeu ele. – Eles voltaram para Hogwarts.



Rony observou o corpo à sua frente mais uma vez. A varinha em sua mão já havia baixado há muito tempo. Uma luz enviesada iluminava o aposento. Harry havia dito algo, depois partido. Ele não compreendia... Como...? Ela estava ali se... Voldemort havia sido Voldemort... Ele a havia matado. Então como ela estava ali? E ainda sim... – as palavras de Hermione voltaram à sua mente feito um raio. Quase como se ela própria estivesse ali, dizendo... “ E se ela houvesse escapado?”

O fato de ela ter voltado para Hogwarts era facilmente explicável, afinal... Quem poderia protegê-la de Voldemort melhor que Dumbledore...? Mas, ainda sim, ela estaria viva... Mas não. Ela estava morta. Ali, na sua frente. Morta. – Rony não estava certo de quanto tempo havia passado matutando, ali, parado no escuro. O fato era que assim que a sua mente clareou, os fatos se ligaram perfeitamente. Tudo fazia completo sentido. E imaginava como tanto ele quanto os amigos poderiam ter sido tão cegos ao ponto de custar tanto para compreender aquilo... Num movimento rápido, Rony deu meia volta e correu para as escadas. Rony esperava profundamente que estivesse errado com relação aquele palpite, mas eles tinham que sair dali o mais rápido possível. Algo lhe dizia que os três, especialmente Harry, estavam em grande perigo...

- Harry, ouça... – pediu Hermione sussurrante. Harry não sabia se deveria levar em consideração a urgência da amiga ou se sua preocupação deveria ser com ela própria, visto a forma com a qual ela estava agindo.

- Herm...

- Harry nós temos que ir! – murmurou ela. Agora olhando para um ponto às suas costas com um ar suspeito... Os dois estavam em pé no corredor. – Ele sabe que nós estamos aqui, Harry, ele sabe!

- Voldemort? – Harry sentiu uma urgência e um súbito instinto de sobrevivência se apossar dele.

- Dumbledore, Harry. Ele sabe! – Harry franziu o cenho. A amiga não fazia sentido algum.

- Hermione... Se acalme, o qu...? – a amiga havia parado, não olhava para ele, mas sim algum ponto no fim do corredor. Suas mãos que antes seguravam seu braço firme, de modo à faze-lo entender o que ela dizia, agora apertavam-no ainda mais. – Harry voltou-se para o,local que a amiga fitava estática.

Por um momento, Harry julgou tranqüilo, que não havia ninguém ali. Então... Como se seus olhos se ajustassem à escuridão, uma figura alta e imponente começou a se formar... O breve segundo logo deu lugar a nervosismo. O homem era magro, e usava um manto longo que encobria seu contorno, de modo que Harry não podia distingui-lo muito bem. Era Voldemort. Harry deu um passo para trás e puxou a varinha num ato reflexo. Afastando Hermione que jazia atrás de si, Harry ergueu a varinha e estava prestes a lançar o primeiro feitiço que lhe viesse à cabeça quando...

- Harry. – falou ele. A pressão que fazia na varinha afrouxou fracamente. Harry sentiu sua respiração entrecortada ao murmurar de volta, confuso:

- Professor...? – estava prestes a baixar a varinha, quando sentiu um puxão no seu casaco. Era Hermione, ela não disse nada, mas estava claramente advertindo-o a não baixar o braço nem mais um palmo.

- Sim... – murmurou ele. Harry ouviu a confirmação em alto e bom tom. Entretanto, havia algo... Algo que não era Hermione, que lhe indicava que havia alguma coisa errada... E a sensação de perigo, não havia ido embora... Dumbledore pareceu notar a hesitação da parte de Harry. – Abaixe essa varinha Harry. – pediu ele calmamente.

- Harry não! – cortou Hermione. Sua voz estava tremendo. Entretanto, Harry pôde notar uma convicção maior que da última vez. Ele não se moveu.

- Hermione... – começou o homem aproximando-se mais um passo. Mas Harry sentiu um puxão de Hermione, ambos recuaram mais dois. E ela cortou logo em seguida:

- Ele matou Trelawney! – exclamou a garota com a voz tremida. Harry piscou. Hermione havia perdido o juízo completamente ou...

- Hermione... – começou ele, apesar de se manter com a varinha em punho.

– Não. – recusou a amiga veemente. - Harry, pergunte a ele! Pergunte a ele o que ele fez! – os lhos de Harry encararam o homem à pelo menos cinco metros de distância. Não conseguia definir o que se passava nos olhos dele, mas...

- Eu fiz apenas o que foi preciso. – o estômago de Harry afundou. Aquilo era uma confirmação? Mas Harry nem ao menos revidou, visto que Dumbledore continuou a falar, num tom crescente e altivo. De um modo que Harry jamais o ouvira pronunciar. E agora, em pé, naquele corredor, Dumbledore parecia mais vivo do que nunca. – Você... Eu quero ajudá-lo! Tudo que eu fiz foi tentar ajuda-lo... Nenhum deles pode entender, mas você... Harry, você sabe...

Foi a vez de Harry recuar. Aquilo não fazia sentido algum. Ele não fazia sentido algum... Talvez... Talvez ele houvesse caducado de vez ou... Não, não importava. O que ele queria saber, o que ele...

- Você matou Trelawney? – perguntou Harry surpreso de quão fraca sua voz soou ao dizer aquelas palavras.

- Ela não é importante. – desviou o homem dando mais um passo. Mas Harry recuou um pouco mais, sentindo a amiga atrás de si. Dumbledore percebeu o movimento, retrucando em seguida. – Ela foi um meio para um fim! – exclamou ele. - Ela não deveria ter partido! Eu era a única proteção que ela tinha! Mas... Eu suponho que até mesmo eu subestimei as suas habilidades como vidente... – continuou, seu tom de voz se tornando mais e mais intenso. - Veja, quando ela descobriu... Eu tive que me livrar dela! E foi aí que ela se tornou mais útil...

- Você está louco... – murmurou uma voz chocada vinda de trás de Harry. Hermione parecia completamente estupefata.

Harry se sentia completamente nauseado. Tudo aquilo demorava a ser assimilado, e ele ainda sim não conseguia... Como...?

- Veja... – reiniciou num tom ameno. Com se explicasse o porquê de um simples fato. – Às vezes... Como você deverá compreender em breve, algumas pessoas devem ser sacrificadas em prol de um bem maior...

- Não! – cortou Harry erguendo a varinha ainda mais. Tinha o homem na sua mira. Devia fazer algo, sabia disso, mas...

- Harry. – continuou Dumbledore. – Você não vai fazer isso... – afirmou com calma. – Harry ouça-me.

- Harry não dê ouvido a ele. - cortou Hermione.

- Cale-se! – exclamou Dumbledore. Sua voz ressoou pelo corredor. Hermione calou-se num espasmo. Mas continuou logo em seguida, com um tom mais elevado e revoltado, como se a repreensão a instigasse mas ainda:

- Não! Harry, ele mudou a profecia! Ele mentiu! Ele...

- Mas é claro! – cortou ele num tom quase maníaco. – Se você soubesse Harry! A verdade é tão terrível, você nem ao menos estaria aqui!

Harry ponderou. Aquilo não justificava nada, ele merecia saber...

- Oh não! Não me entenda mal, você... Você é nobre o suficiente para não fugir! Ah! É sim! Tudo que você precisava era de um incentivo... – explicou se aproximando ainda mais. Harry estava completamente absorto nas palavras do homem, era como se uma pessoa inteiramente nova e desassociada do Dumbledore que ele conhecera e com o qual convivera por tantos anos estivesse ali. - Algo que o compelisse a fazer o que é certo. E você sabe o que é certo! Harry... Você sabe... – e aqui, voltando-se para Hermione ele acrescentou num tom frio e perigoso. – Mas eles... Ela. Ela é um desvio Harry! Um desvio do seu caminho! Do que você tem que fazer! – foi a vez de Harry murmurar chocado e ao mesmo tempo penoso:

- Você está louco...

- Não! Não! Eu estou certo Harry, de que é isso que deve ser feito! Pense... Pense em todas as pessoas que irão morrer se você se recusar a fazer o que é certo! Pense em quantas vidas serão salvas... Graças a você!

- Não... – murmurou Harry. Não queria ouvir aquilo, queria sair. Sair dali. O mais rápido possível. Estava em negação, sabia disso. Não era... Aquilo, não. Havia outro jeito, tinha que haver...

Entretanto, ainda havia espaço em sua mente para compreender com totalidade a verdade nas palavras de Dumbledore.

- Você sabe. Você ouviu... – continuou ele. Sim. Harry havia ouvido, o Oráculo dissera... Não. Não, não! – era como se uma vozinha continuasse a levá-lo para uma compreensão tão, terrível, e ao mesmo tempo tão...

Hermione pode ver enquanto o braço de Harry fraquejava lentamente. Do que ele falava...? Havia algo que ela não sabia? Algo sobre a profecia. E aquela história toda de sacrifício... O que era aquilo? Um desespero crescente tomou conta do seu peito. Aquilo estava errado... Ela não sabia o que, mas... Estava errado... Eles tinham que sair dali, o mais rápido possível.

Um barulho fraco e leve se fez ouvir no corredor. Harry não tinha mais sua varinha em punho. E ela não era a única coisa que lhe havia escapado... Sua mente, seu raciocínio, fugira totalmente. Ele não sabia o que fazer... O que pensar, ou mesmo o que...

Um movimento brusco chamou-lhe a atenção num repente. Por um minuto, Harry pensou ter visto Dumbledore curvar-se, e logo em seguida, um clarão forte, vermelho. E então, um sentimento de desespero se apossou dele. Intenso, terrível. Não tinha certeza do que havia acontecido, ou de quanto tempo se passara, a ele parecia ter visto a cena em câmera lenta. Como se seu cérebro demorasse a absorver o ocorrido. Hermione foi quem reascendeu seus sentidos com um grito de horror:

- Não!! Rony!! – e num salto, seu ímpeto foi avançar em direção ao amigo que estava estendido no chão agora. Quase que simultaneamente, Harry se viu segurando a menina que se debateu em desagrado. Ele próprio ainda não compreendera totalmente o acontecido, mas era como se ainda tivesse o mínimo de raciocínio que o dizia para não se aproximarem, visto que Dumbledore tinha uma varinha nas mãos e ele não. E ainda sim... Ao mesmo tempo, dentro dele uma ira, uma revolta imensa crescia. De um modo que jamais imaginava poder sentir pelo homem que jazia parado à sua frente.

Harry abaixou-se num movimento em busca da própria varinha, mas se interrompeu ao ouvir o homem erguer a própria em direção aos dois. E apesar de mantê-los sob sua mira retrucou calmamente:

- Não faça isso Harry. – Harry parou. Podia ouvir a respiração descompassada de Hermione atrás dele. Seus olhos foram de Dumbledore para Rony. Ele estava bem? Ou... Vivo...? Mas ele não podia dizer com certeza, estava muito distante do amigo para saber...

Hermione observou Harry. Ele não fazia nada. Nada. Enquanto ela sentia como se suas entranhas ardessem de desejo de vingança, ele não fazia nada... Eles tinham que ajudar Rony, que provavelmente precisaria de um hospital agora... Aquilo era insano!

Ela sabia o que deveria fazer... Sabia...

- Eu não posso deixar você ir Harry. – e aqui, por mais absurdo que parecesse, dado tudo que havia ocorrido. Ele pareceu mostrar uma ponta de pesar na voz. – Eu sinto muito Harry, mas... Eu fiz o que deveria ser feito... – aqui Hermione congelou num lapso. Estava claro o porquê dele não proibir os três de ir até ali... Era uma cilada:

- Você o entregou a Voldemort...! – murmurou ela. O choque contido nas palavras dela atingiu Harry como se uma pedra de gelo houvesse afundado em seu estômago. Dumbledore...? O havia levado para uma cilada...

Um instinto de sobrevivência fez com que Harry desatasse a raciocinar uma forma de sair dali o mais rápido possível. Mas ainda sim... Havia Rony... Como ele chegaria até Rony? Duvidava que Dumbledore o deixasse sair...

Absorto em pensamento Harry descuidou-se da amiga por um instante. Esta aproveitando num movimento rápido abaixou-se apanhando a varinha do chão e apontando para Dumbledore, ele aquiesceu:

- Você vai me atacar Hermione? – perguntou com um ar de quem definitivamente não a considerava uma ameaça. Pelo contrário, havia mais compreensão que ironia em sua voz. – Eu entendo sua raiva... E admiro seu potencial, mas você não faz idéia do que está fazendo... – avisou.

Harry observou a amiga enquanto ela acenou a varinha num gesto rápido. Seu primeiro pensamento foi impedi-la, não queria que ela tivesse o mesmo fim que Rony. E Harry suspeitava que se necessário, Dumbledore não a pouparia também... Mas Harry não viu nada. Aparentemente, o que quer que ela quisesse fazer, não havia funcionado. Entretanto, a expressão de Dumbledore dizia outra coisa. Erguendo uma das mãos meio que surpreso, como se alguém o houvesse surpreendido com uma pegadinha. Ele tocou algo, que Harry não conseguia ver. Franzindo cenho e observando a cena inusitada.

Um puxão no seu braço o retirou de seu perigoso devaneio. Hermione agarrou a manga de seu casaco e o puxava para longe dali.

- Vamos! – pediu ela com uma urgência audível na voz.

- Mas... – murmurou Harry parando e voltando-se para Rony. Hermione pareceu compreender a hesitação do amigo. Que voltou se para ela novamente.

- Voldemort vai estar aqui a qualquer momento! – pediu ela com uma insistência desesperada. Era óbvio que para ela aquela não era a saída desejada, mas sim a única disponível. E apesar de Harry notar que seus olhos estavam lavados em lágrimas, ela retrucou com uma convicção que lhe faltara nos últimos meses:

- Nós não podemos ajudá-lo se você estiver morto.


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