Bônus Batalha
N/a IMPORTANTE!
Antes de ler, eu gostaria de explicar como funciona os vampiros do meu mundo Harry Potter. Eles são bem diferentes dos de Twilight.
Beleza, eles são bruxos que viraram vampiros após terem sido mordidos por outro vampiro. Então, eles também tem poderes e quanto mais velho, mais poderosos eles ficam. Eles também são super fortes e super rápidos. E depois de uma certa idade, eles ganham poderes especiais. O Jack ainda não chegou na idade de ter algum poder especial, no caso.
Para matá-los, tem que atravessar o peito deles com prata ou simplesmente arrancar suas cabeças.
Agora, fiquem com a esperada batalha do século.
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Já era fim de tarde na luxuosa “Cidade Luz”, as pessoas já deixavam seus trabalhos e seguiam para suas casas, algumas desejosas pensando no maravilhoso final de semana que começaria no dia seguinte, outras carrancudas pensando no tedioso final de semana que passariam.
Num famoso bairro parisiense, conhecido por suas inúmeras lojas de grifes famosas,
uma mulher saía de dentro de uma luxuosa filial da Fascinationsualité.
Os cabelos castanhos muito lisos balançaram suavemente quando ela se virou e ditou algumas ordens às vendedoras. Possivelmente era a gerente dali porque, diferente das outras no local, ela usava uma short jeans todo estilizado quase dois palmos acima dos joelhos, uma blusa negra levemente apegada em seus seios, e solta abaixo deles. Por cima utilizava um casaco até os cotovelos, da mesma cor das sandálias azul-bebê de salto muito fino que tinha nos pés. Num dos ombros ela carregava a alça de uma bolsa LouiseViton, que deveria custar mais que o salário anual do taxista loiro bonitão, que tinha o carro estacionado um pouco mais a frente.
Na mão direita ela segurava a coleira negra do cachorro Husk Siberiano que a acompanhava. O animal por si só merecia ser admirado: de peito e patas brancas, dorso negro e olhos azuis. Ele caminhava de um jeito quase gracioso, arrastando as patas, aparentando estar muito entediado.
A morena parou em frente a uma banca de jornais, conversou aos sussurros com o dono, e minutos depois ela saía de lá com uma revista. Titulada de “Semanário das Bruxas”, a revista mostrava uma foto animada de um bonito moreno de olhos verdes segurando uma taça de ouro maciço nas mãos e sorrindo exageradamente. Em letras brilhantes, com destaque, lia-se ‘Astro do Quadribol fisgado.’ , seguido de um pequeno resumo
dizendo: Destaque absoluto da Copa Mundial de Quadribol, James Potter, pede a namorada em casamento durante comemoração. Soltando um risinho, a mulher guardou a revista na bolsa.
- Eu te disse que devíamos ter ficado para as comemorações, Ben. – disse para o cachorro, que revirou os olhos numa atitude muito pouco canina.
- Hey beldade, o pulguento tem telefone? – perguntou um skatista de roupas escuras e muito largas com uma touca cinza cobrindo os cabelos, piscando o olho, de um azul muito claro, para ela.
Ben rosnou e o homem somente girou os olhos para ele, arrumando a enorme mochila nas costas.
- Ter ele tem, mas duvido que ele te dê. – ela respondeu debochadamente, também piscando um olho para o rapaz.
O cachorro bufou, ou assim pareceu, e passou a arrastá-la até o estacionamento, uma enorme construção de no mínimo quatro andares gigantescos, guardando os mais variados carros.
Mulher e animal chegaram à portaria, porém a mesma encontrava-se vazia. Não havia nenhum sinal dos manobristas que cuidavam do lugar. Com um olhar apreensivo, ela esticou o pescoço para tentar ver o que acontecia no setor dos carros e, aparentemente, havia tido uma queda de energia elétrica ali. O Rusk Siberiano trocou olhares com a sua dona, assentiu algo com a cabeça, e latiu quatro vezes seguidas antes de os dois adentraram o prédio na penumbra.
Caminharam por entre as fileiras dos mais variados tipos de carro até encontrarem a ferrari azul-metálica conversível da mulher.
Ela tirou de dentro da bolsa o alarme do carro desativou-o e abriu a porta para que seu cachorro pudesse entrar. Assim, Ben o fez. Antes de fazer o mesmo, a morena deu uma última olhada para o breu do local e paralisou seus movimentos assim que avistou um vulto, usando uma longa capa negra com um capuz que lhe cobria o rosto, caminhando em sua direção.
Quando o vulto estava perto o bastante, ele estralou os dedos e a luz voltou a funcionar apenas acima das cabeças deles.
- Quanto tempo, princesa. – cumprimento ele, sua voz fazendo parecer que sorria. - Sentiu saudades? – sibilou enquanto abaixava seu capuz, revelando um rosto muito pálido com cabelos castanhos longos e olhos vermelho-rubi.
Saindo de seu transe, a mulher respondeu calmamente, parecendo reencontrar um velho e adorado amigo.
- Senti muitas coisas na sua ausência, querido. – contou, se escorando em seu carro.
- Sério? – surpreendeu-se ele com um sorriso falso e predatório.
- Pois é.. Nos primeiros 5 meses quando eu era uma pré-adolescente violentada por um cara mais velho, senti vontade de te matar. – Começou, sem olhar diretamente para ele. – Aí depois nos próximo 2 anos, quando eu era uma adolescente rebelde muito bem treinada, eu senti que podia te matar. – continuou ainda sorrindo de lado. – Depois disso, não se sinta ofendido querido, mas eu acabei te esquecendo um pouco. Sabe como é, senti que devia ter outras prioridades: como muitos namorados, muitos compromissos e tudo mais. Mas não se preocupe, a vontade te matar continua intacta dentro de mim.
Não parecendo se abalar com as palavras dele, ele também se escorou num carro ali ao lado.
- Se foi assim, porque se escondeu tantos anos? – perguntou ele, também sorrindo de lado. – Depois de sua formatura perdi seu rastro, até alguns meses atrás quando descobri que trabalhava nessa filial da loja da sua mãe. – contou ele falsamente indignado. – E devo admitir que prefira seus cabelos vermelhos, embora os castanhos não te desmereçam.
Fez um movimento de mão na direção dela, fazendo os cabelos castanhos lisos começarem uma rápida mudança. Primeiro a raiz foi ganhando um tom avermelhado, até que no instante seguinte uma última ondulação transformava-se num tom vinho vibrante.
- Não ia ser tão emocionante, se fosse fácil, certo Jack?! – indagou despreocupadamente, olhando para suas unhas negras imaculadamente manicuradas.
Ele observou a garota atentamente sentindo-se quase nostálgico. Aquela mulher era dele. Jack a queria para sua coleção há quase 13 anos. Sentiu-se sortudo por não ter conseguido matá-la naquele dia, agora poderia usufruir muito mais dos dotes que ela havia recebido com os anos. Se ela havia sido bonita aos 12 anos, agora ela era exulberante. Só havia um porém, ele estava incomodado por ainda não poder ver os olhos azuis, que tanto lhe assombraram nos últimos anos, fitá-lo.
- De acordo, Emmy. Mas agora, chega de papo e vamos ao que interessa. – disse Jack Saunnier, desencostando de um porshee. – Você vai por bem? – perguntou ele com um sorriso frio.
- E o que te faz acreditar nisso? – indagou laconicamente, sem se movimentar.
- O fato de eu ser mais forte e você não ter a mínima chance? – falou ele, estranhando a falta de reação da garota.
- E o que te faz acreditar nisso? – repetiu debochada, agora, claramente desdenhando dele.
- Tirando o fato de eu ser um vampiro experiente e você uma simples gerente de uma loja para madames? – fez ele, arqueando uma sobrancelha descrente.
- E o que te faz acreditar nisso? – tornou a repetir, sem mover um músculo além do necessário para falar.
- Garota tola! Estou te seguindo há meses e sei tudo sobre você. – bradou ele perdendo seu sorriso. – Eu não conheço nada que lhe faça ganhar de mim.
Ela levantou os olhos de suas unhas vagarosamente, fazendo o movimento parecer durar uma eternidade, mas, por fim, focou seus olhos cinza chumbo nele.
- E se eu soubesse que você me seguiria? E se eu estive todos esses anos atrás de você?
E se eu fosse a Inominável mais bem treinada de toda a Europa? E se eu estivesse muito bem preparada para qualquer tipo de ataque de vampiros? – ela perguntou, sorrindo maldosamente pra ele.
Com um pequeno sobressalto interior, meio alarmado com aqueles olhos ele encarou-a de volta.
- Você morreria da mesma maneira, princesa. – sibilou ele, avançando contra ela.
Porém, Ben entra no meio caminho e rosna mostrando todos os seus dentes brancos e afiados para Jack. O vampiro, com um gesto de mão impaciente, faz o animal voar até bater pesadamente contra a parede do estacionamento, soltando um leve ganido dolorido.
- Sabe, você, definitivamente, não devia ter feito aquilo com o cachorro. – comentou a mulher despreocupadamente sem desencostar do carro, mas olhando para o lugar escuro aonde o cachorro devia ter caído. - Ele costuma ser bastante vingativo.
- Teme pelos estragos que fiz na bola de pêlos? – indagou sorrindo e se aproximando.
- Por ele? Que isso, longe de mim. – disse ela sorrindo de lado e cruzando os braços. – Temo por você, as pessoas que julgaram erroneamente o meu cão não costumam ficar muito, digamos, inteiras.
- Esqueça o pulguento, agora somos somente nós dois. – declarou o homem com um sorriso maldoso.
- Não se esqueça de nós, Jack. – observou uma voz distante dali.
E no instante seguinte, havia dois homens parados ao lado de Emmy. O taxista bonitão e o skatista folgado.
- Vocês? – surpreendeu-se o outro.
- Lembra da gente? – perguntou o loiro sorrindo debochado.
- Cabelo colorido, olhos azuis, físico invejável, alto, bonito, sexy, entre outras muitas qualidades? – tentou o skatista, aparatando de modo que ele e o amigo encurralassem o intruso.
- Beauxbatons, olhares desconfiados, estuporamentos, feitiços muito dolorosos e constrangedores? – ajudou o taxista, seu sorriso ainda intacto.
- Shmtson. O´Connor. – rosnou Jack, encarando-os mortalmente. – Que desprazer vê-los novamente.
- Ahá! Eu sabia que ele se lembrava da gente, Fou. – falou o loiro com um sorrisinho de deboche. – Ninguém se esquece do Vail aqui tão facilmente.
- Isso aqui é o quê por acaso? Um reencontro escolar? – satirizou o vampiro, dando passos para trás na direção onde não estava nenhum dos outros três.
- Longe disso, seu bastardo sanguessuga. Isso aqui é um encontro amigável onde nós tiramos no zerinho ou um pra ver quem te decapta. – rosnou uma voz masculina, e Jack sente-se empurrado de volta para o meio da “roda” que se formou ao redor dele.
Um homem de roupas pretas, cabelos negros e olhos azuis; aparecera do nada e também o encarava mortalmente.
- Você está bem, amor? Aquela batida na parede pareceu ter doido. – preocupou-se Emmy lançando um olhar apreensivo ao homem, que balançou a cabeça levemente, sorrindo pra ela.
- O Puce tem a cabeça dura, Pen. – intrometeu-se o homem de gorro. - Pode ficar tranqüila, nosso cãozinho tá com as quatro patas inteirinhas. – disse Fou, sorrindo debochado para o amigo.
- Morra Roxinho, morra. –bufou em resposta com uma grande carranca no rosto pálido.
- Posso saber quem é você? - perguntou o vampiro, depois de decidir que não conhecia o homem a sua frente.
- Quanta indelicadeza da minha parte. – fez ele, com um falso sorriso. - Bernard Zabine, seu algoz.
- Nem vem Puce, a gente já conversou sobre isso. – indignou-se o homem loiro, olhando-o pelo canto dos olhos. – Eu falei primeiro que ia capá-lo, e nem adianta fazer essa sua cara de cachorrinho abandonado, porque eu estou irredutível hoje. – completou com uma expressão comicamente decidida.
Bernard sorriu meio de lado, e respondeu com um zombeteiro “Conversamos sobre isso em casa, querida.” Em resposta, Vail lhe mostrou a língua.
- Vocês estão muito confiantes que vão me matar certo?! – desdenhou Jack, cortando a pequena discussão entre amigos. – Devo lembrá-los que sou um vampiro. – gabou-se estufando o peito. – E então, digam-me como irão me matar? – zombou com um sorrisinho irritante.
- Eu vou acabar com você Jack, você sabe disso. – contou despreocupadamente a única mulher ali presente.
- Só se for de cansaço depois de uma longa noite de amor selvagem, princesa. – retrucou sorrindo predatoriamente para ela.
- Eu vou partir esse cara em dois. –rosnou Bernard, com raiva, ameaçando avançar contra o vampiro.
- Como se algum de vocês pudesse fazê-lo, mesmo sendo razoavelmente poderosos. – debochou o vampiro, sem modéstia.
- Cada idiota que eu encontro nesses meus anos como Inominável. – resmungou Fou, revirando os olhos e retirando a mochila de suas costas e jogando-na dentro do carro da amiga. – Seu idiota, você sabe muito bem que não é indestrutivel, então não me faça soletrar todas as maneiras possiveis de te destruir.
- Porém como eu estou me sentindo bonzinho, eu até te deixo escolher qual maneira você quer partir desse mundo. – Bernard disse
- Nenhuma maneira, é a que escolho já que tenho uma conversa particular pendente com Emmy aqui, mas eu sinto muito em decepcioná-los. – disse, em falso tom de lástima. – Como sou um vampiro bondoso, arranjo companhia pra vocês. - <i>Tch-Gho-Hjato! </i> - bradou aleatoriamente, mandando um jato verde para o céu.
No instante seguinte, havia mais de 20 pessoas ali, formando outro circulo ao redor do formado pelos inomináveis.
- Trouxe amigos? – falou Malfoy sorrindo em falso modo de admiração. - Quanta delicadeza em se preocupar com os meus acompanhantes.
- Peguem os outros, a mulher é minha. – falou com os vultos, que simplesmente assentiram por detrás de suas capas roxas.
- Por que eu acho que essa frase é estranhamente familiar?! – resmungou Bernard Zabine, puxando duas espadas das costas, guardadas estrategicamente em forma de “X”em sua capa, num movimento rápido. Desviou do ataque de um vampiro pela esquerda, e chutou a cara de outro que tentava lhe atacar pela direita, num impulso caiu no chão em pose de batalha, com suas armas erguidas.
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- Que a ação comece. – falou Fou puxando sua espada também. Um vampiro que vinha pela frente teve seu pescoço cortado rapidamente, quando ainda tinha dado só dois passos para acertá-lo. – Atacando pela frente? Assim eu posso ficar ofendido e achar que estão me subestimando. – lastimou-se, agora abaixando-se rapidamente de um mãozorra, com os fins de o pegar pelo pescoço, que foi rapidamente decepada.
O vampiro urrou e lançou um jato estranhamente escuro e grosso em sua direção, forçando-o a girar 270 graus no ar e se esconder atrás de um carro.
- Assim que eu gosto. – berrou, quase sorrindo, puxando a varinha de dentro do bolso da jaqueta, e lançando um feitiço de explosão por cima do capote do carro, fazendo o teto e o chão de todos os andares acima desabarem sobre os meio-humanos, mas o homem-gorila desviou numa agilidade pouco convencional para alguém daquele tamanho. – Algo me diz que nós vamos nos dar bem.
Sorrindo convencido, Fou partiu pra cima dele com sua espada.
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Jack aproximou-se da mulher, levantando a mão numa tentativa de tocar-lhe a pele do rosto.
- Se relar essa sua mão imunda em mim, você irá perdê-la. – ameaçou seriamente, não se movimentando ainda, mas os olhos muito bem atentos aos movimentos dele.
O vampiro riu gostosamente e ignorou o aviso. Assim que as costas frias de sua mão esquerda tocaram-lhe as maçãs do rosto, num único movimento, a ruiva tirou de dentro da porta aberta do carro uma espada prateada (adornada nos mais diversos tons de pedras preciosas azuis) e decepou-lhe o antebraço inteiro.
- Sabe àquela hora quando falei que eu era a melhor Inominável da Europa? – perguntou Emmy, passando a mão nos cabelos vermelhos. – Eu realmente não estava só me gabando.
Ele sorriu predatoriamente e chacoalhou o membro decepado, no instante seguinte havia uma mão negra ali, parecendo muito mais assustadora que a anterior.
- Não foi só você que aprendeu uns truques com os anos, princesa.- Em outro balançar de mão ele fez uma espada vermelha surgir. - Se você quer lutar dessa maneira, então, lutaremos.
Numa investida inesperada, ele foi pra cima da ruiva que girando se defendeu e contra-atacou.
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Os três homens haviam conseguido algo perto de uma luta justa, já que os destroços do feitiço lançado por Fou haviam atrasado quase todos os vampiros.
Bernard já havia arrancado duas cabeças, e enfiado, com satisfação cruel, uma espada certeira num coração vampiresco. Ele lançou um feitiço de agilidade em si mesmo para fugir de dois deles que o perseguiam, correu sobre a lataria de uma caminhonete monstruosa para aterrissar com seus pés sobre os peitos de seus perseguidores. Antes que conseguissem reagir com o baque, atravessou-lhes suas espadas negras (ambas meias curvadas e um pouco menores que as dos amigos, porém de lâminas mais largas, uns dos poucos artefatos que herdara do clã Rossier). Seu sentido aguçado com os anos de treinamento notou que alguém o atacaria pelas costas, sem nem olhar para o alvo, arremessou uma das kunai¹, do suporte em sua perna, certeira no coração.
Uma breve risada de desdém lhe chamou a atenção para um canto mais escuro do local. Três mulheres com roupas justíssimas de couro negro e capas vermelho-sangue observavam as lutas, sentadas displicentes sobre um capote de carro, quase com desdém. Só os formatos de suas mãos, finas, com dedos longos de unhas amareladas e grossas, já mostravam o que realmente eram.
Vampiras.
O que Bernard não entendeu foi o porquê delas não atacarem ainda e somente assistirem. De qualquer forma, não tinha muito tempo pra pensar nisso, já que mais um vampiro havia conseguido se livrar dos destroços e vinha com tudo pra cima dele.
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Vail tinha derrubado três deles já, e agora se encontrava numa espécie de luta meio corpo a corpo com um quarto. Nesse meio tempo haviam lançado uma maldição negra em sua perna que parecia perder mais seus movimentos a cada momento. No hospital dos Inomináveis dariam um jeito rápido naquilo, ele mesmo se tivesse tempo, se curaria, mas estava meio ocupado.
O loiro perdeu a espada assim que tentou investi-la num ataque cruzado lerdo demais, e ainda levou um super soco reluzente no meio da barriga, fazendo-o bater contra uma pilastra, cuspindo sangue.
- Quer saber de uma coisa? Cansei de brincar assim.. – resmungou Vail, tirando sabe-se lá de onde, duas armas trouxas metálicas muito bem polidas. – Agora, você vai ver o que é brincadeira de verdade, sanguessuga.
Ele mergulhou de lado, acertando dois tiros certeiros. Um ao lado do outro, bem no coração, simplesmente fatais. Por precaução alcançou sua espada, prata com pedras esverdeadas, embaixo de um carro e a colocou no suporte em suas costas.
Mancando ele partiu para seu quinto sanguessuga da noite, um homem meio baixinho que tinha acabado de se livrar dos destroços do teto.
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- Quando foi que você ficou tão boa com as espadas, princesa? – perguntou o vampiro, fazendo as duas espadas chocarem-se num barulho estridente.
- Sabe como é, pedi esse dom pra fada dos dentes e ela me deu de presente. – debochou num sorriso, forçando a arma pra frente.
Jack sorriu com desprezo, seus rostos a menos de um palmo de distancia, e a impulsionou pra trás com um pé em sua barriga. A força sobrenatural do vampiro fez Emmy ser empurrada uns 4 metros de distância até se chocar com a porta de um carro grande.
Jack se aproximou vagarosamente, balançando a espada nas mãos com desdém.
- Tsk, Tsk, Tsk. Eu percebo que você e seus três amiguinhos acham que são super heróis ou algo do estilo, mas eu sinto em lhe dizer isso, querida. Vocês não passam de pivetes mimados que sabem pouco mais do que qual é o lado certo de segurar suas varinhas. Tudo isso é muito ridículo, na verdade.
- Então, imagina o quão ridículo será, quando você for destruído por esses pivetes mimados. – ela rosnou atacando-o com força, fazendo suas espadas se encontrarem.
- Minha querida princesa, tão delicada, meiga e fraca. Você sabe o que vai acontecer aqui hoje, então pra quê lutar?! No final, eu venço e todos esses seus amiguinhos morrem. – ele disse, sua voz carrega de ternura e zombaria, parecendo que falava com uma criança que não entende algo simples, como o porquê de ela ter que comer verduras.
Emmy sentiu vontade de vomitar.
-CALE.A.BOCA. – esbravejou conseguindo empurrá-lo pra trás, mas não o suficiente para fazê-lo retroceder mais de quatro passos.
- Cuidado, princesa. Nós dois não queremos que você quebre uma unha ou machuque esse lindo rostinho, não é minha Aimeé?!
Inesperadamente a garota correu ao encontro dele, e quando estava perto o suficiente, apoiou uma mão na espada fincada no chão, rodou horizontalmente. Dois chutes certeiros. Um que fez a espada vermelha voar e cair um pouco longe. E outro em sua cara, o fazendo rodar e cair.
- È Malfoy pra você, panaca. – rosnou de olhos espreitados, com uma face nada amigável, e se preparando a espada para mais um golpe.
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- O Vail vai te pegar! - cantarolava o loiro, enquanto atirava certeiro no maior número de corações que via, mas os filhos-da-mãe pareciam brotar do chão. - Pega daqui, pega de lá
Viu Emmy e aquele troço feio duelando um pouco mais a frente, e tudo parecia bem intenso. Mirou a arma para Jack, mas estava longe demais. O loiro era um experiente atirador, mas com aquelas armas especiais seu campo de visão ficava bem limitado.
Para aliviar sua frustração, num tiro certeiro atravessou o coração de um vampiro que ia atacar Fou pelas costas.
O outro, por sua vez, assistiu vários corpos caírem sem nem alguém sequer tocá-los, e esse seu lapso de atenção foi o suficiente para dar abertura a um ataque surpresa, mas antes que pudesse se defender, o corpo do vampiro caiu sem vida ao seus pés. Enrugando a testa, ele correu para o lado de seu amigo loiro, ficando um de costas para o outro.
- O que EXATAMENTE é isso? – perguntou Fou, arqueando as sobrancelhas, conjurando um escudo para salva-los.
- Armas trouxas com adaptações mágicas. Eu te disse pra cursar essa matéria em Avalon. – contou carregando o pente com balas de prata. – Mas nããão, você, Pen e o Puce queriam aprender lutar com as espadinhas de ninjas. Agora, eu mato vampiros por atacado e vocês vão ficar mil anos enfiando essas espadas neles.
Bernard se juntou aos dois, caindo com um joelho no chão, sua espada sendo usada como apoio, lâmina para baixo.
- Algum problema? – perguntou ao notá-los parados no meio de uma batalha.
- Esses caras parecem brotar do chão. – o loiro comentou com uma expressão anormalmente séria em seu rosto bonito.
- Eu sei, contei 22 quando chegaram e eu já matei pelo menos 12. – o moreno respondeu, observando os vampiros procurarem por eles desesperadamente, incapazes de ver através do escudo de magia sustentado por Fou.
- Vocês notaram que não existem corpos no chão? – foi a vez do de cabelos roxos comentar, enquanto os três simultaneamente olhavam para o chão, que se encontrava completamente sem corpos. – Estranho, não?!
- Estranho é eu ter certeza que já matei aquele cara baixinho ali pelo menos umas quatro vezes. – Vail disse, suas armas ainda mirando os vampiros, mas sem atacá-los. – É melhor você checar o perímetro, parceiro.
Fou fechou os olhos, concentrando-se no mesmo instante que Bernard tomou o controle do escudo que trocou de um leve dourado para negro assim que suas mãos substituíram as do outro.
Em Avalon, além do básico – que na verdade não tem nada de básico – cada um se especializou em um tipo de magia que mais combinava com seu estilo de luta e personalidade. Fou era especialista em rastreamento de Magia do grupo, podendo ler os níveis de magia de qualquer ser, desde animais a trouxas, bruxos e criaturas como vampiros, e até mesmo descobrir a fonte deles. O homem de cabelos roxos ficou nem15 segundos de olhos fechados, para depois espreitá-los em direção ás três vampiras que Bernard tinha visto mais cedo.
- Aquelas três são muito mais poderosas que todos eles, estão no mesmo nível do Jack. A loira consegue controlar outros vampiros como marionete, controla cada movimento deles. A de cabelos curtos tem certo poder psíquico que a faz prever cada movimento planejado de seu adversário. E a de cabelos encaracolados, tem uma aura que radia da pele dela, protegendo cada vampiro aqui. Perto dela, nenhum deles morre. – ele explicou rapidamente, sem tirar seus olhos delas. – Nem mesmo o Jack.
Bernard percebeu que elas já não riam mais, e sim mantinham seus olhos estreitos e atentos enquanto se colocavam de pé, atentas a seus desaparecimentos.
Os três Inomináveis trocaram um olhar, tentando criar um plano de batalha, até seus olhos caírem nas armas trouxas na mão de Vail, e os três sorrirem idênticos.
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Jack mantinha um sorriso irritante no rosto que estava começando a irritar a ruiva, não que ele já não fosse irritante, mas ela se decidiu que aquele maldito sorriso teria que sumir a qualquer custo. Ela atacou com uma seqüência de socos e chutes, alguns feitiços e quando nada surtiu efeito, ela voltou a atacar com a espada.
- Então, o pivete moreno parece bem possessivo de você. – ele comentou, seus olhos seguindo os movimentos de Bernard. – E eu que achei que você acabaria junto com o idiota do Shmtson.
- Bernard é meu namorado e o Fou é o meu melhor amigo, idiota. – Emmy grunhiu, desviando de um ataque dele. – Não que eu espere que uma criatura asquerosa e repulsiva consiga entender o que os termos amizade e amor significam. E muito menos saber a diferença entre os dois.
Jack não retrucou, mas seu sorriso irritante havia sumido.
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Os vampiros de segunda linha pularam quase um metro no ar quando uma camionete, bem no meio do andar, explodiu. E da fumaça da explosão, saíram dois Inomináveis, chutando, esmurrando, arrancando cabeças, perfurando corações e xingando muito.
Vail se permitiu um pequeno sorriso de lado quando viu, de sua posição deitado no chão de barriga pra baixo, as três vampiras-chefes aliviarem suas expressões e sentarem-se novamente sobre os carros. Usando um feitiço de invisibilidade perfeito, ele se arrastou vagarosamente até a posição certa e fazendo uma leve prece a qualquer entidade superior que protegia a mira de homens em batalhas, ele atirou.
Dois tiros certeiros no coração depois, o corpo da vampira de cabelos encaracolados se transformava em uma pilha de cinzas.
O loiro nem ao menos piscou antes de desaparatar na mesma posição para o lado oposto do carro, vendo as outras duas vampiras levantarem num pulo e começarem a jogar o maior número de maldições possíveis na direção que ele estava.
Entretanto, quando ele atirou pela terceira vez, a bala jamais atingiu seu alvo, já que as duas vampiras desapareceram no ar. E, nem 10 segundos depois ele sentiu ser levantado por mãos frias e nojentas.
- Estúpido mortal, como você ousa destruir nossa adorada irmã Ofélia? – a loira rosnou, apertando seu pescoço.
- Vai.Se.Ferrar.Bicha.Feia. – ele conseguiu dizer, esforçando-se por causa da falta de ar.
A vampira, chamada Silá, soltou um grito enraivecido e atirou o pobre loiro contra a parede, num baque surdo. – Eu vou te estraçalhar, pirralho insolente.
E antes que ela cumprisse sua promessa, a lâmina de uma espada dourada entrou em seu caminho, quem a segurava possuindo um olhar ameaçador.
- Você não vai por essas garras sujas no meu amigo, sanguessuga. – Fou avisou calmamente, segurando sua espada em posição de defesa em frente do amigo jogado ao chão.
Bernard, ao seu lado, tinha seus olhos fixos na terceira mulher, suas duas espadas também preparadas.
Vail sorriu antes de perder a consciência, com Ofélia morta, todos, inclusive Jack podiam ser destruídos.
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O grito de Silá foi alto e escandaloso o suficiente para interromper o duelo por alguns segundos. Emmy sorriu orgulhosa de seus garotos e observou Jack franzir o cenho, parecendo ligeiramente surpreso.
- Ainda tem tanta certeza que vai ganhar, Jack? – ela perguntou mantendo um sorrisinho irritante no rosto, sua espada em posição de ataque.
- Apesar de seu dom ter sido conveniente nos últimos dois séculos, Ofélia nunca foi a mais poderosa entre nós, Emmy Querida. – ele comentou, convocando sua espada de volta a sua mão. – Vocês vão precisar de mais do que algumas armas trouxas para me destruir.
E com isso, ele lançou um jato arroxeado em forma de dezenas de morcegos sobre a ruiva, que se defendeu fazendo um gesto de mão e criando um escudo feito apenas de energia, na cor azulada. Então, ela jogou sua espada no ar, lançou seu próprio feitiço, em forma de uma gigante anaconda, que por alguns centímetros não arrancou fora a cabeça do vampiro, e pegou a espada antes de ela cair no chão.
- Não se preocupe, eu ainda tenho alguns truques na manga. – ela disse, partindo pra cima dele com sua espada.
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As duas vampiras nem ao menos piscaram antes de começarem a atacar os dois homens que estrategicamente foram se defendendo e se movendo para uma distância segura do corpo desmaiado de seu parceiro loiro.
- Agora eu começo a entender a fascinação do nosso irmãozinho com os humanos. – a vampira comentou depois de jogar um feitiço particularmente complicado na direção de Fou e ele rebatê-lo com a mão, como se não fosse nada. – Eu nunca entendi o porquê dele ter como hobby se infiltrar em escolas mágicas nos últimos séculos, mas agora eu sei que existem alguns humanos que podem nos dar alguma diversão antes de se tornarem alimentos.
- Muito Muito interessante, sanguessuga. Mas que tal você começar a lutar de verdade antes que eu durma? - respondeu, sem paciência para bate-papo vampírico.
- Se você pede, que assim seja, mortal. – com isso, ela invocou uma magia antiga em voz alta, e no instante seguinte todos os vampiros que não haviam sido mortos estavam em posição de ataque na frente dela.
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Apesar de estar no meio de uma batalha, Bernard não conseguiu não filosofor do porquê de ele sempre ficar com a luta mais difícil de todas sempre. Desde que eles se formaram em Avalon isso acabava acontecendo.
E não se tratava nem de ele ser mais forte do que os outros, algo lhe dizia que era seu puro azar. Como no momento onde ele se encontrava frente a frente com uma vampira que previa todos os seus malditos ataques. Rangeu os dentes, enquanto desviava do ataque da sanguessuga pela milionésima vez. Estava na hora de criar um plano, e como ela lia seus movimentos assim que ele decidia qual fazer, o plano seria não ter plano algum.
Brilhante estratégia, Puce, ele ouviu a voz sarcástica de Vail em sua cabeça, zombando.
Com um leve chacoalhar de cabeça pra clarear os pensamentos Bernard avançou em direção à sua oponente, pensando com todas as suas forças que iria chutá-la na cabeça e quando ele a viu sorrir arrogante já preparada pra desviar, mudou sua direção e atacou com suas espadas. Como resultado, conseguiu dois longos cortes na frente do corpo dela e um olhar incrédulo.
- Então, você acha que conseguiu uma maneira de despistar meu dom, mortal? – ela disse, e teria soado arrogante se não fosse pelo leve toque de dor que podia se sentir em sua voz. – Mas você não está nem perto, e quando essa noite acabar vocês e sua pequena prostituta ruiva estarão mortos. – profetizou, enquanto gesticulava com as mãos conjurando uma espécie de feitiço muito poderoso.
- Não insulte Emmy, sua vadia sanguessuga. – ele rosnou, defendendo da maldição com suas duas espadas na frente de seu corpo, formando um escudo de energia negro. E sem deixar de lembrar-se de seu plano, ele voltou a avançar sobre ela.
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Fou desviou de um soco pela direita, chutou a cara de um vampiro grandalhão pela frente, porém não conseguiu erguer seu escudo completamente, antes de ser atingido por trás por um feitiço enviado por Silá, que o fez cuspir sangue negro.
- Você pode ser um bom lutador, mas no final és apenas mais um mortal com uma péssima mira. – ela disse, desviando graciosamente do jato verde que ele conjurara.
Em resposta, o homem apenas sorriu debochadamente, enquanto decepava um vampiro que tentara atacá-lo.
- Mas quem lhe disse que você era o alvo? – replicou, indicando por cima do ombro dela. Seguindo a linha de visão, ela viu Vail levantando-se, tirando a poeira de suas roupas e resmungando pra si mesmo sobre feitiços Enervate fortes demais. - Vail, uma ajuda por favor? – gritou o homem, atraindo a atenção do amigo.
O loiro calmamente retirou suas armas trouxas prateadas do suporte em sua cintura e aparatou bem ao lado de seu companheiro.
- O Vail vai te pegar... pega daqui.. – cantarolou enquanto começava a atirar e via Fou saltar por cima de um carro, indo na direção de Silá.
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- Algo me diz que nosso duelo está chegando a um fim, princesa. – Jack comentou, parando o golpe com a lâmina de sua espada num estalar de metais.
- Sentindo o fantasma da morte perto, Jack? – a ruiva grunhiu enquanto forçava a espada pra frente, recebendo muita resistência por parte da outra espada.
- Apenas constatando o óbvio. – ele retrucou, graciosamente desvencilhando-se do ataque dela e lhe atacando magicamente com a mão que não segurava a arma.
Emmy dançou ao redor dos diversos morcegos de energia mandados em sua direção, ela quase sorria quando desviou do último e já se preparava para atacá-lo com algum poderoso feitiço de destruição.
Entretanto, o vampiro não estava onde deveria e dois segundos tarde demais ela o sentiu bem as suas costas, a espada cortou o ar rápido demais para ela pará-la ou desviá-la.
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Vail que assistia todos os duelos de camarote, atirando em qualquer vampiro que chegasse muito perto de qualquer um de seus amigos, não teve tempo de fazer nada.
Ao ver o que tinha acontecido, ele só conseguiu fazer uma coisa
Gritar.
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Silá grunhiu, lançando um jato negro na direção de seu perseguidor, enquanto tentava trazer um de seus vampiros marionetes pra perto dela, mas assim que qualquer um se movia em sua direção era destruído pelas armas do homem loiro.
- Não é tão boazuada sem suas marionetes, não?! – Fou disse, aparatando bem na frente dela e a atacando com a espada.
Sem reação por um segundo, ela quase perdeu a cabeça e ao desviar no último instante ganhou um gigantesco corte vertical na extensão de sua face direita. Irada com o corte, partiu pra cima do Inominável num combate corpo a corpo, pra no fim ter suas pernas tiradas de debaixo de si por uma rasteira profissional.
E, naquela posição, com ela aos seus pés e sua espada preparada para o golpe final, que Fou ouviu o grito.
E ele se viu incapaz de mover ao saber o que ele significava. A vampira sorriu, se aproveitando da distração.
- Essa é a minha deixa, querido. Mas nos encontraremos novamente, Brendan Shmtson, nem que seja através de seus descendentes. – e com isso, a mulher desapareceu no ar, deixando pra trás apenas uma pequena fumaça negra.
Fou nem ao menos se preocupou, havia coisas mais importantes para serem resolvidas no momento.
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Bernard também ouviu o berro desesperado de Vail, mas não se deu ao luxo de olhar. Primeiro ele tinha que acabar com aquela maldita maldita vadia sanguessuga.
Porém, diferente dele, a vampira olhou e, sem perceber decretou o fim de sua própria luta.
- Parece que o duelo mais aguardado da noite já acabou não?! – riu maliciosamente ao ver que o homem levantou a cabeça pra finalmente analisar a cena bem em frente de ambos.
O moreno arregalou os olhos, sua expressão se tornando de puro horror ao captar a cena em sua totalidade, e só um pensamento rodava em sua cabeça.
- Preciso chegar até lá.
Achando que aquele era o momento certo para atacar, a mulher o fez. E até o dia de sua própria morte, Bernard Zabine jamais conseguiria explicar como nem dois minutos depois, a cabeça da vampira caía aos seus pés. Já que ele só tinha algo em mente naquele momento.
- Preciso chegar até lá.
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Olhos cinza se arregalaram quando a mulher sentiu a lâmina entrando em contato com sua barriga, e usando quase toda a sua força ela se desvencilhou da arma, só para levar um poderoso golpe no peito que a jogou contra seu próprio carro.
Sem forças, ela escorregou na lataria até cair deitada no chão, seus olhos quase se fechando.
- É uma pena ter que te matar, princesa. Eu tinha grandes plano para nosso futuro, juntos. – o vampiro lastimou-se, abaixando sobre o corpo da garota caído ao chão. – Mas, sabe, eu tive uma adorável idéia neste momento, quer saber qual é?
Com um sorriso maligno, ele dobrou-se até ter seus lábios próximos da orelha dela, para sussurrar: - Acho que vou fazer uma vistinha a sua maninha, o que você acha?! O mesmo rosto e com uma personalidade melhor. – ele riu malignamente.
- Eu te mato antes disso. – a ruiva grunhiu, claramente com dificuldades pra respirar.
- Você tem alguns segundos de vida, princesa, não o desperdice fazendo ameaças que não irá cumprir. – disse quase gentilmente, acariciando levemente o rosto dela, ainda rindo.
Seus olhares estavam fixados, sem desviarem. E dedos pálidos tatearam às cegas até acharem o punhal em forma de cobra e, num movimento quase imperceptível de tão rápido, cravaram a arma no peito desavisado.
A risada morreu na garganta de Jack assim que a prata encontrou seu coração estático e, antes que ele também explodisse em cinzas, ouviu as palavras proferidas pela ruiva.
- Eu sempre cumpro as minhas promessas, idiota. – Emmy disse, sorrindo fracamente pra si mesma.
Seu corpo estava pesado pela enorme quantidade de sangue perdido, ela lutava contra a vontade de simplesmente fechar os olhos e se entregar. E estranhamente, o leve formigamento em seu pescoço parecia se espalhar pelo corpo inteiro.
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Os três homens atravessaram o andar em segundos, derrapando em seus joelhos até pararem ao lado do corpo da mulher.
- Pen, sweetheart, não faz isso comigo. – Fou implorou, resistindo a vontade de chacoalhá-la até ela acordar, e apenas passando a mão no longo cabelo vermelho dela, o tirando do rosto.
- Não faz nada, apenas abre os olhos, Pen. – Vail fungou, tentando limpar os olhos, apenas conseguindo sujar mais ainda seu próprio rosto. - Eu fico muito feio de preto, Em, não me faz ter que usá-lo pro resto da minha vida patética.
Os murmúrios dele foram cortados pelo soluço que saiu da garganta do único moreno ali presente, Bernard tinha o rosto abaixado e segurava uma das mãos da namorada como se sua própria vida dependesse disso.
- Você prometeu, caramba. – ele urrou, finalmente levantando os olhos muito vermelhos e cheios de lágrimas. – Você me disse que eu não me livraria tão fácil de você, você prometeu que nós iríamos brigar até tivermos os cabelos brancos e não conseguíssemos mais andar. – as lagrimas finalmente caíram, ele abaixou o rosto novamente e beijou a mão dela.
Fou e Vail seguraram exclamações de surpresa, quando a ruiva abriu os olhos lentamente e fez um gesto para continuarem calados.
- Caralho, Emmy. Eu não sei o que eu faço sem você, minha ruiva. – o moreno sussurrou contra a pele dela. – Eu devia estar lá, e ter te protegido daquele otário.
- Eu consegui me virar muito bem sozinha, obrigada. – a garota finalmente disse, tentando parecer indignada, mas um grande sorriso enfeitava seu rosto.
Bernard levantou a cabeça tão rápido que até machucou o pescoço, encontrando três rostos sorridentes lhe encarando.
- Mas como? – ele perguntou, enquanto puxava a mulher pra si e abraçava fortemente.
A ruiva apenas sorriu de lado e retirou um conhecido colar de dentro de sua blusa, mostrando o pingente para o namorado.
- Um garoto me disse uma vez que essa coisinha aqui me protegeria e não é que ele estava certo?! – comentou meio risonha, quando sentia seus ossos quase quebrarem pela força deste e dos outros abraços que receberia de seus amigos e namorado.
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Nem dez minutos depois, o estacionamento estava lotado de funcionários do Ministério Francês, fazendo controle de danos e cuidando dos trouxas que haviam sido feridos quando Jack invadiu o local.
- Vocês estão com uma cara horrível. – comentou Vivian assim que os avistou sentados na cabine de uma camionete qualquer, escondidos dos outros funcionários do ministério.
Afinal, ser Inominável de alto escalão significa que eles salvam o dia, mas ninguém faz a menor idéia de que eles o fizeram. Na verdade, pouquíssimos sabiam ao menos que eles eram funcionários do Departamento.
- Tenta lutar contra um Esquadrão de Vampiros sanguinários e continuar parecendo um modelo de roupas íntimas. – Fou retorquiu, revirando os olhos e aceitando a garrafa de água que a mulher os oferecia.
- E eu ainda estava usando esses malditos saltos. – a ruiva resmungou, olhando ressentida para o par de sapatos que ela havia retirado.
- Quer uma massagem? – Bernard perguntou num sussurro em seu ouvido, ganhando um sorriso em resposta.
-Mais tarde. – ela respondeu com um sorriso malicioso e se acomodando mais ainda no colo dele, o moreno sorriu também a acariciando levemente.
Os outros três reviraram os olhos, e resolveram ignorá-los. Vail pulou do carro e passou um braço por cima do ombro da mulher negra a trazendo pra perto de si.
- Então, Vivis, hoje é quinta. – ele comentou como quem não quer nada, Fou revirou os olhos novamente.
- Eu sei. – ela respondeu sem emoção.
- Então, eu gosto de você. – ele disse, e sem esperar por uma resposta ele a beijou na bochecha.
Vivian assentiu com a cabeça, sem sorrir. – Te vejo quinta que vem. – ela disse, antes de virar em seus calcanhares e ir dar algumas ordens para o esquadrão, não sem antes dizer por cima do ombro: - Vocês estão dispensados pelas próximas duas semanas.
Bernard ajeitou Emmy em seu colo, de maneira que ele podia encará-la nos olhos. – Você sabe o que isso significa, não?! – a mulher fez bico e ele apenas riu. – Está na hora de ir pra casa.
- Ela vai me matar, Bernard. – ela choramingou, cruzando os braços. – Faz quatro anos que eu não apareço em casa.
- Você fez isso para proteger sua família. – Fou se intrometeu dando-lhe um tapinha amigável nas costas da amiga.
- Não que ela saiba disso. – contrapôs ainda de braços cruzados.
Eles ficaram alguns segundos em silêncio simplesmente pensando nas famílias Zabine e Malfoy que não viam Bernard e Emmy há bons quatro anos desde suas férias depois do último ano de Hogwarts.
- Partimos amanhã bem cedo. – o moreno disse por fim aos outros dois homens, pegando a namorada no colo e descendo da caminhonete.
E então, eles desaparataram, não sem antes Fou e Vail ouvirem Emmy dizer algo sobre vidro de laquês mutantes que acham que mandam na vida dela.
- Estou indo ver a minha pivete. – o de cabelos roxos disse, também descendo da caminhonete. – Até amanhã.
E dizendo isso, ele também desaparatou. Vail continuou lá por alguns minutos apenas observando Vivian dar ordens e pensando o quão engraçado seria o típico almoço de domingo Malfoy-Zabine assim que eles aparecessem por lá.
Ele sorriu, a vida dele nunca ficava entediante.
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N/a: O tão esperado bônus acabou, espero que vocês tenham gostado.
Eu gastei um tempo infeliz fazendo ele e nem gostei tanto assim, cenas de ação são difíceis demaaaaais de fazerem.
Beleza, algumas explicações, a Emmy ficou sem ver a família porque ela sabia que o Jack estava a rastreando e não queria que ele pensasse que ela ainda tinha contato com a família e tentar usar um deles para atraí-la. O Bernard ficou sem ver a dele por tabela, já que eles estão juntos desde Hogwarts
Espero que tenha dado pra ver o quão poderosos eles ficaram depois dos três anos seguidos treinando em Avalon.
Eu vou ser sincera e admitir que o epílogo não tem nem previsão de sair, mas dêem uma checada aqui perto dos feriados, talvez eu tenha escrito.
Beeeijos e muito obrigada por terem ficado comigo nos últimos quatro anos.
Amo vocês.
Srta. Pontas!
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