Enfim, a verdade.
36º Cap. Enfim, a verdade.
N/a¹: Em itálico dentro da penseira, são as falas dos personagens do presente. Emmy, Daphné, Draco ou Gina.
N/a²: Para separar as cenas da penseira eu usei : “--#---” .. para separar cenas normais apenas: “--”
N/a³: Aqui na minha fic um berrador é feito assim: As pessoas escrevem uma carta normal, e depois a enfeitiçam para virar um berrador. Então, caso uma pessoa use uma pena de repetição. Saíra tudo que falarem em quanto a carta é escrita, na voz das respectivas pessoas, entenderam?!
Agora fiquem com a fic...
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Aquele corredor era conhecido pelas gêmeas, era um dos corredores da Torre Sul. Ele estava um pouco diferente, nos dias atuais a Torre era abandona e usada para fazer festas escondidas. Naquela época, aparentava ser o corredor de alguma sala.
- Eu não me lembro disso, Draco. - Gina disse observando o local.
- Não devíamos mostrar TUDO? Desde o começo? – ela assentiu. – Então, tudo começa aqui. – ela o olhou sem entender. – Vírginia, para um sentimento nascer, não é necessário que ele seja recíproco. Agora fique quieta que eu estou vindo.
- Vamos logo, Blaise. A Trelawney vai nos matar. Eu não acredito que depois de 7 anos nessa escola, nós conseguimos nos perder com as escadas que se movem. – dizia um garoto loiro extremamente revoltado.
O Draco de 17 anos era tão alto quanto o atual. Suas feições eram um pouco mais suaves, e seu corpo menos malhado. Seus cabelos loiros e lisos eram maiores, batendo-lhe no queixo. Ele andava apressado, mas seus passos eram firmes e sua postura era de alguém que exalava superioridade e confiança.
- Relaxa Draco. Até hoje eu não sei por que nós ainda fazemos essa matéria mesmo. – o moreno ao seu lado respondia despreocupado.
O Blaise do passado era um pouco menor que Draco e tão forte quanto. Era uma cópia fiel de Bernard, somente alguns anos mais velha e uns centímetros maior. Além, é claro, dos olhos serem de azuis diferentes. Os de Blaise eram mais escuros e mesmo em sua aparência entediada, eram atentos a todos os movimentos do corredor.
- Nós ainda não sabemos o que queremos ser Blaise. Devemos, então, fazer todas as matérias. – explicou entediado, como se fosse a milionésima vez que falava aquilo.
- Eu já disse que vou ser um daqueles ricaços que só assinam pergaminhos e ganham rios de galeões. E sei, também, que vou acabar te convencendo a ser meu sócio. – retrucou num tom super confiante, fazendo o amigo revirar os olhos.
Um sorriso involuntário surgiu no rosto de Draco.
- Enquanto isso não acontece, nós vamos para a au-
A fala dele foi interrompida por um grupo super barulhento que passava por eles no momento. Eram duas garotas e um garoto. As garotas riam muito, do que o garoto dizia numa postura claramente afetada.
- Eu não acredito que você fez isso, Colin. – a loira exclamava incrédula.
Luna Lovegood de 17 anos atrás, era muito diferente da atual. Tinha cabelos loiros longos e desgrenhados que iam até a cintura, sobrancelhas pálidas e olhos protuberantes que davam uma aparência de estar sempre surpresa. Usava um colar de rolhas de cervejas amanteigadas, e brincos de beterraba.
- Luninha meu amor, era TERRY BOTT sem camisa perguntando se tinha alguma coisa nas costas dele. Ele estava praticamente falando “Me joga na parede e me chama de lagartixa, Col.” – a voz do loiro era afetada e muito alta, fazendo-se ouvir pelo corredor todo.
Collin Creevey era um garoto magro, um pouco maior que Luna. Seus cabelos eram loiros cinzentos e penteados impecavelmente. Seu uniforme parecia ser um pouco mais justo do que de Blaise e Draco.
- Você pensou na possibilidade dele realmente só querer saber se tinha algo nas costas dele, Colin? – a ruiva perguntou ao amigo segurando uma risada.
A Vírginia Weasley mais nova era uma garota magra com curvas se fazendo notar mesmo através do uniforme largo que usava. Os cabelos ruivos e ondulados, caiam-lhe até o meio das costas. O rosto era arredondado como o de Daphné e seus olhos também lembravam os da filha loira.
- Gin meu amor, um gay reconhece outro gay a quilôôômetros de distância. – cantarolou o loiro.
Os três amigos riram escandalosamente e quando passaram por Draco e Blaise, sem percebê-los, Gina acabou tropeçando e segurando-se no loiro sonserino para não cair.
- Desculpe-me, Malfoy. – disse corando, mas ainda rindo.
A risada da ruiva era algo contagiante, duas covinhas apareciam em suas bochechas e seus olhos verdes brilhavam como os de uma criança.
O Draco do passado respirou para ofendê-la, mas não emitiu som algum. Hipnotizado pelo sorriso dela, ele a viu largar-se dele e juntar-se aos amigos ainda rindo e sumir pelas escadas.
- Terra para Draco... Terra para Draco. – a voz divertida de Blaise acabou com o todo o romance da cena. Fazendo um gesto mal-educado com a mão, o loiro voltou a caminhar pelo corredor.
Emmy e Daphné trocaram olhares cúmplices. Draco tinha acabado de se apaixonar por um sorriso.
Agora eles estavam num corredor escuro perto da cozinha. Vírginia Weasley vinha por ele comendo um enorme fudge de chocolate. Ela sorria enquanto acabava de limpar o último resquício de chocolate que sobrara nos dedos, quando a voz asmática de Filch cortou o silencio confortável do local.
- Mais infratores, meu amor? Eu tinha mesmo sentido o cheiro de algum daqueles monstrinhos por aqui. – aparentemente ele falava com sua gata.
A garota arregalou os olhos, ele estava muito perto dela. Sem mais alternativas ela começou a correr para a Torre da Grifinória. Os miados de Madame Nor-r-ra, mostravam que a gata estava a alcançando. Quando Vírginia estava quase desistindo da fuga, braços fortes puxaram-na para dentro de uma pequena passagem secreta.
Daphné e Emmy que estavam correndo atrás da mãe, atravessaram a cabeça pela porta para observar o que acontecia.
Vírginia Weasley estava encostada na parede, por um vulto alto que tampava-lhe a boca. Os olhos cinza com um leve tom prateado brilhavam na escuridão da passagem, de modo que era impossível não olhá-los.
Alguns minutos mais tarde, o vulto empurrou gentilmente a ruiva pra fora da passagem, lhe deu uma última olhada e entrou numa outra passagem ali perto. A Weasley permanecia estática olhando com um sorriso para onde, segundos atrás, o vulto estivera.
As gêmeas sorriram entre si. Gina tinha acabado de se apaixonar por um olhar.
Agora eles estavam no Salão Principal, próximos a mesa da Sonserina. Draco conversava com uma garota morena de cabelos curtos. Os olhos dela eram negros e amendoados. E, como o Malfoy, ela tinha uma postura de superioridade evidente. Aquela era Pansy Parkinson no passado.
Os olhos negros brilharam perigosamente quando um grupo animado passou pelas portas do Salão em direção a mesa da Grifinória. Liderando o grupo estavam Harry Potter e Vírginia Weasley. Eles aparentavam rir de algo muito engraçado que Ronald tinha acabado de fazer, chegando a se segurarem um no outro.
Eles eram observados atentamente por dois pares de olhos, e quando Harry abraçou a ruiva pelos ombros e ela sussurrou algo em seu ouvido, foi demais para os sonserinos. Draco puxou Pansy para mais perto e beijou-lhe fervorosamente, sendo correspondido a altura.
Do outro lado do salão, um moreno de olhos verdes assistia a cena, estupefato, e quando se recuperou do choque abraçou Gina, igualmente pasma, pela cintura e também se beijaram. Os dois casais beijaram-se por longos minutos e se soltaram ao mesmo tempo, encarando-se mortalmente. Então, Potter arrastou Gina pra fora do Salão e Pansy fez o mesmo com Malfoy.
- Isso foi... – comentou Daphné com os grandes olhos azuis arregalados.
- ... estranho. – complementou Emmy. E as duas correram atrás dos pais, sendo seguidas por Draco e Gina que andavam calmamente.
Os dois casais chegaram aos jardins, numa parte muito próxima as ruínas onde Shimmy se esconderia no futuro. Sonserinos e grifinórios ficaram um bom tempo se encarando, até que Harry quebrou o silêncio.
- Eu não acredito que você beijou essa doninha Albina. – exclamou irritado, apontando para Draco com uma cara de aversão explicita. – Que nojo, Pansy.
- Quantos elogios, Potty. – zombou Draco escorando numa árvore.
- Você beijou essa...essa.. ruiva. – retrucou a sonserina, ignorando claramente a presença do amigo. – Estava cheio dos abraços e sussurros com ela, que eu vi.
- Hey.. mais respeito com a ruiva aqui. – resmungou Gina divertida, enquanto sentava-se na sombra da árvore que Malfoy estava escorado.
- Não foi você que disse que o máximo que aconteceria entre nós seriam alguns beijos em corredores escuros? Achei que não se importasse com quem eu conversasse, Parkinson. – retrucou o grifinório muito irritado.
- Mas-mas eu.. me importo. – admitiu a morena olhando para o chão, as bochechas adquirindo um tom avermelhado.
- Pansy se você corar, eu juro que te expulso da Sonserina. – ameaçou um Draco muito espantado com a reação da amiga.
- Não se meta Malfoy. Eles estão discutindo a relação. Só Merlin sabe o quanto eles precisavam disso. – ralhou a Weasley, mas ainda sim sorrindo.
Os dois morenos se entreolharam, haviam esquecidos que não estavam sozinhos.
- O que vocês ainda estão fazendo aqui? Não estão vendo que essa conversa é particular? SUMAM DA MINHA FRENTE AGORA. – esbravejou Pansy, sendo obedecida rapidamente.
O loiro e a ruiva andaram apressados até a virada na construção do castelo, onde esconderam-se longe das vistas da sonserina. Forçaram seus ouvidos ao máximo, mas estavam longe demais para ouvir algo da conversa.
- Eu tive uma idéia. – Gina exclamou de repente, assustando Draco. Ela tirou de dentro no bolso das vestes um par de orelhas extensíveis, estendendo o braço até o garoto. – Desiluda isso.
- E porque eu faria isso Weasley? – questionou Draco arqueando a sobrancelha loira.
- Porque você quer escutá-los tanto quanto eu. – contrapôs sorrindo vitoriosa.
Contrariado, o loiro fez o que a garota havia mandado. Colocaram cada um, uma das orelhas extensíveis, e puseram-se a escutar, frente a frente, os narizes quase se tocando.
Algum tempo depois, parecia que Pansy e Harry entraram em um silencio estranho, Gina espiou por detrás da construção e viu que os dois se beijavam apaixonadamente, sorriu feliz pelos amigos e voltou-se para Draco. Só que o sonserino estava muito perto, perto demais, e ele não observava o casal aos beijos, os olhos dele estavam fixados no sorriso da ruiva a sua frente. Eles se observaram por alguns instantes. Até que algo despertou em Gina, e ela percebeu os olhos dele. Os brilhantes olhos prateados do vulto que havia a salvado.
- Você. - exclamou claramente surpresa.
- Eu o quê, Weasley? Ficou doida? – desconversou o loiro, virando-se de costas.
Como todo Weasley, Vírginia era teimosa. Segurou o garoto pelas vestes e o fez se virar. Draco permanecia estático olhando um ponto qualquer acima do ombro da garota. Nas pontas dos pés, ela segurou o rosto dele e encarou as orbes beirando ao tom cinza.
- Seus olhos. Era você. Por quê? – murmurou fracamente frases desconexas, sem quebrar o contato visual. – Por que me ajudou aquele dia? – repetiu mais alto dessa vez.
- Eu nunca te ajudei Weasley. Eu acho que a pobreza está começando afetar seu cérebro. – rosnou o garoto, desviando novamente o olhar.
Pacientemente, Gina o segurou pelos dois lados da face, forçando-o olhá-la dentro dos seus olhos, verdes brilhantes.
- Olhe-me nos olhos, Malfoy. Olhe-me nos olhos e diga-me que nunca me ajudou. – desafiou quase gentilmente.
- Eu não.. - começou o garoto loiro, parando por um instante para olhá-la -...quer saber de uma coisa? Foda-se. - E, então, sem hesitar Draco Malfoy avançou os lábios contra os da caçula Weasley, em um beijo necessitado. Num primeiro instante, a garota não correspondeu, mas depois se entregou completamente aquelas maravilhosas sensações.
- Que lindo! – exclamou Daphné dando pulinhos excitados em volta dos pais adolescentes.
- Daphné pára de dar acesso de histeria. – reclamou Emmy lá do chão, onde se encontrava sentada, assistindo a cena.
- Ok! Acabou. – Draco disse com sua voz arrastada, e com um gesto de varinha, as cenas começaram a se passar mais rapidamente. - Vocês entenderam como nos apaixonamos. Isso era o que vocês precisavam saber. Agora, as coisas vão passar mais rapidamente.
- Depois disso, nós ficamos o resto do ano namorando escondidos e tudo mais. Draco saiu da escola, mas sempre vinha me visitar. Nós fugimos para a França, quando eu soube que estava grávida. Era uma época de Guerra, e a minha família ficou aliviada quando souberam da minha fuga, mas é claro eles não sabiam meus motivos. – contou Gina e enquanto ela dizia cenas iam passando pelos olhos das gêmeas.
Draco e Gina se despedindo no Trem. Draco entrando escondido em Hogwarts. Draco e Gina fugindo pela passagem do Salgueiro Lutador. Eles chegando à França. Várias imagens de Gina grávida. Draco desmaiando quando descobriu que a ruiva tinha tido gêmeas. As gêmeas crescendo.
- E agora, chegamos ao fim. – anunciou Draco. – Aonde tudo acabou. Nossa briga, nossa separação e depois disso vem o julgamento. Para explicarmos melhor, Vírginia e eu concordamos que devemos mostrar o que aconteceu antes da briga que terminou com nosso casamento de um ano.
- Vocês se casaram? – perguntou Daphné assustada.
- Casamos na França, querida. Assim que chegamos lá. – Gina disse docemente, acariciando os cabelos loiros da filha.
- Você primeiro Vírginia, mostre-nos o que você tanto fazia nas suas saídas misteriosas. – propôs Draco, fracassando na sua tentativa de desinteresse nas memórias da ruiva.
Era uma sala ricamente mobiliada de uma Mansão desconhecida por dois dos viajantes de memórias. Uma enorme escada levava aos outros 3 andares da casa. Sentadas em frente a lareira, duas jovens mulheres conversavam.
- Eu realmente agradeço por você poder ficar com as garotas Pansy. – disse Gina Weasley em seus 19 anos, observando duas garotinhas e um garoto brincando sentados no tapete.
- Não será nenhum incomodo cuidar das gêmeas, Gina. Elas são adoráveis. – comentou a morena de 20 anos. – Com a morte de Voldemort, Harry anda muito ocupado capturando os comensais fugitivos, e ele praticamente me trancou aqui dentro com o James.
- Ele só está preocupado com o que os comensais possam fazer com você e James para tentar atingi-lo. – a ruiva defendeu o amigo.
- Eu sei, mas essa vida de prisioneira do lar não deixa de ser menos tediante por isso. – resmungou Pansy, causando um sorriso na amiga. – Então, você conseguiu aquele trabalho?
- Acho que vou conseguir. Chamaram-me para tirar algumas fotos como teste. O Collin andou me ajudando muito com tudo isso. – contou Vírginia.
- Vai dar tudo certo, Gina. Você é uma das mulheres mais bonitas que eu já conheci. – nessa hora Gina corou completamente. - E se esses trouxas não souberem reconhecer isso, é porque eles honram o nome que tem. – confortou, apertando a mão da ruiva entre as suas em sinal de apoio. – Já falou com o Draco?
- Ainda não, ultimamente ele anda chegando muito cansado em casa. Esse trabalho dele está matando-o. Você conhece Draco Malfoy tão bem quanto poucos, sabe que ele nunca foi acostumado com uma vida assim. – suspirou pesadamente e sentou no chão junto com as filhas. - Tenho medo que ele desista de nós por estar sendo tão difícil.
- Draco nunca foi tão feliz, Vírginia. Ele ama você e suas filhas mais do que tudo nesse mundo. E ele faria de tudo para vocês poderem viver num mundo melhor. Nunca duvide disso. – a morena também se sentou no tapete, entre os bebês ruivo e moreno.
- Você sabe de algo que eu não sei, Pan? – desconfiou a Weasley.
- Eu? Imagina. Só estou dizendo para nunca desconfiar do amor dele. – desconversou e acabou e recebendo um olhar que seria intimidador se não fosse de um bebê de um ano. – Garota, você parece mais com o seu pai do que qualquer pessoa que eu já vi. – brincou passando a mão nos cabelos ruivos de Emmy.
- Jamie. – gritou a vozinha esganiçada de Daphné batendo de leve na cabeça do moreno. Ele riu e saiu engatinhando para mais longe, a loirinha o seguiu dando risadas gostosas.
- Daph. – ele gritava rindo e fugindo dela.
Emmy se contentava em observá-los, enquanto tentava ficar de pé se apoiando no sofá. Engatinhar parecia bobo demais pra ela.
- Eu vou contar pro James que você perseguia ele desde quando éramos pivetes. – zombou Emmy sussurrando para os pais não ouvirem.
- Experimente fazer isso, e você não amanhece viva no dia seguinte. – retruca a irmã, mas com um leve sorriso enquanto observava ela mesma e James.
- Eu vou indo Pansy, tenho que chegar cedo para o teste. Venho buscar as garotas mais tarde. – deu um beijo na testa das filhas, passou a mão no cabelo de James, abraçou Pansy já na porta e desaparatou nos jardins.
- Agora suas preciosas lembranças Draco Malfoy. – zombou Gina num sussurro.
Estavam num quarto de aspecto antigo e sombrio. Havia uma enorme cama de casal com lençóis negros, uma lareira crepitava num canto, os dois sofás que haviam no quarto eram luxuosos mais de aparência desgastada. Um homem moreno encontrava-se deitado na cama, fazendo faíscas saírem da própria varinha. Um loiro estava sentado em uma das poltronas e com as pernas sobre a outra, este brincava com a varinha entre os dedos. Eles estavam claramente entediados.
- Eu conheço esse lugar.. – murmurou Gina incrédula. – È um dos quartos do largo Grimmauld, a mansão Black, onde ficava..
- ... a sede da Ordem da Fênix. – completou Draco satisfeito pela reação da mulher.
- Porque eu ainda tenho que morar aqui, hein Draco? A Mansão Zabine nunca me pareceu tão acolhedora. – resmungou Blaise Zabine com seus 20 anos. – Potty já deu um fim no cara-de-cobra.
- Faltam alguns comensais muito importantes para serem presos, Blaise. Rebastan Lestrange, os irmãos Rossier. - o moreno empalideceu consideravelmente nessa hora. - Teodoro Nott e meu adorável pai ainda não foram presos. – explicou Draco com bastante paciência. – E eu gosto tanto de ficar aqui quanto você.
- Você pelo menos não é obrigado a morar aqui. Vive lá na França com a Vírginia e as crianças. Eu é que mofo aqui dentro dessa casa, sem falar que sempre sobra pra eu amansar esses quadros. – acrescentou com impaciência apontando os vários quadros na parede, onde seus integrantes os olhavam com curiosidade, e quando Blaise apontou-os trataram de fingir que não ouviam. Uma bruxa franzina piscou para o loiro e depois sumiu da moldura.
Draco riu da impaciência do amigo, e quando ia falar algo para consolá-lo a porta foi aberta dando passagem para um moreno de olhos verdes.
- Malfoy, Zabine. – cumprimentou secamente, sendo retribuído com acenos de cabeça. – Localizamos Malfoy, Nott e Rebastan, em locais diferentes. Três equipes estão saindo. Preparem-se vocês vão atrás de Lucius Malfoy. Escolham mais três pessoas e partam daqui a alguns instantes, as coordenadas estão com Hermione. – dizendo isso Harry saiu do quarto.
- Transfigure seu rosto, Blaise. – ordenou Draco, enquanto transfigurava o próprio cabelo para a cor castanha e mudava alguns traços marcantes em seu perfil.
- Eu não sei pra que isso. – resmungou Blaise, fazendo o mesmo. – Você devia contar a Gina sobre seu “trabalho”, ela ficaria orgulhosa.
- Você não conhece a minha mulher, Blaise. Ela ficaria furiosa por eu não ter contado antes, e vai acabar querendo entrar nessa maldita Guerra também, mesmo ela tendo quase acabado. – argumentou o loiro.
- A mulher é sua, então você que sabe. – comentou dando de ombros. - Eu só ainda me transfiguro porque não quero perder a minha pinta de bad-boy. Afinal, eu tenho uma fama de sonserino a zelar. – disse num sorriso maroto, recebendo uma almofadada na cara do amigo.
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Elas estavam num sobrado modesto, porém muito bem arrumado e aconchegante. Draco subia as escadas com Daphné e Emmy no colo adormecidas. Entrou num quarto no começo do corredor e colocou as garotas cada uma em seu berço. Beijou-lhe as testas, arrumou suas cobertas, apagou a luz e foi até o fim do corredor onde entrou em outro quarto. Só agora com a luz do quarto ligada, Emmy e Daphné notavam o quanto seu pai estava sujo, as vestes rasgadas e com alguns hematomas pelo corpo. Ele entrou no banheiro, saindo minutos mais tarde, limpo e sem nenhum arranhão.
Draco sentou-se na cama com um porta-retrato no colo, aonde ele e Gina se encontravam em frente à Torre Eiffel. A foto devia ter sido tirada antes do nascimento das gêmeas e no começo da gestação da ruiva. Nela, a ruiva corria e pulava nas costas do marido, que sorria de lado e rodava. O loiro ficou observando a foto por um bom tempo, até que a porta do quarto foi aberta e Gina apareceu.
- Como você soube onde as gêmeas estavam? – perguntou parecendo muito irritada.
- Tenho minhas fontes. – respondeu secamente. – E a senhora onde esteve para se dar ao luxo de deixar nossas filhas na casa do Cicatriz?
- Eu.. eu estava.. – começou a se explicar.
- Agora, não me importa aonde você estava. Importava há algumas horas atrás quando eu cheguei em casa e MINHA mulher e MINHAS filhas não estavam. O MUNDO ESTÁ EM GUERRA, VÍRGINIA. Você tem noção das coisas que passaram pela minha cabeça? – esbravejou dando um forte soco na mesa de cabeceira.
- NÃO GRITA COMIGO. – ela gritou irritando-se. – Eu precisava fazer algumas coisas, deixei minhas filhas na casa de uma amiga. NA CASA MAIS BEM PROTEGIDA DO MUNDO, DRACO.
- IA QUEBRAR TUAS MÃOS SE VOCÊ ME MANDASSE UMA CORUJA FALANDO ISSO? EU ACHO QUE NÃO, WEASLEY. – esbravejou jogando o porta-retrato no chão.
- CORUJA É UM MEIO MUITO FÁCIL DE LOCALIZAÇÃO, MALFOY. E TEM GENTE ATRÁS DE NÓS. PORQUE EU NÃO SEI SE VOCÊ SE LEMBRA, MAS NÓS FUGIMOS DE LONDRES. – retrucou irritada e sarcástica. Deixando o marido mais irritado do que antes.
- E ESSA FOI A MAIOR BURRADA QUE EU FIZ NA MINHA VIDA.. – gritou a plenos pulmões.
A Weasley arregalou os olhos, espantada, pra logo depois responder no mesmo tom.
- EU SABIA QUE VOCÊ SE ARREPENDERIA DISSO, TÍPICO DE GENTE DA SUA LAIA, seu MALFOY COVARDE.
- Sou covarde, mas pelo menos não sou falso. Não sou eu que saio por aí sem explicação! Bem suspeitas essas suas saídas não?! – ele sorriu sarcástico.
Paf!! As marcas dos dedos da ruiva ficaram na pele pálida do homem.
- Sua.. sua..
- Sua? Vamos lá termine.. seja corajoso.. pelo menos uma vez na vida!
- Sua Weasley imunda! Eu devia ter imaginado..que nada viria de bom daqueles seus coelhos, digo, PAIS!
- AGORA BASTA! SAÍ DESSA CASA. AGORA!
- Eu saio, mas volto pra buscar minhas filhas. – em seguida desaparatou.
Com os olhos arregalados em espanto, as gêmeas sentiram ser puxadas de volta a realidade.
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Agora, eles estavam de volta na Sala de Dumbledore. Os quatro em um silêncio palpável. Gina olhava para Draco, que retribuía o olhar com a mesma intensidade.
Emmy e Daphné se entreolharam e decidiram sair dali. Seus pais necessitavam de uma conversa que fora adiada 15 anos.
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Arredores de Hogwarts, Hogsmead.
Uma mulher loira de estatura mediana, falava num celular trouxa, saindo do pub Três Vassouras.
- Parvati minha amiga, prepare-se para a melhor matéria da sua vida. – disse uma Lilá Finnigan muito sorridente.
- Melhor que a história do Draco malfoy e Blaise Zabine serem gays? - uma voz respondeu com deboche. – D.U.V.I.D.O. – completou a voz irritante.
- Querida Parv, essa fofoca envolve uma mulher inglesa, que sumiu do mundo se escondendo na França, onde se tornou milionária e um bilionário inglês muito gostoso e conhecido. E, por coincidência, eles estudaram na mesma época que a gente em Hogwarts.
- È em primeira mão? - perguntou desconfiada.
- Claaaro, ouvi tudo hoje mais cedo quando estava aqui no pub com o Simas, mas ele mandou eu não me meter nos assuntos alheios, e coisa e tal. Só que como você é muito minha amiga, estou te contando.
- Então, vem aqui pro Profeta. Temos uma bomba pra publicar.
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A manhã amanheceu fria em Hogwarts e os estudantes, entre resmungos e bocejos, já tomavam seus cafés-da-manhã preparando-se para um longo dia de aula. Nesse exato momento, o correio-coruja começava a entregar as correspondências e os jornais matinais. Daphné Malfoy tinha acabado de sentar-se à mesa de sua Casa, quando sentiu vários olhares sobre si. Dando de ombros, ela começou a beber seu chá vindo exclusivamente da Mansão Malfoy, ela procurou com os olhos sua irmã gêmea e a encontrou tomando uma enorme taça de suco de abóbora muito gelado, que a própria dizia ser a única coisa capaz de animá-la para um dia inteiro de aula.
- Daphné Malfoy. – a voz escandalosa de Lisy Tahan trouxe a loira de volta a realidade.
- Que foi? – perguntou mal-humorada
- O que saiu na coluna social do Profeta é verdade? – perguntou dando pulinhos de excitação com a possível fofoca.
- E o que foi que saiu na bosta do Profeta Diário? – perguntou sem entender nada.
- Isso. – disse entregando o jornal a garota.
Vinha uma foto de sua mãe, numa das campanhas da Fascinationsualité, uma foto de seu pai tirando por algum Paparazzi nojento e uma foto dela e de Emmy juntas em Hogwarts, uma foto que ela nunca tinha visto. A matéria consistia em pura baboseira misturada com verdade. Lá dizia que seus pais haviam tido um romance secreto em Hogwarts, e quando sua mãe ficou grávida fugiu para a França grávida. E que quando elas nasceram, Draco e Vírginia decidiram separá-las por causa da reação da sociedade. Lá dizia também: Que elas cresceram separadas; que Emmy tinha virado quase uma delinqüente juvenil por não ter um pai presente; que Daphné era uma perfeita patricinha mimada e egocêntrica porque a mãe desnaturada não esteve presente em sua vida; e que agora seus pais tinham um romance secreto porque o amor deles era grande demais para ser esquecido assim.
Enfim, era uma reportagem com um fundo de verdade, mas completamente modificada.
Daphné arregalou os olhos e procurou a irmã pra ver se ela também tinha visto aquilo.
Lá na mesa dos Leões, Emmy tentava explicar a verdadeira história para um Kevin Weasley completamente confuso.
- Credo Evan beijando uma delinqüente juvenil que é irmã de uma patricinha sem cérebro. Quanta decadência. – gritou um sonserino para o garoto Rossier que acabara de entrar no salão Principal lendo o Profeta.
Emmy levantara-se subitamente da mesa grifinória pronta para mostrar para aquele sonserino como uma verdadeira delinqüente juvenil se comportava, quando Evan levantou seus olhos amarelados e encarou o “amigo”, o estuporando num gesto de varinha quase imperceptível. Todos no Salão prenderam a respiração enquanto ele caminhava até o garoto desacordado.
- Enervate. –murmurou quando já estava perto o bastante.
- Ficou doido, Rossier. – esbravejou o estuporado. – Você me estuporou por causa de duas garotas quaisquer?
- Eu farei muito pior se você não calar essa sua enorme boca e guardar seus comentários infelizes para você mesmo. – disse pausadamente num tom que não admite objeções.
Emmy sorriu de lado para o loiro, que retribuiu o sorriso. Daphné assistia a cena estupefata, mas acordou de seu transe com um resmungo mal-humorado do garoto ao seu lado. A loira sorriu para o amigo, como quem pede desculpas e Bernard deu de ombros e saiu do Salão. A sonserina revirou os olhos, aquele dia seria longo.
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Fascinationsualité, Cobertura.
A grande sócia majoritária e presidente da empresa, considerada por muitos a mulher mais bela daquele país, não se encontrava num momento muito bom.
- Aquela grande filha de uma Acromântula. – xingava em alto e bom som, tacando todas as coisas quebráveis que avistava em sua frente.
- Aquela Parvati é mesmo uma vaca sensacionalista. – admitia Luna lá da lareira.
- Luna pode ter certeza de uma coisa: eu vou torturar aquela mulher até a morte. – ameaçava, com as orelhas já muito vermelhas. – E o Cruciatus será pouco perto do que eu vou fazer com aquela vaca indiana, porque eu v-.
Os pensamentos assassinos da ruiva foram interrompidos por sua assessora que entrava na sala.
- Vírginia os telefones não param de tocar, as lareiras não param de ser chamadas. Todos os jornais querem confirmar a história do Profeta Diário de Londres, o que eu falo pra eles? – perguntou.
Uma mulher mais corajosa que Guida teria corrido perante o olhar mortífero lançado por sua chefa.
- Pensando bem, Luna. Eu vou matá-la e só depois torturá-la. – disse para a amiga, causando risos.
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GroMandZ, corredor da cobertura.
- Senhor Malfoy. Senhor Malfoy. – Bridge chamava tentando alcançar o patrão que andava apressado pelo corredor. – A imprensa quer uma declaração sua sobre a manchete do Profeta.
- Diga a eles, que falo depois que sair de Askaban por ter cometido o assassinato de uma mulher fofoqueira. – disse gélido, e a secretária, já acostumada com o temperamento do patrão, foi para a própria sala.
Com um estrondo, o loiro abriu a porta da sala de Blaise.
- E aí, Draco? Eu li o jornal, fala sério, aquela Patil é mesmo uma intrometida. Me diz aí, o que você pensa em fazer a respeito? – perguntou um interessado Blaise Zabine, sentado em um confortável sofá negro.
- Observe e aprenda. – Draco disse para o amigo com seu costumeiro tom de voz superior.
Pegando um pergaminho negro e uma pena de Falcão prata, ele escreveu.
Há quanto tempo, não?! Eu acabei de ler sua adorável matéria sobre mim no seu jornal de quinta. E só tenho uma coisa pra dizer a respeito. “Você gosta do pouco dinheiro que tem? Então, despeça-se dele. Porque eu vou tirar até seu último nucle, entendeu?”
Afetuosamente.
Draco Malfoy.
Enfeitiçou a carta para virar um berrador, e entregou a coruja de Blaise.
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Assim, Parvati Patil foi processada por todos os tipos de crimes publicitários existentes no mundo bruxo, perdeu muitos galeões, mas infelizmente ainda escreve para a coluna social do Profeta. A manchete fez nascer uma amizade entre as garotas Malfoy-Weasley e Evan Rossier. O garoto ajudara Emmy a azarar muitos idiotas que ficavam citando partes da manchete pelo castelo. Bernard se afastara do grupo, e agora era raramente visto junto de sua ex-inseparável amiga Daphné Malfoy. Emmy e Daphné foram reconhecidas legalmente como “Weasley-Malfoy”. Os meses se passaram, março havia chegado. E duas alunas de Hogwarts tinham se esquecido o que ocorreria naquele mês.
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Emmy e Daphné conversavam pelo espelho de duas faces. Cada uma em seu respectivo dormitório. A conversa foi interrompida, por um Falcão de penas roxas que pousou pesadamente na cama da ruiva, parecendo muito cansado. A garota se apressou em tirar o pergaminho da pata dele e conjurar um pouco de água para ele beber.
- O que tem aí? – a cabeça loira de Daphné Malfoy perguntou de dentro do espelho.
- Berrador dos garotos, parece urgente. – disse temerosa observando o envelope vermelho.
- Abre logo, antes que isso explode. – ordenou a loira.
Vagarosamente a grifinória tirou o lacre vermelho e a voz de Doux disse anormalmente calma para um berrador.
- Olá Pen Querida, amor da minha vida, como anda a vida? Desculpe-me pelo berrador, mas a situação aqui está crítica. Alguns acontecimentos recentes, entenda-se sendo, OS IDIOTAS DO FOU E DO VAIL SE METERAM EM ENCRENCAS. Fizeram-nos vir por meio deste...
- Abaixa mais Fou, o cara quase arrancou tua bunda com esse feitiço. - a voz de Vail surgiu interrompendo o clima sério do berrador.
- ...Como eu dizia, nós precisamos de um pouco mais de dinheiro. Vamos viajar o mais rápido possível para a Inglaterra, temos quase certeza que..
- Comam bomba de bosta seus alemães idiotas. – a voz de Fou foi ouvida seguida por uma seqüência de explosões.
-...que lá teremos o histórico completo da Magen. Mande os galeões o mais rápido possível pra nossa conta nos Gringotes. Beijo
Com essa última palavra o berrador pegou fogo e encrespou-se em cinzas.
- Parece que eles estão com problemas. – a ruiva comentou rindo.
– Temos que mandar o dinheiro logo. – a irmã preocupou-se.
- Estamos sem mesada, e já demos tudo que ainda tínhamos.
- Precisamos de alguém para nos dar esse dinheiro, então.
- Você está querendo encontrar alguém bobo o suficiente para nos dar mais de 100 galeões? – a cabeça loira confirmou num aceno positivo. – E quem seria bobo o suficiente?
As irmãs se encararam por alguns segundos, até que os olhos azuis e os cinzas brilharam e sorrisos idênticos apareceram nos rostos delas.
- JAMES. – constaram em uníssono.
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Corredor da sala de Poções, masmorras.
- Vamos lá.. Jamie. São só alguns galeõesinhos. – Emmy Weasley suplicava com as mãos juntas e quase ajoelhando aos pés do amigo.
- NÃO. – dizia um inflexível e determinado James Potter.
- Quer que eu te implore em latim, francês, inglês, italiano, alemão, espanhol, sereiâco, mandarin, grugulês, e búlgaro? – propôs com um sorriso maroto.
- Não adianta Emmy, se eu te emprestar esse dinheiro vou ficar completamente FALIDO, porque eu não sei se você lembra: EU TAMBÉM ESTOU SEM MESADA. – falou quase perdendo paciência com a insistência da amiga.
- Você tem dinheiro guardado, eu sei. – contrapôs a ruiva, com um enorme careta de criança mimada.
- O que está acontecendo aqui? – a voz suave, porém autoritária da monitora Sonserina, Daphné Malfoy, disse de um lugar próximo ao ouvido do Potter.
Perto Demais - constatou o garoto, observando as gêmeas conversando.
Daphné impecável em suas vestes, os cabelos lisos e brilhantes balançando com o vento frio que aquelas masmorras exalavam.
Emmy, com seus cabelos ondulados, usava uma enorme capa negra de Hogwarts para esconder da irmã a roupa completamente amassada por um duelo com uma sonserina qualquer.
- James? – a loira perguntou sorrindo pra ele, fazendo-o voltar à realidade. – Nos empresta os galeões? Por favor? – completou com seu melhor sorriso.
- E-e-eu. – gaguejou o Potter, pra logo depois suspirar derrotado. – Eu empresto.
Emmy somente sorriu de lado, enquanto Daphné pulava no pescoço do garoto o abraçando fortemente, dizendo vários Obrigada James. , fazendo-o corar muito.
- Que vergonha Senhor Potter . – uma voz feminina disse enquanto passava ao lado do trio.
Daphné se virou para encarar uma terceranista sonserina. A garota tinha cabelos negros e lisos, que lhe batiam a baixo dos ombros. Os olhos eram verdes, mas ficavam escondidos por trás das lentes dos óculos de armação fina e delicada. Ela sorria cinicamente para James e ele sorria de um jeito diferente pra ela. A loira deduziu que aquela devia ser mais uma das fãs dele. E lançou um olhar gélido para a morena, que não se intimidou, parecia se divertir com aquilo.
- Cedendo assim só por causa de um sorriso encantador? – insinuou apontando levemente com a cabeça para Daphné.
Emmy olhava para a cena morrendo de vontade de gargalhar da cara da irmã. Ela realmente não sabia quem era aquela garota?
- Que isso Pan querida, você sabe que o único sorriso que me encanta é o seu. – o moreno disse sorrindo sedutor, pegando a garota no colo e rodando com ela.
- E esse sorriso de galã barato, James? Se você não quiser que eu vomite, é melhor desfazê-lo agora e me colocar no chão. – Pan disse numa mistura de divertimento e reprovação.
- Seu pedido é uma ordem, bela donzela. – o Potter obedeceu ainda sorrindo.
- Tonto. – a garota disse sorrindo. – E a propósito, eles me mandaram uma coruja. O bebê está quase nascendo. – dizendo isso, ela se misturou na multidão e sumiu.
- E aí Daphné, o que achou? – James perguntou sorrindo.
- Do quê? – perguntou MUITO mal-humorada, com aquela relação dele com a pirralha sonserina.
- Oras, da minha irmã. Pandora Lílian Parkinson Potter. De quem mais eu poderia estar falando? – perguntou descrente, achando que ela estava brincando com a cara dele.
- S-s-s-u-u a I-irmã? – a loira disse incrédula, e se achando o ser mais tonto do mundo. Era óbivio: sonserina, olhos verdes, óculos, falando de bebês. Mas o ciúme tinha lhe cegado. – Bem legal ela. – respondeu vagamente, encarando os próprios pés.
Não agüentando a cena, Emmy gargalhou alto apoiando as costas na parede. Atraindo atenção de dois garotos. Um era moreno de olhos azuis, e preferiu só observar de longe a cena dos amigos se divertindo. Já o outro, loiro de olhos amarelos, se aproximou amigavelmente. Causando uma grande carranca no primeiro garoto.
- E aí, posso saber o motivo da risada? Depois de uma aula de Transfiguração, meu reino por uma risada. – Evan cumprimentou batendo nas costas de James, sorrindo para Daphné e olhando risonho para Emmy.
- A Daphné não conhecia a irmã do James. – explicou a ruiva, ofegante por causa da risada. – E ela apareceu aqui... e... – voltou a rir.
- Aposto que morreu de ciúmes da Pandora. – falou sorrindo, e chutando-se mentalmente por ter perdido aquela cena.
Daphné mostrou-lhe a língua, ele retrucou o gesto.
- Hey.. você chamou minha irmãzinha de Pandora? Quem te deu essa intimidade, Rossier? - O Potter disse divertido, mas levemente irritado.
A loira riu um pouco e desviou a atenção dos amigos para olhar um canto, particularmente escuro, do corredor onde um vulto solitário os observava atentamente.
- Idiota! - pensou sorrindo amargamente. E voltando sua atenção para os amigos.
-... muito nova pra mim, só pego quartanistas pra cima. – dizia Evan, com um sorriso superior, só para provocar o outro.
- Como se alguma sextanista ou setimanista te desse moral, Rossier. – desdenhou dando um grande tapa na cabeça dele.
- Humpf... seu sem graça. Não me custa nada sonhar. – resmungou massageando o local.
Ainda rindo, os quatro entraram dentro da Sala de Poções.
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Já era noite e Bernard caminhava solitário pelos corredores do castelo. Nos últimos dois meses ele adquirira esse hábito sombrio. Andava evitando seu próprio Salão Comunal, porque Daphné poderia encurralá-lo e lhe dizer algumas verdades que ele preferia, por enquanto, não escutar. Sem falar é claro, do irritante Evan Rossier que agora resolvera querer seu amigo.
Virando num corredor qualquer, ouviu a voz da garota que andara habitando seus pensamentos há três meses. Quando ele já estava virando-se para não encontrá-la, percebeu que a grifinória não estava sozinha e sua voz parecia claramente irritada.
- Duelando essa hora? Emmy não mudará nunca. - comentou rindo, mas permanecendo parado no lugar onde estava. O sorriso que a ruiva exibia quando ganhava um duelo, era fascinante e ele não queria perder a chance de vê-lo.
Ali perto a grifinória encarava ferozmente três garotas da Corvinal.
- Vocês passaram dos limites. Azarar umas garotinhas para terminar com o namoro do James, eu até relevo. Agarrá-lo no MEU aniversário, com esforço eu posso esquecer. MAS, nunca, NUNCA mesmo tentem algo contra Daphné. – gritou furiosa, encarando as três garotas. Puxando a varinha do bolso da capa.
- E o que você vai fazer Weasley? Azarar-nos? Porque eu tenho a impressão que se isso acontecer, o time da Grifinória vai perder sua brilhante artilheira. – zombou a que parecia ser a líder das três.
- E nós não queremos isso, não é queridinha?! – a mais baixinha desdenhou.
- Vocês não deixam de ter razão. – admitiu, recebendo sorrisos vitoriosos delas. – Mas quem disse que eu preciso de uma varinha pra acabar com vocês, hein?! - E num gesto rápido, ela enfiou novamente a varinha nos bolsos, avançando contra as garotas.
A mais baixinha delas se adiantou, puxando a própria varinha. A ruiva sorriu em deboche, batendo a mão no pedaço de madeira que voou longe.
- Aprenda como se brinca, queridinha. – sussurrou com um sorriso superior, e com um soco no nariz, fez a garota se afastar chorando histericamente enquanto tentava estancar o sangue com a mão.
- Quem se habilita? – provocou com os punhos cerrados, e sorrindo de lado.
Quando as duas garotas se olharam e sacaram simultaneamente as varinhas. A Malfoy sorriu de lado, mas quando levantava o pé para acertar um chute e desarmá-las, não sentiu mais o chão sob seus pés.
- Abaixem essas varinhas agora. – uma voz masculina ordenou autoritária, sendo obedecida rapidamente.
- Bernard Zabine. – a outra garota, que até agora não se pronunciara, disse num tom próximo a um suspiro de admiração.
– Agora, sumam da minha frente. E se eu chegar a imaginar que vocês saíram por aí falando desse pequeno contratempo, sentirão na pele a vingança de um sonserino, entenderam? Ou querem que eu desenhe? - sem esperar respostas, ele jogou a ruiva no ombro e carregou corredor a fora.
- Dá pra me largar, ou ´tá difícil? – perguntou irritada, batendo as mãos nas costas dele.
- Que ingrata você, senhorita Malfoy. – zombou, enquanto a carregava pelos corredores feito um “saco de batatas”.
Ele entrou numa sala de aula desativada, e colocou Emmy sentada em cima de uma mesa se afastando precariamente, somente para poder olhá-la nos olhos.
- Eu não acredito que você fez isso. – ela berrou indignada, apontando um dedo na cara dele.
- Fiz o quê? - fez se desentendido para provocá-la, era difícil admitir, mas estava morrendo de saudades de momentos assim com a garota.
- ME desautorizou na frente daquelas idiotas. Eu estava limpando a honra da minha família, sabia?! – falou cruzando os braços, numa tentativa de intimidação.
- E posso saber como? – Bernard apenas sorriu, pensando que ela parecia uma criança emburrada.
- Elisabeth Chars, aquela tentativa fracassada de chinesa. Chars gosta do James. Quando ele começou a namorar “comigo” ela e as amigas resolveram terminar com o namoro. Elas azararam a vassoura da Jill, sabendo que ele a salvaria. Azararam a própria Jill, pra cair nos braços dele. Depois fizeram a prima da Chars correr pelos corredores pra ele a ajudar. E depois, aquela vaca ainda o agarrou na festa do MEU aniversário.
- E você descobriu tudo isso...
- Evan descobriu a obsessão da garota pelo o James. E nós passamos a segui-las. – explicou. – E hoje, elas estavam planejando algo contra a Daphné, porque já sacaram que ele gosta mesmo é dela. E eu ia mostrar pra elas como se acaba com alguém de verdade.
- E você planeja ganhar delas sem varinha? – perguntou descrente, arqueando a sobrancelha.
- Eu poderia ter arrancado todos os fios dos cabelos delas, mas você apareceu e me arrancou de lá antes que eu pudesse fazê-lo. – acusou sem modéstia.
- Elas eram três. – gritou irritado com a falta de bom senso da garota.
- Três idiotas que não sabem nem pra que lado se segura uma varinha. – contrapôs também irritada.
- Tudo bem, você poderia ganhar. – admitiu suspirando. - Mas elas dariam queixa e você ia perder sua vaga no time. Eu sei que a McGonagall lhe deu um aviso sobre seu comportamento agressivo.
- A Minnie, como diria Kevin, pegou pesado. O Dumbledore só sorria pra mim, e ela continuava esculhambando....- a ruiva interrompeu a própria fala, só agora percebendo algo estranho. - Hey.. como você sabe disso? Achei que você tinha esquecido de mim e dos outros. Faz muuuito tempo, que você não anda com a gente. Desde... desde... – ela arregalou os olhos, parecendo só agora notar uma coisa, e complementou num tom próximo a um sussurro. - do dia do Bicho-Papão.
- Sobre o bicho-papão, Emmy... – começou cauteloso, enfiando as mãos no bolso e olhando para os próprios pés.
- Eu não quero falar sobre ele, ok?!- a ruiva se levantou da mesa, onde estava sentada, e começou a caminhar para a porta. - Acho que já vou indo.. porque está tarde e daqui a pouco dão minha falta lá na Grifinória.
No meio do caminho para a saída a mão de Bernard em seu pulso a fez parar e voltar a encará-lo.
- Eu sei de tudo, Emmy. O Roxinho me contou aquele dia. – confessou sem quebrar o contato entre os olhos.
- Então, deduzo que seja por isso que você se afastou. – um brilho estranho passou pelos olhos dela. – Não te culpo. Quem iria ficar perto de uma garota marcada? Não é?! - forçou um sorriso amarelo. - Sabe, essa história é sombria demais até pra mim, quanto mais pra você. Inteligente sua escolha...
- Emmy. – interrompeu, pousando um dedo nos lábios dela. – Eu quero ver.
- Ver o quê? A marca? Não mesmo. Você já sabe demais sobre isso. – respondeu apertando mais a capa contra o corpo, tremendo de um frio inexistente.
- Eu quero. – persistiu acariciando levemente o rosto dela, com as costas da mão.
Ficaram assim por muito tempo. Até que, respirando fundo, a garota se virou de costas para ele. Retirou a capa do seu uniforme, deixando-a cair no chão. Arrancou a gravata vermelha com dourado, jogando-a no chão também. E começou a desabotoar vagarosamente os botões da camisa branca. A cada botão, uma nova lágrima cai dos olhos cinza.
E quando a camisa encontrou seu refúgio no chão. A ruiva encontrava-se somente de sutiã negro. O garoto esticou os dedos e percorreu a cicatriz, as mãos frias naquela pele quente, causou um arrepio involuntário.
Havia duas marcas. Uma começava no ombro esquerdo dela, e só ia terminar do lado direito da cintura. E no ombro direito, a marca descia até o lado esquerdo da cintura. Jack havia, literalmente, a marcado. A cicatriz era um enorme X negro e profundo, deformando levemente as costas da ruiva. Bernard sentiu a forte presença da magia negra existente ali. Lágrimas de raiva vieram aos olhos dele imaginando como aquele vampiro de merda teria feito àquelas marcas medonhas.
Emmy tremia de costas para ele, mas o garoto sabia que não era de frio. Ela estava chorando, como só tinha chorado uma vez na vida. O sonserino acabou com a pouca distância que existia entre eles, abraçando-a por trás e encostando o queixo na curva do pescoço dela.
- Não sinta pena de mim. – fungou a garota.
- Eu não sinto pena de você. Sinto raiva desse monstro que fez isso. – admitiu apertando-a mais.
- Eu vou pegá-lo. Quando terminar Hogwarts eu vou encontrá-lo. Eu sei que só eu posso achá-lo. – Contou com os olhos brilhando em determinação.
Bernard apertou-a mais ainda, para depois vira-la pra si e murmurar determinado.
- Nós vamos achá-lo.
Emmy Weasley sorriu lindamente e seus olhos tornaram-se pratas, antes de puxar o garoto pelo pescoço e beijá-lo ardentemente. Bernard abraçava-a pela cintura muito possessivamente, e alisava a cintura fina dela com a palma da mão, enquanto ela acariciava a nuca dele. Soltaram-se minutos mais tarde, ofegantes e felizes.
O sonserino levou a mão ao pescoço e tirou de lá seu colar dos Rossier.
- Use-o. – pediu entregando o colar na mão dela. – Ele vai te proteger, protegeu minha mãe de muitos aurores e eu quero que ele te proteja do Jack.
- Esse é um colar de família, acho melhor você ficar com ele. Eu sei que você tem poucas coisas da sua mãe. – ela contrapôs, observando o pingente em forma de R. – Ele tem que TE proteger.
- Eu vou estar protegido enquanto você estiver. – insistiu colocando o colar nela e trazendo-a para perto novamente.
- Que insistente você. – disse rindo e beijando o garoto na “trave”.
Ele também sorriu e eles se beijaram novamente. Dessa vez mais apaixonados. Até que foram interrompidos por barulhos de passos vindos do corredor.
A porta foi aberta, uma luz de varinha clareou levemente a sala, mostrando o rosto do seu dono.
- Eu a achei, Daphné. – James disse para o espelho em sua mão. Olhando para o mapa dos marotos na outra mão, onde o ponto Emmy Weasley, escondia-se atrás do ponto Bernard Zabine. Então, ele finalmente olhou para o casal a sua frente. – Uou! Eu estou atrapalhando alguma coisa? - perguntou com um sorriso malicioso em direção a Emmy que estava escondida pelas costas de Bernard.
- Nada que você não esqueça facilmente, Potter. – rosnou ainda escondendo a garota, que recolocava a camisa do uniforme rapidamente.
A garota terminou de se vestir rapidamente, jogou a capa sobre os ombros de qualquer jeito. E, só então, os três ganharam os corredores indo de encontro a Daphné Weasley Malfoy.
- James, se você não tirar esse seu sorriso malicioso da cara, eu vou ter que tirá-lo com as minhas próprias mãos, fui clara? – ameaçou com seu tom de voz bastante sério.
- Inegavelmente clara. – respondeu num sorriso torto, olhando para qualquer lugar que não fosse a amiga.
- Cara, essa é a MINHA garota. – gabou-se Zabine abraçando Emmy por trás.
A garota parou de chofre, e virou-se para encarar o sonserino.
- SUA garota, Bernard? – perguntou arqueando uma sobrancelha e sorrindo brevemente.
- Você não esperava um pedido formal, não é?! – retrucou agarrando-a pela cintura e beijando-a no pescoço.
- He-hem. – pigarreou o grifinório, sabendo que aquela sessão agarramento iria longe.
Emmy e Bernard se soltaram, mas o garoto agarrou-a pela cintura impedindo-a de andar mais rápido. James só revirava os olhos com a cena que era obrigado a presenciar.
- O que eu não faço pela Daphné - se pegou pensando.
- O que aconteceu, Daphné? – perguntou Bernard assim que avistou os cabelos loiros da garota.
- Aconteceu o seguinte..- parou abruptamente seu discurso para olhar surpresa para o amigo. – Não mais nos evitando, Zabine? – desdenhou com as sobrancelhas arqueadas.
- Longa história. – respondeu dando de ombros. – Conte-nos o que tem pra dizer de tão importante.
- Emmy, seus amigos mandaram notícias? – perguntou se dirigindo a irmã com um olhar suplicante.
- Depositei o dinheiro na conta deles hoje mais cedo, acredito que estejam viajando nesse exato momento. Por quê? – respondeu sem entender nada.
- Nós esquecemos de algo muito importante, Emmy. – a loira torcia as mãos nervosamente.
- Esquecemos do que, barbie?
- Lembra que mês estamos?
- Março? – disse entediada.
- E o que tem em Março que todos mais gostamos?
- Feriado da Páscoa. – respondeu prontamente com um sorriso.
- E o que vai acontecer no feriado da Páscoa?
Emmy a olhou por alguns segundos, sem entender o que queria dizer com aquilo. Até que arregalou os olhos e colocou as mãos sobre a boca, tentando sufocar o grito de horror.
- NÃO. – esganiçou empalidecendo.
- Isso mesmo maninha. – confirmou inconformada.
Nesse mesmo instante, um homem moreno de olhos azuis andava até eles.
- E aí, garotos? – cumprimentou alegremente. - Preparados para a SUPER festa de casamento?
Podia ter sido impressão dos adolescentes, mas o tom que Blaise usou parecia de alguém que estava claramente muito contrariado com o casamento de Draco Malfoy e Magen Schmerz.
Uhhhhh.., eu consegui!
Postei! E não morri assassinada pela demora! =DDD
eu sei que sou uma péssima autora que demoro horrores..
mas o capitulo tá ENORME..
então.. aceitem isso como meu pedido de desculpas!
- A conversa D/G não apareceu nesse cap. de propósito..
Ela vai aparecer no próximo cap. ok?!
bjos!
E valew por todos os comentários!
Comentem mais, oks?!
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