Capítulo 2
Capítulo 2
Seis meses depois...
Julie terminava de arrumar suas bagagens. Deixaria suas vestes de aprendiz e levaria apenas as roupas apropriadas àquele mundo. Ao seu mundo. O lugar que fora obrigada há abandonar tantos anos antes. Sentada em sua cama, sozinha, ela se despedia do quarto que havia sido sua casa. Na próxima noite dormiria em Hogwarts, como professora. Iria ensinar aos jovens bruxos a arte da cura.
Todos aguardavam a chegada de Julie. O portal estava aberto e permaneceria assim até que ela o cruzasse. A morena chegou, escoltada pelas amigas. Ela usava vestes bruxas, mas não tinha capa. O portal a deixaria nos portões de Hogwarts.
- Os Deuses estão com você, minha querida. – disse Cailleach. – Boa sorte.
Julie recebeu as bênçãos dos Mestres e se despediu de todos. Agnes e Lauren a abraçaram juntas e não puderam evitar algumas lágrimas. As meninas deram as mãos e a morena disse:
- Não se preocupem. Estaremos juntas novamente.
- Foi uma visão, Ju? Será que devemos acreditar? – brincou Agnes, com os olhos inchados e o nariz vermelho. As três riram.
- Dê um abraço na Sá por nós, ok? – falou Lauren.
- Amo vocês irmãs. Até breve.
- Também te amamos!
Julie atravessou o portal. Nunca mais pisaria no solo sagrado. Nunca mais veria Gia.
O lago estava vazio naquela tarde. Lauren e Agnes haviam sido liberadas das tarefas por aquele dia. A loira aproveitava para tentar meditar. Seguiria sua irmã logo. Breve, exatamente como Julie dissera. Como contar para Agnes que iria abandoná-la também? Qualquer um que soubesse um pouco da vida daquela menina não teria coragem de deixá-la para trás. A superfície calma do lago começou a oscilar. Não havia vento, mas pequenas ondas começaram a se formar.
- Lauren, está tudo bem? – perguntou Agnes, que se aproximava da amiga.
- Eu vou embora também, maninha.
- Imaginava que isso ia acontecer. – disse a garota num sussurro. – Quando?
- Não tenho certeza ainda. Alguns meses, acredito.
- E Isar?
- Ele é como um irmão pra mim, você sabe.
- Ok.
- Agnes, tem uma coisa que quero te perguntar a algum tempo.
- O que?
- Você ainda sonha?
- Sonho com o quê?
- Com sua mãe, seu pai.
- Lauren, você sabe muito bem que eu nunca conheci minha mãe. É claro que não!
- Você sempre falou durante o sono, irmã. Lembra quando nós três dividíamos o quarto?
- Isso não quer dizer nada. Não me lembro desses sonhos.
- Só estou perguntando por que você tem gritado durante a noite. Seus sonhos têm invadido os meus. E, sim, eu sei sobre o feitiço silenciador que você jogou no quarto.
- Assim não tem graça! Você sabe tudo!
- Só o que vocês me contam. Me fala a verdade.
- Sim, La, eu continuo sonhando. Vejo a maldição matando a minha mãe na sala de parto como se estivesse lá assistindo. Vejo o escritório do meu pai sendo invadido por Comensais e vejo os feitiços de tortura. Rezo todos os dias para meu irmão e minha madrasta terem se salvado. O que mais posso fazer?
- Algo me diz que você têm sonhado com mais alguma coisa.
- Que droga! Não dá pra manter nada particular!
- Só estou querendo ajudar!
- Certo... Não é nada demais, pra ser sincera...
- O que é então?
- Eu vejo a mim mesma, morrendo. E um bebê. Exatamente como a minha mãe.
- Como assim!? Já conversou com a Mestra sobre isso?
- Sim. Ela não sabe o que quer dizer. Me falou para tomar cuidado, meio que tomar precauções para que a situação se torne impossível. Ou deixar os Deuses decidirem.
- O que você vai fazer para evitar isso?
- Eu prefiro escolher o caminho da Deusa, Lauren.
- Prefere engravidar e deixar seu filho sem mãe? – a loira estava indignada.
- Eu prefiro viver minha vida bem a vivê-la muito. Talvez meu papel seja apenas trazer essa criança ao mundo, como foi o de minha mãe. Talvez eu não morra.
- Agnes, você como sempre não está sendo realista.
- Lauren, você como sempre está me puxando de volta para a realidade. Eu tenho fé de que tudo vai dar certo. Tenho o fogo para me confortar. Tenho a esperança de que Voldemort não irá destruir mais famílias.
As amigas se abraçaram, rindo e chorando.
- Estamos emotivas hoje hein? – comentou a loira.
- Deve ser TPM. – disse Agnes, fazendo Lauren rir. – Vamos voltar para o Salão.
Atrás de uma árvore próxima, Daros ouvia toda a conversa das garotas.
- Seja bem-vinda, Srta. Watson. Estamos muito felizes por tê-la aqui.
Minerva McGonagall a esperava dentro dos portões de Hogwarts.
- Obrigada, diretora. Fico muito contente por terem me escolhido para lecionar aqui.
- Entre. Do lado de fora não é seguro hoje em dia.
Os vastos terrenos da escola de magia encantaram Julie. Podia ver claramente que um feitiço extremamente poderoso fora colocado ali para impedir a entrada das forças do mal.
- Vou levá-la aos seus aposentos. Os alunos chegarão em poucas horas e então teremos o banquete onde será formalmente apresentada.
Era incrível o modo como se acostumara facilmente com aquela nova vida. Sua realidade não era nem um pouco parecida com a luxuosa que tivera quando menino, ou a de Hogwarts ou a de fugitivo. Ainda sentia muita falta de sua mãe e se arrependia por não tê-la convencido a fugir com ele e sentia falta de Snape, que era mais um pai para ele do que Lucio Malfoy. Gia era um lugar maravilhoso. Ali seu sobrenome, sua família, seu sangue não importavam. As notícias que chegavam da guerra eram alarmantes, mas nada mudava a rotina do lugar. Draco acabava de sair da Casa de Armas. Estava cansado e suado, mas feliz. Os seis meses que se passaram desde sua chegada tiveram um efeito surpreendente não só em seu corpo, mas também em sua mente. Com todo o treinamento, agora estava praticando magia sem varinha e estava se aproximando da perfeição exigida por Lauren. E aquela já era a segunda aula que vencia Caleb em um combate. Sua vontade de lutar bem se somava ao perigo que corria no outro mundo e, um pouco, ali também. Phelan e Daros faziam de tudo para incomodá-lo e atrapalhá-lo. Draco entendia agora como eram horríveis suas atitudes em Hogwarts. Os dois jovens pareciam acreditar que todos os erros do mundo eram culpa do loiro. A camisa verde grudava em seu corpo. Era melhor dar uma passadinha no lago antes de ir ajudar na cozinha.
- Srta. Watson! Srta. Watson!
Alguém batia na porta de seu novo quarto com uma força descomunal. Julie abriu a porta e perguntou:
- O que houve?
- O Expresso foi atacado. – disse McGonagall. – Parece que não houve mortes, mas temos muitos feridos sendo trazidos. Precisamos da sua ajuda.
- Claro.
A morena prendeu o longo cabelo em um coque e seguiu a diretora até os jardins.
Vários dos alunos estavam com ossos quebrados e hemorragias. Não fora um ataque violento. Aquilo fora um aviso para todo o mundo bruxo. Voldemort era poderoso o suficiente para acabar com a vida de inúmeras crianças inocentes.
Enquanto trabalhava com Madame Pomfrey, Julie procurava por Sadine quase desesperadamente. Disseram o que pior do ataque havia sido evitado por uma das alunas, que deu a idéia de lançarem um feitiço escudo no trem. A morena não tinha dúvidas de que havia sido obra da sua irmã.
- Lauren, esqueci uma coisa. Te encontro no Salão ok?
- Precisa ficar sozinha um pouco... Já entendi.
- Brigada maninha!
Agnes voltou para a beira do lago. Aquele era o lugar preferido das três. Era bom para Julie pela água para as visões e pela proximidade com seu elemento: a terra. Era ótimo para Lauren por ser o lugar mais afastado e com mais água, o elemento da loira. E era maravilhoso para Agnes, pois não importava a quantidade de fogo, a água sempre estaria ali para corrigir seus erros. Ah! O fogo! Por que esse elemento tão difícil de controlar? Agnes sabia que o próximo ritual seria do seu elemento. Pouco antes de Julie partir haviam feito o ritual da água e Lauren dançara de maneira linda. Todos ficaram emocionados. Dentro de pouco ela iria liderar um ritual e ainda não conseguia controlar o fogo. Julie sempre treinava com ela, mas agora Agnes estava por conta própria.
Sentada com os pés na água, a garota viu quando Draco se aproximou do lago. Como ela estava um pouco afastada e escondida entre as árvores o rapaz não percebeu sua presença. Ele já estava sem camisa, mostrando todas as cicatrizes que marcavam a pele pálida. Agnes podia falar o que quisesse, mas não podia negar a beleza dele. O cabelo loiro estava na altura do maxilar e os treinamentos na Casa de Armas faziam muito bem a ele. De onde ela estava, podia ver os músculos dele contraindo e relaxando. Era estranho ficar perto de Draco. Ela se sentia bem, alegre. Ele era sempre gentil, mesmo quando respondia a suas brincadeiras. Mas também era estranho. Tinha horas que ela sentia seus braços tremerem ou seus pés se recusavam a andar. Algumas vezes ela se sentia ridícula.
Draco mergulhou no lago. A garota examinou o local minuciosamente para ter certeza de que não havia ninguém, retirou o sobretudo do vestido e entrou silenciosamente na água. O lago não era fundo, não para Draco. Ele voltou à superfície em poucos segundos, sentindo a água gelada retirar todo o calor extra do seu corpo. De repente sentiu um par de mãos cobrirem seus olhos. Agindo por mero reflexo o rapaz puxou o desconhecido para sua frente e o prendeu pelo pescoço com o braço.
- Nossa! Se você faz isso quando alguém te surpreende, imagina quando tentarmos fazer uma festa surpresa! – o tom de brincadeira de Agnes era falso, mas ela pedia para que ele não percebesse. A reação de Draco a assustou e muito. Não sabia o quão pronto para lutar ele estava. Ele a soltou e disse:
- Me desculpe, Agnes! Não queria lhe fazer mal. Te machuquei?
- Não, não se preocupe... Só tomei um susto. Talvez isso me ensine a não tentar assustar os outros.
A garota se segurava fortemente no braço dele. Aquela parte do lago era funda para ela, apesar dele ficar de pé com extrema facilidade. O vestido comprido também não estava ajudando.
- Aqui parece ser fundo para você. Quer uma carona até a margem? – perguntou ele, já relaxado e com um sorriso matreiro.
- Não acho que seja necessário. – Agnes respondeu. Porém, Draco fingiu que não a ouviu e a colocou em suas costas.
- Vamos, segure no meu pescoço.
- Me coloca no chão!
- Ok, você que pediu.
Ele foi até a beira do lago e quando já estava sobre a terra, a largou no chão.
- Muito obrigada, era tudo o que eu precisava! Lama no vestido!
Julie não pôde deixar de agradecer aos Deuses por nenhum aluno ter morrido. Os Comensais sequer haviam seqüestrado ou torturado alguém. Em poucas horas uma certa normalidade voltou ao castelo e os alunos se dirigiram para o Salão Principal. A canção do chapéu foi longa e falava de união, perdão e amizade. A seleção ocorreu rapidamente e o discurso da diretora foi mais rápido ainda.
- E gostaria de apresentar a professora de Artes da Cura, uma nova matéria que estará nos horários de todos vocês, Julie Watson.
Não é preciso dizer que causou espanto a todos. Afinal, uma mulher desconhecida, de apenas 19 anos e com uma beleza exótica não aprecia todo dia por ali. As palmas da mesa dos professores incentivaram as palmas um tanto hesitantes dos alunos. Para Julie, porém, aquilo não importava. Seu olhar estava concentrado na mesa da Grifinória, onde sua irmã, Sadine, conversava com uma garota ruiva. As habilidade da morena foram muito úteis para descobrir sobre o quê elas conversavam. Sadine estava tentando convencer Ginevra Weasley a permitir sua participação na recém-revitalizada Armada de Dumbledore.
Uma menina de 15 anos, pele bronzeada, cabelos loiros e olhos claros andava pelo corredor vazio. Seu poder de controlar o ar fazia com que tivesse extrema liberdade para fazer o que quisesse dentro do castelo. No entanto só estava desobedecendo o toque de recolher para falar algo muito importante com sua irmã. Algo que não poderia esperar até a manhã seguinte: Sadine havia encontrado a 5ª. Havia encontrado quem faltava para liberar os poderes delas.
- Já está escurecendo. – comentou Draco.
- Eu sei.
- É melhor irmos, ou vamos nos atrasar para o jantar.
- Pode ir. – disse Agnes. – Não vou jantar hoje.
- Acha que os Mestres vão ficar incomodados?
- Não. Não sei. – respondeu ela, sorrindo.
- Então vou pular o jantar também. Quer companhia?
- Você deve estar com fome. Sei que passou a tarde na Casa de Armas.
- Você sabe demais. Não sei se isso é bom ou ruim.
- Também sei que deveria estar ajudando na cozinha. – disse ela, rindo.
- Isso é verdade. Acho melhor ir, já que você não quer minha companhia.
- Não disse isso. – ela se levantou, limpando o vestido. – Vou te ajudar na cozinha.
Eles caminharam calmamente até o Salão, entrando pelos fundos. Porém, Daros interceptou-os e falou:
- Draco, está atrasado. Vai ficar mais tempo para terminar tudo. Agnes, vá para o salão por favor. Não é seu dia de cozinha e hoje vamos ter dança. Sei como você adora.
- Acho que prefiro ajudar o Draco.
- Vá para o salão, Agnes, ou eu terei de chamar a Mestra e dizer que você está atrapalhando o trabalho do pessoal.
A garota encarou Daros e viu que não sairia vencedora. Voltou-se para Draco e lhe deu um beijo na bochecha, indo para o Salão sem dizer mais nada.
- Você tem certeza Sadine?
- Claro, Ju! Ela tem os mesmos poderes que nós! Ela é o Éter, o espírito!
- Tenho que avisar as meninas logo. Venha, vou te levar até seu Salão Comunal.
- Draco, o que é isso no seu braço? – perguntou Lauren, quando o rapaz finalmente foi liberado das tarefas. Havia uma marca de queimadura, uma forma de mão, próxima ao cotovelo. – Isso parece uma mão...
O garoto corou, mas respondeu:
- Deve ter sido quando Agnes me assustou. Devo ter batido em alguma pedra, sei lá.
- Espere aqui.
A loira se embrenhou no meio do Salão. Em um canto Agnes carregava Micel, já dormindo.
- Agnes!
- Oi, La! Tudo bem? Que cara é essa?
- Se está tudo bem? Já viu o braço do Draco?
- Bem, ele está ficando forte... Qual o problema?
- Vem comigo! Agora!
- Tenho que levar Micel para a Mestra.
- Então vai rápido. Temos que consertar a meleca que você fez.
Lauren... Lauren... Porque você não me responde?
Julie estava de pé dentro do lago de Hogwarts. A lua a iluminava como se a Deusa estivesse ali presente.
- Srta. Watson?
A voz quebrou sua concentração. Um tanto irritada, ela voltou-se para quem falava.
- Sim?
- Eu sou Alexander Hudson, auror do Ministério. Este é meu turno de guarda e gostaria que a senhorita voltasse para o castelo.
- Nada vai acontecer.
- É só uma precaução. O toque de recolher é para todos, inclusive professores. Venha. – ele estendeu a mão para ajudá-la a sair do lago.
Julie prendeu o longo cabelo em coque rapidamente e dobrou as mangas do vestido. Porém, o auror a retirou do lago sem ajuda ou esforço.
- Venha, vou acompanhá-la ao castelo.
- Nossa Lauren! Não precisa arrancar meu braço! O que eu fiz de tão ruim assim!?
- Fica quieta. Ninguém pode saber! Nem sei como vai explicar isso pro Draco!
O rapaz estava encostado na parede ao lado da porta da cozinha. Ele encarava o vazio, em vez de olhar a festa que acontecia.
- Ei... Está tudo bem?
- Meu braço. – respondeu ele, em um sussurro contido. – Parece que está queimando de dentro pra fora.
-Ai minha Deusa. – disse Lauren.
Com cuidado para não chamar atenção dos outros, Lauren e Agnes levaram Draco para a cozinha.
- Draco, me desculpe. Eu sinto muito. Não sabia que isso ia acontecer. – falou Agnes, com lágrimas nos olhos.
- Agnes não é possível que você ainda não consiga controlar seus poderes! – disse Lauren, perplexa. Ao ver lágrimas nos olhos da outra garota, ela continuou. – Vou ficar na porta, pra ninguém entrar. Conserte isso.
Assim que a porta se fechou, Draco perguntou:
- Foi você? Por isso naquele dia... queimar? É isso que está acontecendo?
- Me desculpe. Mas a culpa foi sua, que me assustou. Droga, precisamos reverter isso. Mas como?
- Que tal perguntar para os Mestres?
- NÃO! Não posso fazer isso...
- Mas você podia decidir logo... Ta doendo muito... É pior que as torturas de Voldemort!
- Pelo menos não começou a sangrar. – resmungou ela. – Acho que posso fazer uma coisa. Me empresta sua energia?
- Agnes, o quê você andou bebendo? Te emprestar energia?
- Cala a boca. Pra quem ta com tanta dor, você está falando muito.
Ele sentou-se em uma das bancadas e estendeu o braço ferido para a garota. A menina sentou-se ao seu lado, mas segurou seu rosto em vez do braço, dizendo:
- Olhe nos meus olhos. Não desvie.
Lentamente os olhos castanhos foram se tornando azuis. Azuis extremamente claros, como água pura. Draco sequer sentiu quando Agnes pressionou seu ferimento. Sequer sentiu quando sua energia parou de ser sugada. Apenas sentiu algo quando ela quebrou a conexão que os unia.
- Pronto. Consegui. – ela parecia feliz, mas muito cansada.
- Você está bem? – perguntou Draco.
- Tive que utilizar muita energia para curar isso. Se tivesse percebido que tinha te machucado não teria precisado chegar a esse ponto. Vamos chamar Lauren, para ela se acalmar.
- Espere. – pediu ele, segurando-a.
- Parece que seu braço já está bom. Vamos logo. – Agnes soltou-se dele e se dirigiu à porta.
- Por que você sempre faz assim Agnes?
- Como?
- Você provoca até não poder mais e depois vai embora. E os culpados somos nós?
- Draco, do quê você está falando?
- Daros, eu... Lutamos entre nós, mas nada vai adiantar... você não vai escolher ninguém certo?
- Eu estou ficando assustada. Você não está falando coisa com coisa.
- Por que você foge de mim? – perguntou ele, encarando-a. – Não desvie o olhar, Agnes. Olhe nos meus olhos.
- Eu não fujo.
- É mentira. Você me contou tudo naqueles olhos azuis. – Agnes estava apoiada contra uma das bancadas e Draco a prendia ali. – Eu sei que me ama.
- Você não sabe nada. – respondeu ela, a voz fria. – Saia de perto de mim. Uma filha da Deusa nunca é tratada dessa maneira.
- Você me ama. – repetiu ele. Sem esperar que ela dissesse mais alguma coisa, ele a beijou.
- O quê está acontecendo aqui?
Lauren havia entrado naquele momento.
- Me solte. – disse Agnes, empurrando Draco e correndo para fora.
- Agnes!
- Pode parar. Me explique o que estava acontecendo. – o tom de comando de Lauren era indiscutível. Draco contou tudo e perguntou:
- Eu realmente fiz errado?
- Draco... Assim como você, ela também teve uma vida difícil. Não posso te contar, mas pergunte depois à Agnes. E tem mais. Há alguns anos atrás Julie fez uma profecia. Era sobre Agnes. De acordo com Julie, ela teria duas escolhas:ir para a guerra e viver, ou ir para a guerra e morrer. E na visão da minha irmã, a causa da morte de Agnes era... bem, como vou te dizer isso... A causa da morte dela era você.
<continua...>
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