Na terra dos mortos.



Cap-22
Na terra dos mortos.

Chegando na sala da diretoria Harry, Rony e Hermione batem na porta e recebem a autorização para entrar. Lá já estavam Alessandra, Tonks e Lupin a esperá-los. Quando entram Alessandra pega das mãos de Harry a caixa dos medos e fica a observá-la, Hermione se junta à ela e as duas começam a dizer palavras sem nexo enquanto examinam a caixa. Harry se junta à Rony e os dois se põem a observar as duas garotas.

Depois de cerca de cinco minutos elas param de conversar e olham para os garotos, Alessandra pega uma mochila, que Harry reconheceu como a mesma que estava a taça de Hufflepuff.

“Vamos gente? Temos muito que fazer lá, vamos embora?” disse a garota colocando a mochila nas costas.

“Vamos!” disse Harry animado.

“Vamos!” disse Rony e Hermione ao mesmo tempo que Harry.

Eles sinalizaram e depois todos pegaram o bule que era a chave portal e apareceram no saguão principal do ministério da magia, quando chegaram Harry reconheceu a mesma fonte com os bruxos, o elfo, o duende e o centauro de ouro. Se lembrou que foi ali que houve o duelo entre Dumbledore e Voldemort, foi ali que ele foi possuído por Voldemort.

Ele parou para olhar a fonte, quando Alessandra o puxou pelo braço e foram guiados por Tonks até o corredor que ele conhecia bem. As paredes nuas, escuras sem janelas e a porta sem identificação. Na frente da porta estava pessoa com capuz que a deixava identificável se não fosse pela voz feminina.

Tonks se aproximou da mulher e pegou um pergaminho com ela, a cumprimentou e depois a mulher se dirigiu até o elevador e desapareceu nele. Tonks se virou para o grupo que esperava atento a reação dela, e ela simplesmente fez sinal para eles a seguirem. Eles entraram pela porta sem identificação e caminharam pelo escuro ao encalço de Tonks, a única que estava com a varinha acesa. Eles caminhavam em duplas, Tonks à frente com Lupin, Rony e Hermione no meio e Harry e Alessandra por último.

Caminharam pouco até chegarem à sala das portas giratórias, Tonks gritou ‘Três’ e no mesmo momento uma das portas brilhou e ela se encaminhou até a porta e a abriu dando passagem aos outros. Nesse momento Harry reconheceram a sala, essa era a sala em que Luna foi atingida, onde Rony evocou o cérebro em conserva, enfim seria naquela porta no final do corredor que daria na sala do véu.

O coração de Harry acelerou, e a cada passo que ele dava em direção àquela porta ele podia ouvir e ver tudo que aconteceu naquela noite. Parece que Alessandra percebeu sua angustia, porque ela pegou uma de suas mãos e a beijou, algo que o deixou mais calmo sem saber o porquê.

“Acho que chegamos.” Disse Tonks abrindo a porta no fim do corredor.

“Bem à tempo!” disse Alessandra olhando para o relógio e entrando na sala, sendo seguida pelos outros. –“Hermione vem me ajudar!”

“Claro” disse a garota voltando-se para a outra e retirando da mochila uma caixinha que mais parecia uma caixa de fósforos.

“O que vocês vão fazer agora?” perguntou Harry curioso.

“Vamos fazer os desenhos.” Respondeu Alessandra já se encaminhando para o mais próximo do véu possível.

Harry se sentou com Rony dois degraus acima do patamar onde estava o véu, e ficaram observando as garotas trabalharem com a ajuda de Tonks e de Lupin que a cada desenho terminado fazia feitiços para que eles não saíssem mesmo que se pisasse em cima.
Quando terminaram os desenhos Hermione, Lupin e Tonks ficaram terminando os últimos detalhes, enquanto Alessandra se encaminhava para conversar com Harry.

“Harry antes que você entre lá, eu preciso falar com você!” disse séria.

“Eu vou ajudar Hermione.” Disse Rony deixando eles à sós.

“Obrigada Rony!” disse a garota se sentando ao lado de Harry.

“O que aconteceu?”

“Nada, só que antes eu preciso deixar você a par de toda a verdade sobre o véu, a verdade que eu não contei.”

“E qual seria essa?”

“Harry, é muito arriscado você ir, qualquer um ir.”

“Mas por Sírius eu irei!”

“Você tem certeza que Sírius iria querer que você fosse atrás dele?”

“Não, ele talvez não queira, mas eu vou mesmo assim.”

“Harry, apenas um mortal entrou no reino dos mortos e saiu de lá com vida, e pra dizer a verdade ele nem era um completo mortal, ele era um semi-deus. Hercules foi o único que conseguiu sair do reino dos mortos vivo. Eu não vim aqui para fazer você desistir, não! Até porque isso seria quase impossível! Eu vim aqui para lhe dizer que não quero lhe perder. Quero que volte para mim, para nós!” Disse a garota agora com lágrimas nos olhos.

“Eu vou voltar! E pretendo voltar com Sírius.” Disse o rapaz enxugando as lágrimas da garota.

“Tá bom! Eu vou acreditar em você, mas me promete que volta, mesmo se não acha-lo lá!”

“Eu prometo.” Nesse momento ela o abraçou, e ele correspondeu o abraço.

“Olha! Não importa o que aconteça lá, não faça barulho, se os mortos ouvirem eles não lhe deixaram mais sair de lá. Então eu pensei, se acontecer alguma coisa, involuntariamente você vai falar, então eu trouxe essa fita adesiva para você colocar na boca quando entrar, tá?” disse ela pegando a fita adesiva e estendendo para o garoto que aceitou. –“Quando você estiver lá você tem que pensar como se estivesse lá e Harry, não fique com o pensamento que talvez você encontre seus pais, porque isso não vai acontecer, eles provavelmente estão em outro plano, não no reino dos mortos.” Dizendo isso ela deu outro abraço no garoto e saiu em encontro aos outros que olhavam a cena.

O garoto desceu em direção aos outros que já estavam posicionados em seus lugares, Alessandra estava ao lado dele e estendeu a ele uma corda de cor carmim, ele aceitou.

“Essa corda é o que vai manter você ligado à esse mundo, coloque em volta de sua cintura e a outra parte você deixa aqui, essa daqui é para você colocar no Sírius, no pulso, ou na cintura se você puder. Lembre-se que você só terá quinze minutos para voltar então se você se atrasar vai ficar preso lá até no ano que vem. Para sua sorte, cinco minutos aqui são quase dez lá, então você terá cerca de trinta minutos para achar Sírius e voltar.”

“Harry a cada cinco minutos daqui vamos puxar a corda duas vezes, você não vai poder usar magia lá dentro, vai ter que entrar como um mortal por completo. E quando achar o Sírius puxe a corda para que possamos puxá-los.” Disse Lupin à Harry.

“Quando começarmos o encantamento e que o lupin der o sinal você entra, certo?” disse Alessandra a Harry e assentiu com a cabeça.

Agora que Alessandra falou Harry começou a pensar, seus pais estavam mortos, então porque motivo ela iria dizer que eles não estariam ali. O rapaz olhou no relógio faltava um minuto para a hora que eles combinaram executar o plano. Harry pega a fita adesiva que Alessandra lhe deu e coloca um pedaço na região da boca como a garota lhe falou. Olhou para os amigos, Rony sorria para ele em sinal de apoio, Hermione estava tão nervosa que nem percebeu que ele olhara para ela, Tonks sorriu também e falou baixinho ‘boa sorte’, Lupin olhou para ele também, mas apenas acenou com a cabeça, e Alessandra segurou sua mão e apertou-a dando sinal de força. Talvez fosse a ultima vez que os visse, ou quem sabe tivesse sorte, como sempre tivera na vida e escapasse mais essa vez, trouxesse Sírius e todos estariam felizes.

Os pensamentos do rapaz estavam a mil, mas ele não pode deixar de prestar atenção em cada detalhe que acontecia na sala. Alessandra segurava em seus braços a cubo negro que presenteara a Harry e ela, Tonks e Hermione faziam um trio com palavras e sussurros que com certeza eram de outra língua. Quando elas começaram os desenhos no chão começaram a brilhar e a luz que emanava deles formava um furacão de luzes, algo que fez Harry colocar a mão nos olhos para impedir a passagem de tanta luz.

De repente tudo vira silencio, e a luz apaga agora os desenhos apenas brilham, Harry olha para os lados e percebe que todos haviam percebido a falta de som, não somente ele. Quando olha para Lupin este deu o sinal e ele percebe que era a hora de entrar no véu, e sem pensar em mais nada ele corre e salta para o interior do véu, com as cordas presas em sua cintura.

Harry abre os olhos e se depara com a escuridão total, ele tenta enxergar algo, mas por mais que tente ao consegue ver nada. De repente ele sente uma brisa leve vindo de trás dele, ele se vira e se depara com a coisa mais estranha que poderia imaginar muitas luzes que emanavam do nada e ao mesmo tempo não iluminava nada, todas vindo de um só lugar. ‘Será que era para ele seguir aquele caminho?’ Ele não pensou duas vezes, tentou ir por aquele caminho, mas algo acontecia, ele não conseguia sair do lugar, por mais que suas pernas se movessem ele não saia do lugar.

Ele parou, pois não adiantava ficar gastando energia se não saia do lugar. Fitou novamente o local e ficou sem saber o que fazer, sentou e começou a pensar. ‘Eu tenho que agir como se eu estivesse morto, mas como é está morto? Eu nunca morri!’ Harry ficou sentado tentando pensar em algo.

‘Mortos! Esse é o reino dos mortos! Tenho que pensar como um morto. O que eles têm que um vivo não tem? Sei lá! Pensar como um. Pensar como um. ’ Harry ficou parado ali, até que sentiu o sinal de que se passaram cinco minutos, a corda que estava enrolada na sua cintura foi puxada duas vezes, agora ele só tinha dez minutos para achar Sírius e voltar.

A possibilidade de ficar ali ou de não achar Sírius foi crescendo na sua cabeça. Foi aí que veio a sua mente o que Nick quase sem cabeça disse um dia, quando ele estava conversando com ele. ‘Ser morto é quase a mesma coisa que estar vivo, só que você não sente o peso do corpo e sua implicações. ’ Ele tinha que esquecer que tinha corpo, mas como faria isso? ‘Ser leve, usar a mente, tentar voar! Alguma coisa tem que funcionar. ’ Ele pensou, se concentrou e para sua surpresa ele conseguiu se mexer, era como se ele estivesse numa vassoura, era só pensar onde queria ir e fazer uma leve inclinação para onde ele queria ir.

Ele se mexeu em direção ao turbilhão de luzes, que ficavam cada vez mais próximos dele, até que quando chegou ao seu centro algo aconteceu, ele foi puxado por uma força que ele não sabia de onde vinha e ele entrou rodopiando pelo interior das luzes. Quando deu por si estava caído no chão, ele não sabia onde estava só sabia que era tudo cinza. Ele olhou para os lados só ouvia vozes ao longe, sussurros e lamentos. Olhou ao seu redor e viu muitas pessoas, olhou melhor e quase levou um susto, elas não tinham rostos, eram como mascaras, como as peças de xadrez.

Olhou a procura de Sírius, ele tinha que estar ali, o coração dele dizia que estava. Andou por um tempo, até que sentiu um segundo puxão na corda, ele tinha se esquecido da corda, ela ainda estava ali, só que quando chegava à uma parte ela sumia. Mas se ele recebeu um puxão significava que ele ainda era conectado com o mundo externo daquele plano, e que só tinha mais cinco minutos para achar seu padrinho.

Procurou pela multidão sem rosto, mas nada de achá-lo. Andou mais um pouco, achou uma ponte que passava por um rio e pensou em atravessá-la. Chegou mais perto percebeu que no meio da ponte havia alguém que vestia um capuz que não dava para ver seu rosto. O garoto resolveu arriscar passar pela ponte, mesmo com o estranho, deu os primeiros passos em direção ao outro lado da ponte, mas quando chegou próximo do estranho esse fez um gesto que impediu Harry de passar, e para maior espanto do garoto o estranho falou com ele.

“Você não pode passar, só passam as almas desencarnadas. Você ainda tem corpo, o que faz aqui forasteiro?” Harry ficou com receio de responder, mas algo lhe dizia que se não respondesse algo muito pior iria acontecer. Ele retirou a fita adesiva da boca e falou o mais baixo que pode.

“Estou à procura de um amigo.”

“Esse não é o lugar para almas encarnadas, se procura alguém desencarnado, você não pode passar.”

“Procuro alguém como eu.”

“Então procura no lugar errado, por essa ponte só passam desencarnados.”

Harry não pensou duas vezes, tratou logo de sair dali, por mais que fosse um alívio falar com alguém a voz daquele estranho dava um arrepio na espinha. Se o estranho falou que não passava almas encarnadas, então o Sírius também não passou. Procurou mais detalhadamente, em todos os lugares. Não podia gritar, não podia demorar muito, pois já recebera o segundo puxão, então só faltavam menos de cinco minutos.

Ele correu desesperado por entre os sem rostos, à procura de seu padrinho, tinha que achar. E foi num lance de desespero que seus olhos caíram numa figura desacordada caída em baixo de uma árvore totalmente desfolhada. Sírius estava lá, Harry correu a chegou ofegante ao lugar em que ele estava, quando chegou, Sírius abriu os olhos.

“O que você está fazendo aqui garoto?” perguntou Sírius surpreso.

“Eu vim resgatar você, agora não temos tempo para conversa, coloca logo isso na sua cintura.” Disse Harry estendendo a corda azul que estava em suas mãos. –“Eu tava com saudade!”

“Eu também garoto.” Disse dando um abraço em Harry.

Harry se levantou e ajudou Sírius a se levantar, e como Alessandra o disse puxou a corda e no mesmo instante eles estavam sendo puxados para cima e desaparecendo.

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