Um dia de febre



Cap-16
Um dia de febre

Harry correu com tanta vontade que em menos um minuto já estava de frente da gárgula de pedra da diretoria. Ele olhou para o papel em que hermione escrevera a senha e viu que lá só havia escrito luz. Ele falou auto a palavra e no mesmo instante a gárgula se mexeu e deu espaço para uma escada, que o garoto subiu e se deparou com uma porta. Bateu, mas não houve resposta, então resolveu pedir permissão para entrar, esperou um pouco e ouviu lá de dentro a voz de alguém que já conhecia, era Dumbledore que pedia para que ele entrasse.

Ele entrou e fechou a porta, olhou ao seu redor. Ele não havia percebido que a nova diretora deixara o gabinete exatamente como era quando seu pai era o diretor. Havia os mesmos objetos na escrivaninha, até o local em que Fawkes costumava ficar continuava ali. Ele olhou para os lados em procura da pessoa que havia pedido para ele entrar.

“Boa tarde professor!”

“Boa tarde Harry! Que bom vê-lo!”

“Que bom vê-lo também professor!”

“O que faz aqui meu caro?”

“Eu vim saber notícias da sua filha, Alessandra professor.”

“Claro, claro! Pois saiba que veio em boa hora, ela está precisando muito de
sua ajuda!”

“Como assim?”

“Eu acho que ela lhe contou sobre seus pressentimentos?”

“Sim ela me contou. Mas o que aconteceu?”

“Aconteceu o pior meu rapaz, o pior!”

“Quer dizer que mãe dela morreu?”

“Sim, mas isso não é só!”

“O que aconteceu com Alessandra?” perguntou Harry preocupado.

“Ela não está nada bem.”

“Há algo que eu possa fazer?”

“Quem sabe? Por que você não tenta?” dizendo isso a porta do cômodo de Alessandra abriu e o rapaz entrou cauteloso nele.

“Alessandra, você está aí?” perguntou Harry que não conseguia vê-la em canto algum.

“Eu estou aqui.” Disse ela saindo do banheiro, estava com os olhos muito vermelhos, como se tivesse chorado muito.

“Você está bem?”

“Estou, o que você faz aqui?” perguntou ela com um sorriso como se estivesse normal, tirando o fato de que ela estava de apoiando na parede para não cair.

“Eu vim saber como você está?” disse o rapaz se aproximando dela.

“Eu...” ela tentou andar mais desmaiou antes de conseguir, por sorte Harry não estava longe e a pegou, evitando que caísse.

“Ela está pegando fogo! Deve estar com muita febre!” pensou o rapaz enquanto a pegava no colo ainda descordada e a levava para a cama. “Ela é magra, mas pesa!” pensou ele.

Depois de colocá-la na cama e cobri-la bem ele seguiu em direção ao gabinete, pretendia sair rápido e voltar com Madame Ponfrey antes que ela acordasse, mas foi só ele dá um passo para fora do quarto que ela acordou. Olhou para ele e disse:

“Não me deixa só!” e caiu no sono novamente. Ele não sabia o que fazer, precisava pedir ajuda, mas ela pedia para ele não ir. A solução veio do lado de fora do quarto. Dumbledore falou em auto e bom som.

“Harry, você não deve deixá-la sozinha!”

“Mas eu preciso chamar madame Ponfrey.”

“Ela tem medo de ficar sozinha quando está doente.”

“Mas o que eu devo fazer?”

“Fique com ela que eu arranjo um jeito de chamar ajuda.”

Ele obedeceu, entrou no quarto novamente e voltou à cama. Ele olhou para a garota, agora dormindo na cama, pegou em sua mão e percebeu que estava muito quente. Ela tirou um pouco do cobertor dela, para que o ar pudesse passar um pouco por ela. No mesmo momento que ele fez isso ela acordou.

“Harry?”

“O que foi que você fez para ficar nesse estado?”

“Eu... estava ali sentada quando o telefone tocou.... e...” ela começou a
chorar e ele pegou novamente em sua mão.

“Eu já soube o que aconteceu. Você precisa ser forte!”

“Eu não sei o que vai ser da minha vida...”

“Vai ser a mesma. Eu sei que vai. Você é uma garota muito especial e vai superar isso.”

“Eu...Obrigada..” dizendo isso ela levou a mão dele, que segurava a sua, até os lábios e a beijou. “Você é a única pessoa que me restou!” ela disse isso e desmaiou novamente.

Ele se assustou um pouco com o desmaio repentino dela, mas se tranqüilizou quando percebeu que ela voltara a dormir. Meia hora depois Madame Ponfrey chega com uma pequena maleta na mão. Ela a examina e a medica.

“Eu acho que devo passar a noite aqui.” Disse a enfermeira ao quadro de Dumbledore.

“Eu acho melhor não!”

“Mas ela precisa ser vigiada pelo menos durante hoje!”

“Se for esse o caso, acho que o nosso Harry não vai arredar o pé daqui até que minha filha melhore.” Disse Dumbledore dando uma piscadela para Harry.

“A senhora pode ir, qualquer coisa eu lhe chamo.” Disse Harry à enfermeira tentando tranqüilizá-la. Mas não adiantou ela continuou reclamando, coisa que sempre fazia quando estava com um paciente. Até que Dumbledore pediu para que Harry entrasse no quarto e fizesse companhia para Alessandra, ele o obedeceu e minutos depois Madame Ponfrey voltou-se para ele dando instruções para o caso de ela acordar pior.

Ele ouviu bem as instruções e depois que a enfermeira foi embora ele ficou a sós com a garota que dormia um sono meio perturbado. Ele a observou mais de perto e percebeu que ela sussurrava seu nome, ele se aproximou e disse que estava ali, ela apenas disse “frio”, ele a cobriu, mas a garota continuava a reclamar do frio. Então ele resolveu fazer algo sem pensar, deitou-se na cama ao lado da garota e abraçou-a. Ela estava realmente tremendo de frio, mas depois de um tempo abraçados ela parou e começou a dormir tranquilamente. Ele como estava um pouco cansado pois havia dormido pouco aquela noite não agüentou e dormiu.

Quando acordou, ele percebeu que já havia escurecido e a luz da lua entrava quarto à dentro, ele percebeu que dormira por muito tempo. Quando olhou para Alessandra preocupado com ela, viu que ela estava com os olhos bem abertos olhando para a luz da lua refletida no abajur ao lado da cama.

Ele retirou o braço de cima dela, que virou para ele.

“Você já está acordada faz muito tempo?” perguntou ele quando ela se virou para encará-lo.

“Não, acordei quase agora!”

“Você está melhor!” perguntou ele colocando a mão na testa dela para ver se ela ainda estava com febre.

“Estou!”

“Mas ainda está com febre. Quer comer alguma coisa?”

“Não estou com fome.”

“Mas você precisa comer.”

“Obrigada!”

“Pelo que?”

“Por ter ficado comigo, eu não me lembro muito o que aconteceu, mas eu quero que você saiba que eu estou muito feliz por você ter cuidado de mim, se preocupado comigo.”

“Eu nem sei o que dizer.”

“Não diga nada, só me abraça mais um pouquinho, eu estou um pouco triste.” Dizendo isso ela pegou o braço de Harry e colocou sobre ela novamente. O garoto ficou sem reação, simplesmente deixou-se levar.

“Agora é sério. Levanta para comer!” disse o rapaz chamando a garota, que relutava para não sair da cama.

“Eu não estou a fim de comer!”

“Mas tem que comer, você quer que Madame Ponfrey me mate, ela me fez prometer que cuidaria bem de você.” Dizendo isso ele conseguiu retirá-la da cama.

Ela se levantou com a ajuda de Harry que levou ela até á porta do banheiro. Depois que ela saiu de lá ele a conduziu novamente para a cama onde lhe serviu uma bela bandeja com frutas e bolachas.

“Você não preparou isso, preparou?” perguntou ela surpresa.

“Pra dizer a verdade pedi para que um amigo meu o fizesse!” dizendo isso ele sorriu tentando anima-la, mas ela simplesmente voltou seu olhar para a bandeja.

“Eu estou feliz por você está aqui comigo, mas é que hoje eu não...”

“Eu entendo. Eu não tive a oportunidade de sofrer pela perda de meus pais, mas eu sei o que é conviver sem eles!” dizendo isso ele a fez dar um sorriso de compreensão, mas logo voltou ao seu ar de tristeza.

“E eu não tenho nem coragem de ir dar um último adeus.” Disse ela com raiva de se mesma, batendo a mão na cabeceira da cama.

“Você quer que eu vá com você?”

“Eu não consigo Harry!”

“Claro que consegue, você me apoiou quando fomos ver meus pais, eu sei o que você sente.”

“Não, não sabe. Eu tenho medo, não consigo nem pensar em algo que envolva mortos. E a coisa piora quando isso envolve alguém tão próximo de mim.”

“Mas nada vai lhe acontecer, eu garanto.”

“Você está sendo muito bom comigo Harry, primeiro você vem aqui e perde
sua tarde cuidando de mim, depois ainda quer me acompanhar para ir ver minha mãe.”

“Não tem problema depois eu cobro!” dizendo isso ele a fez rir.

“Então eu vou aceitar sua ajuda.” Ela fez um movimento e em um piscar de olhos ela já estava toda de preto, inclusive o cabelo. Ela apesar de triste, para ele, ela estava irradiando beleza. Quando ele olhou para si mesmo, percebeu que também estava com outras roupas, era algo bem comum, um jeans escuro com uma camisa branca dobrada até o cotovelo. Ela olhou para ele e em retribuição ele sorriu.

“Vamos então?” perguntou o rapaz estendendo o braço para a garota. Ela aceitou e eles foram em direção à lareira.

“Aonde vamos?” perguntou ele.

“Para o Brasil!”

“Poxa, eu nunca saí do país!”

“Pena que seja nessas condições.” disse a garota triste.

“Mas mesmo assim!”

Quando ele disse isso ela pegou um pouco de pó de flu e entregou para ele, ela pediu para que ele dissesse “Recife n° 134”. Ele foi primeiro e chegou em uma casa muito aconchegante, minutos depois ela apareceu na lareira. Ele a ajudou a levantar e ela aparatou com ele até um local escuro e deserto que mais parecia um cemitério. Ela apertou tanto seu braço que já estava ficando dormente, mas ele não reclamou, pois percebeu que ela realmente estava com muito medo.

Eles chegaram na frente de um túmulo que tinha escrito, Madeleire Souttinhill e uma foto de uma mulher já idosa. Alessandra se encostou em seu braço e começou a chorar, ela conjurou um ramalhete de flores brancas e colocou no túmulo.

“Eu quero ir embora Harry.”

“Vamos!” dizendo isso eles aparataram novamente para a casa e de lá voltaram para Hogwarts pela lareira.

“Obrigada realmente Harry, mas você precisa voltar para seu dormitório, eu tenho certeza que Rony e Hermione estão preocupados. Você tem que ir.”

“Você já está bem, então agora eu posso ir.” Disse ele colocando a mão na testa da garota para verificar a temperatura.

“Eu não sabia que você sabia cuidar de pessoas doentes.”

“Nem eu, mas acho que como eu tenho muita experiência com enfermaria já estou pegando o jeito. Você tem certeza que pode ficar sozinha?”

“Tenho, qualquer coisa eu vou para a enfermaria.”

“Então eu vou!” Ele deu um beijo na testa dela e saiu em direção as escadas.

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