Os Fatos (bônus)



Capítulo X
Os Fatos (bônus)

(Em algum momento depois da conversa com Gina e antes do encontro com Ron)

-Talvez, talvez seja melhor não nos vermos por algumas horas – Hermione disse em tom baixo enquanto saia apressadamente com Harry do salão principal.

-Acho que tem razão – Harry contrapôs num murmúrio. – Eu não quero fazer... – seus olhares se encontraram e as bochechas de ambos ganharam cor. – Devemos ir.

A morena mordeu o lábio inferior, parando de andar. – Eu...

O rapaz se voltou para ela logo depois de dar alguns passos. – Hermione... – ele cortou o espaço existente entre eles. – Vamos – Harry segurou o rosto dela entre suas mãos. - Nós não podemos... – quando ela ergueu os olhos e o fitou incerta, o moreno perdeu a fala por um segundo. - ... Parar.

Ele afastou as mãos dela mais que rapidamente, lhe dando as costas, voltando a caminhar. – Harry? – ela tocou seu ombro. - Está tudo bem com você? - o rapaz não a respondeu e Hermione deu a volta nela, para o encarar. – ‘Tá tudo bem?

A boca de Harry estava na sua ao momento seguinte e Hermione sabia que não era real, mas a sensação era muito agradável; e ela sabia também que ainda poderia contê-lo, suas mãos foram ao encontro do peito dele com o pensamento de que os beijos que o amigo lhe dispensava não eram verdadeiros, que ele só o fazia por conta de uma poção.

Iria empurrá-lo para longe quando o sentiu envolvê-la pela cintura, uma de suas mãos ao encontro de sua nuca; e ela estremeceu com o contato, sem ter certeza se a culpa era da poção ou sua.

Ofegante, a morena quebrou o beijo. – Harry... preste atenção – tocou com os seus os lábios dele, afastando-se ao instante. – Nós estamos sob o efeito de uma poção. Não é – ela gemeu, inclinando o pescoço, cedendo mais área à boca dele. – Harry! – lhe segurou o rosto, erguendo-o, afastando-o de si. – Não é real, é só uma poção.

-Não muda o fato de eu querer você agora, Hermione – contrapôs roucamente.

-Pare de falar assim e pare de me tocar!

-Por que? – indagou acariciando seus ombros, sobre a capa que usava.

-Porque eu sinto como se devesse arrancar suas roupas a dentadas! – Harry sorriu quando a observou tocar os lábios, chocada. - Oh meu Merlin...

-Então, isso significa que posso lhe beijar?

-Não? – disse com ar de sufoco enquanto as mãos dele tocavam seu rosto, segurando-o.

-Repita - ele murmurou, colocando seu rosto a centímetros do dela. Seus olhos fitando-a.
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Eles se tocaram. Não com luxúria, ao menos não desta vez.
Seus dedos entrelaçaram-se e seus lábios se afastaram. Harry encostou sua testa a dela e a morena abriu os olhos, por fim.

-Gosto mais quando você não está tão relutante. - ele murmurou. Hermione sorriu, desviando o rosto e o olhar. – Agora é melhor que eu vá, não é?

A morena voltou a observá-lo; suas mãos se afastaram e ela deu um passo a frente, tendo seu pé entre os dele. Então ela assentiu.
E adorou contradizer seu gesto quando, erguendo-se na ponta dos pés, ela deixou sua boca colar à de Harry, suas mãos deslizaram-se para os ombros dele, e afastou-se.
Ela retornou um segundo depois, fechando os olhos, sentindo-o segurá-la pela cintura enquanto respondia seu beijo; Harry a ergueu levemente e Hermione enlaçou seu pescoço, sorrindo.

-Ou talvez eu devesse... – a fitou incerto, apertando-a um pouco mais. – Ficar?

Ela negou com a cabeça. – Aqui? Não mesmo, Potter – retrucou e no momento seguinte o estava tomando pela mão.
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-O que estamos sentindo não passa de uma poção, está ciente? – ela se voltou pra ele assim que a porta da sala de requerimento foi fechada.

Harry apenas meneou afirmativamente a cabeça enquanto lhe fixava o olhar, Hermione estremeceu levemente e respirou fundo pra se acalmar das sensações que Harry lhe causava. Não era real.

“Não é real” dizia a si mesma. Aquilo a fazia controlar – ou a fazia pensar que estava no controle – a poção.

-E talvez... Bem, talvez você vá se arrepender mais tarde por – tragou saliva ao reparar que Harry continuava fitando-a daquele modo. – Preste atenção, Harry – ela pediu com a maior seriedade que pôde, cruzando os braços sobre o peito, como se assim pudesse se proteger dos olhares dele; estes que a despiam...

-Acredite-me, minha atenção é toda sua, Mione – ele retrucou roucamente, seus passos anulando a pequena distancia entre eles.

-Então... – o olhou de maneira enviesada. – Tenho certeza que iremos nos arrepender mais tarde – acrescentou de um fôlego só, enquanto Harry seguia a centímetros de seu rosto; com a distância diminuindo.

-É mesmo? E há um porquê para essa certeza?

Ela girou os olhos, sentindo-se mais como si mesma quando ele se afastou o suficiente para mostrar-se intrigado por sua concepção. – É claro. Não falarei da mais óbvia, porque, tenho certeza, já está ciente desta.

-Somos amigos – Harry disse assentindo.

-Então vamos lá: Isso é uma poção. Você não... Nós não estamos realmente atraídos um pelo outro; apesar de agora não podermos... – Hermione suspirou fechando os olhos quando a mão de Harry entrou sua nuca, acariciando-a, enquanto os dedos da outra mão afagavam sua bochecha e o lado do pescoço. – Não podermos tirar as mãos um do outro. E - o tom dela alterou e Hermione ficou tensa sob suas mãos, o moreno voltou sua atenção para suas palavras. O que quer que fosse, a incomoda o suficiente para ela não querer demonstrar. – Você está saindo com a Elizabeth Mcflair.

-Não, eu não estou – o moreno contrapôs franzindo o cenho.

-Mas você quer convidá-la pra sair, se já não o fez. De toda forma, é como se eu me interpusesse entre vocês – insistiu. – Eu não quero uma segunda Cho atrás de mim. E não é qualquer outra coisa senão achar muito injusto e enfadonho as palavras que me dispensa.

-Bom – o moreno pareceu ponderar. - Se ela for como Cho, então não é a garota certa para mim, suponho.

-Que seja – redargüiu séria. - O que estou tentando dizer

-Já compreendi, eu compreendi – retrucou segundo seu rosto entre as mãos, obrigando-a a olhá-lo. – Vamos esclarecer alguns pontos, ok? Não estou saindo com Lizzie – ela virou os olhos. – Acredite em mim quando disser!

Ela não estava virando os olhos sobre o comentário dele não estar saindo com a “Lizzie”. Virara os olhos justamente por conta do “Lizzie”.

–E é verdade sobre eu estar interessado por ela – Hermione torceu o nariz. - Mas eu não sei se percebeu, - o tom dele era meio irônico. - Quando eu descobri que ingeri a poção, foi de você que eu tive medo. Ou melhor, tive medo do que eu poderia fazer a você. E não à outra garota – ele franziu o cenho, mas prosseguiu. – Não estou com qualquer outra garota; e se um dia, que não hoje, eu estiver com alguém, e ela por acaso descobrir ou desconfiar que houve algo entre nós, não deverá fazer diferença para ela. Porque quando eu estiver com ela, não estarei com você. E se ela não puder entender isso, ou que somos e sempre seremos, acima de tudo, melhor amigos – ele deu de ombros. - Então ela não valerá a pena. Você consegue me entender? O futuro ainda está por vir, não podemos prever o que acontecerá... E isso - delineou com polegar os lábios dela. - Não pode ser tão errado.

-Nós estávamos nos beijando! Como pode ser certo?

-E eu pretendo o fazer novamente – ele roçou os lábios nos dela, a morena ainda parecia desgostosa, tendo seus braços ainda cruzados sobre o peito.

Harry prosseguiu, apesar da evidente moléstia da amiga. Deslizou sua mão por sua cabeça, deixando seus dedos se enterrarem no emaranhado de cachos dela, beijou-lhe o queixo e sussurrou-lhe palavras ao ouvido e quando voltou aos seus lábios, a morena desistiu.
Num suspiro cansado, rodeou-lhe o pescoço com os braços e retribuiu o beijo com entusiasmo.
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Os casacos já estavam no chão.
As blusas seguiriam o mesmo caminho...

As mãos dela deslizaram sob a camisa de Harry. - Eu negarei se me perguntar algum dia – murmurou, afastando-se o suficiente para suas bocas apenas roçarem com suas palavras. – Mas eu senti falta disso – continuou no mesmo tom, desta vez em seu ouvido; suas mãos dirigindo-se para suas costas, ainda sob a blusa. Seus corpos unindo-se num abraço.

Harry riu entre dentes beijando-lhe o pescoço ao senti-la arranhar-lhe levemente as costas. – Hei, Hermione. Isso foi muito revelador. - Ela não retrucou.

Quando a mão de Harry tocou a linha bem abaixo de seu pescoço, ela sentiu algo se formando ali, uma espécie de calor, misturada com o suor. Quase como quente e frio. Hermione sentiu a mãos dele descender até atingir o primeiro botão de sua blusa, mas ele não se moveu.

Seu olhar encontrou o dele. Parecia que algo lhes passava a cabeça. O que quer que fosse que os atingira à primeira vez, a sensação era diferente da que experimentaram no quarto gentilmente cedido por Madame Rosmerta.

Hermione respirou fundo antes de ela mesma desabotoar os botões de sua blusa.
Harry lhe lançou um certo olhar e ela negou com a cabeça, dispondo-se a terminar o que começara. – Não é como se fosse um segredo pra você. E, sim, o estou fazendo porque quero – segundos depois, sua blusa estava em uma cadeira.

-Poderia ficar te olhando por toda uma vida e, ainda assim, não seria suficiente, Mione – o moreno sussurrou rouco.

– Eu sinto muito, Harry, mas não temos toda uma vida – e ela tinha sua boca novamente sobre a dele.

Harry esboçou com as mãos o torço dela e a morena perdeu o ar e se apoiou um instante ao corpo dele. Apartou-se.

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“Esta cama é mais confortável” Harry pensou, ao ter suas costas sobre ela, enquanto Hermione encontrava-se sobre ele.

Uma maior quantia de contato; a blusa escolar dele já se fora e apesar de Hermione permanecer de sutiã e saia, assim como Harry estava com sua calça posta, o se aferrar se tornara diferente. Estavam eles tocando, acariciando, beijando e mordicando pele, mas...

Eles se entreolharam.

... Não era o suficiente. Apesar de naquele momento bastar.

Mais forte que ele ou que ela, a certeza de que não estava certo. Só não estava.

-Não sei se deveríamos estar aqui – mordeu o lábio inferior, o moreno assentiu, no momento não podia formar frases. – Harry... – gemeu, sua boca ao encontro da dele. E só mais uma vez eles se perderam um no outro.

A morena saiu de cima dele, deitando-se ao seu lado, observando sua respiração se regular com o passar do tempo. A adrenalina esvaindo-se de seu corpo. A vergonha apossando-se. Deus do céu, estavam praticamente seminus!

Não precisava olhar para Harry para ter a certeza de que pensamentos semelhantes passavam pela cabeça do amigo. “O que está havendo comigo?”

Ela só tinha certeza de uma coisa: quando recuperasse o fôlego, mataria Ronald Billius Weasley.

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(continua)
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É por isso que eu demorei uma eternidade para postar. Isso está horrível, sinto muito.
Mas só pra constar, isso foi o que aconteceu depois deles terem ingerido a “poção” e antes de eles irem ao encontro de Ron e o "escalpelar" (no capítulo anterior).

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