Que o Tempo Passe...



Salém. Cidade famosa por suas bruxas, que na época da Inquisição eram queimadas vivas em fogueiras enormes. Atualmente a cidade era bem diferente. Repleta de bruxos, poucos eram os trouxas que lá viviam. Apesar de manter várias casas antigas, se via muita modernidade pelo lugar. Em um prédio alto, de aparência abandonada, funcionava o maior hospital bruxo do mundo. Composto de 25 andares, nele atendiam os especialistas desde queimaduras até venenos e cirurgias especializadas.

No quarto 707 do vigésimo andar estava deitado em uma maca um jovem de 18 anos e cabelos negros. Estava muito pálido, e parecia dormir profundamente. Um homem alto, de cabelos castanhos e olhos negros entrou no quarto. Estava vestido todo de branco e trazia, além de várias poções em uma bandeja, uma prancheta onde se lia o nome do paciente e estava seu caso todo detalhado.

- Hora de acordar, Sr Potter. – disse ele se aproximando da cama. O garoto abriu os olhos, e o medibruxo viu o quão bonitos eram. Verde-esmeralda. O paciente parecia não estar vendo nada a sua frente, e o homem o ajudou entregando-lhe seus óculos.

- Muito prazer, eu sou Eduard Jones, seu medibruxo. Você está em Salém, EUA. Já se passaram seis meses desde sua batalha contra Você-sabe-quem. Você veio parar aqui devido seu estado grave de saúde. Eu o operei, e modéstia a parte, não há ninguém no mundo tão bom quanto eu em se tratando de aneurismas cerebrais. O cérebro humano é algo muito delicado de se mexer. Requer muita calma e conhecimento sobre o que se está fazendo. – disse o homem sorrindo.

- Me sinto confuso... – disse ele.

- Ah, desculpe. Eu falo demais mesmo. Sente alguma dor?

- Sinto dor de cabeça, mas é fraca.

- Bom, muito bom. Você está se recuperando muito bem. Tome isto, vai melhorar a dor. – disse o medibruxo entregando a Harry uma poção de coloração arroxeada.

- Senhor...Jones, certo?

- Certo.

- Não consigo entender direito por que estou aqui. Estou sozinho?

- Está. Em tempos como esse não se pode ficar viajando muito. O Ministério daqui proibiu a entrada de qualquer um, você teve sorte de deixarem você vir para cá.

- Hum... Você me disse que eu fui operado, não é?

- É. Após sua batalha contra Você-Sabe-Quem, você entrou em coma. Fizeram exames mais específicos e constataram que você tinha um aneurisma cerebral. Sabe o que é isso?

- Um coágulo no cérebro?

- Em termos leigos podemos dizer que sim. Seu caso era muito grave, e não há nem estrutura para esse tipo de operação nem medibruxos experientes para realizá-la em Londres. Recebi uma coruja do Ministro da Magia da Inglaterra, pedindo que eu operasse você. Horas depois, você veio parar aqui e foi operado no mesmo dia.

- E você disse que já se passaram seis meses que eu estou aqui?

- Isso. Depois da operação, é necessário um pós-operatório muito intenso. Você foi submetido a diversos tipos de remédios e exames diferentes. Para sua recuperação ocorrer mais rápido, nós o induzimos ao coma.

- E agora? Qual é o meu caso? Vou ter que ficar aqui por muito tempo?

- Seu caso está estável, progredindo muito bem, conforme o previsto. E sinto dizer, mas você não vai poder deixar Salém num prazo três anos.

- Isso tudo! E eu vou ter que ficar aqui nesse quarto esse tempo todo?

- Ah, não. Temos uma clínica afastada da cidade onde pacientes com casos como o seu ficam em tratamento. Lá você poderá fazer o que quiser, até estudar.

- E eu não posso continuar esse tratamento na Inglaterra não?

- Como disse antes, lá não tem estrutura para isso. Além do que você é meu paciente, e sou eu quem vai cuidar de você todo esse tempo.

- Ah... Você disse que nessa tal clínica eu vou poder fazer tudo?

- Com restrições, é claro. Mas daqui a um tempo você vai poder jogar quadribol novamente, e fazer outras coisas que te interessar.

- Você disse que eu poderei estudar, certo? Posso me formar em Auror lá?

- Claro! E saiba que o curso de aurores daqui é bem melhor que o inglês.

- E eu queria saber como estão meus amigos.

- Ah, estão todos bem. Mandaram te dizer que sentem muito por tudo o que aconteceu e pedem desculpas por tudo.

- Certo. Posso escrever uma carta para eles?

- Pode. Ali na mesa tem papel, pena e tinta. Antes que eu me esqueça, lá na clínica você não poderá enviar ou receber cartas. É um local ilocalizável.

- Então eu ficarei isolado do mundo. – falou ele com sarcasmo.

- Não é assim. Lá tem muitos pacientes. E vai te fazer bem ficar longe de tudo.

- Se não tem outro jeito...

- Bom, já chega de conversa. Você precisa descansar. Amanhã eu passo aqui pra te pegar. Se precisar de alguma coisa é só chamar, tem uma enfermeira aqui no corredor.

- Ok.

- Até amanhã Harry. – disse Eduard, saindo do quarto e entregando o garoto à solidão.

*******

Era Natal. Gina Weasley estava em seu quarto, olhando a neve cair nos jardins da Toca. Ela tinha acabado de chegar de Hogwarts para passar o feriado com a família. Em seu rosto se via o quanto ela estava triste. Uma lágrima caiu de seus olhos.

- Gina, querida. Você não quer jantar?

- Tô sem fome mãe. Depois eu como alguma coisa.

- Ah minha filha. Você não pode ficar assim. Eu sei que é difícil pra você, pra todos nós na verdade, mas você não pode se abater assim. Tem que se alimentar.

- É tão difícil... – disse ela, e mais uma lágrima caiu. – às vezes eu penso no que vai ser de mim sem ele...

- Não fale assim. Harry vai melhorar, mais rápido do que você pensa.

- Tomara mãe. – disse ela, voltando seu olhar para o jardim. A neve caia devagar, em pequenos flocos. Até que um pequeno floco chamou a atenção da ruiva. Ele se movia diferente dos outros. E estava vindo na direção dela. Um enorme sorriso surgiu em seu rosto, quando percebeu que o floco era Edwiges, a coruja de Harry. Edwiges pousou em frente à garota, e deixou que esta pegasse a carta em sua pata. Deu umas bicadinhas na mão da jovem, em sinal de carinho. Gina acariciou as penas brancas da ave, e abriu a carta.

“Minha querida

Estou bem, fique despreocupada. Acordei hoje de manhã e logo a realidade inundou minha mente. Não precisa ficar preocupada, o passado não mais me importa. Tenho tantas saudades... Mas terei que ser paciente. Ficarei aqui por mais três anos, para continuar o tratamento. Está se cuidando? Não quero que fique triste por minha causa, ok? Então estude, divirta-se, e continue sendo aquela garota alegre pela qual me apaixonei e continuo apaixonado. Diga a Rony e Hermione que eu os desculpo por tudo, que isso já faz parte do passado e deve ser esquecido. Mande lembranças minhas a todos aí. Esperarei ansiosamente pelo dia que verei seu sorriso novamente e torço que, depois disso, tudo volte a ser como foi um dia.
Um beijo daquele que te ama profundamente
Harry Potter”


Ela releu a carta mais umas dez vezes, até acreditar. Harry estava bem. E sentia saudades dela! Por meses ela ficou a pensar se o moreno a perdoaria por não ter acreditado nele, mas parece que isso agora era um passado distante. Era como se a vida voltasse ao seu corpo. Desde o dia em que Dumbledore os chamou em sua sala e contou sobre o estado de Harry, foi como se sua vida tivesse acabado. Nada tinha mais graça, nada era belo ou tinha qualquer importância. E agora ele a escrevia uma carta. Uma carta cheia de preocupação, cheia de amor. Guardou a carta dentro de suas vestes. Não se separaria mais dela. Não até Harry voltar. E, pela primeira vez em alguns meses, sentiu fome. Se ajeitou e desceu as escadas. Seu Natal não seria tão bom quanto o anterior, mas agora ela tinha a certeza de que seu amor estava bem e a amava.

Entrou na cozinha. Esta se encontrava cheia. Rony e Hermione discutiam, como sempre. A Sra Weasley servia seu marido, que estava conversando com os gêmeos. Carlinhos, Lupin e Tonks falavam sobre seus trabalhos para a Ordem. Assim que ela entrou todos pararam o que estavam fazendo e olharam para ela. Gina sorriu e se sentou ao lado de Hermione.

- Pode me passar o purê, Fred?

- Com o maior prazer. O que aconteceu com você? Mamãe disse que você não vinha jantar.

- É. Mas o Harry disse que era para eu me cuidar, então resolvi descer.

Silêncio. Todos olhavam preocupados para a ruiva. Como assim o Harry disse que era para ela se cuidar? A garota estaria ficando louca?

- Gina, querida. O Harry não está aqui. Ele está em coma.– disse Hermione, com um olhar preocupado.

- O Harry acordou. – disse ela sorrindo. Pegou a carta e a entregou a amiga. Esta começou a ler e um sorriso surgiu em seu rosto.

- Ele acordou! E está bem!

- Foi o que eu disse. Agora dá pra me passar o purê ou está difícil?

- Quando ele volta Mione? – perguntou Rony, se debruçando sobre o ombro da namorada para ler a carta também.

- Só em três anos. Ele vai ter que fazer um tratamento lá.

- Então que o tempo passe logo, porque eu não quero ver ninguém aqui doente por não se cuidar direito. – disse o Sr Weasley, olhando pra Gina.

- Que o tempo passe... o mais rápido possível.




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Como vcs viram... não matei o Harry! Longe de mim fazer isso!
Valeu pelos coments...
Semana que vem ....CAPÍTULO FINAL!!!!!!!!!!!!!!!!!
Assim espero, se tudo correr bem...
Então deixem seus comentários aí... me façam feliz!!!!
=)

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