Noite Divina



Nota da Ficwriter: Oi Gente eu peço imensa desculpa…Prometi que actualizava a fic na semana passada mas como tive exames não tive oportunidade de o fazer! Espero que gostem, que tenham tanto prazer a lê-la como eu tive em escrevê-la e por favor, deixem um comentário, a vossa opinião é muito importante para mim! O terceiro e último capítulo será postado (eu juro, eu juro!), em breve (agora estou de férias é mais fácil =D)! Beijinhos docinhos*
Música: A música que serve de banda sonora à fic é a conhecidíssima Silent Night, a minha canção de Natal preferida. Encontrei várias versões da letra mas decidi colocar esta, porque achei que era a que mais se adequava. Só um pequeno detalhe: troquei a posição de algumas quadras para a letra estar mais em harmonia com a história. E já agora, uma sugestão, ouçam a música ao mesmo tempo que lêem a fic!
________________________________________________________________

Noite Divina

- Mamã! Olha p’a mim! Sou um feiteiceio a séio! – exclamou Billy, feliz até mais não, a flutuar pouco acima do chão na sua nova mini-flecha-de-fogo 3000 e com uma varinha de brincar na mão.
- Pois é, querido, pareces mesmo um feiticeiro crescido! – concordou a mãe sorrindo, passando-lhe a mão pelo cabelo louro. Iam os dois a caminho de casa e, como ficava perto da “Toca”, iam mesmo a pé. Dois sacos enormes de presentes flutuavam atrás deles. – Tens que agradecer à vóvó Narcissa a varinha nova!
- Pois é, a vainha é supéi fixe! E a vassoua também! Wuhu! – gritou o pequeno, voando em círculos à volta da mãe. – Sabes mamã, quando eu fôi gande vou sêi jogadoi de “Quitch”!
- Ahaha! É Quidditch, filhote! Mas sim, tenho a certeza que vais ser um grande jogador de Quidditch! Eu até não jogava mal e o teu pai… - Ginny interrompeu-se ao pensar em Draco. Suspirou - …O teu pai era um óptimo jogador de Quidditch…
- Ah sim? – o rapazinho parou então de voar. – Mamã…eu gostava tanto de conhecêi o papá! Quando é que ele volta?
Ginny estacou, como se tivesse sido atingida por um raio.
- Mamã?
- Ele…ele não vai voltar, Billy. – balbuciou a mulher, com uma voz trémula e enrouquecida.
- Poiquê? Ele…não gota de nós?
- Claro que gosta, querido, claro que gosta! – Ginny pegou no filho ao colo e abraçou-o com força. Não sabia nem estava preparada para explicar ao filho a dura realidade da morte. – Só que ele…de onde ele está, ele não pode voltar, percebes? Mas podes ter a certeza de que ele gosta muito muito de ti…
- Eu também goto muito dele! E como era o papá, mamã?
- Ah, o papá era… - Ginny parou por um momento, com os olhos brilhantes ao recordar-se dele. – O papá era uma pessoa…maravilhosa…Era assim como tu, lourinho e muito vivaço! Mas às vezes também era um bocadinho rezingão, como tu! – riu ela. – Bem, chegámos!
Os dois entraram em casa e, depois de deitar o pequenino e de se arranjar para dormir, Ginny dirigiu-se para o quarto, que estava completamente às escuras.

Silent night! Holy night!
(Noite silenciosa! Noite divina!)
All's asleep, one sole light,
(Tudo dorme, apenas uma luz)
Just the faithful and holy pair,
(Apenas o fiel e divino par.)
Lovely boy-child with curly hair,
(O pequeno rapaz, de cabelos encaracolados)
Sleep in heavenly peace!
(Dorme numa paz celestial)
Sleep in heavenly peace!
(Dorme numa paz celestial)

- Estava a ver que nunca mais vinhas! – Ginny deu um salto ao ouvir uma inesperada voz masculina provinda de dentro do quarto. Por um momento, pareceu-lhe reconhecer aquele timbre… “Mas não, não pode ser!”.
- Quem…Quem está aí? – Articulou ela, tremendo dos pés à cabeça, tentando que a sua voz parecesse firme e corajosa, o que não conseguiu.
- O teu presente de Natal! – Respondeu a voz profunda e a ruiva tremeu ainda mais ao perceber que o “invasor” estava mesmo atrás de si. O seu sangue gelou quando se sentiu ser abraçada por ele. Pensando que era um ladrão não teve com meias medidas, pegou numa jarra de flores que estava à entrada do quarto e deu com ela, com toda a força, no que lhe pareceu ser o corpo da “voz”.
- Lumos! – gritou imediatamente Ginny, ao mesmo tempo que ouvia um grito e um barulho de um corpo a cair no chão. Piscou os olhos várias vezes antes de se habituar à claridade e, quando finalmente se apercebeu de quem estava caído no chão, a massajar a cabeça e a gemer, sentiu um baque e ficou imóvel, com a boca e os olhos escancarados. “Não, não pode ser…!”
- Oh, valha-me Merlin, já nem me lembrava do que era sentir dor! – exclamou um homem louro, de olhos azuis-acinzentados, que estava vestido de escuro e que continuava agachado e a esfregar a cabeça. - Bem, Ginny, que recepção…entusiástica! Se eu ainda estivesse vivo acho que me tinhas rachado a cabeça! – só então ele percebeu do ar pasmado da ruiva, que parecia que tinha tido um ataque. – Ginny…Ginny, estás bem? Oh, Merlin, devia ter feito uma entrada mais moderada…
Ele levantou-se rapidamente e aproximou-se dela com ar preocupado:
- Ginny, desculpa, eu…não devia ter aparecido assim, eu… - desculpou-se ele. Só então reparou que ela estava a murmurar uma estranha ladainha:
- Ele não está aqui, ele não pode estar aqui, é só mais uma miragem, eu não estou maluca, eu não posso ficar maluca, eu vou fechar os olhos e quando os abrir…
- Ginny, meu amor, sou eu, o Draco! Eu sei que é estranho mas eu estou mesmo aqui, tu não estás a ficar maluca! – Explicou ele, abanando-a levemente pelos ombros.
- Mas tu…tu não podes estar aqui porque tu estás…Oh, meu Deus, até já falo com fantasmas, estou mesmo doida! – alarmou-se Ginny, levando as mãos à cabeça.
- Ginny, Ginny, por favor acalma-te! – pediu o louro, agarrando-lhe as mãos, sem saber mais o que fazer,. - Eu sei que a minha presença aqui te pode parecer impossível, mas tudo isto tem uma explicação! Por favor, ouve-me e vais perceber tudo, está bem?
Como se ela se mostrasse ainda chocada e desconfiada, ele acrescentou:
- E não te preocupes, tu estás no teu perfeito juízo, não estás a delirar, eu estou mesmo aqui! Vem, senta-te um pouco e eu explico-te tudo.
Embora ainda parecesse perturbada e relutante, a ruiva seguiu-o até à cama e deixou-se cair nela, sem saber o que pensar. Ele estaria mesmo ali, não seria apenas uma ilusão produzida pelo seu enorme desejo de o voltar a ver? Completamente confusa, olhou para ele, que estava sentado a seu lado e balbuciou:
- Mas…tu…tu não podes estar aqui…Só se fores um fantasma…Mas os fantasmas não existem! Quer dizer, acho eu…Já não sei nada…
Draco sorriu e passou-lhe a mão pelo cabelo docemente.
- Não, meu amor eu não sou um fantasma! Olha, se queres ter a certeza toca em mim. Não dizem que os fantasmas são transparentes e imateriais?
Com efeito, Ginny, um pouco receosa, tocou ao de leve na mão dele, que lhe pareceu mais sólida e viva do que nunca.
- Não tenhas medo, podes tocar à vontade, eu não mordo! – riu o louro. – Olha, sente…achas que isto é um toque de miragem ou de fantasma?
E Ginny sentiu um arrepio quando ele lhe passou a mão pela cara, lentamente. Aquele toque quente electrizante que ela nunca esqueceria, um toque que era só dele! Não havia dúvida, ele estava mesmo ali e não parecia ser uma ilusão ou um fantasma. Perplexa e emocionada, ela começou a chorar.
- Então mas…mas como é que é possível que…Só se tu… - A ruiva parou por um momento e depois arregalou e muito os olhos e olhou-o, escandalizada. – Só se tu…não estivesses mesmo morto! Oh, por Merlin, não, não acredito que tenhas fingido este tempo todo!
Ela já se estava a levantar, com os olhos a fervilharem de raiva, quando Draco a puxou de novo para a cama.
- Ginny, Ginny, pára! Meu Merlin, agora é que pareces estar mesmo doida! – Agora era Draco que parecia escandalizado. – Como é que podes achar que eu alguma vez ia fingir que tinha morrido? Além disso, porque é que eu faria? E como? Tu assististe a tudo, estavas lá quando eu…
- Então como é que tu podes estar aqui, tão vivo, tão real! – gritou Ginny, que parecia estar à beira de um ataque de nervos. – Já sei, isto é uma brincadeira de mau gosto, alguém tomou a poção Polisuco e decidiu fingir que és tu, ou então estou a sonhar!
E ela começou a beliscar-se com força. Draco agarrou-lhe nas mãos, já quase a perder a paciência e aproximou-se ainda mais do rosto dela, que estava em pânico.
- Ginny, por favor, pára um momento e ouve-me. – o seu tom era sério e o seu olhar era sincero. - Eu sei que é surpreendente e estranhíssimo que eu possa estar aqui, mas eu posso explicar tudo! Mas se tu não te acalmares, eu não posso falar!
Ginny pareceu sossegar um pouco e fez um leve aceno com a cabeça.
- Desculpa…É que eu não percebo como é que isto pode estar acontecer…
- Eu percebo o que sentes, minha querida! Eu não devia ter entrado assim, tão subitamente, afinal não é todos os dias que uma pessoa dá de caras com um…bem…morto. Desculpa se te assustei…. Mas eu estava com tantas saudades tuas, minha Ginocas! Quis fazer-te uma surpresa…– e, quando Draco a abraçou, Ginny não teve mais dúvidas de que ele estava, de facto, ali, de que era real. Nenhum sonho, nenhuma miragem ou fantasma poderia despertar-lhe as sensações que a proximidade do corpo dele provocavam. Além disso, ele era o único que lhe chamava Ginocas, um diminutivo que ele próprio tinha inventado.

Silent night! Holy night!
(Noite silenciosa! Noite divina!)
Long we hoped that He might,
(Durante muito tempo desejámos que ele pudesse,)
As our Lord, free us of wrath,
(Como nosso Senhor, libertar-nos da ira)
Since times of our fathers He hath
(Desde os tempos dos nossos pais Ele tinha)
Promised to spare all mankind!
(Prometido que amaria todos os Homens!)
Promised to spare all mankind!
(Prometido que amaria todos os Homens!)

-Eu…eu já acredito, Draco. Eu acredito que tu…voltaste. – murmurou ela, ainda nos braços dele. O rapaz então afastou-se um pouco dela, observou-a, sorrindo, por algum tempo, passou-lhe a mão pela cara para lhe secar as lágrimas e aproximou-se lentamente do rosto dela. E ela fechou os olhos e recebeu o beijo porque ela tinha tanto esperado, o beijo inconfundivelmente quente e agridoce do seu Draco, que, inexplicavel e miraculosamente estava ali, vivo, com ela, outra vez. Depois de alguns momentos que pareceram eternos, eles separaram-se e Ginny ficou alguns instantes a olhar para ele, a observar e a tocar naqueles traços que ela conhecia de cor, naquela face com a qual ela tanto sonhara…!
- Meu Merlin, eu só espero que isto não seja só mais um sonho bom…Eu sonhei tantas vezes que voltavas…Mas depois acordava e sofria ao perceber que tudo não tinha passado dum sonho… – sussurrou ela.
- Não, não é Ginny. E eu vou-te explicar tudo agora.– Draco abraçou-a novamente. – Sabes que noite é esta, não sabes?
Ginny acenou com a cabeça e respondeu, ainda com voz vacilante:
- Noite de Natal…
- Certo. E sobre a noite de Natal dizem-se as mais variadas coisas, que é a noite da paz, a noite do amor…e também a noite dos milagres. E o que nos está a acontecer é isso mesmo - um verdadeiro milagre…Um milagre de Natal…
- Mas…mas como…? – Perguntou Ginny, ainda surpreendida.
- Resumindo, porque não temos muito tempo, como tu desejaste com tanta força e com tanto amor que eu voltasse, os manda-chuvas lá de cima decidiram realizar o teu pedido de Natal…E cá estou eu! – Sorriu Draco.
- Oh, meu Draquinho…meu Draquinho ainda não consigo acreditar! Tive tantas saudades tuas, meu amor! – confessou Ginny, abraçando-o e beijando-o carinhosamente. – Tu estás tão lindo, tão perfeito, tão jovem…Parece que ainda tens 17 anos! Eu não, estou um perfeito trambolho, uma sombra do que eu era… – comentou ela amarguradamente.
- Oh, que palerma, tu estás ainda mais bonita e maravilhosa do que nunca! E quanto a mim, é natural que ainda esteja com cara de adolescente acriançado, afinal parei no tempo…Tu não, tu tens vivido, tens sofrido bastante mas tens-te portado como uma heroína! – Draco sorriu, orgulhoso. - Não quebraste a promessa que fizeste e tens lutado, tens aguentado todas as angústias e contrariedades! Não sabes como me tenho sentido orgulhoso por ti, minha cenourinha!
- E tu não sabes como eu tenho vivido, como eu tenho suportado isto tudo… - Ginny suspirou. – Tem sido muito difícil para mim…Tenho estado tão sozinha…
- Não Ginny, tu nunca estiveste sozinha, eu estive sempre, sempre contigo! Não te deixei por um momento! Tenho acompanhado todo o teu sofrimento, todas as tuas pequenas alegrias, todo o crescimento do nosso filhote! Não sabes como é terrível ver-vos, estar ao vosso lado e não poder dizer “estou aqui!”, não vos poder tocar, não vos poder secar as lágrimas, não te poder beijar! – exclamou Draco, com uma expressão sofrida.
- Então tu tens estado sempre aqui, connosco? Eu bem que o pressentia, mas como podia ter a certeza? E agora estás aqui, ao pé de mim outra vez e nunca mais nos vais deixar! – Ginny abraçou-o, quase explodindo de felicidade.
Draco baixou então o olhar e disse, com voz triste:
- Não Ginny…Eu não vim para ficar…Eu não posso…Só tenho permissão para ficar até o nascer dos primeiros raios de Sol…Lamento muito…
A expressão de felicidade de Ginny esbateu-se rapidamente e deu lugar ao desespero:
- Até o…nascer do Sol…? Eu só te tenho…até ao nascer do Sol?
- É…- suspirou ele. - Afinal eu teoricamente estou…morto…E não há feitiço ou milagre algum que ressuscite os mortos…
- Mas tu estás aqui! Tu estás vivo! Tu ressuscitaste! Porque é que não podes ficar aqui para sempre, comigo e com o Billy? – perguntou Ginny, desvairada.
- Ginny, eu não…ressuscitei. Eu só estou a gozar de uma…bem, digamos uma permissão especial para voltar à vida. Mas é uma permissão temporária, percebes? – ao ver que as lágrimas se precipitavam de novo sobre o olhar da sua amada, ele abraçou-a e tentou reconfortá-la. – Mas olha, não fiques triste, temos é que gozar bem esta noite, temos que aproveitar bem esta oportunidade, saborear todos os minutos em que podemos estar juntos!
E Draco beijou-a novamente, um beijo profundo e demorado, terno mas ardente, tentando matar todas as saudades que tinham sentido um pelo outro.
- Tens razão meu amor…Já que só temos esta noite, vamos aproveitá-la da melhor maneira! – exclamou Ginny, passando a mão por todo o corpo dele, para ter a certeza de que era mesmo real. Depois, beijou-o novamente.
- Agora há outra pessoa que eu também queria muito ver… - disse o louro, sorrindo. E ela percebeu logo a quem ele se referia.
- Claro, anda! Ele está ali no quarto, a dormir. – Ginny pegou-lhe na mão e conduziu-o até ao quarto do pequeno Billy, que estava todo decorado em tons de amarelo. O rapazinho dormia tranquilamente na sua caminha, sobre a qual iam magicamente aparecendo e desaparecendo as palavras “Bem-vindo aoreino deWilliam Draco Weasley Malfoy”. Iluminado pela luz do candeeiro, o pequeno Billy parecia um verdadeiro anjinho. Draco sorriu ao aproximar-se dele e fez-lhe uma festa terna na cara.

Silent night! Holy night!
(Noite silenciosa! Noite divina!)
God's Son laughs, oh, how bright.
(O Filho de Deus ri, oh, tão contente (resplandescente))
Love from your holy lips shines clear,
(O amor cintila claramente dos seus lábios)
As the dawn of salvation draws near,
(Como o amanhecer da salvação que se aproxima)
Jesus, Lord, with your birth!
(Jesus, o Senhor, com o seu nascimento)
Jesus, Lord, with your birth!
(Jesus, o Senhor, com o seu nascimento)

- Por Merlin, como ele é lindo! Parece mesmo um anjinho! – comentou ele baixinho, emocionado.
- Temos que o acordar! Ele vai ficar tão feliz quando te vir! – assegurou Ginny, plenamente feliz, ao lado dos dois seres que mais amava.
- Não, não o acordes! Se ele me visse podia ficar traumatizado. Vale mais assim… - assegurou Draco, com voz enrouquecida de comoção. Fez-lhe mais uma festa. – O nosso filho…tão perfeitinho!
E o pequeno virou-se então na cama, murmurando algumas palavras enquanto dormia:
- Feitixeio… “Quitch”…Papá….
E Draco teve uma exclamação muda e emocionada. Ginny reparou que ele estava quase em lágrimas e abraçou-o.
- Ele gosta muito de ti, Draco. Todos os dias pergunta por ti, como tu eras, quando é que vais voltar… - contou Ginny, também comovida. – Ele é igualzinho a ti, em tudo!
Draco debruçou-se então sobre o filho e beijou-lhe a carinha suavemente.
- Dorme bem, meu anjinho…Eu amo-te muito! – segredou-lhe ao ouvido. Como se tivesse escutado, o pequenino sorriu. Depois, o pai afastou-se e pôs o braço à volta da cintura da amada. – Anda, vamos deixá-lo dormir!
Os dois saíram então do quarto sem fazer barulho. Draco, ainda muito emocionado, passou a mão pelos olhos, o que Ginny fingiu não perceber, pois sabia que mesmo depois de morto, Draco continuava a não gostar muito de demonstrar as suas emoções.
- Bem…queres tomar alguma coisa? – perguntou, tentando mudar de conversa.
- Oh, sim, eu adoraria! É que sabes, há que tempos que eu não sinto o prazer de comer ou beber! Só depois de morrer é que me apercebi como são maravilhosas as coisas mais básicas da vida:respirar, comer beber,...!– referiu Draco, com os olhos a brilhar. A ruiva riu:
- Percebo! Então vai andando para o quarto, que eu já vou lá ter!
- Ok! - concordou Draco, beijando-a. Encaminhou-se para o quarto entreteve-se a observar algumas fotografias que estavam em cima duma cómoda enquanto ela não regressava. A que estava mais em evidência era uma enorme fotografia dele, tirada pouco antes da sua morte, em que ele estava encostado a uma parede, numa pose terrivelmente sexy e arrogante, olhando para o lado esquerdo e passando a mão pelo cabelo. Riu e tentou imitar a pose da foto. Depois, reparou noutra, em que ele abraçava a sua Ginny pelas costas, no jardim de Hogwarts; ambos sorriam, apaixonados. Não se lembrava quando ou quem a tinha tirado, mas estava linda. Quem lhe dera voltar atrás no tempo, à época de Hogwarts, onde tudo parecia tão eterno, tão infindável, tão possível! Por fim, observou uma fotografia onde Billy, com um manto e um chapéu de feiticeiro sorria ao colo da mãe.
Draco suspirou. Tinha tanta pena de não poder estar ali, com a sua família, todos os dias, em todos os momentos, de não poder pegar no filho, de não poder conversar com ele, abraçá-lo e ensinar-lhe as mais diversas coisas, de não poder estar sempre com a sua ruivinha, que tanto amava, de não lhe poder tocar, de não a poder beijar…! Porque é que a vida tinha que ser assim, porque é que ele tinha tido de partir tão cedo, quando ainda estava a começar a viver, quando descobrira há tão pouco tempo a coisa mais maravilhosa do Mundo – o amor?
E Ginny que nunca mais vinha…Recomeçou a passear pelo quarto e, ao passar pelo grande espelho do toucador, deteve-se alguns momentos a observar-se.
- Ahaha! Há coisas que nunca mudam! – exclamou Ginny, entrando no quarto. – Continuas vaidoso como sempre!
- Ah, não! Não é vaidade! É que não sabes como é bom ver a nossa imagem no espelho…Oh, valha-me Merlin…estás linda!
A ruiva sorriu, aproximando-se. Tinha vestido uma bonita e decotada camisa de noite vermelha de alças e tinha apanhado o cabelo, de forma que apenas algumas madeixas ruivas caíam pelo seu pescoço. Trazia um tabuleiro prateado com uma garrafa de champanhe, duas taças e uma caixa de bombons.
- Serviço de quarto! – brincou ela, colocando um bombom na boca de Draco. – Foi o senhor que pediu champanhe e bombons?
- Hmmmm…que delícia! – exclamou o louro, saboreando o chocolate. – Sim, fui eu, mas já agora, fico também com a empregada!
Com um brilho de desejo no olhar, puxou-a para si e beijou-a com fervor. Depois, pegou nela ao colo e levou-a até à cama.
- Esta noite tem que valer por todas aquelas que não passámos juntos! – segredou-lhe Draco, com ar sedutor.
- É, temos que aproveitar esta noite divina como se fosse a nossa última noite…e é mesmo… - suspirou Ginny.
- Vá, não penses nisso agora! – pediu Draco, deitando-a sobre a cama. – O que interessa é que agora estamos juntos, o que importa é o presente, que é uma dádiva divina, por isso vamos aproveitá-lo!
E inclinou-se sobre ela para a beijar.
- Ah, espera, ainda falta o champanhe! – lembrou a ruiva, pegando na garrafa e servindo com ela as duas taças. Deu uma ao amado e fez com ele um brinde. – A nós…
- …Ao nosso amor…
- …E a esta noite maravilhosa! – disseram os dois ao mesmo tempo. Depois, beberam um gole de champanhe, comeram outro bombom e beijaram-se uma vez mais.
- Ah, já me esquecia! – exclamou o louro de repente, começando a procurar alguma coisa no bolso das calças. – Aha! Cá está!
E Ginny, surpreendida, viu-o tirar do bolso uma pequenina caixa de veludo.
- É para ti…- disse Draco, entregando-lha caixa com um sorriso misterioso. – Como hoje é noite de Natal decidi trazer-te um presente!
- Oh, Draco! Oh, muito obrigada! – agradeceu ela, com os olhos brilhantes de alegria e curiosidade. Abriu a caixinha devagar e abafou uma exclamação quando viu o que estava lá dentro. – Oh meu amor…são lindas!
Ele sorriu, pegou na caixa, tirou uma aliança prateada e colocou-a devagar no dedo dela, fitando-a com amor.
- Isto é para selar o nosso amor para sempre! Ginny Weasley, aceitas ser minha mulher e amar-me todos os dias da nossa vida? Quer dizer, eu já não tenho vida, mas isso é só um pequeno detalhe! – brincou ele. – Acho que é mais ou menos isto que se costuma dizer, não é?
- Hahaha! Aceito, com todo o prazer! – respondeu ela, pegando noutra aliança e colocando-a no dedo dele. – E tu, Draco Malfoy, aceitas ser meu marido e amar-me todos os dias da nossa vida?
- Hmmm…Vou pensar no teu caso! – respondeu ele, rindo. E os dois beijaram-se apaixonadamente. – Agora estamos, mais do que nunca, unidos para todo o sempre!

Silent night! holy night!
(Noite silenciosa! Noite divina!)
Where today all the might
(Na qual hoje todo o poder)
Of His fatherly love us graced
(Do Seu amor paternal nos abençoa)
And then Jesus, as brother embraced.
(E depois Jesus, como irmão abraça)
All the peoples on earth!
(Todos os povos da Terra!)
All the peoples on earth!
(Todos os povos da Terra!)

- Meu Draco, amo-te tanto! – Sussurrou Ginny ao ouvido do louro. – Esta é a noite mais feliz da minha vida!
- E da minha! Não sabes como eu te amo, minha Weasley pobretona! – brincou Draco, apertando-lhe o nariz devagarinho.
- Hahaha! Tinha tantas saudades de ti, dos teus olhos maravilhosos, do teu humor mordaz, dos teus beijos…Até mesmo do teu mau-humor, seu Malfoy snobe!
E os dois envolveram-se em mais um beijo. Draco começou então a beijar-lhe lentamente o pescoço, sentindo o doce aroma da pele da ruiva.
- Então, o que achas de beijos de fantasma? – perguntou-lhe ele ao ouvido.
- São óptimos…divinos…celestiais! – respondeu ela, deliciada. – Ah, e já agora satisfaz só a minha curiosidade: como é que é aquilo lá em cima?
- Aquilo o quê? – perguntou o louro, enquanto lhe beijava os ombros.
- O céu, o paraíso, ou o que seja…O sítio onde tu estás agora…
- Ah…desculpa, mas tenho ordens para não revelar nada! – replicou ele, rindo. – Mas não te preocupes, é bom! Mas paraíso mesmo é estar aqui, ao pé de ti, nesta noite maravilhosa!
Ela sorriu, beijou-o e começou a abrir-lhe os botões da camisa. Enquanto isso, ele fez deslizar as alças da camisa de noite dela para baixo.
- Amo-te imensamente, loucamente, minha Ginocas! – segredou-lhe ele.
- E eu a ti, mais do que tudo, desde sempre, para sempre! – respondeu ela, colocando-lhe um bombom na boca e beijando-o em seguida. Logo a seguir, a camisa de dormir de Ginny deslizou até ao chão e, pouco depois, a camisa e as calças de Draco foram fazer-lhe companhia.
E, naquela noite divina de Natal, outro milagre aconteceu naquele quarto: o milagre do amor, um amor que nem a distância, nem o tempo, nem a própria morte poderiam alguma vez separar.

Silent night! Holy night!
(Noite silenciosa! Noite divina!)
Brought the world peace tonight,
(Trouxe ao Mundo paz, esta noite,)
From the heavens' golden height
(Das Alturas áureas do Paraíso)
Shows the grace of His holy might
(É mostrada a graça do Seu divino poder,)
Jesus, as man on this earth!
(Jesus, como homem, na terra)
Jesus, as man on this earth!
(Jesus, como homem na terra)
________________________________________

Então, que acharam? Espero que tenham gostado, porque eu adorei escrever este capítulo!
Queria deixar um obrigadaaaaaa enorme a todos os que comentaram a fic: Roxanne Black e Miss Dark_Malfoy, a quem já agradeci por e-mail, muito obrigada de novo ^_^!
Psssst...ei, vocês! Sim, vocês que acabaram de ler a fic e estão preparados para sair do site sem deixar um comentário...Voltem atrás e escrevam qualquer coisinha, nem que seja um “valeu” ou “dedica-te antes à pesca!” está bom? Prometo que responderei a todos os comentários!

Um grande beijinho***Nocas***

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.