Acertos
Capítulo 17 – Acertos
"Droga, cadê a Virgínia? Me esfrega o Potter na cara logo no café da manhã, não me dá satisfação nenhuma, e ainda fica demorando pra vir! Ah, mas ela vai ter que me dar uma ótima explicação pra tudo isso!" - Draco pensava enquanto andava de um lado para o outro no quarto.
Já estava quase furando o tapete, quando ouviu batidas na porta. Respirou fundo para tentar se acalmar e foi até a porta.
- É bom que seja ela - disse pra si mesmo.
Abriu e a encontrou olhando-o e sorrindo, um dos sorrisos mais lindos que ele já vira ela dar. Mas ele continuou impassível, e ergueu as sobrancelhas.
- Você demorou - disse dando passagem pra ela.
- Desculpa - ela disse simplesmente, ainda sorrindo.
- Olha - ele disse sério, fechando a porta - Se esse sorriso todo é pra me acalmar, já te aviso que não vai ajudar.
- Ok - ela também ficou séria - Eu sei que precisamos conversar, e que tenho muito que explicar.
- Que bom, é melhor assim.
Ela foi até o grande sofá do quarto dele e se sentou, mas não falou nada, ficou somente olhando pra ele, esperando-o se sentar. Então ele se sentou e a encarou, mas ela continuou calada. E ele se impacientou.
- Então? Não vai dizer nada?
- Só estou pensando em como dizer.
- Que tal com palavras? - ele disse sarcástico.
- Pára, Draco - disse séria - Não é hora pra isso.
- Então fala logo e pára de enrolar. E você pode começar, me dizendo que merda foi aquela com o Potter pela manhã.
- Eu e o Harry voltamos a nos falar.
- Mas a coisa está boa mesmo! Ele até voltou a ser Harry! - disse, novamente, sarcástico.
- Draco, eu já disse pra você parar.
- Ah, desculpe - continuou no mesmo tom - Mas é que você não está ajudando, sabe?
- Então tá. Você quer a verdade, não é? Ok! A verdade é que o Harry me salvou de ser... - ela respirou fundo, tomando coragem - De ser estuprada.
- O quê?! - ele quase gritou.
- Um garoto me pegou desprevenida num dos corredores, e se não fosse pelo Harry...
Ela não conseguiu continuar, pois as lágrimas começaram a correr soltas por seu rosto, e um nó se fez em sua garganta. Draco ficou sem reação por uns segundos, mas logo se recuperou e a abraçou forte.
- Você está bem? - ele disse preocupado e ela somente fez que sim com a cabeça - O cara conseguiu fazer algo? - ela negou - Graças a Merlim... - disse aliviado, fechando os olhos e apertando mais os braços em volta dela.
- Foi horrível - ele se afastou somente o suficiente para olhá-la nos olhos - Tive tanto medo de que ele conseguisse...
- Como aconteceu? - ele perguntou sério e se separaram.
- Ele me lançou um feitiço paralisante, então eu não podia fazer nada além de falar - ela disse e deu uma pausa - Eu gritei com ele, e cuspi na cara dele, mas nada adiantou. Depois ele me silenciou e... e...
- E o que, Virgínia? - disse anormalmente calmo.
- Começou a me despir - disse com cara de nojo - Ele tirou minha capa e minha camisa, e eu tive vontade de vomitar a cada toque dele.
Draco fechou os olhos para se conter. Nunca imaginou que pudesse sentir tanta raiva de alguém que não fosse Harry.
- Graças a Merlim, Harry apareceu quando ele abria minha calça. E ele não conseguiu fazer nada. Harry foi pra cima dele com tanta raiva, como eu nunca havia visto - nessa parte ela se acalmou - Deixou ele inconsciente, sangrando e cheio de hematomas caído no corredor, e me livrou dos feitiços. Depois me cobriu com minha capa e me acompanhou até a Torre. E ficou me fazendo companhia até que eu melhorasse pra ir dormir - ela olhou nos olhos de Draco e viu a fúria que havia neles - Me desculpe, mas eu não poderia continuar brigada com ele depois dele me ajudar. Ele se mostrou o Harry de antes, e eu confirmei isso hoje, quando conversamos. Ele está muito preocupado comigo. E me deu apoio pra te contar.
- Como assim? Você, por acaso, não ia me contar isso?
- Eu cogitei essa hipótese, mas ele disse que eu não poderia fazer isso com você.
- E porque diabos você ia me esconder isso? - disse ainda se contendo.
- Não queria te preocupar. Não aconteceu nada mesmo. E porque eu não queria mais falar sobre isso - terminou num sussurro.
- Até quando você vai continuar com isso?
- Isso o quê? - perguntou confusa.
- Querer me esconder as coisas pra me poupar! Eu quero participar da sua vida, quero te proteger! - disse nervoso, já de pé.
- Mas eu não preciso de proteção!
- Por que você me exclui assim da sua vida?
- Eu não faço isso! - disse na defensiva e também se levantou - Eu só tento te poupar!
- E quando eu te pedi isso?
- E quando eu te pedi proteção?
- Droga, Virgínia! Por que você é tão cabeça-dura?
- Até parece que sou a única cabeçuda por aqui!
- Escuta, eu não quero brigar com você.
- Nem eu! Caramba, Draco! Eu te amo!
- Então me deixa fazer parte da sua vida!
- Mas você faz!
- Não, eu não faço. Até o Potter sabe mais sobre você que eu - disse com amargura - Eu é que devia estar ao seu lado ontem! Não ele! - gritou a última parte.
- Draco - disse tentando se acalmar - Ele estar lá ontem foi um acaso, uma sorte.
- Mas se ele quiser estar sempre, ele pode! Ele pode sentar e conversar com você! Ele pode parar com você na frente de todos! Ele pode te salvar no meio de um corredor! E sabe por quê? Porque não seria estranho! Ele pode estar ao seu lado quando quiser, e o máximo que eu posso ter são alguns momentos escondidos e o que você deixa que eu tenha! E você fica me deixando de lado, me excluindo do pouco que posso ter de você! - ele estava tão alterado que andava de um lado para o outro e gritava, gesticulando muito.
- Desculpa - ela disse baixo - Não foi minha intenção fazer isso. Só queria te proteger, te poupar de aborrecimentos desnecessários.
- Eu me sinto um inútil, sabia? - disse cansado, olhando profundamente nos olhos dela.
- Eu não queria isso, eu juro - disse indo em direção a ele, que se afastou antes dela o tocar.
- Eu acho que já chega de brigas por hoje - ele ficou de costas para ela – Vá embora, por favor. Preciso pensar.
- Draco...
- Não - ele a cortou e olhou - Não quero ouvir mais nada. Faz o que tô te pedindo, ao menos, essa vez. Me deixa sozinho.
Ela se virou e foi até a porta, onde parou com a mão na maçaneta.
- Eu te amo - disse sem virar pra ele e saiu.
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Ela andou até a Torre da Grifinória, ainda chorando, mas atenta a cada movimento à sua volta. Quando chegou em frente ao retrato da Mulher Gorda, respirou fundo e tentou secar as lágrimas. Entrou e encontrou o Salão quase vazio. Havia somente uma pessoa lá: Harry, que ficou esperando-a, preocupado. E quando ela o viu, recomeçou a chorar, sem poder se mover. Então ele foi até ela e a abraçou. Depois conduziu-a até o sofá e se sentou ao lado dela.
- Você estava certo - ela disse após um tempo - Ele foi uma besta comigo.
- Calma, Gi, ele só está bravo com a situação.
- Eu não entendo, ele não devia estar feliz porque você apareceu?
- Não - ela o olhou estranhamente - Ele, com certeza, ficou feliz de não ter acontecido nada, mas deve estar irado porque eu estava lá, e não ele. E com toda razão, devo acrescentar... Se fosse eu, também ficaria.
- Vocês, homens, são uns ridículos.
Ele deu uma risada e ela o olhou feio.
- Desculpa - disse e tentou ficar sério - Mas você tem que ver pelo lado dele. Como você se sentiria se fosse o contrário?
- Não sei! Não sou um machão ofendidinho pra saber! - disse fazendo caretas.
- Gina, assim fica difícil não rir - disse se segurando para não rir novamente.
- Por quê? Não vejo graça nenhuma!
- É porque você não está de fora! E nem tá vendo sua cara...
- O quê?!
- Nada - disse esfregando o rosto para se recompor e mudou de assunto - Olha, eu te avisei sobre o que ia acontecer, não avisei? Você já sabia que ele ia ficar irado, então, se acalme. Deixa ele esfriar a cabeça e pensar, que ele vai te procurar quando estiver mais calmo. E você, se acalme também.
- Como?!
- Que tal me contar o que aconteceu? Talvez ajude - ela o olhou pensativa - Eu prometo não rir! - ela estreitou os olhos - Desculpa, só queria descontrair.
- Você não está conseguindo...
- É, eu percebi. Mas pára de enrolar. Põe logo tudo pra fora e se acalma porque desse jeito não rola!
Ela suspirou cansada e esfregou os olhos, depois olhou para Harry e recostou no encosto do sofá, pegando uma almofada e a abraçando.
- Foi tão difícil contar pra ele - ela começou, encarando as chamas da lareira - Foi como reviver cada momento. E, mesmo que eu não queira admitir, não posso negar que a fúria e a frustração que vi nos olhos e no semblante dele enquanto eu contava, me doeu muito - ela deu uma pequena pausa - E quando ele gritou tudo isso pra mim, eu não sabia o que fazer.
- Tudo bem, vai passar.
- Não sei, Harry - disse encarando-o - Eu não imaginava que ele sofresse tanto por isso. Ele disse que eu excluo ele da minha vida, mas eu não faço isso isso, não é? - disse quase desesperada, esperando que ele a apoiasse.
- Calma, Gi - ele disse e ela baixou a cabeça quando viu que não teria apoio - Ele estava nervoso, com certeza.
- Não, eu vi nos olhos dele que era verdade. É exatamente assim que ele pensa.
- Então que bom que ele disse - ela o olhou confusa - Agora você sabe o que ele sente, e pode fazer algo pra mudar o que não está bem. Ele te deu a chance de melhorar o relacionamento de vocês.
- Você acha?
- Tenho certeza.
- Então por que eu não consigo ver isso?
- Porque você tá com a cabeça quente e cheia. Descansa, esfria essa cabeça, pensa bem, e espera ele vir falar com você. Dá esse tempo pra ele.
- Não sei se eu consigo.
- O pior já passou, agora que vem a melhor parte você vai me dizer que não consegue? - disse sorrindo.
- E que parte tão boa é essa? - disse desanimada.
- A reconciliação. E a mudança pra algo muito melhor.
Ela sorriu pra ele.
- Obrigada.
- Já disse que não precisa agradecer.
- Eu sei. Que bom que você me esperou, estava mesmo precisando conversar.
- É, eu sabia que você precisaria.
- Por quê?
- Porque eu sabia que a conversa ia ser difícil e dolorida.
Ela o olhou admirada.
- Quando que você amadureceu tanto, Harry?
- Sei lá - disse dando de ombros - Acho que o fato de saber que o amanhã pode não vir ajudou.
- Como assim?
- A guerra, Gi. Eu tô sentindo que a hora tá chegando. E, ou eu, ou Voldemort, não voltaremos dela.
- Não fala assim, Harry, você já o derrotou antes.
- Não, Gina, eu não derrotei. Até agora eu tive sorte, mas até quando isso vai acontecer?
- Você não tem só sorte, tem competência também.
- Pode ser, mas a sorte é maior! - disse voltando a sorrir.
- Não seja bobo, tudo vai dar certo.
- Espero que sim!
- Não seja pessimista!
- Tudo bem, vou tentar.
- Assim que se fala - disse sorrindo pra ele e ficaram uns instantes quietos - Bom, eu vou deitar, preciso dormir.
- É, eu também. Só fiquei te esperando porque estava preocupado, mas preciso dormir também.
- Então, boa noite, Harry - disse se levantando.
- Esfria essa cabeça, ouviu? - disse também se levantando.
- Ok.
- Boa noite.
- Até amanhã.
Ele sorriu em resposta e cada um foi para seu dormitório. Chegando lá, estava tudo escuro, e Gina não reparou que Angie estava acordada, sentada na própria cama, e também não viu quando a amiga se aproximou dela e pousou a mão em seu ombro, e por isso quase gritou de susto.
- Ai, Angie! Que susto! - Gina disse aos sussurros.
- Deculpa, Gi - falou sorrindo.
- O que você tá fazendo acordada?
- Te esperando.
- Por que? Aconteceu alguma coisa? - disse preocupada.
- Não sei, me diz você.
- O quê? - disse sem entender e fazendo uma careta - Você bebeu, amiga?
Angie riu e Gina ficou mais confusa ainda.
- Sua louca, você não disse que ia contar pro Malfoy hoje? Então, fiquei preocupada e resolvi te esperar.
Gina entendeu do que a amiga falava e sorriu para ela.
- Ai, amiga, você é um amor, sabia! Obrigada por me esperar! - disse e abraçou a amiga - Mas, por que você tá aqui no escuro e não no Salão Comunal?
- É que quando eu e o Colin chegamos lá, demos de cara com o Harry, que nos disse que estava esperando por você, então nós decidimos deixar ele falar com você primeiro e voltamos para nossos dormitórios. Aliás, o Colin deve estar lá quase tendo um treco de tanta preocupação, sabia?
- Ai, o Colin e sua preocupação excessiva... Nem precisa disso tudo! Mas tudo bem, se ele está lá desesperado, é melhor irmos lá chamar ele e irmos pro Salão conversar, o que você acha?
- Você que sabe, Gi. Tá tudo bem, quer conversar agora? A gente pode esperar até amanhã.
- E matar o Colin do coração? De jeito nenhum, amiga! - disse e sorriu - Além do mais, estou bem, e falar é ótimo pra espairecer. Vamos lá chamar ele.
As duas foram, sem fazer barulho, até o dormitório de Colin. Chegando lá, Angie colocou a cabeça pela fresta da porta e o chamou, e ele apareceu poucos segundos depois, olhou para Gina, e a abraçou.
- Tudo bem, Gi? - disse assim que se separaram, olhando-a nos olhos.
- Tá tudo bem, Colin, não precisa se preocupar tanto, sabia?
- Fala sério, Gina. Sei muito bem que a conversa não ia ser amigável.
- E não foi Colin. Mas, vamos descer e eu conto tudo pra vocês.
Foram para o Salão Comunal e Gina relatou aos amigos tudo o que havia acontecido, sob muitos mimos e carinhos dos dois.
Quando foram dormir, já passava da 1 hora da manhã, mas Gina estava muito feliz por, mais uma, vez contar com amigos tão maravilhosos, e seus amigos estavam tranqüilos de vê-la bem.
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Draco estava parado no mesmo lugar há quase 5 minutos, desde que Gina saíra de seu quarto. Estava furioso e perdido, pois ficou tão raivoso de saber que Harry estava lá para salvar sua garota e não ele, que acabou esquecendo de perguntar quem foi o infeliz que ousou tocar em sua namorada. E agora não teria como saber, já que não conseguiria falar com ela tão cedo.
Então decidiu que precisava conversar com alguém e foi atrás de Blaise. Chegando ao Salão Comunal da Sonserina, encontrou o amigo sentado num dos sofás, conversando com uma bela garota. Foi até ele e, assim que Blaise viu Draco parado à sua frente, soube que havia algo errado.
- Nicole, a gente acaba essa conversa mais tarde, ok? - disse galanteador e deu um beijou a mão da garota, que saiu sorrindo como boba - Então, o que aconteceu? - disse olhando sério para Draco.
- Podemos ir até o meu quarto? Aqui não é um bom lugar pra conversarmos.
- Tudo bem, vamos.
Foram em silêncio até chegarem ao quarto de Draco. Lá, Blaise se acomodou no sofá e Draco permaneceu de pé, andando de um lado para o outro.
- Então... Você vai falar ou me trouxe aqui pra ficar te vendo andar pra lá e pra cá?
- Droga, Blaise, será que você pode só me ouvir?
- Se você falar, sim, eu posso, caso contrário...
Silêncio.
- Eu sou uma besta, um inútil - Draco disse cansado, se sentando no mesmo sofá que o amigo.
- O que aconteceu, afinal?
- A Virgínia.
- O que tem ela? - Blaise perguntou após um tempo, vendo que Draco não continuaria a frase.
- Quase foi estuprada e eu não estava lá.
- O quê?
- Isso mesmo que você ouviu.
- E como você soube?
- Ela mesma me contou.
- E como ela está?
- Bem - olhou com amargura para Blaise e disse - O Potter a salvou.
- Ah, fala sério!
- Antes estivesse brincando, Blaise. E o pior de tudo é que eu sabia que havia algo errado.
- Como assim?
- Quando ela saiu do meu quarto naquela noite, algo me dizia que eu devia tê-la seguido. Mas eu ignorei.
- Bom, então, da próxima vez, siga sua intuição, bruxo.
- Blaise, eu espero que não tenha próxima. E isso não é o que interessa, também.
- E o que importa, então? Ela está bem, não está?
- Está, mas eu não estava lá! Pior! O Potter estava lá. Você sabe a raiva que estou sentindo por isso?
- Não, não sei, Malfoy, mas acho melhor que você esconda o que está sentindo, porque está tão na cara, que alguém vai acabar percebendo e contando para o seu pai. E acho que isso não seria bom nem pra você, nem pra ela.
- Merda, Zabini! Isso não me interessa agora!
- Pois devia! É a primeira vez que você mostra o que tá sentindo, sabia? O frio e calculista Draco Malfoy mostrando que tem sentimentos! E sentimentos errados, Malfoy! Pelo menos pro seu pai - deu uma pausa e olhou para Draco - Você tem certeza que não se importa se ele descobrir sobre você e a Weasley? É a Weasley, cara. Não a Virgínia. Não pra ele.
- Por que a vida tem que ser tão sacana comigo?
- A vida não tem nada com isso, cara. O fato é que você é um Malfoy e ela uma Weasley. E esse é o problema - deu uma pequena pausa e voltou a olhar para Draco - Por que você não fica com a Pansy?
- Porque eu não a amo - disse simplesmente.
- Você ouviu o que você disse? - perguntou perplexo - Desde quando Malfoys amam? - mais uma pausa - Essa garota vai te levar pro buraco, sabia?
- Eu não me importo, Blaise.
- Meu Merlim! Você tá parecendo um Grifinório imbecil!
- Zabini, será que dá pra parar de falar merda e me ajudar?!
- Mas em quê?
- Não sei! - passou as mãos nervosamente pelos cabelos - Eu só queria poder voltar no tempo...
- Mas não pode, então, é melhor pensar no que fazer daqui por diante.
Ambos ficaram um tempo calados, pensando.
- Eu pedi que ela fosse embora - Draco disse de repente.
- O quê? Do que você tá falando? - Blaise disse confuso, despertando de seus pensamentos.
- Quando ela me contou, eu a mandei embora. Não conseguia olhar pra ela sem lembrar do Potter.
- Cara, deixa disso! Desse jeito você vai perdê-la para o Potter, sabia? Ele salvou ela, e se você ficar fazendo graça, quem você acha que sai ganhando?
- Zabini, você não está ajudando...
- E nem você! Caramba! Parece que você está ficando cada dia mais burro! Esquece o que aconteceu, e se concentra no que está por vir.
- E o que está por vir, Blaise? - disse cansado, ignorando o que o amigo dissera.
- A vingança. Ou você pretende deixar o cara que tentou fazer isso impune?
- Eu não sei quem foi.
- Ah, meu Merlim! Por que não?
- Porque eu estava com tanta raiva que nem pensei em perguntar isso!
- Então temos que descobrir quem foi por nós mesmos.
- E o que você sugere? Perguntar pro Potter? - disse sarcástico.
- Claro que não, Malfoy. Mas precisamos descobrir isso o quanto antes.
- Me conta uma novidade...
- Pode deixar que vou sondar por aí. Enquanto isso, fica de olho nela.
- Eu não quero falar com ela.
- Então não fale. Mas vigie-a. Entendeu?
- Tudo bem.
Mais uma pausa.
- Escuta, por que você não quer falar com ela?
- Porque ela confia mais no Potter que em mim, Blaise. Porque ela me exclui da vida dela, e eu estou com muita raiva, ainda. Não estou pronto pra conversar.
- E quando você vai estar?
- Não sei, ok? Talvez quando eu parar de olhar pra ela e sentir raiva!
- Ou quando deixar de ser burro... - Blaise encarou Draco seriamente - Você vai perdê-la desse jeito, eu já disse. Desconte essa raiva logo e vá procurá-la.
- Você é um saco, sabia, Zabini?
- Obrigado. E você apaixonado também está um saco. Boa noite, Malfoy - disse se levantando.
- Isso, vai embora logo, Zabini, e boa noite pra você também.
Blaise foi embora e Draco continuou sentado no mesmo lugar, pensando no que o amigo dissera. Ainda não conseguia esquecer o que houve, e não falaria com ela, mas a vigiaria como Blaise sugeriu.
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Contrariando os conselhos de seus amigos, Gina resolveu ir falar com Draco depois de dois dias, -ele só a olhava de longe, mas sem dar qualquer sinal de que estava pronto para falar com ela.
"Como eu odeio esses bruxos idiotas!" - ela pensava enquanto ia até o quarto dele. Ainda era cedo, mas ela esperava encontrá-lo por lá.
E o que ela temia aconteceu, virando num dos corredores, deu de cara com Ryan. E ele riu.
- Achei que você tivesse aprendido a não mais andar sozinha por esses corredores desertos - ele disse indo vagarosamente na direção dela, sorrindo.
- E eu achei que você tinha aprendido que não deve mexer comigo - ela disse firme, porém estava com medo.
- Olha, como você está corajosa hoje... E pensar que da última vez você estava até chorando...
- Cala a boca, seu imbecil. Da última vez, você não foi homem o suficiente pra me encarar de frente, mas hoje, se não reparou, você não me pegou desprevenida.
- Em primeiro lugar, você ainda não aprendeu o que é um homem de verdade - disse e deu uma risada - E em segundo lugar, quem disse que você está em vantagem?
- Eu não vou ficar aqui, perdendo tempo com você - disse e se virou pra sair.
- Ah, mas você não vai me fazer essa desfeita! Logo hoje que trouxe um amigo? Nem pensar... - ela se virou e viu um rapaz alto e forte que vinha da mesma direção na qual Ryan viera - Sabe como é, pra garantir que nada dê errado, como da última vez - Gina ficou paralisada quando viu o outro rapaz parar ao lado do Corvinal e sorrir malicioso para ela - E pra você ver como sou bonzinho, nem vou usar feitiço nenhum em você.
- Não chegue perto de mim - ela disse um pouco vacilante.
- Mas nem que Merlim aparecesse! - disse rindo e olhou para o amigo que também ria.
- E se eu aparecer, seu otário? - disse uma voz fria, vinda detrás de Gina.
Ryan parou de rir na mesma hora e olhou na direção que vinha a voz. Seus olhos arregalaram levemente e ele parecia paralisado.
- Então, não vai responder?
- Ah, Malfoy, que é isso? - tentou soar sarcástico, com um sorriso de lado - Até parece que você se importa com essa garota!
- E se eu me importar? - Draco disse erguendo as sobrancelhas e Ryan parou de sorrir - O que você vai fazer?
- Escuta, não queremos problemas, por isso, continue seu caminho e nos deixe terminar o que viemos fazer - o amigo de Ryan disse, parecendo não se intimidar com Draco.
- Como é, McFadden? - Draco disse irônico, com um sorriso de escárnio no rosto - Você, por acaso, está querendo me dizer o que fazer?
- Entenda como quiser, Malfoy.
- Entenda uma coisa você, seu imbecil, se vocês não forem embora, terão que passar por mim para tocar na Weasley.
- Você que pediu.
McFadden foi para cima de Draco, que estava um pouco à frente de Gina, com tanta rapidez que ele quase não conseguiu desviar a tempo. Então Draco derrubou o garoto e o chutou no rosto, o que ocasionou seu desmaio, e olhou para frente, mas não viu Ryan, então olhou para trás e o encontrou. E seus olhos ficaram num tom de azul escuro com a cena que ele presenciou. Ryan estava atrás de Gina, segurando-a com força, apontando a varinha para o pescoço dela, enquanto ela somente chorava silenciosamente.
- O que você pensa que está fazendo? - Draco perguntou num tom de gelar o sangue nas veias.
- Você achou que eu ficaria parado te esperando? Que inocência! - tentou soar superior.
- Qual o seu nome, garoto?
- Querendo saber o nome do cara que foi mais inteligente que você, Malfoy?
- Não, só quero saber o nome do idiota que ousou me desafiar, para poder dizer ao Diretor quando eu te entregar pra ele.
- E como você pretende fazer isso, Malfoy? - disse sarcástico.
- Você acha que eu preciso de uma varinha pra acabar com você, moleque?
- E não pre... - mas Ryan não pôde terminar, pois sentiu uma forte dor na cabeça, e soltou Gina.
Na hora em que Ryan olhou nos olhos de Draco, ele estabeleceu o contato necessário para que Draco usasse Legilimência e invadisse sua mente. E mais uma vez Ryan acabou desacordado, pois Draco não teve piedade do garoto e partiu pra cima dele. Quando terminou se voltou para a namorada, que ainda estava imóvel.
- Virgínia? - ele chamou preocupado, parado à sua frente.
- Draco, eu... - começou num fio de voz, mas foi interrompida.
- Shh, não fala nada - ele disse abraçando-a - Tá tudo bem.
- Eu te amo - ela disse num sussurro.
- Eu também te amo, pequena.
- Desculpa.
- Esquece... Ou melhor, não - então se separou dela - Foi ele da outra vez, não foi? - disse sério.
- Foi - disse fracamente, sem encará-lo - Mas esse outro não estava junto.
- Olha pra mim - ele disse puxando levemente seu queixo, para que ela o encarasse - Eu preciso levar esses dois para o Diretor, e preciso que você venha comigo.
- Não, Draco, eu não quero que isso vá adiante.
- Virgínia, isso não é uma opção. Se você não for comigo agora, eu contarei tudo ao Diretor do mesmo jeito, e ele mesmo irá chamá-la depois.
Ela fechou os olhos por um momento e ele a abraçou novamente.
- Estou com medo.
- Por quê? Eu vou estar ao seu lado, não se preocupe.
- Não sei...
- Mas eu sei. E você vai - ele disse firme e se afastou dela novamente.
Draco pegou sua varinha e levitou os dois garotos muito a contragosto, já que preferia arrastá-los, como mereciam, e estendeu a mão livre para Gina, que a segurou firme, e seguiram para a sala do Diretor. Lá, Draco contou tudo à Dumbledore, e Gina confirmou, e ficou decidido que Ryan seria expulso de Hogwarts e McFadden levaria uma suspensão, além de perder 120 pontos para sua Casa, a Corvinal.
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Nota da Best Besta Reader: Oi, querida amiga! Bem, adorei, como sempre. Você diz que não, mas o capítulo está bom, cabeção.
Mas, só 120 pontos? Ele merecia perder uns trocentos milhões de pontos, esse mongo...
Bem, continua que eu quero saber se o Draco vai perdoar mesmo mesmo...
E para quem lê: mandem reviews, por favor! As reviews são o incentivo do autor, gente. Sem review, nós, autores, ficamos tristes, sério...então apertem no “Submit Review” e façam uma autora feliz!
Beijos,
Manu Black
N.A.: Obrigada, Manuzete, mas nem tá bom! Mas podia tá pior! :D Ok, não falo mais nada!! E eu concordo que ele merecia um castigo pior, mas no dia que escrevi tava muito boazinha, sabe?
Gentem! Muito obrigada minhas amoras!! Vocês são a alegria da minha vida! Fiquei feliz com cada comentário que recebo, são todos muito especiais pra mim! Por isso, Lady L.L, um muito obrigada especial pra você!! Que deixou um comentário tão lindo!! Que bom que você gostou tanto!! Espero que continue gostando e volte sempre!! Bjs, flor!!
Muito obrigada mesmo pra todo mundo que leu!! Mesmo pra quem não deixou comentário!!
Amo todos vocês!! \o/
Bjs!! :*
ChunLi Weasley Malfoy
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