Os planos
Harry sentia-se muito cansado de seus tios, e também de seu primo. Esse verão, sem dúvida nenhuma, era o pior de todos. Ele não tinha certeza absoluta de o porque achava aquilo. Mas estava crendo na teoria de saber que, era o último verão que passaria com os tios, e o angustiava ficar na rua dos Alfeneiros quatro, há muito tempo. Só precisava esperar mais alguns dias, e voltaria a ver seus melhore amigos Rony e Hermione. Ultimamente, em sua cabeça, a preocupação aumentava. Como seus amigos, e ele, iriam procurar as horcruxes? Por onde começariam? E o mais importante, como ele, o Harry, protegeria seus amigos do perigo que estavam prestes a se arriscar por ele. Tirou seus óculos, os olhos doíam um pouco. Havia prometido ser forte, mas chorou na noite anterior, depois de quase três meses, pela morte de Dumbledore. Ele queria o diretor de volta, assim como também lembrou de Gina, a queria de volta. Mas as duas coisas eram impossíveis. Dumbledore estava morto. E Gina, correria perigo ao lado dele.
Tia Petúnia andava mais estranha que o normal. Quando Harry comentou, sem emoção na voz, que Dumbledore havia morrido, ela soltou um grito abafado junto com um gemido. Depois disso passou a não olhar pra Harry, como se ele tivesse uma doença contagiosa. Tio Valter, como sempre se aborrecia com qualquer coisa, só pra chatear Harry. E, no entanto, Harry mantinha-se longe, e Duda... Duda estava namorando, então nem ligava para mais nada, a não ser seu “chuchuzinhu” como chamava a garota, que na opinião de Harry jamais cegaria aos pés de Gina.
De novo Harry... Pare de pensar nela... Você tem que esquecê-la! Harry se pegava pensando em Gina, muitas vezes naquele verão. Sentia o aroma floral, o gosto de seu beijo, e a pele macia de suas delicadas mãos. Ao acabar com Gina, Rony não havia entendido de imediato, então quase quis bater em Harry. Salvo por Hermione, Harry pode dizer que Rony era um tolo, pois se ele não terminasse o namoro, sua irmã poderia correr perigo. Rony concordou, pediu desculpas, e falou a Harry que poderia contar sempre com ele. Hermione acenou com a cabeça em concordância.
Conforme os três planejaram, eles iriam assistir o casamento de Gui e Fleur, e depois da festa, iam partir, sem ninguém perceber. Rony levaria sua vassoura, assim como Harry a sua. Hermione disse que voaria com uma, mas Harry achou que ela levaria mais jeito com bicuço. Isso tudo fora decidido, no trem de volta para casa, antes das férias. Eles preferiam não se comunicar muito pelas corujas, pois elas estavam sendo constantemente revistadas. Harry só recebeu o convite de casamento, através de uma coruja, sem contar o feliz aniversário dos mais próximos. Finalmente era maior de idade! 17 anos! Enfim podia fazer magia fora da escola.
Mesmo sendo maior de idade, Harry não suportava a idéia de aparatar mais uma única vez se quer. Preferia sua Firebolt, e era com ela que seguiria viagem, em busca das horcruxes. Enfim chegara o dia de ir embora da casa dos tios, que planejaram até uma festa para comemorar sua ida definitiva. Harry não se importou, pois estava indo pra um dos lugares que mais amava, a Toca. O casamento de Gui e Fleur seria no dia seguinte, mas os pais de Rony o queriam lá hoje. Com seu malão pronto, ele pegou a gaiola de sua coruja Edwiges, que já partira antes dele. Ela era bem esperta, e Harry sabia que a encontraria na Toca. Ele olhou para seu quarto pela última vez, e descobriu que jamais sentiria falta daquele lugar.
Descendo as escadas, Harry viu Duda, que estava com cara de satisfação.
-Então, feliz porque vou embora? – perguntou Harry com um desafio na voz.
-Muito! Enfim a aberração vai embora da nossa família...
Ao ouvir isso, Harry se lembrou de tudo que passara até ali naquela casa, de todas as vezes que seus tios falaram, que seus pais eram aberrações. Sem pensar em mais nada, com muita raiva, Harry pegou sua varinha.
-Riddikulus!
Sua azaração fez seu primo Duda cair a quase três metros de distância. Duda levantou-se apavorado.
-Ai! Você não pode fazer magia.
-Já sou maior de idade, agora posso. – dizendo isso Harry riu, e pela primeira vez, naquela casa, se sentiu muito feliz. Enquanto Duda massageava as nádegas com uma mão, e a cabeça com outra.
-Adeus primo, e diga a seus pais...
-Harry!
A tia de Harry estava vindo em sua direção. Ele percebeu o que ela ia fazer. Não conseguiu se esquivar devido à surpresa. Então recebeu o abraço apertado de Petúnia, sem entender, ele ia perguntar, quando ela começou a falar.
-Não me pergunte porque fiz isso, mas eu quero que você se cuide...
-Mãe, o Harry me...
-Cale a boca Duda! – dizendo isso, tia Petúnia se dirigiu, novamente a Harry, com um olhar de medo. - Harry, nunca fui uma boa tia, mas você sempre me lembrou sua mãe, tem os olhos dela... E ela sempre foi a melhor em tudo... Só que cuidei de você, pois Dumbledore pediu, e quando soube que ele morreu... Bem, você sempre esteve protegido nessa casa, pois pelo que entendi, esse homem fez um feitiço... Enfim, sua segurança dependia de eu te aceitar aqui...
Harry perplexo com que ouvia, não ousou dizer nada. Dumbledore tinha um motivo, para que ele tivesse que ficar naquela casa. Ele já sabia disso.
-Agora que você vai, – continuou tia Petúnia - quero que se cuide, pois sei que era isso que diria minha irmã. Adeus.
Ela se retirou e foi para a cozinha, sem esperar qualquer palavra de Harry. E esse, resolveu não perguntar nada, entendera tudo. Abrindo a porta, saindo da casa, ele murmurou:
-Adeus...
O senhor Weasley, pai de Rony, estava o esperando na rua, pois sua última experiência com os tios de Harry fora lamentável. Duda ganhara metros de língua naquele dia, há três anos atrás.
-Oi Harry, como está?
-Estou bem Senhor.
-Eu não quis entrar, resolvi te esperar, sabe...
-Não precisa se explicar. Como vai sua família? O Rony? A Gina... – a voz de Harry falhou, ele não devia ter perguntado sobre ela, não com aquele tom de voz, como se estivesse louco para vê-la. Não que, não estivesse.
-Estão todos bem, na medida do possível. Fleur está deixando Molly louca, com o casamento. O resto me parece bem, apesar do medo de Você-Sabe-Quem estar por perto.
-Voldemort não deu mais algum sinal?
-Não, Harry. Achamos que ele está tramando algo, que foge de nossos limites.
Harry queria mudar de assunto, mas o senhor Weasley o fez por ele.
-Gina... Ela andava triste Harry, sei que não tenho nada haver com romance de vocês, mas gostaria de saber o que houve. Ela é minha filha, Harry.
-Eu tive que terminar com ela, não gostaria que Gina se arriscasse a ficar comigo. Não suportaria que acontecesse alguma coisa, como com Dumbled... – a voz de Harry sumiu, e ele não tinha coragem de olhar somente para Arthur, seus olhos desviavam para suas mãos.
-Entendo, nem eu, Harry, nem eu. Quem sabe isso tudo, um dia possa acabar. E você possa ser da família, assim como Fleur vai se tornar amanhã. Apesar de Molly e eu, já te considerarmos parte da família há muito tempo.
Isso fez Harry pensar. Casar com Gina... Será que um dia poderia olhar para trás e estar, são e salvo, ao lado da garota que mais amava. Ele detestava admiti, mas a distância só fez com que ele quisesse amá-la muito mais. Com grande pesar, viu que tudo não passava de ilusões. Nunca descansaria, não enquanto Voldemort estivesse vivo.
Harry chegou a toca através de aparatação, mesmo não tendo tirado sua licença, ele veio acompanhado com o Sr. Weasley. Ao chegar foi muito bem recebido.
-Oi querido! Como vai? Mas você continua magrinho, hein? – falava a Senhora Weasley – Agora me dá licença que preciso ver uma coisa do casamento, já volto pra colocar o café da tarde na mesa. O que eu tinha que fazer mesmo? Acho que... Não, lembrei.
-Eu não falei Harry, que ela está ficando maluca? Falou seu Arthur, indo para a cozinha. Nessa hora Hermione descia as escadas.
-Harry! – ela abraçou Harry – Eu estava com saudades!
-Eu também estava. Cadê o Rony?
-Ele tá descendo, estávamos tentando convencer Gina a descer. Mas, sabe Harry, ela entende você, só que é difícil te ver. Fingir que nada aconteceu.
-Eu sei... Você pensa que pra mim não é?
-Não, mas...
-E aí cara?
-Oi Rony! E sua irmã?
-Ela já vai descer. E Rony fez uma expressão de quem estava muito preocupado, Harry percebeu que era por causa de Gina.
-E seus irmãos? – Perguntou.
-O Gui tá ocupado com o casamento. Fred e Jorge estão trabalhando.
Nessa hora Gina desceu, estava pálida, mas sorria. O estômago de Harry afundou, mas foi de preocupação. Ela parecia bem, mas algo dizia a Harry que ela não estava. Ele quis afagar seus cabelos. Tocá-la. Seu coração estava apertado dentro do peito.
-Oi Gina! Tudo bem? – perguntou ele num tom de voz leve.
-Oi! Tudo. Se me dá licença preciso ajudar minha mãe, ela tá ficando doida com o casamento. – e assim ela saiu, como se nada tivesse acontecido entre os dois.
-Mione, você não falou que ela não conseguiria fingir? – perguntou Harry.
-Pelo visto ela é bem mais forte do que pensávamos.
-Bem, a aí Harry, vamos subir e falar do plano? – perguntou Rony.
-Vamos, nos acompanha Mione?
-É claro Harry.
-Nós partimos a noite, para ninguém ver. Rony você vai conseguir dar um jeito naquele relógio da sua mãe?
-Não vai ser preciso Harry, ele anda meio biruta, há muitos tempo ele só diz que todos nós estamos em perigo. Isso significa que, se eu tiver em perigo, ele não vai me dedar a mamãe.
-Mas Rony, e se ele voltar a funcionar? Quero dizer, ele pode estar falando isso porque você-sabe-quem está de volta.
-Mione, não seje negativa. – Rony a fitou com um olhar de raiva.
-Só queria avisar... Então Harry, vamos partir de noite... Vou ter que esperar Gina dormir, e vocês, o Carlinhos...
-Não Mione, ele vai dormir na sala.
-Tá Rony. – ela fez um movimento com a mão, como se falasse tanto faz. – A Gina demora pra pegar no sono quando tem festa. Que tal as três da manhã?
-Mione, tem que ser meia hora antes. A mãe do Rony...
-Eu sei Harry, mas ela vai dormir bastante. Ela não agüenta mais com esse casamento. A “Fleuma” quer demais. Quando me casar, não vai ser assim.
-Com quem você vai casar, hein Mione? – Rony a fitou novamente, mas com um olhar de divertimento.
-Não te interessa...
Isso fez Rony mudar de repente, como um choque, ele ficou branco, arregalou os olhos, e ganhou uma fúria no olhar. Harry já sabia o que o amigo ia falar, e tinha certeza que eles começariam a brigar.
-Você não acha que o Vítor Krum vai querer casar com você? Acha? Por acaso tá pretendendo pegar o buquê da noiva?
-Ai Rony... Você não cresce! Esse seu ciúme... Qual é? O que você quer?
Hermione não gritou, nem bufou. Só falou com calma, e Harry achou que isso era uma mudança. Não estavam tendo uma briga, mas uma conversa, se dependesse da amiga.
-Eu quero... – começou à dizer Rony.
-O café tá na mesa! – havia chegado seu Weasley, e falou. – Vamos garotos!
Mione foi na frente.
-Que droga!
-O que foi Rony?
-Nada Harry. Eu só não sei como falar pra ela...- sussurrou Rony.
-Falar o quê? – perguntou Harry, mesmo tendo uma idéia do que fosse.
-Nada, cara.
Harry não sabia o que faria com os dois. Ele já tinha percebido há muito tempo. Mas agora era diferente. Descobriu, pelos olhares dos amigos, que eles deviam se amar e muito. Mas eles teriam que resolver seus desentendimentos sozinhos. E com essa viagem, Harry achou que seria uma boa oportunidade.
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