Expectativa
*~•*~ Na casa dos Dursley ~*•~*
O último ano em Hogwarts não tinha sido um dos melhores, na verdade, foi o pior ano que Harry já tinha passado. A morte de Dumbledore, Voldemort mais forte que nunca, o pânico pelo qual todos estavam passando, tudo isso era horrível. Harry, Rony e Hermione estavam preocupadíssimos com o que aconteceria dali pra frente. E eles sabiam exatamente o que seria. Harry ia ter que enfrentar Voldemort, e somente um sobreviveria.
Harry estava na casa dos seus tios, onde teria que permanecer até completar 17 anos, e como isso só iria acontecer em julho, ele tinha que ficar lá, no lugar que ele mais detestava.
Mas ele não iria ficar por muito tempo lá. O Sr. Weasley havia mandando por correio-coruja uma carta onde dizia que ele passaria o verão com eles na Toca e que Hermione também iria. Harry ficou muito feliz com a notícia, mais feliz ainda em saber que Hermione também iria, e que ele poderia ficar perto dos amigos antes do pior acontecer. Mas na realidade, não era só por isso que ele estava feliz em Hermione ir. No ano anterior, Rony e Hermione quase tinham ficado juntos depois de anos de brigas e ciúmes, mas como sempre, algo interferiu e isso não aconteceu. O que pode ser melhor pra reaproximá-los do que ficarem o verão todo morando no mesmo lugar? Isso era perfeito.
A única coisa ruim em ir passar o verão todo na casa dos Weasley, era ter que ficar perto de Gina. Harry tinha terminado o namoro com ela no final do ano anterior, por medo de perdê-la, medo que Voldemort usasse ela pra chegar a ele. Mas o problema é que ele a amava muito e era muito difícil ficar perto dela sem poder beijá-la, sem poder tê-la em seus braços novamente.
O verão estava chegando, e Harry estava pronto para partir pra Toca. O Sr. Weasley iria buscá-lo na casa dos Dursley pela manhã. E assim aconteceu.
*~•*~ Na casa de Hermione ~*•~*
Hermione havia acabado de se levantar na manhã de Sábado. Ela estava dirigindo-se para o banheiro, iria tomar banho e descer para tomar café com seus pais. Estava muito nervosa, dali a algumas horas ela iria para Toca, iria para casa dos Weasley, iria para casa de Rony. Ela não tinha parado de pensar em Rony desde o enterro de Dumbledore. Não conseguia acreditar que depois de tudo que eles haviam conversado, de tudo que passaram, depois do dia na ala hospitalar em que assumiram que gostavam um do outro, eles não tivessem ficado juntos. Ela sentia que boa parte era sua culpa, por não ter sido mais forte, por não aceitar que eles não se gostavam mais só como amigos, que existia algo mais, por ter agido como uma boba ignorando-o sempre que podia. Achava também, que ele era culpado, culpado por não entender seu lado, por não entender que era difícil para ela ter que suportar vê-lo com Lilá para cima e para baixo, por não compreender que ela estava assustada, que ela temia que se eles namorassem a amizade poderia ser abalada, poderia ser destruída.
Ela não conseguia esquecer do dia em que conversaram na Sala Comunal. Quando Rony disse a ela que achava, que ela só o queria como amigo, e que não se preocupasse que eles seriam amigos para sempre. Não esquecia o dia em que os Comensais invadiram o castelo, não esquecia que naquele dia, Rony tinha se metido em sua frente duas vezes para salvá-la mesmo sabendo que ela tinha tomado a Felix Felicis e estava com sorte o suficiente para sobreviver. Também não esquecera que no enterro de Dumbledore ele a consolara, tentando ser forte, tentando fazê-la se sentir melhor mesmo estando muito triste, mesmo estando preocupado com o que seria deles dali pra frente. Ela vira que Rony sempre pensara nela em primeiro lugar, sempre se preocupava em saber como ela se sentia, se estava segura ou não, e a cada momento em que pensava nisso sentia uma dor muito forte em seu peito. Ela ainda o amava muito, e sabia que dessa vez não seria a mesma coisa, talvez eles não se acertassem, talvez tivessem que ser mesmo só amigos, pra sempre.
*~•*~ Na casa de Rony ~*•~*
Rony estava apoiado na beira da janela, observava as árvores, o campo, tudo que estava além da Toca. Até os gnomos correrem ele olhava, o pensamento longe. No começo ele estava pensando em Harry, em como tudo começou. Estava lembrando da primeira vez que viu Harry na sua frente, do susto de levou quando descobriu que ele era o menino que sobreviveu, o famoso Harry Potter. Lembrou das primeiras confusões que aprontaram, da vez que trancaram o trasgo montanhês no banheiro das meninas, e como salvaram a vida de Hermione. Depois veio a sua cabeça os momentos felizes que passou ao lado dos amigos, dos perigos, brigas. Lembrou da vez em que brigou com Harry no quarto ano quando Harry foi escolhido campeão de Hogwarts. Lembrou como os dois pelejaram pra conseguir pares para o baile um pouco depois. Lembrou da luta no Ministério, tudo estava passando como um flesh em sua cabeça, tudo que viveu com seu melhor amigo e o que viveria dali pra frente.
Mas depois, já não era mais em Harry que ele pensava. Agora ele estava lembrando de tudo que fez ao lado de Hermione Granger, sua melhor amiga desde que tinha 11 anos. A menina que sabia de tudo, que sempre respondia as perguntas, que sempre dava uma de mãe dele e de Harry, a menina que brigava com ele quando ele fazia algo errado, ou até mesmo quando não queria fazer os deveres. A menina que com o passar do tempo foi ficando muito especial pra ele, a menina que conquistou sua cabeça e seu coração.
Ele não parava de pensar, nas vezes que eles ficavam juntos e ele sentia um formigamento no estômago, de como ficava vermelho quando ela o tocava. Lembrou da primeira vez que Hermione o abraçou no terceiro ano quando Bicuço foi condenado à morte, e também de quando ela aceitou ir ao baile de inverno com Vítor Krum, o apanhador do time de Quadribol da Bulgária e de como ele ficou furioso com aquilo. Lembrou do ano anterior, quando ela o convidou pra ir a festa do Slughorn com ela, e como ele foi estúpido de ficar com Lilá e estragar tudo. Mas o que mais doía, era ter que lembrar, que depois de tudo que aconteceu entre eles, de tudo que disseram um ao outro, depois que tudo pareceu estar esclarecido, eles não terem ficado juntos. Agora ela iria passar o verão em sua casa, como ele iria se portar? O que iria fazer? Ele sabia exatamente. Iria ser amigo. O que sempre foi, e o que disse que sempre seria. Seu melhor amigo.
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