Capítulo X



N/A Eu nunca esqueço de vcs!!! Por favor, naum esqueçam de comentar. *seca a lágrima no lencinho*

Só uma coisa em sua vida adulta inspirara paixão em Harry. Para sua vergonha e culpa, o objeto de paixão havia sido a esposa de seu melhor amigo. Desejara aquela mulher, mas sabia que jamais poderia saciar o desejo. A pressão era tão grande que, se não saíssem logo daquela floresta, acabaria explodindo. As conseqüências de tal explosão seriam devastadoras para seu amigo. Desde que vira a calcinha vermelha em sua mochila e a imaginara seminua, não conseguia pensar em outra coisa. Mas, mais do que a peça íntima, sentia-se perturbado pela vulnerabilidade que identificara em seus olhos desde o primeiro encontro. E quando ela falara da necessidade de integrar-se, notara uma suavidade em sua expressão que o enchia de medo. Não queria pensar em Hermione como alguém suave. Não queria pensar na dor que identificara em seu tom de voz quando ela revelara que, muito cedo, aprendera que desabafar só causava mais problemas. Caminharam até que a luz do sol deu lugar às primeiras sombras do anoitecer.

- É melhor pararmos. – ele disse. Hermione sentou-se no chão com um suspiro exausto.

- Tenho a sensação de estar presa em um conto de fadas. Nossa maldição é andar para sempre sem nunca encontrar o caminho para fora desta floresta. Harry acomodou-se ao lado dela sem encará-la.

- Sinto muito, Hermione. Não imagina como lamento tudo isso.

- Já disse que não precisa desculpar-se. Não o culpo pelo que estamos vivendo. Apenas… sinto saudades de Bryan e espero que ele não esteja muito aflito.

Lágrimas intensificaram o brilho dos olhos amendoados. Não podia ser. Hermione chorando? Há tempos não a via chorando, nem quando entrou em trabalho de parto, enquanto Rony jogava xadrez de bruxo com os amigos em algum lugar. A imagem o afetava profundamente.

- Bryan sabe que você está bem. – disse, tentando conter o pranto. – Ele e Rony devem estar em sua casa, jogando e vivendo momentos muito divertidos. Se conheço bem aqueles dois, eles estão se divertindo tanto que nem se lembram de nós.

- Acredita mesmo nisso? – o tom traía uma profunda esperança.

- Sem dúvida nenhuma. - Esperava que Rony houvesse levado Bryan de vola ara casa, porque lá os dois estariam seguros. – Eles devem ter pedido uma pizza para o jantar e esvaziado várias garrafas de cerveja amanteigada. Se em algum momento notaram nossa ausência, devem estar suspeitando de que fomos raptados por gnomos. Para seu alívio, as lágrimas deram lugar a um sorriso.

- Você deve estar certo.

Como na noite anterior. Hermione aproximou-se de quando a escuridão chegou. A proximidade e o calor daquele corpo o perturbavam, despertando sensações que eram ao mesmo tempo maravilhosas e terríveis. Tinha de resistir ao impulso de tocá-la. Odiava-se por desejá-la tanto, por querer ser correspondido em sua paixão. Apoiado no tronco de uma árvore, tentou entender o que fizera de tão grave para merecer um castigo tão cruel. Conhecia Rony o suficiente para saber que ele planejava reconquistá-la e recuperar a família que perdera. E jamais se colocaria no caminho de uma família.

Como sempre, pensar em Rony provocou emoções variadas. Amizade, proteção, apreensão e um estranho sentimento de não ter feito o bastante para torná-lo um homem maduro e bem ajustado.

- Quer saber por que tenho medo do escuro? Queria responder que preferia manter-se afastado dos segredos de sua alma, mas não conseguiria sufocar a curiosidade que o atormentava.

- Por quê?

- Quando meus pais saíram de casa no dia da queda de Você-Sabe-Quem, eu não estava com eles, enquanto eles morriam eu estava duelando com Comensais. Quando cheguei em casa no final da noite, eu tinha perdido as pessoas que mais amava. De alguma maneira, a perda e a escuridão daquela noite ficaram ligadas de forma irreversível em minha mente.

Era impossível não ficar comovido com aquela história. Sabia como era ficar acordado na escuridão temendo o que a manhã traria. No entanto, quando perdera os pais, não sabia exatamente o que aquilo significava, e não pôde fazer nada pois ainda era um bebê. Ela não... tinha perdido as pessoas que a conheciam, que a amavam, que significavam tudo pra ela e não pôde fazer nada pra impedir, mesmo sendo uma ótima bruxa. Ela se culpava.

Incapaz de resistir ao impulso, passou um braço sobre seus ombros e puxou-a contra o peito. Ela escondeu o rosto em sua camisa, provavelmente fechando os olhos para fugir da escuridão que os cercava.

- Você está segura. – ele disse, sentindo o perfume de seus cabelos. – Durma, e amanhã sairemos daqui. Resignado, Harry tentou entender como alguém que era tão errada para ele podia ser tão perfeita em seus braços.

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