Capítulo II
O som estridente de um raio interrompeu seus pensamentos e o assustou.
- O que foi isso? – Hermione gritou aflita.
Horrorizado, Harry olhou para os lados e viu inúmeros raios à sua volta. Mas era impossível! Como não havia se dado conta?
- Não sei... Parece que uma tempestade está preste a cair!
- Mas ainda estamos longe da Toca! - Olhe e veja se tem alguma lugar que possamos pousar.
- Está brincando, né?!
Nesse momento um raio atingiu a vassoura e esta parou no mesmo instante. O único som era dos raios e dos pingos finos de chuva que começaram a cair.
- Não, eu não estou brincando. – Harry respondeu em voz baixa, tentando não perder a calma.
- O que está acontecendo?
- A vassoura parou. – Podia tentar lançar um feitiço, mas antes mesmo de colocar a mão dentro de sua capa, a vassoura iniciou uma descida e ganhava velocidade a cada instante.
- Como assim, a vassoura parou? – Hermione estava gritando.
- Não tenho o controle da vassoura.
- Isso é ridículo!Você sempre teve o controle de tudo!
Harry não respondeu. Precisava de força e concentração para tentar manter a vassoura no ar, e estava perdendo a batalha.
- Vamos cair…
- Harry James Potter, jamais o perdoarei por isso! – ela exclamou pouco antes de atingirem as árvores.
Hermione sempre acreditara que há um momento antes da morte quando toda a vida passa diante de seus olhos em flashes, quando todas as alegrias e tristezas se fundem em um único momento cintilante de absoluta verdade. Estava enganada. Duas coisas passaram por sua cabeça enquanto a vassoura caía: um profundo pesar pelo filho e o constrangimento de saber que vestira uma calcinha de bichinho naquela manhã. O barulho do choque contra as árvores foi ensurdecedor. Madeira quebrando, galhos partindo...
Ela levou alguns segundos para compreender que colaborava com a confusão gritando com todas as forças dos pulmões. Permanecia agarrada a Harry enquanto a vassoura quebrava em várias partes. O estômago pesava, como se estivesse na maior queda de uma montanha russa. De repente, algo a atingiu na cabeça e a escuridão a envolveu. Seu último pensamento consciente foi de que a morte era surpreendentemente sem graça.
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