Felizes Para Sempre?



Simplesmente Esquecido – Capítulo 17 – Felizes Para Sempre?

***Último Capítulo***

- Gina, você quer se casar comigo?
Ela levantou seus olhos, na direção dos dele. Já sabia a resposta que iria dar. Suspirou profundamente. Sabia que a resposta que daria mudaria o rumo de seus planos, completamente. Mas sentia-se satisfeita por ter finalmente decido.
- Harry, eu... – ele fechou os olhos, ansioso e ao mesmo tempo, nervoso, enquanto esperava pela resposta que, talvez, mudaria de vez a sua vida.
- Você... – ele continuou, ansioso, depois de uns segundos de silêncio.
- Eu...aceito.
Harry ouviu aquela palavra final, sem acreditar. Não, seus ouvidos o estariam enganando?
Ele abriu os olhos, avistando o enorme sorriso nos lábios dela e sentiu uma alegria, que há muito não sentia.
- Eu aceito, Harry! – ela disse de novo, sendo puxada para um longo beijo.
Gina se atrevia a dizer que era o melhor beijo que já recebera em sua vida, juntamente com o melhor dia que tivera e o homem que mais amara.
Eles se beijaram por longos minutos, apaixonados como nunca estiveram antes. A chuva, o luar, os toques, o frio, as línguas quentes e o empregado do hotel que afastava uma lágrima que teimava em rolar. Tudo, tudo estava perfeito.
Harry fitou os olhos amêndoas dela, com paixão. Aquele era o melhor instante que já tivera em sua vida.
- Eu não posso acreditar... – ele murmurou ainda abismado – É bom demais para ser verdade.
- Eu também não consigo acreditar...ou mesmo entender... – Gina dizia, rindo alegremente como uma criança – Mas eu realmente quero que dê certo dessa vez, Harry.
Ele a beijou de novo, pegando em sua mão direita. Deu-lhe um beijo nos dedos delicados e tirou o anel da caixinha azul. Harry levou o anel lentamente ao dedo anelar e o colocou em seu devido lugar. Onde ele sempre deveria ter sido.
A última gota de chuva caiu do céu.

***

O Sol brilhava como sempre, o céu estava em sua usual cor azul, os pássaros cantarolavam, as árvores moviam-se com o vento, mas Gina ainda não podia acreditar no que estava acontecendo.
Ela aceitara se casar com Harry. E ainda mais surpreendente, ele a pedira e não havia nada que pudesse impedi-los. Mas o mais impressionante era que: ela o amava.
Gina realmente o amava e começara a compreender que sempre o amou, na verdade. Desde o primeiro dia, quando Rony voltara para casa nas férias, contando sua aventuras com o famoso Harry Potter. Desde aquele momento até agora, deitada em sua cama, embolada nos lençóis laranja, ela o amava.
Não que nunca tivesse amado Draco. Ao contrário, ela também o amara profundamente. Mas esse sentimento surgira graças ao problemas que ela e Harry tiveram em seu namoro. Isso a fez aproximar-se de outra pessoa. Porém, pensar no passado não era importante. Gina tinha que manter-se atenta ao futuro.
Harry havia tomado a decisão mais difícil e satisfatória de sua vida, mas agora ela teria que lidar com as conseqüências.
E Arthur Weasley era a pior “conseqüência” a ser resolvida.

***

- Pai? Gina perguntou, entrando no escritório de seu pai, na Toca. Esse era o primeiro sábado que ela encontrava o pai em casa – Posso entrar?
- Claro, querida. – Arthur sorria, carinhosamente, deixando de lado algumas pastas e documentos – Sente-se aqui. – ele apontou para uma das cadeiras de madeira a frente de sua mesa.
O Sol da tarde iluminava toda a mesa de mogno e as estantes, repletas de livros, que escondiam as paredes. O ambiente era pequeno, mas aconchegante.
- Estou atrapalhando? Posso voltar mais tarde se...
- Não, não... – ele a interrompeu, ainda sorrindo – Sente-se, vamos. - ela sentou-se, timidamente – Sua mãe disse que você tinha algo a me dizer.
- Er...sim. – a ruiva respirou profundamente, tomando coragem – Tenho uma novidade.
- Você está grávida? – Arthur perguntou, repentinamente, dando um soco na mesa – Eu sabia! Eu lhe disse para não se divorciar, não foi? E agora?
- Pai... – Gina o chamava, enquanto ele ainda gritava coisas sem sentido – Pai... PAI, EU NÃO ESTOU GRÁVIDA!
O ministro calou-se no mesmo instante, acalmando-se rapidamente.
- Você me assustou! – ele sorriu, ainda sem fôlego – Diga-me a novidade, então. Não pode ser pior do que...
- Vou me casar...
- Do que você se casar e... O QUÊ? – Senhor Weasley se levantou de sua cadeira, bruscamente. Suas orelhas tornavam-se avermelhadas a cada instante, o que não era um bom sinal.
- Com Harry. – ela finalizou, fechando os olhos em seguida. Seu pai certamente a mataria a qualquer momento.
- Você, o quê? De jeito nenhum! Não! Eu não irei permitir!
Gina abriu os olhos, furiosa. Ela não estava pedindo, mas sim informando. Ela não era mais um garotinha tímida, a qual o pai podia controlar todos os seus movimentos. Ela havia crescido.
De repente uma força invisível a fez levantar-se e encara-lo. Aquilo se chamava coragem.
- Não, pai. Você não vai mais me dizer o que fazer!
Seu pai a fitou, surpreso. Gina nunca agira daquela forma, antes. Já estava sendo influenciada por aquelesinho...
- Você não tem mais nenhum motivo para mandar em mim, papai. Sou capaz de cuidar de mim mesma e principalmente de tomar decisões sobre o que ou não vou fazer, ou com quem ou não eu devo e vou passar o resto de meus dias.
Arthur suspirou longamente, sentando-se de novo. Aquela ruivinha estava abusando demais.
- E Draco? – perguntou, cruzando os braços e se apoiando no alto encosto da cadeira.
- O que tem ele?
- Ele ainda ama você.
- Ele irá sobreviver.
O ministro horrorizou-se com a frieza dela.
- Por que Harry? Ele tem tantos problemas...
- Eu o amo. – ele levantou uma sobrancelha – Sempre o amei.
- E só descobriu agora?
- Meu coração é meio burro. – Gina continuava séria.
- Sua mãe não vai aprovar.
- Na realidade, ela já está fazendo a lista de convidados. Pelo jeito, vamos ter uma festa.
Arthur fechou os olhos, enraivecido.
- Não posso permitir isso! Ele não é a pessoa certa para você.
- Como você pode saber disso? – ela perguntou, debochada, colocando as mãos na cintura.
- Sou seu pai, oras!
- E quem seria ideal para mim, então?
- Draco.
- Ah, papai, por favor... – Gina largara-se na cadeira, impaciente.
- Vocês tinham que ter se entendido. Planejei tudo para que vocês voltassem! – ele resmungou angustiado.
- Ótimo você ter tocado nesse assunto, papai. – Gina posicionou-se na cadeira, exatamente como seu pai – Foi uma idéia um tanto tola...
- Tola? – ele riu, debochado – E como eu poderia fazer vocês se encontrarem, então?
- Nós não queríamos nos encontrar! – Arthur bufou, vencido – Foi um ato muito infantil.
Seu pai lançou-lhe um olhar triste, como se ele soubesse que a filha não seria feliz.
- Papai, eu o amo. E mesmo se não o amasse, eu não voltaria com Draco. Nosso casamento não deu certo, o senhor tem que aceitar isso!
O senhor Weasley suspirou, lamentando.
- Você não se lembra de como era quando você namorava Harry. Ele é um bom garoto, eu sei disso, mas...foram tempos horríveis.
- Mas é claro que foram! – ela concordou veemente – Estávamos em guerra, a pressão era enorme! Agora é diferente.
- Ele vai fazer você sofrer.
Gina clou-se por um instante, observando o pai que não se consolava.
- Você está me fazendo sofrer, papai.
O ministro surpreendeu-se com a acusação, refletindo por um instante.
- Venha a te aqui. – ele a chamou de braços abertos.
Gina correu até o pai e o abraçou fortemente. Seus olhos tornaram-se marejados e o abraço carinhoso de seu pai tirou todo o aperto que sentia em seu coração. Ali, ajoelhada e abraçada ao primeiro homem que amou e sempre amara, a deu coragem para seguir com todos os últimos acontecimentos que aceitara. Ali ela sentiu-se feliz e em paz para fazer o que tinha que ser feito.

***

“Como pude imaginar que tudo seria simples? Nada é simples quando se tem uma mãe como Molly Weasley!” Gina pensou, enquanto ouvia a mãe repetir a lista de convidados e de compras, pela quarta vez naquela tarde.
- Mãe...mãe...MÃE! – ela gritou, tirando a senhora Weasley de sua nuvem de pensamentos.
- O que foi dessa vez? – a senhora tirou os óculos e fitou a filha que se estirava no sofá a sua frente.
- Mãe, os convites já foram entregues, tudo já foi agendado, feito e comprado, então, por que estamos olhando tudo isso de novo?
- Para ver se não tem nada faltando...podemos ter pulado alguma coisa! – a bondosa senhora retornou a lista.
- Mas, mãe! Já vimos tudo isso! Por que você está revendo tudo de novo?
A senhora Weasley suspirou, deixando os papéis de lado.
- Porque da primeira vez você quis fazer tudo sozinha! Agora eu quero organizar tudo do meu jeito! E você não vai me impedir Gina Weasley! – ela recolocou os óculos, voltando sua atenção as listas, enquanto assinalado com a pensa, tudo o que já havia sido providenciado.
Gina bufou, entediada.
- Divirta-se! – a filha levantou-se do sofá e começou a calçar os sapatos.
- Onde você vai?
- Vou sair um pouco...er...eu, eu já volto. – ela sorriu, indicando pouca confiança, enquanto se levantava,
- Está certo. – Molly voltou a atenção às listas – Mas mande um abraço para Harry, está bem?
- Ah, ta, mamãe. – Gina concordou, envergonhada, já saindo de casa pela porta da frente.
- E não se atrase! A costureira logo, logo estará aqui! – Molly gritou e a filha acenou com a cabeça, aparatando em seguida.
Sua mãe checava as listas, novamente, balançando a cabeça negativamente.
- Jovens! Sempre tão dispersos e apressados! – e um sorriso fino formou-se em seus lábios.

***

Harry apanhou o pomo de ouro, soltando-o logo em seguida. A bolinha voou por segundos até ser apanhado novamente. E assim se seguiu mais três vezes, até a voz dela invadir seus pensamentos.
- Então é esse o trabalho difícil que você faz por aqui? – Gina cruzou os braços, apoiando-se no batente da porta, com um sorriso cínico.
Harry tirou os pés de cima da mesa e posicionou a cadeira na posição correta, escondendo o pomo na gaveta mais próxima de sua mesa.
- Realmente perigoso... – a ruiva sorriu amplamente, entrando.
- Mortal. – Harry a puxou dando-lhe um longo beijo.
- O que está fazendo aqui se não tem trabalho? – ela passou as mãos por seu pescoço, o fitando de perto, na ponta dos pés.
- Na verdade, eu tenho trabalho a fazer. E muito, até! – ele a enlaçava pela cintura – Mas já errei três documentos, troquei os nomes de todos que trabalham nesse corredor, confundi os nomes dos presidiários, e me esqueci da última reunião marcada, então, o ministro achou melhor eu descansar um pouco.
Gina riu, sem poder se controlar.
- Não sabia que a situação estava tão grave por aqui...
- Mas e você? – ele perguntou depois de um curto beijo – Não deveria estar arrumando tudo para sábado? Já estamos na quarta-feira.
A ruiva bufou, levantando um mexa de cabelo dos olhos.
- Minha mãe está fazendo tudo para mim. Muito mais do que eu queria, mas...o que eu posso fazer! Daqui a pouco tenho que voltar para experimentar o vestido.
Harry a olhou, carinhosamente.
- Nem acredito, ainda...
- Eu sei... – ela suspirou, sonhadora – Nem eu...
- Foi tudo muito rápido. Duas semanas e agora no sábado já vamos ser marido e mulher.
- É melhor assim. Estou com pressa! – ela riu, alegremente.
- E eu não?
Ele a envolveu, beijando seus lábios com ardor. Ansiaram por aquele momento, o dia todo.
No fim do beijo, Gina suspirou, olhando-o de perto.
- Você está bem mais calmo que eu.
Harry levantou uma sobrancelha.
- Gina, não minta. Você sabe que eu estou muito pior que você!
Ela bufou sorrindo.
- Está bem, eu sei disso. Mas só estava tentando te dar mais confiança.
- Obrigado. – ele riu – Mas eu estou bem. Prometo.
- Não, não. Eu não quero você desse jeito, então, se acalme, está bem?
- Eu prometo que não vou ter um enfarto antes do casamento, ok?
Ela suspirou teatralmente.
- Fiquei muito mais tranqüila agora, obrigada! – a ruiva lhe deu curto beijo.
- Disponha. – Harry sorriu a puxando para um longo beijo.
- Harry, nós... Opa, desculpa. – Rony parou na entrada da sala, sem dar mais um único passo – Não queria interromper o casal, não sabia que Gina estava aqui.
- Não, que isso, Rony. Não está interrompendo nada. – Gina sorriu, ainda abraçando o moreno.
- Algum problema? – Harry perguntou, mas o ruivo negou veemente, o deixando mais sossegado.
- Nada que eu não posso resolver. Vou deixar os dois...ai!
O ruivo foi acertado por um aviãozinho de papel, no centro de seu olho. O pergaminho dobrado perdeu o equilíbrio por alguns instantes, mas logo retomou seu curso, indo parar nas mãos de Gina.
Rony ainda resmungava, esfregando o olho direito, quando ela abriu.

“Gina,

Sua mãe solicita imediatamente a sua volta, exigindo nem mais um minuto de atraso, devido a chegada da costureira com seu vestido.

Atenciosamente,
Seu pai.”

- Tenho que ir! – Gina deu um curto beijo no moreno, já despedindo-se de Rony – Mamãe está mais ansiosa que eu! Não quis me casar na igreja da primeira vez, mas não pude evitar agora. – suspirou teatralmente – É o sonho dela.
- Então vá depressa, antes que outro desses me acerte!
Gina riu baixinho, dando outro beijo em harry e aparatou.
- Mamãe está louca e Gina vai ficar igualzinha... – o ruivo resmungou, seguindo pelo corredor.
Harry nem ouviu o que ele disse. Estava perdido nos seus pensamentos mais felizes, os do dia de seu casamento.

***

A senhora Weasley percorreu todo o jardim, disparando ordens para os inúmeros empregados que ajeitavam as cadeiras, as flores e os laços brancos do altar. Estava quase na hora e nada estava pronto ainda. Os arranjos de margaridas estavam ainda sendo ajeitados, enquanto várias cadeiras brancas ainda precisavam ser abertas e posicionadas no gramado. O jardim da Toca nunca estivera tão bonito. O pequeno altar branco que fora construído parecia uma capela antiga no meio do campo. O tapete vermelho sobre a grama, fazendo o caminho dos noivos, juntamente com os arranjos de flores, o buffet, os pratos e o bolo foram escolhidos, em critérios rigorosos, pela mãe da noiva, que fazia tudo com a maior eficiência e prazer.
Molly entrou em casa, logo mandando os gêmeos arrumarem as gravatas tortas e os netos para pararem de correr por entre os móveis. Ajeitou o vestido de saminha de Lílian e vestiu o paletó em Sirius, que teimava em tira-lo, por causa do calor.
Apesar dos atrasados, nada poderia estar mais perfeito. Um Sol radiante estava lá fora, o que prometia uma manhã agradável e linda. O espaço no jardim era grande e podia muito bem acomodar todos os convidados, deixando as crianças se divertirem por entre as moitas e árvores e os adultos conversarem em paz. Seria o casamento perfeito.
Molly avistou Hermione e mandou checar os noivos, para ver se tudo estava correndo bem. A morena concordou, começando a subir as escadas, achando que a senhora Weasley estava ansiosa demais. Hermione já batera na porta de Harry e na de Gina mais de cinco vezes na última meia hora. Harry tinha a companhia e talvez ajuda de Rony, enquanto Gina encontrava-se repleta de amigas e amigas de sua mãe que a auxiliavam a cada passo. Hermione sabia que não era necessário checar mais uma vez, mas mesmo assim o fez.
Chegou até o antigo quarto de Rony e batendo na porta, entrou em seguida.
- Posso entrar? – ela perguntou com os olhos fechados e um sorriso nos lábios.
- Hermione, você já perguntou isso quatro vezes. Eu juro que já tive tempo de colocar meu terno. – Harry respondeu, ajeitando sua gravata, em frente ao espelho.
- Não sei, de repente...Rony concorda comigo, não é? – ela já ia entrando e encostando a porta.
- Concordo plenamente! – Rony ria, sentado na cama bagunçada – Harry deixe de ser chato.
Harry tirou a gravata, arremessando-a para longe. Não importava o quanto tentasse, ela não conseguia permanecer reta.
- Harry, fica calmo, está bem? Você está muito nervoso! – a morena apanhou a gravata e começou a ajeitá-la no pescoço dele.
- Hermione, eu já tentei, mas essa gravata não vai ficar reta.
- Rony, você poderia ter ajudado, não é? Lembra como você nem conseguia calçar os sapatos no dia do nosso casamento?
- Mas eu tentei! O problema é com a gravata mesmo! E, ei, eu consegui calçar os sapatos, sim...eles não foram um problema! – ele resmungou, ofendido.
A morena o fitou, profundamente, e ele se rendeu.
- Está bem, está bem...tive uma certa dificuldade nos primeiro minutos, mas eu entrei na igreja calçado!
Hermione riu, e Harry conseguiu espantar um pouco o nervosismo.
- Pronto, viu? Está tudo bem agora. – ela afastou-se, deixando a gravata na posição mais reta possível.
- Obrigado, Hermione.
Ela ia saindo, mas então se lembrou do que ia perguntar quando entrara.
- Rony, você já contou para ele? – Hermione perguntou, já do lado de fora do quarto.
- Ah, verdade me esqueci. Vou contar.
- Então, conte logo!
Harry olhava de um para outro, como se assistisse a uma partida de ping-pong.
- O que? Contar-me o que? Ela desistiu, não é? Não quer mais se casar? Tudo bem, eu posso aceitar isso, alias, eu já sabia...eu só...
Hermione olhou irritada para Rony que avistava o amigo, impaciente.
- Harry, quer se acalmar? – ela perguntou, seriamente – Não, ela não desistiu, e se você não relaxar, eu juro que mato você. E aí você não poderá se casar com ela. Satisfeito?
Harry pensou por um momento antes de responder, e Hermione apressada, fechou a porta do quarto, dando de ombros.
- Harry, você está hilário! Eu deveria estar gravando isso, poderia ser piada por muitos e muitos anos! – Rony riu, abertamente.
- Tão divertido... – Harry murmurou, ironicamente – Agora, me conte o que eu preciso saber.
- Ah, bem...não é nada, na verdade.
- Rony, me conte, agora!
Rony bufou, fazendo um careta, contrariado.
- Hermione tem sempre que estragar as coisas, né? Ia ser tão divertido...
- O que? – Harry perguntou, não se agüentando de curiosidade.
- Está bem, está bem...tire os sapatos.
- O que? – o moreno perguntou, sem entender.
- Tire os sapatos logo!
- Rony, eu não vou...
- Harry, por Merlin, tira a droga do seu sapato! – o ruivo ordenou, levantando-se.
Harrry grunhiu, sentando-se na cama e desamarrando os cadarços. O que Rony tinha na cabeça? Aquilo era ridículo, o que ele queria provar?
- Dá aqui. – Harry os entregou, e Rony virou o par, deixando as solas, à frente de Harry.
- Quem escreveu isso aí? – Harry se levantou, no mesmo instante, arrancando os sapatos das mãos de Rony.
As palavras “Socorro” e “Tirem-me daqui” brilhavam em cores fosforescentes do amarelo ao azul, reluzindo com fogos de artifício.
- Tentaram fazer isso no meu casamento também. Na porta da igreja, eu tive que tirar meus sapatos e proferir um contra-feitiço. Isso é uma brincadeira antiga, para quando o noivo e a noiva se ajoelham, isso brilha e é...é muito engraçado. – o ruivo ria, sem se conter.
- Não seria nada engraçado comigo! – o moreno apanhou a varinha e em segundos as palavras sumiram, não deixando um único rastro de luz – Assim está melhor.
- Fica tranqüilo, cara. Era só uma brincadeira do nosso batalhão.
- Haha...super engraçado. – Harry já calçava os sapatos, novamente – Eu devo esperar mais alguma piada sem graça?
- Não...a gente ia fazer uma mexa ruiva no seu cabelo, mas...Hermione ouviu e aí nos proibiu. Ia ser divertido também...
Harry fez um careta, desgostoso, enquanto Rony sorria amplamente.
- E Gina? Como será que ela está?
- Pior que você eu duvido que esteja! – o ruivo levou o paletó até o moreno que o vestiu, ficando pronto.

***

- Gina, acalme-se! Você está pior que o Harry! – Hermione segurou em suas mãos, olhando-a diretamente em seus olhos.
A morena pedira para que todas as senhoras saíssem, para que pudesse conversar em particular com a amiga.
- Minha respiração está mais apressada que o normal, eu acho que vou ter um ataque cardíaco, ou então, eu vou desmaiar. Eu sinto que algo vai dar errado...e...
- Gina, pára! – Hermione sorriu, não acreditando no que ouvia – Fui até Harry e ele estava tão nervoso que não conseguia pôr a gravata, mas você não consegue se manter parada, apesar de vestida, então, eu não sei o que é pior. Esse é o dia mais feliz da vida de vocês, e não o pior. Vocês deviam estar sorrindo, e sonhando acordados e fazendo planos para o futuro, ao invés, de ficar imaginando apenas coisas ruins! – Hermione a abraçou, fortemente – Vai dar tudo certo, está bem?
Gina suspirou profundamente, acalmando-se. A amiga estava certa. Nervosismo era normal, mas os dois estavam prestes a ter um colapso. Isso talvez porque demorara tantos anos para que desse certo, então, ambos ficavam imaginando que, de repente, uma bomba cairia, e destruiria de novo, as chances de ficarem juntos.
E a bomba chegou no momento seguinte, com as batidas frias na porta de madeira.
- Posso falar com a noiva?
Gina olhou para a pessoa a sua porta, sem acreditar no via.
- Tudo bem, Draco. – Hermione concordou, afastando-se de Gina – Já terminamos aqui. Vocês tem poucos minutos, está bem?
- Claro. – ele deu espaço para que a morena saísse do quarto – Nossa conversa durará apenas cinco minutos.
- Volto aqui para lhe chamar, ok? – Gina assentiu e a amiga partiu, em seguida, fechando a porta atrás de si.
Draco deu dois passos para frente, enquanto media as palavras antes de proferi-las.
- Parabéns. Quero dizer, pelo casamento...e tudo o mais.
- Obrigada, Draco. – Ela mexia as mãos de forma ansiosa.
Instantes de silencio se passaram, sem que um pudesse fitar o outro. Gina não estava agüentando mais aquilo. Se ele estava ali, então que dissesse alguma coisa.
- Por que veio até aqui, Draco?
- Fui convidado para festa. Não costumo entrar “de bico” no casamento dos outros, sabe? – ele disse, num to irônico e debochado.
- Não foi isso que quis dizer...na verdade... – Gina ajeitou o vestido, sem ter onde por as mãos.
Draco passou a mão pelos cabelos loiros, tomando coragem.
- Vim apenas dizer que... – ele suspirou profundamente – que fico contente se você está feliz. De verdade, eu realmente espero que Potter consiga fazer você feliz, do jeito que eu não pude fazer.
- Oh, Draco... – Gina sentiu-se angustiada – Eu...eu fui muito feliz com você, não diga isso!
- Não estou dizendo isso. Estou dizendo que não consegui fazer você feliz o tempo todo, sempre estive muito ausente e não pude te dar toda a atenção e carinho que você merecia. Desculpe-me.
- Draco...olhe... – Gina deu um passo a frente, com um sentimento de culpa dominando seu coração.
- Você me desculpa? Vim aqui para saber se você me perdoava por todos os erros que nosso relacionamento teve.
Draco e Gina estavam frente a frente agora, um penetrando no olhar do outro. Separados por poucos centímetros, que diziam tudo.
- Foram nossos erros, então, você tem que me perdoar também.
- Eu já perdoei. – ele disse, instantaneamente – E você?
Gina sorriu, levemente.
- Sim. Eu também.
E tudo foi dito em um olhar. Apenas o olhar carinhoso que o loiro lhe lançou, dizendo-lhe que tudo estava bem. Que se ela estava feliz, então ele também estaria, apesar de sentir a falta dela mais do que a falta de que seus pulmões sentiam por oxigênio a casa instante, mas essa era a forma como ele ainda a amava. Era mais forte do que ele. Era um amor diferente da forma como a amava antes. Ela ainda era importante para ele, mas se a felicidade dela dependia da distancia entre eles, então ele sobreviveria se soubesse que ela estava bem.
Uma outra forma de vê-la, de amá-la e Draco se sentia realizado por finalmente, sentir-se em paz.
Ele sorriu com ternura, enquanto ela entendia que, a partir daquele momento, tudo estaria bem.
- Eu posso abraçar a noiva?
- Claro...
Draco a abraçou fortemente, e Gina sentiu seus olhos marejarem, sem que pudesse evitar. Talvez a bomba não fosse catastrófica, mas apenas uma explosão de alegria. Um aviso de que todos estariam bem e nada mais poderia impedi-la de ser feliz ao lado do homem que amava. Nem a guerra, nem Draco, nem seus pais, nem nada, nem ninguém. Depois de todo esse tempo, finalmente, seriam felizes juntos e ela acreditava fielmente nisso.
Eles se afastaram e Gina logo tentou conter as lágrimas que lutavam para rolar encima de sua maquiagem.
- Não, você não tem que chorar, agora! Esse é o seu grande dia! – ele passou as mãos em sua face, enxugando as lágrimas antes de estragarem a maquiagem.
- Obrigada, Draco. – ela sorria, amplamente – Eu realmente espero que você seja feliz.
- Não se preocupe, eu vou ser. Contanto que o Potter não faça nenhum mal à você!
- Não se preocupe com isso. Não vai acontecer...
- Mas, se... – Draco disse em tom sério – se acontecer você pode me chamar à hora que for que eu vou até lá ter uma conversinha com ele.
- Está bem, Draco. – ela ainda sorria – Caso isso aconteça, eu não pensarei duas vezes antes de te chamar.
- Assim está melhor.
Draco a fitou, calculando se seria melhor ou não contar a ela, mas por fim, decidiu que ela deveria saber.
- Mudando de assunto, lembra-se do dia em que seu pai nos trancou na sala dele?
Gina revirou os olhos. Ela ainda não conseguia entender como o pai pudera fazer isso com ela.
- Você nunca se perguntou como que seu pai sabia que você estava tendo um encontro?
Gina o fitou, confusa.
- Ele sabia? Como? – ela perguntou, colocando as mãos na cintura fina.
- Você já ouviu falar sobre a proteção ante-som que tem na sala do ministro?
- Claro. Meu pai adora falar isso para todo mundo! – Gina debochou, sorrindo do orgulho tolo de seu pai.
Draco riu, baixo.
- Não existe nenhuma proteção ante-som.
Gina franziu a testa, não acreditando.
- Como assim?
Draco colocou as mãos no bolso, sorrindo como uma criança que sabe um segredo muito grande.
- Não há proteção ante-som. Ao contrário, tudo o que é falado no corredor de sua sala pode ser ouvido, seu pai apenas diz isso para que os outros não se incomodem por comentar algo sobre ele. Dessa forma, ele acaba sabendo o que acham de suas reuniões e opções. – Gina estava de boca aberta, e ele se divertia com isso – Naquela noite, Potter comentou com o seu irmão que iria ver você, e isso ativou a mente criativa de seu pai.
- Eu não posso acreditar... – Gina não sabia se ria ou se descia naquele momento para tirar satisfações com o senhor Weasley, o senhor da verdade e da honestidade.
- Eu tentei impedi-lo de prosseguir com o plano, mas...bom, ele é meu chefe. Você entende, não é?
Gina sorriu, ainda abismada, mas aquilo era passado e ela não ia se preocupar com o passado agora. Sua mente estava voltada para o futuro.
- Só meu pai para fazer esse tipo de coisas! Mas eu já deveria estar acostumada...obrigada por me contar, de qualquer forma...
- De nada.
Ambos se fitaram por alguns instantes de silêncio, onde nada precisava ser dito. E no minuto seguinte, Hermione já estava de volta.
- Com licença...não queria atrapalhar, mas... Gina, temos que acabar de arrumar você. Já vai começar.
- Está bem, obrigada, Mione.
A morena ainda lançou um último olhar para Draco antes de sair.
- Vou chamar as meninas para te ajudar, ok? – e saiu.
Gina, sorriu, sem saber o que dizer. Mas Draco também não precisava ouvir mais nada. Tudo havia sido esclarecido, de uma vez por todas.
- Vejo você na cerimônia. – ele abriu a porta, dizendo essas palavras com um confiança contagiante. E Gina sentiu que não havia mais nada a temer.
***

O véu sob seu rosto a escondia de todos, mas ao mesmo tempo ela podia ver perfeitamente os olhares repletos de diversos sentimentos, enquanto atravessava o pequeno caminho até o altar.
Os padrinhos, Sirus e Lílian e Harry se encontraram no altar a sua espera. Todos com olhares carinhosos e felizes, desejando o melhor para ela. Mas enquanto ela andava, ao lado de seu pai, Gina podia avistar o choro de sua mãe no altar ao lado de seu irmão, a inveja nos olhos de Lilá Brown, na terceira fileira. Podia ouvir os comentários sobre vestido, cabelo e maquiagem de suas tias solteironas na primeira fileira e os olhares encantados das crianças que se amontoavam para vê-la. Tudo aquilo era reconfortante e inesquecível.
No segundo seguinte, ela já se encontrava ao lado de Harry, sendo entregue pelo seu pai, ao seu futuro marido.
Gina e Harry seguiram para os degraus do alta, em frente ao padre, enquanto o senhor Weasley posicionou-se em seu lugar de padrinho, ao lado de sua esposa.
- Estamos aqui reunidos – começou o padre, em sua típica voz monótona e lenta. Gina se perguntou, se todos os padres tinham esse tipo de entonação, ou se eles faziam um curso antes de celebrar casamentos e missas. – para celebrar o matrimônio entre Virgínia Molly Weasley e Harry James Potter.
As palavras que se seguiram foram as muitas conhecidas e pouco ouvidas que eram proferidas em todos os casamentos.
- Se há alguém aqui presente que tenha algo contra essa união, que fale agora ou se cale para sempre. – um silêncio tomou conta de todos, e os noivos suspiraram aliviados – Então, iremos prosseguir. As alianças, por favor.
Harry procurou no bolso esquerdo de seu paletó, logo depois no direito. Procurou nos bolsos da calça e nos bolsos internos do paletó, enquanto todos o olhavam divertido e o padre o fitava furioso.
- Harry, se você esqueceu as alianças, eu juro que mato você na nossa lua de mel. – Gina murmurou, com um sorriso nos lábios, para disfarçar.
- Não estão comigo.
- O que? – ela entrou em pânico.
- Eu não as trouxe, porque quem trouxe foi Lílian. – Harry a chamou e ela veio sorridente, com a cestinha de alianças nas mãos. Todos riram levemente, enquanto a doce menina sentia-se orgulhosa por toda a atenção.
O padre revirou os olhos, impaciente, e deu continuidade a cerimônia.
- Harry James Potter, - ele perguntou depois de o noivo receber e entregar a aliança a sua quase mulher, e após todas as juras de amor e fidelidade – você aceita Virgínia Molly Weasley como sua legítima esposa?
- Aceito. – ele disse com um sorriso nos lábios.
- Virgínia Molly Weasley, você aceita Harry James Potter como seu legítimo marido?
- Aceito.
O padre levou as mãos ao céu, numa expressão divina.
- Então, com os poderes a mim concedidos, eu vós declaro, marido e mulher. – um sorriso apareceu em seus lábios – Pode beijar a noiva.
E nada mais os impediu de serem...felizes para sempre.

Fim!!!!!







N/A:


=´(

É muito triste o fim...
Eu sinto muito, caso alguém não tenha gostado do final, mas...a idéia já estava decidida na minha cabeça há muito tempo!
Na capa os dois estavam juntos!!!

Eu realmente espero, que apesar do final (para alguns..hehhe), vocês tenham gostado da fic, porque eu adorei escreve-la e acompanhar o desenvolvimento e os comentários de vários que seguiram a fic comigo...

Despeço-me do mundo das fics com esse final e com as minhas outras três fics publicadas. Agora me manterei firmemente na linha dos livros. Já estou escrevendo uma história e se tudo der certo, conseguirei publicá-la em alguma editora. =)
Quando tiver notícias, passo por aqui! ^-^

Por hora é só....

Não me matem, vai?

Na minha cabeça o Draco encontra seu verdadeiro amor na própria festa de casamento de Gina. Ele também gostou desse final!
Haauuhaha

Terei saudades... ^^

Beijos....

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